19 de novembro de 2009

UM ÊXITO SEM PRECEDENTES



Joaquim Monchique brilhou em palco brigantino com a comédia "Paranormal"

Após dois anos e meio com lotações esgotadas um pouco por todo o país, Joaquim Monchique trouxe, este sábado, ao Teatro Municipal de Bragança, o monólogo “Paranormal”.
O público aderiu ao convite e marcou casa cheia para poder observar o actor a desdobrar-se em 16 personagens, que interpreta de forma única e incansável. Com um texto original de Miguel Falabella, “Paranormal” acontece “de momentos”, num tipo de sessão espírita colectiva. As energias do público passam para o Pai Adamastor e pessoas com quem não têm contacto, e que há muito procuram, encarnam nele. Devido a uma explosão cósmica, perde-se o controlo das ligações e várias personagens entram em contacto umas com as outras como se tivesse havido um cruzamento de diversas. Criam-se, assim, e durante as duas horas que durou o espectáculo, situações hilariantes que demonstram, de forma exígua, o talento “sobrenatural” de Joaquim Monchique. “É uma peça que fala de gente que procura gente, pessoas que não querem ser encontradas e que sem querer são descobertas!”, revela o actor.

A crítica foi unânime ao reconhecer “Paranormal” como a comédia do ano de 2008, e considerar o actor, “um dos melhores comediantes de todos os tempos”. Eis uma qualidade que advém, em parte, da criatividade do próprio texto. No Brasil, esta peça esteve em cartaz durante cinco anos e contemplou um milhão de espectadores. Em Portugal, o número já ultrapassou os 100 mil, um êxito sem precedentes para uma comédia interpretada a solo.

CULTURA EM DOCÊNCIA TRANSMONTANA

Magusto e Sarau Comemorativo dos XX anos de vida da Casa do Professor de Bragança

A tarde era cinza de chuva mas não comprometeu a festa e o convívio que nela se realizaram. A Casa do Professor de Bragança (CPB) acolheu, e bem, cerca de uma centena de professores que celebraram, em magusto de sábado passado, dia 14, um recheado S. Martinho.
No dia 11, decorreu outra das iniciativas, sempre muito concorridas, desta feita no Teatro Municipal de Bragança, que recebeu o Sarau Comemorativo dos XX anos da Casa do Professor de Bragança. Recorde-se que o aniversário já foi festejado a 26 de Abril, dia em que a CPB foi fundada, corria o ano de 1989. O anfitrião, o professor Jorge Guerra, iniciou as hostes com um breve, mas profundo discurso, onde agradeceu a todos os docentes que marcaram presença e aos que têm contribuído para o sucesso de uma casa cultural e recreativa que se tem distinguido entre outras.
Seguiu-se uma entusiasmada actuação do Grupo Etnográfico da CPB que incluiu um vastíssimo reportório, onde impera o “genuíno Cancioneiro do Nordeste Transmontano”. Sob a direcção artística de Higino Fernandes, constituiu-se em 1994, e tem sido perseverante, desde então, na divulgação da música popular portuguesa, inclusive, no estrangeiro. Também assinalou presença, no Sarau, a Casa do Professor de Macedo de Cavaleiros, considerada por todos os professores como “uma irmã”.

Há seis anos a comandar o destino da CPB, Jorge Guerra, em entrevista ao Jornal Nordeste, caracterizou este dia como “especial”. “Programámos, para este ano, uma homenagem aos sócios fundadores e realizámos uma exposição com peças feitas, ao longo de duas décadas, pelos nossos professores dos ateliers, onde cada um apresentou o seu artefacto. Isto para além do Sarau, que é a festa final colmatada com música”, recordou o presidente.
A pedra basilar desta associação defende, conforme o artigo terceiro, “a formação e valorização profissional, pessoal e cultural, bem como o estreitamento de laços de amizade e camaradagem”. Na sua existência, a Casa do Professor de Bragança tem contribuído, de sobremaneira, para a exaltação cultural da região de Trás-os-Montes, bem como das competências artísticas dos seus professores. “Trabalhamos com cultura e divulgamos cultura”, refere Jorge Guerra.
No campo artístico, estão disponíveis até Dezembro e de forma gratuita, os ateliers de pintura em tela e pintura em cerâmica, trabalhos em estanho e manualidades, que retomaram a sua actividade.
Também o célebre contador de histórias, o professor Carlos Genésio, autor de três livros infantis que ofereceu à CPB, está “sempre pronto” para encantar os pequenos das nossas escolas, visando acções pautadas pelo conto, engrandecendo-o. “O meu contributo tem sido valioso para as crianças. Percorro o distrito há mais de 10 anos e elas adoram estes contos e a forma como os interpreto”, revela o autor. O Livro dos Netos foi a sua última criação, na qual contou com a participação dos seus seis netos.


Carlos Genésio, Vice-presidente da Assembleia-Geral da CPB

“As iniciativas são óptimas e sinto-me muito feliz por pertencer à CPB. É de louvar o convívio e a confraternização que esta casa nos proporciona”


“Fernanda Gonçalves, professora aposentada e uma das fundadoras

“Adiro sempre a todas as actividades propostas por esta casa. Só é pena que tenhamos, actualmente, menos gente do que quando iniciámos a CPB”


Natividade Maio, professora na Torre de D. Chama

“As iniciativas são uma mais-valia pois promovem um convívio saudável. Deviam comparecer mais pessoas, mas só não vêm porque não sabem o que perdem”

ARBITRAGEM PREJUDICA

O Clube Académico de Bragança jogou em infantis e iniciados contra o Clube Desportivo da Póvoa


Equipa de Infantis do CAB para a época 2009/2010

O Clube Académico de Bragança (CAB) disputou, no dia 15, dois jogos nas camadas de infantis e iniciados. Com os seus dois técnicos ausentes, Tiago Asseiro e Fernando Sequeira, respectivamente, por estarem no Porto a tirar um curso de treinadores com a duração de 4 fins-de-semana, foi o próprio presidente do CAB e antigo jogador, Fernando Gomes, a assumir as funções de liderar ambas as equipas contra o Grupo Desportivo da Póvoa.
No primeiro jogo, com início marcado para as 15 horas, o resultado dos infantis ao intervalo era de 0 – 2, desfavorável à equipa da casa. Apesar de uma primeira parte bem disputada, a formação da Póvoa do Varzim estabeleceu o marcador final em 0 – 6.
Por sua vez, os iniciados, ao intervalo, já perdiam por 0 – 3. Golos marcados em apenas um minuto, após o primeiro ter nascido de uma situação irregular em que a bola, além de alta, saiu fora de campo, mas o árbitro deu seguimento à jogada. Visivelmente irritados, os academistas bem que reclamaram, no entanto, não lhes serviu de nada. O resultado final estacionou a favor dos visitantes em 1 – 4. O CAB ainda viu um golo ser anulado nos últimos dois minutos. Anulado também foi o desempenho do árbitro que influenciou negativamente a moral e o desempenho da equipa da casa.

18 de novembro de 2009

SALVEM A LINHA DO TUA


“Pare, Escute, Olhe”, de Jorge Pelicano, apresentado pela primeira vez aos seus protagonistas

A apresentação do filme “Pare, Escute, Olhe” aos seus protagonistas, que viram, pela primeira vez, “as suas estórias reflectidas numa tela”, aconteceu no esgotado Centro Cultural de Mirandela, dia 14 de Novembro.
Realizada por Jorge Pelicano, esta longa-metragem com, sensivelmente, 90 minutos, destaca-se como sendo um documentário interventivo, “que assume o ângulo do povo para traçar um retrato profundo de Trás-os-Montes”.
Este segundo filme, que estreará em Janeiro de 2010, é a continuação de um trabalho iniciado com a sua primeira película “Ainda há pastores”, rodado na Serra da Estrela. Isto porque, o realizador queria manter o tema do despovoamento. “Falar no encerramento das linhas férreas nesta região significa falar do despovoamento. Quando o comboio desaparece é porque já não há pessoas. É uma espécie de metáfora para falar neste problema que afligem tanta gente”, garante Jorge Pelicano.
“O objectivo era dar o lado que não aparece nas televisões, a vida dos que vivem próximos da linha e perceber qual a utilidade deste comboio para as pessoas. Dar uma outra visão, não para criticar os outros mas, essencialmente, para que as pessoas reflictam. Para onde caminhamos? Que futuro?”, questiona o realizador.

“Região esquecida e despovoada, vítima de promessas politicas incumpridas… A identidade do povo transmontano está em risco de submergir”

Segundo o autor, “este é um património único e, por isso, pode e deve ser rentabilizado. Não há outro semelhante em Portugal. Acreditem! Isto pode ser estruturado para criar riqueza, de forma, a fixar pessoas em Trás-os-Montes. Sem opções de emprego, os jovens partem. Os idosos são votados à solidão e ao esquecimento. As famílias separam-se porque muitos vão para o estrangeiro.” Jorge Pelicano, que demorou dois anos e meio a produzir este documentário, aponta o despovoamento como um dos principais problemas da região transmontana.
“Temos de acreditar, estarmos unidos e estabelecermos políticas que fixem as pessoas na região. Criando, por exemplo, um turismo ferroviário, como se investiu no Douro através do turismo fluvial”, defendeu o realizador, no debate após a apresentação do filme.
“O filme faz com que as pessoas se mobilizem para esta causa. Temos é de lutar todos juntos! Não pode ser como a EDP e o Governo (CP) pretendem, que é por isto debaixo de água”, argumenta.

A. Carvalho construiu esta miniatura e foi peça importante do filme

A Quercus afirma que “esta luta ainda não está perdida, pois ainda não saiu a guia definitiva. Uma comissão independente realizou um estudo para a Comissão Europeia, publicado há poucos dias, que arrasa o Plano Nacional de Barragens”, garantiu, em Mirandela, um representante da organização ambientalista.
O documentário «Pare, Escute, Olhe» destacou-se como o grande vencedor da 7.ª edição do Festival Internacional de Cinema DocLisboa, tendo arrecadado dois prémios na competição portuguesa: Melhor Longa-Metragem e Melhor Montagem, e ainda o Prémio Escolas. Para além de ter ganho, à posteriori, o principal troféu do Festival Internacional de Cinema Ambiente de Seia. Onde foi premiado com as três Campânulas de Ouro, o Grande Prémio do Ambiente, o Grande Prémio da Lusofonia e o Prémio Especial da Juventude.
ALGUNS DOS PROTAGONISTAS
 

Fátima Amaral, Ribeirinha

“A Linha do Tua é importante para nós porque não temos mais nenhum meio de transporte. Se não for o comboio, só nos resta o táxi. E muitos não têm possibilidades económicas para estar a pagar um táxi sempre que é necessário. Deixa-me triste.”


Berta Cruz, Vilarinho das Azenhas

“Estamos mal, mal! Já somos pobres e mais pobres ficaremos. A pensão é pequenina, nem para os medicamentos dá. Quanto mais pagar um táxi! São 20 euros até Mirandela, mais 20 para regressar a casa. Assim, estamos condenados ao isolamento porque poucos têm esse dinheiro.”


Pedro Fernandes, Sobreira

“A antiga auto-motora nunca devia ter saído daqui, como nunca devia ter saído de Bragança. Espanha investe na manutenção e criação de mais linhas férreas e Portugal faz precisamente o contrário. Falam no TGV como obra imperiosa, apesar do seu valor absurdo, quando aqui seria necessário apenas um investimento equivalente a uma gota de água no oceano se compararmos o custo da obra com os valores quer do TGV, quer da OTA. Esta é uma das mais belas paisagens que eu já vi!

13 de novembro de 2009

SOBRINHO TEIXEIRA REELEITO


Sobrinho Teixeira reeleito presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) com 90 por cento dos votos

No dia 5 de Novembro, Sobrinho Teixeira, candidato único, foi eleito presidente do IPB para os próximos 4 anos. Do Conselho Geral, obteve 18 votos em 20 possíveis, tendo dois em branco, o que lhe dá uma margem de vitória de 90 por cento.
Nesta nova fase de governação, Sobrinho Teixeira declara-se a favor de uma aposta em políticas diferenciadoras. “Dois terços dos alunos são de fora da região e tem de haver uma atractividade da instituição para esses alunos. Iremos investir na investigação aplicada e na ligação às empresas como forma do IPB se afirmar e para haver empregabilidade dos alunos. Iremos fazer uma grande aposta na internacionalização”, anunciou.
Depois de cumprido o formalismo eleitoral, outro dos objectos de tratamento que importa solucionar é a questão dos 140 professores em situação precária. “Por uma questão de estratégia e de justiça para com os professores. A minha vontade é que se proceda com a celeridade possível à abertura dos concursos, sendo um ponto estratégico, quer para a instituição, quer para a região. Se tivermos um corpo docente vinculado, em caso de haver um reordenamento, não seremos tão dispensáveis”, assegura o reeleito presidente do IPB.

11 de novembro de 2009

OLGA RORIZ

"DISCIPLINA"

Olga Roriz, a intérprete criadora

FACTOS

Nomeada – Olga Roriz
Tempo – 54 anos
Lugar – Teatro Municipal de Bragança
Data de Nascimento – 8 de Agosto de 1955
Signo – Leão
Maior Virtude – Disciplina
Maior defeito – Pensar que não tenho nenhum
Origem – Viana do Castelo
Ofício – Coreógrafa & Bailarina
Estado Civil – Divorciada
Religião – Católica

ENTREVISTA

1 @ Sonhava produzir um filme para o qual até já tem argumento. Esse sonho está em vias de se tornar realidade ou já se concretizou?

R: Mais que um sonho, foi uma necessidade. Na altura, essa ideia passou para o papel e, neste momento, está tudo escrito e pronto para avançar. Entretanto, apareceram outras duas oportunidades, de dois filmes que já fiz, as “Felicitações Madame” e a “Sesta”, e um terceiro, os “Interiores”, em que só falta a montagem. Estes filmes foram feitos com a Companhia, apesar de não serem registos de espectáculos e pouco terem a ver com a dança. São filmes de autor. Além de ter escrito os seus argumentos, eu era a realizadora e responsável pela montagem. O primeiro tinha quase uma hora, o segundo, 15 minutos e o terceiro, ainda não sei quanto tempo irá ter.

2 @ Então, porque é que ainda não concretizou o sonho do seu primeiro filme?

R: Não o fiz nem irei fazer tão rapidamente, porque é um orçamento extravagante e precisava de apoios.

3 @ Em traços gerais, o guião do filme versaria sobre que matéria?

R: É uma história real sobre uma mulher, bailarina, que após ficar queimada em criança, ficou com o corpo coberto de cicatrizes. Passa-se dentro de um quarto de hotel do Buçaco, onde dois homens entram na vida dela, na floresta e no Jardim do Buçaco. Agora, não posso revelar mais.

4 @ Se pudesse passar uma noite com uma personalidade mundial, seja política, desportiva, artística ou outra, em quem recairia a sua escolha?

R: Já passei noites muito interessantes com personalidades como o Mickey Rourke, num after-hours numa discoteca em Nova Iorque ou a Lady Di (Princesa Diana). Mas tenho dificuldade em eleger alguém. Se tivesse de escolher, seria um actor de cinema. Porque são pessoas que fazem parte do universo criativo, da minha cultura e algumas gostava de perceber se serão tão interessantes e inteligentes como aparentam ser. Como, por exemplo, o Jeremy Irons.

5 @ Três características obrigatórias num homem para, em potência, ser alvo do sexo feminino?

R: Eu só posso falar por mim e não pelo sexo feminino. Mas pelo meu gosto, prefiro homens femininos (“bem tratados”), magros, muito magros e inteligentes.

"Nortada", a peça que Olga dedica aos seus pais

6 @ Se não trabalhasse como bailarina e coreógrafa, que carreira ou empreendimento gostaria de ter conseguido?

R: Qualquer coisa relacionada com a arte, em criar ilusões. Escrever talvez, como actriz ou mesmo na arquitectura. Fiz um curso de Design de Interiores, ou seja, outra carreira teria de se basear na criação.

7 @ Se a vida selvagem fosse um filme, uma vez que os cientistas alegaram, ultimamente, que dois terços das espécies estão em risco de extinção, que animal interpretaria?

R: Uma leoa, claro. Aquela que vai à caça, sempre a trabalhar de um lado para o outro.

8 @ O que considera ser inaceitável num ser humano?

R: A violência gratuita!

9 @ A Olga prefere dançar ou coreografar?

R: Dançar e coreografar! Quando essas duas coisas estão juntas, que é o caso de quando eu danço os meus próprios solos, é, realmente, um sítio, um local muito especial. É incomparável! Agora, também já não danço muito. Criei o meu último solo há uma década, dancei-o, por acaso, ainda este ano. Mas vou começar terça-feira com outro solo (dia 10 de Novembro) e esse momento de união da coreógrafa, da intérprete criadora, é muito forte e especial, onde o corpo e a mente, as possibilidades e impossibilidades, se conjugam em palco e em simultâneo! Essa solidão de estar sozinha, essa exposição, é o que eu mais aprecio. Hei-de ter para sempre, essa manifesta vontade de estar no palco. Na minha forma de dançar, há especificidades que são só minhas, que não as consigo transmitir a ninguém, uma qualidade de movimento, uma forma de estar em palco, que ainda posso dar.

10 @ Durante uma vida de artista, bebeu imensas influências e criatividades ambíguas. Actualmente, o que mais a inspira?

R: Na dança pouco me inspiro. Apesar de me compararem, desde o início da minha carreira, com a Pina Baus (coreógrafa alemã brilhante de dança de teatro). Mas, é mais no cinema, na literatura e no teatro, que bebo grande parte das minhas influências. Também estou sempre atenta ao que me rodeia. Dessa forma, percebo o ambiente e colho dele alguma da minha inspiração. Bem como, daquilo que eu penso e sinto.

"Pedro e Inês", outra criação de sucesso da bailarina e coreógrafa

11 @ Uma viagem de sonho consigo teria que país desconhecido ou cidade como destino?

R: Ainda há uma cidade a que eu gostaria de ir, apesar de ter medo, e que é Buenos Aires! O tango para mim… Eu sou muito sensível, choro por qualquer coisinha. Tenho a impressão de que se chegasse a essa cidade, uma referência a nível cultural, nem sei o que faria, talvez sentar-me numa qualquer praça e ficar imóvel a contemplá-la.

12 @ Defina-me em 3 palavras a mulher do século XXI?

R: O problema é a generalidade porque eu sinto-me à parte. Há, por um lado, uma obstinação grande da mulher em alcançar certos degraus nas várias carreiras e, por outro, uma baralhação, na forma de o conseguir. Nem todas as mulheres, assim como nem todos os homens, têm direito a certas posições. Esta equiparação com o homem traz a competição, que pode ser ou não saudável. É preciso é saber se essa afirmação, se essas mulheres ao atingirem determinados patamares, o fizeram da forma mais correcta. Ou se é pela sua linda cara…

13 @ Então defina-me em três palavras, o seu conceito ideal da mulher do século XXI? Independente, poderia ser uma das possibilidades…

R: Eu gostaria muito que assim fosse. Elas também gostariam de o ser. Inclusive, independentes dos maridos. Mas eu penso que continuam a cair naquele conceito de que o homem tem a responsabilidade de tratar da casa, da família, trazendo o seu sustento. Se perguntar, realmente, a cada uma delas, vai ver que ainda é assim. E há muitas mulheres que fazem por isso, se fosse possível não fazerem nada, adoravam! Mas, respondendo à sua pergunta, inteligente, independente e saber manter-se bela.

14 @ Se a dança tivesse um sinónimo, qual seria?

R: Se eu lhe der um sinónimo, outros ficarão de fora. Essa pergunta é extremamente redutora. Catalogar coisas como o livro ou o filme da sua vida, espero nunca ser assim. Não ter só um livro, um filme ou uma pessoa na minha vida. Essa unidade é limitar completamente o espaço e o tempo da nossa vivência Não sou bipolar nem esquizofrénica, mas tenho uma série de gostos e a dança tem uma série de sinónimos. Não digo um porque seria reduzir a dança apenas a uma palavra ou a um sentimento, quando significa muito mais do que isso.

15 @ O que é que continua a atrasar Portugal?

R: Primeiro que tudo, a falta de disciplina. Não precisamos trabalhar mais, precisamos é de trabalhar melhor! Com disciplina e método de trabalho.

16 @ É o conselho que dá às pessoas?

R: Sim! Até para termos o prazer de não fazer nada e podermos pastar no sofá a ver um filme de domingo! É algo que eu adoro fazer, mas depois do dever cumprido.

USO E PORTE DE ARMA

Nova Lei das Armas obriga a actualizar Licença de Uso e Porte de Arma de cinco em cinco anos

Durante duas semanas, decorreu na Carreira de Tiro de Macedo de Cavaleiros, a primeira actualização para a Licença de Uso e Porte de Arma de Defesa B1, necessária com a nova lei das armas que entrou em vigor.
“Este é o primeiro ano em que esta licença de actualização é obrigatória, se as pessoas não a fizerem, lhe é renovada a respectiva licença. Não é o pedido inicial, nem a primeira formação, é uma actualização que tem de ser feita de 5 em 5 anos, segundo a nova Lei das Armas”, refere António Madureira, Chefe do Núcleo de Armas e Explosivos.
Num só dia, por sessão, eram convocadas, em média, 15 pessoas que faziam a actualização. A primeira fase, em sala no Comando de Bragança, teve que ver com a parte jurídica, regras de segurança, montar e desmontar armas. Durante a tarde, numa segunda fase, era administrada a parte prática, com três sessões de tiro de precisão de 5, 7 e 10 metros de distância com 5 munições cada. O alvo vai de 1 a 5, é de pontuação porque tem de haver uma referência que, neste caso, é o cinco, sendo também o centro do alvo. Ambas as fases tiveram três horas de duração.
“O importante não é a pontuação em si, mas antes as pessoas saberem, de forma consciente, aquilo que devem fazer quando com uma arma na mão”, revela o responsável máximo na carreira de tiro.
Se uma pessoa, por qualquer motivo, faltasse à primeira convocatória, era convocada uma segunda vez. Caso também não comparecesse, então, era-lhe retirada a licença de uso e porte de arma.


Da esq. para a drt: António Madureira, um formando e Giordano

Foram convocados, aproximadamente, segundo António Madureira, 250 pessoas. Todos os participantes conseguiram obter a actualização da Licença, um saldo excepcionalmente positivo de 100 por cento. Apesar de Madureira, garantir um processo rigoroso, em que os aprovados cumprem todas as regras, sobretudo, no campo de tiro. “A actualização tem corrido de forma excepcional, as pessoas têm cumprido as regras”. “Não se trata de serem bons atiradores, trata-se de não quebrarem as normas e regras de segurança e respeitarem as pessoas que estão ao lado na carreira de tiro. Isso é o essencial!”, garante o responsável.
Se alguém quebrasse uma regra de segurança, não seria imediatamente eliminado. Teria uma segunda oportunidade num noutro dia. Aí sim, se voltasse a comprometer outra regra de segurança, seria reprovado. Ficando sem Licença de Uso e Porte de Arma.
Com a alteração à Lei das Armas, esta iniciativa decorrerá anualmente, sendo que, relativamente a armas de defesa, será necessária actualizar a licença de 5 em cinco anos. Nas armas de caça, essa actualização já só acontecerá de 10 em 10 anos.

O AUTISMO NÃO É UMA DOENÇA

Inaugurada a primeira Unidade de Ensino Estruturado do distrito de Bragança em festa de recepção aos professores do concelho de Vinhais

Em Vinhais, sexta-feira passada, inaugurou-se a primeira Unidade de Ensino Estruturado do distrito de Bragança. Aberta das 9 às 17:30, na Escola do 1º Ciclo da vila, recebe alunos com necessidades educativas especiais, cuja problemática se enquadra no espectro do autismo. Para além de admitir crianças provenientes dos concelhos limítrofes, esta Unidade de Ensino Estruturado para Alunos com Autismo (UEEA) é, de momento, constituída por duas professoras especializadas (Celmira Macedo e Cristina Gonçalves), duas auxiliares de acção educativa (Eduarda Santos e Sónia Eiras), uma psicóloga, três terapeutas (fisioterapia, musicoterapia e terapia da fala) e cinco meninos. Três são de Vinhais e dois residem no concelho de Mirandela.
Celmira Macedo, docente de Educação Especial, desvenda o objectivo desta unidade. “Iremos garantir que as crianças tenham qualidade de vida e de trabalho, potenciando as áreas fortes do autismo e trabalhar as áreas fracas, a área do comportamento, da interacção social, algumas áreas da aprendizagem e da comunicação, como a linguagem”. Para tal, a equipa afecta à unidade vai procurar, acima de tudo, reunir a criança, a família e o seu contexto social.
As cinco crianças integradas em Vinhais poderão, eventualmente, receber mais um colega, já que, o limite legal de cada UEEA é de seis alunos.

Celmira Macedo, docente

Câmara, Agrupamento de Escola e DREN uniram-se para apoiar crianças com necessidades especiais

A criação da unidade resulta de um projecto da Câmara Municipal de Vinhais (CMV), em parceria com o Agrupamento de Escolas D. Afonso III de Vinhais, e com o apoio da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN). A iniciativa resultou num investimento, quer em termos de recuperação da sala, quer na aquisição de imobiliário indicado especificamente para crianças autistas, que rondou os dez mil euros.
“Em todos os projectos que haja uma contribuição para o bem-estar dos alunos, a Câmara de Vinhais não hesita e tem-no demonstrado desde o início, indo de encontro a todas as solicitações do Agrupamento que venham nesse sentido. Esta foi mais uma aposta, um desafio colocado há cerca de meio ano, ao qual dissemos sim de imediato”, revela o vereador da Educação da CMV, Roberto Afonso.
Manuela Rocha, mãe do Martim, um aluno de 9 anos integrado na unidade e que sofre de perturbações do espectro do autismo, mostra-se satisfeita por haver no concelho um sítio indicado para crianças com necessidades especiais. “Este é um espaço necessário em qualquer lugar onde haja um menino com autismo”, afirma.

Manuela Rocha, mãe de Martim

Esta inauguração aconteceu em ambiente de festa e com direito a lanche, uma vez que, à semelhança dos anos anteriores, se deu as boas-vindas à Comunidade Educativa do concelho. No início deste encontro, teve lugar uma visita ao Centro de Interpretação do Parque Natural de Montesinho. De seguida, na E.B.1 de Vinhais, realizou-se a Festa de Recepção ao Professor, que pretendeu “promover o convívio e viabilizar a integração da comunidade docente, para além de contribuir, em simultâneo, para o fortalecimento dos laços entre professores e município”, explicou o presidente da autarquia, Américo Pereira.

“Faz um esforço para compreender”

“O meu desenvolvimento não é absurdo, ainda que não seja fácil de compreender. Tem a sua própria lógica e muitas das condutas a que chamas “alteradas”, são formas de enfrentar o mundo segundo a minha maneira especial de ser e perceber. Faz um esforço para compreender.” Angel Riviére, 1996

9 de novembro de 2009

SEMANA DO CALOIRO 2009

"Superou as expectativas" apesar das15 detenções por embriaguez, uma na sequência de um acidente

Na Recepção ao Caloiro de Mirandela, bem como na Semana do Caloiro em Bragança, cidades onde estão matriculados, no ensino superior, cerca de 6500 alunos, a Polícia de Segurança Pública (PSP) fiscalizou mais de 400 condutores, entre 23 de Outubro e 8 de Novembro.
Procurando prevenir, o Comando da PSP de Bragança incrementou a sua acção de visibilidade, em particular nos períodos e locais de maior risco. Assim, submeteu ao teste de pesquisa de álcool no sangue 302 condutores, dos quais 15 ficaram detidos por condução em estado de embriaguez, sendo que um foi detido na sequência de um acidente de que resultaram apenas danos materiais. Relativamente a contra-ordenações por excesso de álcool, houve, no total doze, sendo 10 muito graves (TAS álcool entre 0,8 e 1,19 g/l) e duas graves (TAS entre 0,5 e 0,79 g/l). Para além do álcool, obtiveram-se mais 10 contra-ordenações por infracções várias.

Quanto a resultados finais, a “Semana do Caloiro superou as nossas expectativas, felizmente, correu tudo bem, deu para suportar todos os encargos assumidos e isso era o mais importante”. “Claro que gostaríamos de ter tido um cartaz superior, mas tinha que se adequar às nossas possibilidades, ou seja, fizemos o melhor com as condições de que dispúnhamos”, adiantou o presidente da Associação de Estudantes do Instituto Politécnico de Bragança, Bruno Miranda.




















6 de novembro de 2009

JOÃO CUTILEIRO

“A preguiça é um dos grandes motores da história”


FACTOS


Nomeado – João Cutileiro
Tempo – 72 anos
Lugar – Centro de Arte Contemporânea Graça Morais
Signo – Caranguejo
Origem – Lisboa
Ofício – Artista

ENTREVISTA

1 @ Durante uma vida de artista, bebeu de muitas influências e criatividades distintas, actualmente, o que mais o inspira?

R: O Cutty Sark! Em termos de bebida…

2 @ E em termos de vida?

R: Os corpos das pessoas que me rodeiam.

3 @ As suas obras são geradoras de ódios e paixões. Adora mexer com as consciências?

R: Eu nem sei bem o que são as consciências dos outros. Ficava muito triste se as coisas que eu faço passassem por cima das pessoas como chuva numa boa gabardina. Quando se faz qualquer coisa, espera-se do outro lado uma reacção boa ou má, mas, pelo menos, uma reacção.

4 @ Esculpir é uma afirmação da realidade da sua própria existência. E a fotografia e o desenho, como os considera?

R: São a mesma coisa. São registos do que me rodeia, coisas que são importantes para mim.

5 @ Autenticidade e economia na concepção do modelo são os grandes objectivos dos seus trabalhos. Explique-nos estes dois conceitos?

R: A preguiça é um dos grandes motores da história. Por isso, a economia de esforços para se obter o mesmo efeito é sempre uma coisa muito positiva. Gastar menos energia, se possível, e tempo, e ao fazê-lo, estamos a ser autênticos.

6 @ A sua preocupação passa por ser autêntico?

R: Não tenho nenhuma preocupação dessas. Aliás, quando se tem essa preocupação fica-se igual aos outros.

7 @ Um artista que sonhe um dia ser reconhecido pelo seu trabalho não pode tocar em nus por ainda serem, na sociedade portuguesa, um tabu?

R: Pelos vistos, há muitos tabus. Como se viu agora com Saramago. O facto de ser tabu ou não, para mim, não é, particularmente, importante.

8 @ O ambiente dos corpos femininos é o seu tema preferido?

R: Tenho outros, mas o corpo feminino talvez seja o tema mais recorrente.

9 @ As suas obras nascem como? De inspiração divina ou de paixões, receios e cenas intimistas? Nomeadamente, as suas meninas…

R: De tudo aquilo que acabou de mencionar.

10 @ Considera ser o motivo pelo qual, nos anos 80, se deu a grande viragem da escultura portuguesa e consequente ruptura com a estatuária oficial?

R: Dizem isso e quem sou eu para contrariar. Não foi de propósito!
11 @ Ainda se lembra qual a sua primeira obra de arte pública?

R: A primeira peça que eu fiz para o público, em 1957 ou 58, desapareceu, foi roubada há poucos anos. Estava colocada frente a uma pastelaria chamada Suprema na Avenida de Roma em Lisboa. Um dia fui lá, dirigi-me ao homem da pastelaria, perguntei-lhe pela peça e ele respondeu-me: “Isso queria eu saber!”

12 @ Depois de correr meio mundo e regressar, definitivamente, a Portugal em 1970, quais os locais ou cidades que lhe produziram mais encantamento?

R: Manhattan, Londres, Paris, Lisboa e Évora.

13 @ Erguida na cidade de Lagos, na praça Gil Eanes, está uma das suas obras mais polémicas, "D.Sebastião”, pela qual recebeu críticas ferozes e elogios rasgados. Que outra obra sua causou semelhante polémica?

R: O Memorial ao 25 de Abril no Alto do Parque Eduardo VII. Uma escultura que ainda não foi completamente digerida.

14 @ Permanece na crença de que é, e passo a citá-lo, "um fazedor de objectos decorativos destinados à burguesia intelectual do ocidente"?

R: Pois, claro! Todos os artistas são fazedores de objectos decorativos.

15 @ Que é que lhe dá mais prazer, o desenho, a fotografia ou a escultura? Ou são todas obras de arte por igual?

R: Depende do momento. Mas se tiver, por exemplo, a fazer fotografia, naquele preciso momento, é aquilo que eu mais gosto.

16 @ Depois de Dortmund, Bruxelas e Luxemburgo, com uma exposição na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa, outra na conceituada Jones Gallery, em Nova Iorque, onde gostaria ainda de levar o fruto da sua multifacetada obra?

R: Não sou esquisito! A qualquer lado… Conforme a entidade e o interesse que ela demonstre por mim. Nunca pensei expor em Bragança! Não fosse o convite deste centro, deste director.

17 @ Que obra lhe proporcionou mais interesse concluir?

R: A que há-de vir!

O ORIENTE NO OCIDENTE


“Impressões do Oriente” em exposição no Museu do Abade de Baçal

Inaugurada no dia 23 de Outubro, a exposição fotográfica de originais do século XIX remete-nos para a “Antiguidade Oriental antes da Arqueologia”. “Impressões do Oriente”, de seu nome, esta colectânea de obras exibidas ao público no Museu do Abade de Baçal, vem para Bragança devido ao esforço do Instituto dos Museus e da Conservação. José Pessoa, comissário desta mostra em particular e técnico de fotografia e radiografia para a Conservação de Obras de Arte, decifra-nos esta colecção, “são cerca de 70 provas do século XIX, as primeiras fotografias que chegaram à Europa vindas do Oriente. São imagens entre 1850 e 1890 que encontrámos nos espólios de vários museus, algumas provas soltas que nos permitiram constituir este conjunto que nos mostra monumentos, ruas, poços, rios, animais e as vidas das gentes do Oriente antes da chegada da arqueologia e do turismo”.
Além das fotografias, reuniu-se algum material que existia no Museu da Escola de Arqueologia e que contribui para aumentar o grau de interesse da colecção apresentada em Bragança, nomeadamente, uma câmara de 1860, outra de 1880 e, ainda, outra de 1890, que nos mostram três etapas fundamentais da história do processo fotográfico.

Na antítese do Ocidente, os processos fotográficos eram tão complicados que cada fotógrafo precisava de uma tenda e de uma logística enorme para poder executar o seu trabalho. Com elevadas temperaturas, ficavam sujeitos a terríveis vapores químicos como o cianeto de potássio. No entanto, as dificuldades do Oriente desempenharam um grande teste para a fotografia e para a sua evolução técnica, resultando num impacto transversal na Europa daquele tempo. Este fenómeno permitiu, assim, um desenvolvimento da arqueologia, da história e do “interesse pelo passado em relação ao futuro”, regista José Pessoa.

POLIFONIA EM "BODAS DE PRATA"


Celebração dos 25 anos da Associação Coral Brigantino Nossa Senhora das Graças

No dia 24 de Outubro, o Teatro Municipal de Bragança acolheu o XII Encontro Internacional de Grupos Corais. A iniciativa contou com a participação do Coral Brigantino Infantil, do Coral Brigantino Infanto-Juvenil, do Coral Brigantino e, por último, mas não menos importante, o Coro Ángel Barja JJMM – ULE, oriundo de Léon (Espanha).
O Coral Brigantino Infantil, bem como o Infanto-juvenil, ambos sob a direcção de Natália Lourenço, estiveram bem afinados e providenciaram um particular encanto animado ao público presente, neste Outono Polifónico 2009.
Fundada em 24 de Outubro de 1984, por Octávio Sobrinho, padre e seu primeiro director artístico, a Associação Coral Brigantino cumpriu, neste fim-de-semana, um quarto de século. Tendo como premissa a execução da música coral polifónica, este grupo de cantores participou já em centenas de concertos e encontros por todo o país, Espanha e França.
Através de um repertório eclético, preenche caminhos que vão desde a música Sacra, passando pela música popular portuguesa e do mundo, mas com especial destaque para as canções regionais, designadamente as de língua Mirandesa.