29 de maio de 2010

AGREDIDOS TIPO FILME

Um conflito antigo entre vizinhos terá estado na origem de várias agressões entre uma família e agentes da autoridade

A 19 de Maio, por volta das 18 e 30, uma viatura da Escola Segura da PSP deslocou-se ao Bairro das Cantarias, após uma chamada para a central que referia um desentendimento entre vizinhos. De um lado, a família de um ex-militar da GNR, agora, reformado. Do outro, uma família de 10 elementos. A separá-las encontra-se, apenas, um terreno baldio. Ao que parece, foi sobre esse mesmo local que as agressões foram consumadas. Mas esta história não vem de agora. A família Remondes acusa o militar reformado de ter envenenado dois dos seus cães, há anos atrás, e a filha deste de ter tentado atropelar dois garotos, no próprio dia das agressões.
“O vizinho acusou-me a mim e ao meu primo, várias vezes, de roubar um plasma e um computador de sua casa e a minha mãe foi lá tirar justificações com ele”, explica Marco Remondes.
Segundo o rapaz, foi a própria mãe a chamar as autoridades. “A polícia, em vez de tentar resolver as coisas a bem, começou, logo, a agredir a minha mãe e a minha tia”, garante.
A avó de Marco Bernardo revela emocionada: “Sei bem o leite que lhe dei de mamar, já há 40 anos que estamos aqui e foi, também, aqui, que eu criei os meus sete filhos. Eu conheço bem o neto que tenho e ele não seria capaz de fazer aquilo”.
Uma das alegadas agredidas, a tia do jovem, Sónia Remondes, afiança que têm provas da agressão. “Chamámos a polícia para resolver um caso entre vizinhos, somos agredidas, sem motivo, e, ainda, por cima, ficamos detidas A minha irmã mais que eu, que tem o braço ao peito e as costas todas lanhadas”, declara revoltada. “O cidadão não tem por que ser maltratado desta maneira”, protesta.
“Recusei-me a ir com eles para a esquadra e eles subiram a rampa e deitaram-se em cima de mim, Foi aí que a minha irmã me tentou defender. Um ficou comigo e outro com ela, quando lhe rompi a camisa. Ele diz que o deitei ao chão, mas isso é mentira. Oxalá eu tivesse a força para o fazer! Se eu fosse homem, tinha-o matado nesse dia”, admite a tia do jovem acusado de roubo pelo vizinho. Nessa altura, segundo ela, os seus sobrinhos saíram do carro para as defender. “O meu irmão deficiente, também, nos ia defender quando o polícia lhe disse: E tu está quietinho senão tiro já a arma e levas 2 tiros”, testemunha.


A versão da polícia manifesta que a agressão partiu das duas irmãs, de 30 e 34 anos. Mas, Marco Remondes contraria-a: “Nós virámo-nos os 5 a eles, mas, só quando agredirem a minha mãe e a minha tia. Enquanto eram dois polícias, não tiveram hipótese! Depois, vieram mais 3 carros patrulha”.
A avó diz que, apenas, quando sentiu os gritos, se aproximou da via pública onde decorriam os desacatos. “Só ouvia: Deixai-me! Deixai-me! Já estavam, então, a vingar na minha filha, a malhá-la. Levaram-na de rastos ali por uma ribanceira abaixo. A única defesa dela foi morder um guarda”, afiança. A sua tia, ainda, vai mais longe: “Separaram-nos. Eu fui numa viatura da polícia com o meu marido. A minha irmã foi sozinha noutra e deram-lhe uma grande coça a caminho da esquadra”.
Os primeiros dois agentes da PSP a chegar ao local, ainda, receberam tratamento hospitalar, bem como uma das envolvidas, a mãe do rapaz acusado pelo vizinho de 53 anos, mas ninguém careceu de internamento. As duas mulheres foram conduzidas à esquadra, onde estiveram mais de 4 horas, não ficando detidas, tendo comparecido, no dia seguinte, no tribunal. Entretanto, o caso foi entregue ao Ministério Público para investigação e, só depois, o tribunal decidirá sobre as medidas de coacção adequadas.

BRAGANÇA FASHION

Bragança é mais que Moda. Marisa Cruz foi a cereja no topo do bolo e Momentum-Crew a surpresa da noite

No dia 21 de Maio, desfilou em alta rotação mais uma produção de moda a envolver o comércio local projectada pela Associação Comercial Industrial e Serviços de Bragança (ACISB). Na Praça Camões, em pleno “Bragança é Moda”, Marisa Cruz foi a anfitriã de serviço, enquanto que, no desfile, Joaquim e Andreia Teles foram as caras de destaque, agenciadas pela Best Models (na foto).
Mas não foi só de sensualidade sobre a passerelle que respirou este espectáculo artístico multicolor, houve, também, música a solo com a artista Nicinha, e um grupo de dança contemporânea de nome Momentum-Crew (campeões nacionais de bboying) que deixou a audiência, simultaneamente, estupefacta e fascinada pela sua conjectura ilimitada de movimentos acrobáticos sob um bassline poderoso de hip-hop.


As crianças enalteceram, como, de resto, já é habitual, o muito público que, nem por isso, se fez sentir, apesar de uma noite fogosa de Maio. A apresentadora, ainda, tentou por diversas vezes incendiar os ânimos, mas, nem assim, a multidão decidiu alinhar, mostrando-se bastante tímida na maior parte dos momentos, exceptuando no desfilar dos mais novos.
Contudo, o presidente da ACISB, José Carvalho, elogiou o público e referenciou o elevado número de pessoas presentes. Afirmou, ainda, que esta produção tem vindo a evoluir, transitando de um desfile de moda para um “autêntico espectáculo”, que envolve, agora, música e dança e, essencialmente, a integração da comunidade, quer através do casting para 10 jovens, quer através da tão aclamada participação das crianças na passerelle da fama.

QUIM BARREIROS

UMA SAUDADE MENOR


FACTOS

Nome – Quim Barreiros
Residência – Viana do Castelo, Vila Praia de Âncora
Profissão – Músico, cantor
Signo – Gémeos
Maior defeito – Trabalhar demais
Maior virtude – Honesto e humilde


ENTREVISTA

1 @ Esta não é a sua primeira vez em Bragança. Qual é a sua opinião acerca desta cidade?

R: Esta deve ser a vigésima ou a trigésima vez que venho a Bragança! Há muitos anos que venho e fico sempre feliz por saber que esta cidade está cada vez maior. Cresce! Cada vez mais bonita…

2 @ Já percorreu o país e o mundo? Qual foi o local onde lhe deu mais prazer tocar?

R: Tudo! Nas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo! Agora, não há preferência! Não há cidades em que eu mais goste de tocar! Há povos e povos, terras e terras, públicos, uns mais expansivos que outros, uns mais alegres que outros, mas, no fundo, acabam todos por gostar, pois as casas onde eu vou estão sempre cheias!

3 @ Diga-nos, então, um país que o tenha marcado mesmo muito?

R: O Brasil! Quando fui a primeira vez impressionou-me muito… Já há 30 e tal anos…

4 @ Continua a ir com a mesma frequência ao estrangeiro do que ia aqui há 20 ou 30 anos?

R: Já não! Hoje, a emigração está mais difícil! Há menos saudade… Sobretudo, desde que a televisão chegou a casa dos emigrantes que a saudade é menor. Agora, trabalho menos no estrangeiro e quando vou é de férias…

5 @ Qual é que foi a época áurea para o Quim e para todos os artistas que, à sua semelhança, se deslocavam de Portugal ao estrangeiro em concertos?

R: Os anos 70 e 80 foram os melhores! Havia muito trabalho e pagavam muito bem!

6 @ Com quase 40 anos de carreira na exportação de portugalidade, o Quim Barreiros tem vindo a observar o desenvolvimento ou, ultimamente, o retrocesso do país. Como é que classifica o actual estado de coisas?

R: Uma maravilha! Sempre a melhorar, pois vejo cada vez mais pessoas que ganham dinheiro sem trabalhar. Qualquer dia ninguém faz nada. Até eu, qualquer dia, fico em casa a receber o meu…

7 @ Estamos condenados a viver neste constante estado de crise nacional?

R: Acho que devíamos todos colaborar! Ir buscar grandes homens para comandar o país como o Vale e Azevedo e outros, desses “processos”…

8 @ Acha que a corrupção é o problema?

R: Que nada! A corrupção é o motor da economia… Faz o país andar para a frente! Alguém tem de roubar! Uma vez uns, outra vez vão para lá outros…

9 @ Se pudesse escolher um político para governar os destinos de Portugal, quem seria a personagem?

R: José Sócrates! Mantinha a mesma equipa porque não há outros que façam melhor.

10 @ Se pudesse passar uma noite com uma personalidade nacional ou mundial, política, desportiva, cultural ou outra, em quem recairia a sua escolha? Porquê?

R: Mas quê? Na cama? Com a minha mulher…


11 @ Qual é o animal com que mais se identifica?

R: Eu acho que um dragão!

12 @ É adepto do FC Porto?

R: Sou sócio! Muito orgulho…

13 @ Mas este ano o campeonato foi para o Benfica?

R: Este ano o campeonato foi entregue ao Benfica, por isso temos de ser benfiquistas! Embora, tenham capado a nossa equipa e a do Braga. De resto, tiraram-nos os nossos melhores jogadores num momento crucial! Mas, também, acho que alguns portugueses merecem, de 5 em 5 anos, uma alegria.

14 @ Gosta de dançar?

R: Eu sou mau bailarino porque toda a minha vida toquei para os outros dançarem…

15 @ O que é que considera ser inaceitável num ser humano?

R: Há tantas coisas inaceitáveis… A falta de honestidade, a traição, o egoísmo, a falta de humanismo…

16 @ O que é que gosta de ouvir?

R: A minha mulher a ralhar comigo!

17 @ E rádio ou televisão?

R: Só os noticiários… E os jogos de futebol…

18 @ E música?

R: Eu não oiço música!

19 @ Então onde é que se inspira?
R: No bacalhau! Em tudo aquilo que mexe com as pessoas…

20 @ Se pudesse pedir três desejos…

R: Saúde, saúde, saúde!

26 de maio de 2010

UMA ALDEIA SEM FESTA

Lamas de Cavalo é uma aldeia que parou no tempo envelhecido das memórias e da qual só resta “quase ninguém”

Constituem a freguesia de Alvites, Mirandela, 4 aldeias. São elas: Alvites, Açoreira, Vale de Lagoa e Lamas de Cavalo. A última, o motivo desta reportagem, tem uma população fixa de 25 habitantes. Talvez por essa razão, tenha sido a contemplada. Monumentos ou locais históricos não possui, nem públicos, para além da Capela do Divino Espírito Santo, padroeiro da aldeia. Mas possui algo, ainda, mais importante. Pessoas. E foi por elas e pela sua opinião que nos deslocámos entre montes até um destino completamente desconhecido. Ouviu-se falar numa aldeia quase fantasma, com apenas seis pessoas, mas Nuno do Nascimento usou e abusou das somas matemáticas e, sem recurso a uma calculadora, descreveu toda e qualquer pessoa, parando, somente, no resultado final: 25. Eu confio. Operado à coluna, depois de ter sido colhido por um carro, encontrando-se, agora, fisicamente limitado por umas canadianas, este agricultor na reforma revela o seu íntimo: “agora não sou nada”. Mas eu não quero, simplesmente, acreditar. Sentámo-nos à conversa, pela sombra de uma brisa fresca, quando ele me diz como ocupa o seu tempo. “Tenho uma horta pequena mais acima e, assim, entretenho-me. Também, tenho uma propriedade maior, mas essa nem sequer vou lá”, assopra, talvez, por princípio de conversa.
Perguntei, então, se no Verão havia festa, um costume antigo das aldeias, e se vinham emigrantes de férias. “Já há muitos anos que isto não tem gente para fazer festa. Temos uma população envelhecida, quase toda reformada, só meia dúzia é que ainda trabalha. No Verão, há poucos emigrantes que regressam, alguns 2 ou 3”, responde Nascimento.
Entretanto, de dentro de casa saiu uma senhora, sua esposa, que se sentou ao nosso lado e sentiu confiança suficiente para desabafar: “Eu, infelizmente, estou aqui no deserto. Eu sou de Paradela e só estou aqui por causa do meu marido, porque é de cá e tem aqui o coração dele. Mas eu não gosto disto! Por mim, já estava em Paradela, que tenho lá família e aqui não tenho ninguém, sou só eu e ele. Portanto, veja lá o que eu posso aqui estar de contente”.
Ana Céu, 77 anos, veio para Lamas de Cavalo quando casou com Nascimento. “Tinha 32 anos incompletos”, faz referência. Nessa época, segundo o seu marido, as casas estavam todas habitadas, isto em 1965. “Uns morreram, outros partiram para Lisboa e para França, mas eram mais de 100 pessoas aqui na aldeia”, testemunha o octogenário.

Sem festa, sem emigrantes de regresso no Verão, sem transportes, Lamas de Cavalo é uma aldeia próxima de muitas outras, mas, simultaneamente, distante de tudo e todos

Sem autocarros públicos ou privados a cruzar Lamas de Cavalo, a população, sempre que pretende fazer deslocar-se, tem de chamar um carro de praça de Mirandela. São 15 euros numa viagem que, na maior parte das vezes, representa um considerável rombo na demasiado magra pensão de reforma.
“Ainda na segunda-feira, o meu marido foi ao Porto fazer um exame, saiu ainda não eram as 6 horas e entrou-me em casa já passava da meia-noite e eu sozinha aqui. Veja, se eu tenho razão… Ainda cá veio a minha cunhada de Paradela e a sua vizinha. Telefonaram-me a perguntar se ele já tinha vindo, eu disse-lhes: ainda não veio; então, vieram elas, entretanto, fazer-me companhia. Só se foram embora depois de me telefonarem do hospital a dizer que tinham chegado a Mirandela e que ele já vinha para cima”, apregoa Ana Céu, algo inconformada com a solidão e, ainda, na fé da tentativa de convencer o marido a mudar de poiso.
Questionados sobre que futuro provável estará reservado para o local que os acolhe, a esposa de Nascimento não tem dúvidas: “Daqui a 10 ou 20 anos, o futuro desta aldeia é ficaram cá duas famílias”. Já o seu cônjuge suspeita que não demorará tanto tempo a permanecerem, apenas, 2 ou 3 casas habitadas.
“A gente que aqui há, idosa, quando for daqui a 10 anos já cá não estão. Poderá haver meia dúzia de pessoas. Há aqui 3 ou 4 com quase 90 anos e outras de 85, 84 e por aí. Com 30 e tal anos, são 2 ou 3. Mocidade nova há só 1 rapazito, nada, anda com meia dúzia de ovelhas que aí tem”, revela, sem esperança pela consciência da realidade, este agricultor de tempos idos.
A família de Nascimento não termina em Lamas de Cavalo: “tenho três irmãs mas estão casadas todas fora e não vêm para aqui, os sobrinhos também não vêm, de vez em quando fazem uma visita, nas férias, mas é raro”, confessa como quem não admite solidão. “Uns vivem em Macedo, têm um trabalho de categoria, são mecânicos, mas não vêm para aqui”, completa Ana Céu, a sentença do seu marido, sabendo que terão de continuar a viver, praticamente, sozinhos. Ele conformado com a solidão. Ela não!

"Nem dá para comer"


António Ramos, nascido em Lamas de Cavalo, e Maria Fernanda, 83 e 51 anos, respectivamente, estão casados e residem, actualmente, em Mirandela. Ambos lamentam a falta de escoamento dos produtos originários das aldeias. “Isto não dá para comer. Os lavradores têm de abandonar as aldeias porque não têm maneira de vender. Semeiam-se as batatas e não há quem as compre, o mesmo acontece com o centeio e com o azeite. Os produtos não têm saída! Não se cultiva e é por isso que não está cá ninguém. Pode dar a volta à aldeia e não encontra mais de 3 pessoas. Andam a dizer que dão e, depois, não dão nada! Tenho um subsídio de azeite no valor de 3283 euros para receber e nunca mais me pagam. Eu também tenho cereja, mas o agricultor não consegue escoar os seus produtos", afirmam, revoltados contra o Governo por não tomar medidas adequadas e não conseguir ultrapassar o estado de crise, "que não é de agora", relembra. "O ano passado, vendemos o quilo da cereja a 80 cêntimos a um hipermercado. E depois, em Mirandela, vende-se a 5 e 6 euros o quilo. Como é que é possível? É o mesmo preço a que está no Porto. Quem ganha, de facto, o dinheiro são os revendedores. Vendi diospiros por 40 cêntimos o quilo e vi-os depois à venda a 1.97 euros. Mesmo a cereja, não há mulheres para a apanha. O agricultor, por vezes, em vez de vender os seus produtos, tem de os dar", acrescenta António Ramos.

EM ESTREIA NA CEREJA

Primeira Feira da Cereja em Mascarenhas permite aos agricultores da aldeia rentabilizar o autêntico produto da terra

Durante o fim-de-semana passado, decorreu a 1ª Feira da Cereja de Mascarenhas. Com expositores, apenas, da aldeia, esta iniciativa permitiu aos agricultores darem a conhecer um produto típico daquela região e terem um rendimento extra bastante considerável, pois venderam o quilo da cereja a 4 e 5 euros o quilo. Praticamente, o mesmo preço a que a cereja é vendida nos super e hipermercados, providenciando aos agricultores uma oportunidade única, a de ganharem tanto com os seus produtos quanto os revendedores.
Um dos produtores de cereja presentes no evento, Fernando Ribeiro, quando questionado se não considerava o preço demasiado elevado, responde: “Não acho que, este ano, a cereja esteja muito cara. Já se vendeu o quilo a 5 euros e mais. Agora, uma caixa, que corresponde a 2 quilos de cerejas, está a 8 euros”. A contrapor, Maria Madalena, responsável por uma das bancas da feira, vendeu, na manhã de sábado, o quilo da cereja a 10 euros. “Sou muito popular porque vou a muitas feiras, mas, só às vezes, com as cerejas. As minhas perspectivas são muito boas, se Deus quiser”, revela esperançada.


João Ferreira Araújo, de 53 anos, 1º secretário da Associação Cultural de Mascarenhas, entidade responsável pela organização do certame, afirma: “apesar das nossas finanças serem limitadas, a feira está muito bonita. Temos um sol formidável, previsto para todo o fim-de-semana, e que haja muitas vendas e muitas compras porque a gente precisa de mostrar os produtos da nossa região”.
Por enquanto, o produto promovido é a cereja, mas a associação tem em vista realizar mais feiras com outros produtos como protagonistas, como o azeite ou a batata. Tudo produtos da terra.
Francisco Camelo, de 50 anos, encontrava-se a controlar a venda de cerejas para o patrão, o seu cunhado, num negócio que já é de família. “Amanhã vem mais pessoal, vêm carreiras de propósito para aqui. Já provou as cerejas? Prove! Prove! Este feira serve o progresso de Mascarenhas”.


SIMULACRO SURPREENDE

Um programa repleto de actividades no Encontro Anual de Bombeiros Voluntários do distrito de Bragança

O dia de domingo começou cedo para os cerca de 200 bombeiros do distrito que se reuniram em Vinhais para o convívio anual entre as várias corporações. Assim, logo pela manhã, o encontro principiou com uma visita gratuita ao Parque Biológico de Vinhais. “O objectivo é demonstrar o que cada terra tem de melhor para oferecer em termos turísticos. Pensámos que seria um cartaz excelente porque, para além da óbvia qualidade do parque, temos uma colaboração com a Câmara Municipal de Vinhais, em que nos foi cedido um autocarro para transporte do pessoal”, afirma o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Bragança, Manuel Martins.
Após uma passagem pela biodiversidade, deu-se a missa na Capelinha do Santo António de Vinhais. Seguiu-se o almoço convívio e, durante a tarde, desenvolveu-se um conjunto de actividades, entre as quais, um torneio de sueca.
A encerrar o encontro, esteve o simulacro que, em termos operacionais, foi organizado pela Juve-Bombeiro do distrito. O cenário escolhido foi um acidente entre um veículo ligeiro e um pesado com matérias perigosas, neste caso, gasolina.


“Do embate, resultou o capotamento do ligeiro e a vítima, ferida gravemente com múltiplas facturas, teve de ser desencarcerada. O condutor do pesado de mercadorias teve apenas ferimentos ligeiros, mas devido à perigosidade da substância transportada, também, os bombeiros tiveram de actuar”, explica Paulo Ferro da Corporação de Bragança e delegado distrital da Juve-Bombeiro do distrito.
No simulacro, estiveram envolvidos 23 homens e cinco viaturas: duas ambulâncias, um carro de desencarceramento, um veículo de combate a incêndios urbanos e outro de combate a incêndios florestais.
O convívio distrital de bombeiros acontece, sempre, no penúltimo domingo de Maio. No último, celebra-se o Dia do Bombeiro Português, a nível nacional, e que é organizado pela Liga de Bombeiros Portugueses.


PINTORES DE SANTA ANA

Uma centena de jovens estudantes de Bragança foram artistas, por um dia, no Santuário de Santa Ana

Promovida pelo Rotary Clube de Bragança, teve lugar, em Meixedo, a iniciativa “Crianças pintam o Santuário de Santa Ana”. Esperados 150 jovens, compareceram ao chamamento artístico cerca de 100, num acontecimento único e incomparável, que serve de molde a outros desenvolvidos em território continental.
Num dia coberto de entusiasmo, os alunos partiram da cidade por volta das 9 da manhã para regressarem a casa, só, a meio da tarde, já passaria das 16 horas. Acompanhados por diversos professores de vários estabelecimentos de ensino, foram os próprios alunos a decidir o que pintar de forma individual. Assim, sob a orientação de artistas plásticos de craveira internacional, os alunos desenharam e pintaram montanhas, vegetação, os colegas, a capela de Santa Ana, entre outros, mais dados aos pormenores. O almoço volante foi, também, um dos pontos altos do encontro ao permitir a socialização entre todos, alunos e professores, naquilo que foi um descanso merecido dos guerreiros pintores.
“Estou feliz porque estão aqui bastantes alunos e penso que, nos próximos anos, quer esteja eu aqui ou não, isto irá continuar, de uma forma ou de outra, com os alunos das escolas de Bragança”, revela o director de protocolo do Rotary Clube, neste ano de 2010, João Simões.
“Estas saídas com crianças estão a alastrar-se por outros grupos e pelo país, tenho aqui pintores oriundos de Ponte Lima, de Inglaterra, temos o Paul, uma personagem característica, uma personalidade afável, um sentido de humor requintado e um artista excelente, e outro que vem do Porto. Claro está, isto parece que não, mas funciona como uma espécie de tentáculo. Vão daqui e este acontecimento é falado e divulgado e as pessoas de outras paragens resolvem, então, fazer igual”, sugere o responsável deste projecto, que vai já na sua 4ª edição. “Mesmo os próprios alunos, quando estão em contacto uns com os outros, sentem-se realizados e libertos, pelo contacto com a natureza”, acrescenta este pintor natural de Viana do Castelo.


João Simões idealiza, de momento, o 1º Encontro Internacional de Pintores em Bragança para 2011. “Falei com a autarquia brigantina e creio que ela me concederá a autorização e o apoio necessário para tornar real tamanha ambição. Esse é o meu objectivo! No pouco tempo que passamos por cá, vamos tentando construir algo que marque, de forma indelével, o nosso contributo nos anos que hão-de vir, numa altura, em que já por cá não estaremos. Essa é a minha missão!”, confia um pintor de estatuto, que expôs, pela primeira vez, na Guiné, corria o ano de 1968, em plena guerra colonial, quando cumpria o serviço militar obrigatório. A partir de 1974, mostrou a sua arte em Paris, Noruega, Grécia e correu mundo...
Como artista consagrado e reconhecido a nível internacional, que integra o Rotary Clube desde a sua origem, a 30 de Maio de 2003, confessa, sincero: “Pintor sou e serei sempre!”






EM DEFESA DA FLORESTA

Realizadas, a pedido, três queimadas de 28 hectares em Milhão, Soutelo e Cova de Lua

A Câmara Municipal de Bragança (CMB), a Autoridade Florestal Nacional, os Bombeiros, os sapadores de Montesinho e os GIPS da GNR, “deram as mãos” num contributo que visa a prevenção na defesa da floresta. À semelhança do ano passado, as juntas de freguesia e as comissões de baldios tiveram a oportunidade de dar conta das suas necessidades relativas às queimadas a efectuar.
A CMB teve, assim, seis pedidos, no entanto, foi feita uma vistoria pelos técnicos qualificados e chegou-se à conclusão que uma delas não faria sentido, outras 2 eram queimas e não queimadas, tendo sido autorizadas 3. Dessas, houve uma, a 3 de Maio, nas Quintas do Vilar em Milhão. No dia 18, procedeu-se à queimada em Soutelo e Cova de Lua, duas zonas contíguas de 8 hectares que permitem a defesa de uma mata de pinhal existente. Por fim, esta acção terminou com mais uma queimada em Soutelo, a 19 de Maio, num terreno com cerca de 20 hectares. O que totaliza uma área muito próxima dos 30 hectares. As queimadas foram consumadas, apenas, quando verificadas as condições climatéricas adequadas para o efeito.
“Este processo é uma oferta muito interessante, pois a população pode recorrer a estes meios sem custos, vindo a colmatar as necessidades que existam a nível da freguesia numa altura propícia para fazer as queimadas, para que, durante o Verão, a floresta esteja defendida, evitando, assim, grandes incêndios”, explica o vice-presidente da Câmara Municipal de Bragança, Rui Caseiro.
O executivo camarário justifica o número tão reduzido de pedidos pelos incêndios massivos ocorridos em anos anteriores. “Nós criámos a oportunidade e colocámos à disposição os meios humanos e materiais, se tivessem existido mais pedidos, nós teríamos tido condições de os satisfazer”, garante o responsável.
Outra das medidas preventivas no âmbito da defesa da floresta, dar-se-á com a renovação de outdoors com o intuito de sensibilizar a população do concelho.

GRANDIOSA FEIRA DE S. PEDRO

Mariza, Herman José, Quim Barreiros, Fernando Pereira e dj Yves LaRock completam um cartaz eclético que arrastará milhares

No dia 21 de Maio, foi apresentado no Solar de Chacim, concelho de Macedo de Cavaleiros, a XXVII edição da Feira de S. Pedro, organizada e realizada pela Associação Comercial e Industrial de Macedo de Cavaleiros (ACIMC). De 26 de Junho a 3 de Julho, o certame empresarial trará à região diversos artistas consagrados, nacionais e estrangeiros, que o público poderá contemplar pelo preço simbólico de, apenas, 1 euro. Assim, logo no primeiro dia, Mariza, a cantora mais bem paga desta edição, subirá ao palco para extasiar todos vocalmente, com o seu sentido fado. No dia 27, será a vez de Fernando Pereira, seguindo-se um vulto ainda maior da televisão e comédia portuguesa, que dispensa apresentações, Herman José. A 29 de Maio, o inconfundível Quim Barreiros. O último dia do mês será dedicado aos artistas de Macedo: Cristiana, Daniel Carlini, um rapaz brasileiro de descendência italiana integrado na comunidade local, a fadista Teresa Costa e, por fim, GDM Hopper´s, uma banda que pertence ao Grupo Desportivo Macedense. A 1 de Junho, o dj francês Yves La Rock entrará no set ao som das batidas numa actuação orientada para outra espécie de público, também mais jovem. A iniciar o fim-de-semana, sexta-feira, S. Pedro trará a alma imortal de Bob Marley na voz de Jaba e dos Moonraiser. No último dia do certame comercial, a 3 de Julho, será realizado um tributo a Michael Jackson, concebido por um rapaz oriundo de Lisboa.

“Com entradas a 1 euro, penso que toda a família poderá vir assistir aos espectáculos sem ser significativo para o seu orçamento”

“Sem bons espectáculos, não há muito público, sem muito público, não conseguimos ter bons expositores. É, precisamente, para que os expositores se sintam bem e continuem a apostar na Feira de S. Pedro que nós temos o cuidado de ter um bom cartaz. A nível regional, penso que será o melhor”, publicita o presidente da ACIMC, António Cunha.
Para além dos espectáculos culturais nocturnos, haverá, ainda, o 2º Troféu de Rádio Modelismo, a Final do IV Interclubes de pesca desportiva, o XIII Passeio de Cicloturismo, o Passeio Micológico, o XII Passeio Turístico TT e o Festival de Hinos das aldeias do concelho de Macedo de Cavaleiros. E isto, só nos dois primeiros dias de feira.
Este ano, o orçamento deste mega acontecimento para a região norte cifra-se em 150 mil euros, sendo que, 75 a 80 por cento dos expositores foram confirmados até, ao momento, do jantar de apresentação da Feira de S. Pedro. Uma grande maioria dos expositores é de fora do concelho, mas é, também, e sobretudo, do norte.
No ano passado, com Tony Carreira no primeiro dia, o espaço do recinto foi pequeno para receber tanta gente. Daí, o presidente da ACIMC não querer afiançar que o número de visitantes da edição anterior, na ordem dos 100 mil, será ultrapassado.

 

25 ANOS DE STUB

Encontro Anual dos Operadores Municipais de Transportes públicos no dia 12 de Junho em Bragança

O Serviço de Transportes Urbanos de Bragança (STUB) comemora, em 2010, um quarto de século de existência. Assim, a Câmara Municipal de Bragança (CMB) planeou um conjunto de actividades para os próximos meses que assinalará a efeméride.
“É tradição haver um encontro anual com os trabalhadores dos transportes em uma cidade, entre empresas municipais, serviços municipalizados e serviços das câmaras, e este ano fizemos com que fosse em Bragança, mais concretamente, no Castelo”, afirma o vice-presidente da CMB, Rui Caseiro, a respeito do Encontro Anual dos Operadores Municipais de Transportes públicos que terá lugar no dia 12 de Junho.
A 21 de Setembro, um dia antes do Dia Europeu Sem Carros, e por ocasião da Semana da Mobilidade, realizar-se-á um seminário dedicado aos transportes, cujo tema será “Transportes Públicos em Zonas Rurais, que futuro?”. Neste workshop, serão trazidas, a Bragança, experiências desenvolvidas com sucesso noutros países europeus, que têm problemas semelhantes aos nossos, como o despovoamento de zonas rurais, nomeadamente, na vizinha Espanha. “Como resolver, cabalmente, as necessidades de transportes urbanos públicos para as pessoas que vivem em zonas mais afastadas, mas que são cidadãos como quaisquer outros e necessitam de ser transportados”, refere o responsável.
“Esse é um grande dilema, pois esses transportes estão cada vez mais caros e têm que se encontrar soluções alternativas, mantendo a satisfação da necessidade, mas de forma a que seja mais económica”, acrescenta.
Outra novidade será uma publicação sobre a história dos 25 anos do STUB. “Trata-se de fazer algo resumido, uma espécie de brochura que fique como registo de memória daquilo que aconteceu, até hoje, com todos os dados e contributos dados pelos primeiros motoristas que, ainda, estão vivos”, diz Rui Caseiro.
Outro trabalho, já em preparação, e que estará concluído depois do Verão, relacionado com as novas tecnologias e direccionado para o futuro é o STUBMobile. Uma aplicação informática que permitirá transpor para o telemóvel os horários dos transportes urbanos. Deste modo, uma pessoa poderá consultar o site da Câmara na Internet ou do STUB, que tem uma página própria e descarregar os horários, para, depois, poder consultá-los no seu telemóvel.
Por fim, é “intenção” camarária elaborar um estudo sobre os transportes públicos e alternativos. “Como é que nós devemos equacionar os transportes do nosso concelho no futuro? Face a um crescente despovoamento, à nossa dimensão e a ligação com outros territórios”, adianta o político. Para o estudo, em que serão envolvidas, também, as ofertas privadas, para além das públicas, foi requisitada a participação financeira do Instituto de Mobilidade de Transportes Terrestres (IMTT). Uma realidade, actualmente, noutros países e que integrará o raio de acção do estudo é o transporte a pedido. “Nos territórios de baixa densidade, uma pessoa pode telefonar no caso, por exemplo, de querer vir para Bragança e haver alguém que satisfaça esse transporte, seja público ou privado. Agora, qual é a forma mais prática de ir buscar essa pessoa, isso é algo que tem de ser estudado, conclui Rui Caseiro, que apesar das “boas intenções”, ainda não tem o estudo contratado, esperando uma resposta definitiva e final do IMTT.

23 de maio de 2010

DANÇA & MODA NAS PRAÇAS

“Flash mob” visou promover a Rede Gestus na Praça da Sé e a 8ª edição do “Bragança é Moda” na Praça Camões

No dia 12 de Maio, foi apresentado o projecto Rede Gestus na Praça da Sé com um “flash mob” que envolveu cerca de 200 pessoas. Como o próprio nome indica, a “multidão relâmpago” tão depressa apareceu para dançar 5 minutos como desapareceu, tendo servido esta iniciativa como uma espécie de introdução à Rede Gestus. Este projecto, que une as as associações comerciais de Bragança, Chaves e Viseu, tem vindo a ser desenvolvido ao longo de três anos e pretende conquistar vantagens económicas para o comércio tradicional.
“Este é um projecto protótipo a nível nacional e estou convencido que com ele daremos algum ânimo às nossas empresas, ao comércio tradicional, no sentido de serem criadas sinergias que aumentem o poder de compra dos comerciantes”, explicou o presidente da Associação Comercial Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), José Carvalho.
Duas das iniciativas inerentes a este projecto, orçado em 700 mil euros e com um incentivo a fundo perdido de 67,6%, baseiam-se na criação de uma central de compras e de um centro comercial a céu aberto.
O presidente da ACISB mostrou-se agradado por assistir ao regresso de algumas lojas ao centro da cidade, depois de estas se terem instalado no centro comercial. “Embora fosse um comércio tradicional que nós apoiámos inicialmente, mas, depressa, concluímos que foi uma má aposta porque, para além dos custos com os condomínios e com as rendas, a estrutura do centro comercial não é boa do ponto de vista arquitectónico”, declara José Carvalho. “Nunca me lembra de entrar num centro comercial em que percorresse um corredor e tivesse que voltar para trás para ir para outro corredor, caso contrário, batia com a cabeça na parede. Foi uma mau projecto”, revela.
“Embora seja um local aprazível para as pessoas passarem algum tempo de lazer, nós queremos com este projecto criar um centro comercial a céu aberto e estou satisfeito porque as lojas estão a regressar ao centro da cidade”, acrescenta o responsável.
A destacar o evento que a ACISB levará a cabo no próximo dia 21 de Maio, sexta-feira, pelas 21 horas, na Praça Camões. A 8ª edição do "Bragança é Moda", Primavera/Verão 2010, será apresentada por Marisa Cruz e contará com a presença dos conceituados Joaquim e Andreia Teles, entre outros manequins da Best Models.


19 de maio de 2010

DIEGO MIRANDA



CARISMA DE LUXO

Ele é o dj oficial da MTV Portugal até 2012 e o autor de êxitos como “Ibiza Dreams”, com o qual abriu o seu set na Semana Académica de Bragança, “Tãnia” (4kenzo) e “Just fly”. Diego Miranda lança o caos do movimento em qualquer pista de dança. Como dj/produtor, de apenas 31 anos, conquistou diversos prémios nacionais que distinguem uma carreira de excelência, nomeadamente, em 2006, o Dance Club Awards e o Portugal Night Awards na categoria de “DJ Revelação”, bem como várias nomeações para “Dj Nacional do House”, para além de ter sido, por duas vezes, capa da revista Dance Club.
Como referência de uma geração, a sua, que admira nele a certeza de uma festa bem sucedida, seduziu o seu próprio espaço na dancescene e foi eleito, desde o instante primeiro, para tocar em grandes eventos. Entre eles, destacam-se o MTV Shakedown, 4 edições do Olá Love2Dance, Sunrise Festival, CreamFields, RockinRio Lisboa, Sensation White e Oporto Beach Party.
Elogiado pela crítica e consagrado pelo partypeople, este alfacinha leonino não abdica da sua passagem por clubes de renome, em destinos tão exóticos como Brasil, Angola, México, Egipto e Tailândia.


ENTREVISTA

1 @ Como é que definirias o teu estilo musical?

R: Neste momento, aquilo de que eu gosto, realmente, é house-music e seus derivados como minimal, hard-house e tech-house.

2 @ A música que tu passas nem sempre é aquela com a qual tu mais te identificas. Como é que geres essa ambivalência?

R: Conforme! Há muitas casas elitistas onde eu tenho de passar músicas da rádio mais comerciais como David Getta. Mas procuro sempre transparecer o meu cunho pessoal, fazendo edits dessas músicas. Eu acho que se uma pessoa paga bem para me ouvir, merece algo diferente.

3 @ Tu és o dj oficial da MTV. Como é que está a correr essa experiência?

R: Muito bem! Nota-se mais quando toco no estrangeiro porque eles sabem e levam-no muito a peito. Por falar nisso, vamos fazer agora uma festa da MTV no Hard Rock Caffee, no dia 1 de Julho, que vai ser uma cena muito fora, brutal!

4 @ Como é que foste seleccionado?

R: Foram eles que me viram no Sensation White, uma festa de borla para 80 mil pessoas em que toquei com o David Getta em Carcavelos. Eles disseram que eu era aquilo que eles pretendiam, uma mistura de pop com música de dança e cenas de rock. Proporcionou-se e fizemos um contrato de 3 anos, que teve início em Novembro de 2009.

5 @ A marca MTV dá-te mais oportunidades para viajares?

R: Isso de viajar é mais pelas músicas quando levamos alguns êxitos... Agora, é bom irmos com esse cunho porque nos dá outro background e outro respeito lá fora.

6 @ Para além de remixer, és também produtor. Tens alguma produção na calha prestes a bombar, ainda, este ano?

R: Tenho um álbum de house meu com 11 originais, “The other side”, e estou a preparar outro com mais 10 temas, mas numa vertente mais comercial. Ou seja, são dois álbuns para sair, ainda, este ano. O primeiro, “O outro lado”, baseia-se em música que eu gosto mesmo, mas estou ciente de que não irá vender tanto quanto o segundo, mais virado para as massas...Vou lançar ambos ao mesmo tempo para poder reflectir e ter a noção e o feedback daquilo que bate ou não...Acho que vai ser giro!

7 @ O ideal seria venderes mais cópias do álbum com o qual tu, realmente, mais te identificas?

R: Isso é que era!


8 @ De todos os locais a onde já foste meter som, diz-nos aqueles que te marcaram de facto?

R: O Brasil e a Rússia! É o quente e o frio! Mas, na Rússia, para tocar, aquilo é mesmo a onda que eu curto... Cenas mais fortes! Underground! No Brasil, querem som mais comercial!

9 @ Onde já tocaste no Brasil?

R: Há 8 anos que eu toco no Rio de Janeiro, S. Paulo, Búzios, Nordeste e Florianópolis. Vou sempre para o Brasil em Janeiro, todos os anos, fazer uma tour de 1 mês, pois, em Portugal, essa é a altura mais fraca. Tenho um manager brasileiro, que é o dono da PlayManagement, uma agência que mexe muito bem por lá.

10 @ Actualmente, quais são os principais ingredientes para o sucesso de um dj?

R: Acima de tudo, temos de gostar daquilo que fazemos e sermos um entertainer. Não é só passar discos, mas, também, interagir com o público e puxar por ele... Isso é o que faz um bom disco-jockey!

11 @ Já estiveste em Ibiza?

R: Já, claro! Tenho, agora, uma residência no Space e duas datas no Ushuaia para este Verão. Um bar de praia, em Ibiza, com uma onda muito boa, que tem as tardes do Luciano e do Sven Vath, artistas com os quais me identifico. Um house minimal e um bassline forte...



 

"LIVRAI-NOS DE TODO O MAL"

Benzidas as motas e lembrados aqueles que, tragicamente, já partiram no 20º aniversário do Moto Cruzeiro

A chuva não conseguiu afastar os verdadeiros amantes das duas rodas do aniversário das 20 primaveras do Moto Cruzeiro. Apesar do número reduzido de participantes, cerca de 1 dezena de motas e, talvez, o dobro a fazer-se deslocar noutras veículos, o programa do Dia do Clube foi cumprido quase na totalidade e os poucos a comparecerem valeram por muitos. Assim, a partir das 16 horas, os associados começaram a chegar à sede do clube, donde arrancariam para a missa na Igreja da Sé, às 18 horas. No final da missa celebrada pelo Padre Sobrinho, os motards entregaram várias oferendas impregnadas de simbolismo. “Vimos trazer alguns objectos que do dia-a-dia nos proporcionam segurança e bem-estar. As motos, de quem tanto gostamos, proporcionam-nos momentos de lazer e convívio com pessoas de todo o mundo. Senhor, fazei com que as nossas concentrações promovam a amizade, a concórdia e o espírito de fraternidade entre todos nós”, foi anunciado em princípio de discurso.


As primeiras oferendas levadas ao altar foram um capacete e um fato, enquanto se pronunciava, “dão-nos segurança e protegem-nos dos perigos e obstáculos dos caminhos que percorremos com as nossas motas. Protege-nos Senhor das quedas que, eventualmente, possamos dar nas estradas portuguesas e ao longo da vida. Ajudai-nos a levantar e a seguir em frente”. As flores representaram a terceira entrega. “As flores são o que de mais belo tem a natureza, oferecem-se a quem se ama. Aceitai Senhor estas flores e com elas o nosso Amor”. “O pão e o vinho reconfortam o viajante sedento e faminto. Nós te pedimos Senhor que sacieis a nossa fome e a nossa sede nesta viagem em busca da verdade”, foram as duas oferendas seguintes. Por fim, uma vela acesa, que “simboliza a luz que afasta as trevas e nos guia pela escuridão, que nos mantenha por caminhos rectos em busca da verdadeira felicidade”.

“20 anos de lutas, de muitas alegrias e, também, de algumas tristezas! O Clube deixou a juventude para ser adulto”, Francisco Vara, sócio-fundador

Após a entrega simbólica das várias oferendas à Igreja Católica, as motas estacionadas na Praça da Sé foram benzidas pelo clérigo, bem como os seus condutores. Em seguida, o ramo de flores que seria para colocar num troço do IP4, em homenagem aos falecidos, por causa da chuva, acabou por ficar na sede do Clube, para onde os motards se dirigiram de imediato, após a missa. “De momento, o ramo vai ficar na sede até o colocarmos noutro lado, também para lembrarmos os falecidos e pedir a todos, sem excepção, que não façamos parte desta lista e que Deus nos deixe andar cá durante muito tempo”, foi o desejo maior expresso pelo presidente do Moto Clube, Francisco Vara.


De salientar, um presente oferecido por Paulo Rodrigues, que brindou o Clube aniversariante com um capacete pintado por si. “Apesar de não ser motoqueiro, admiro-os por aquilo que eles fazem e por aquilo que andam. Daí a razão desta oferta!”, revelou este fã de Gimonde.
Na sede do Moto Cruzeiro, estiveram presentes diversos associados de Chaves, Espanha, Mirandela, Alfândega, Vila-Flor e Vinhais, entre outros.


18 de maio de 2010

AGRICULTORES "QUEIMADOS"

As geadas da primeira semana de Maio queimaram quase na totalidade algumas das principais culturas da região

Entre 2 e 5 de Maio, três noites de geadas destruíram, mais de 80 por cento, das culturas com maior rentabilidade na região, sobretudo, da nogueira e do castanheiro. Assim, no dia 12 de Maio, 8 agricultores da freguesia do Parâmio e de Espinhosela solicitaram uma audiência com o Governador Civil de Bragança para discutirem os estragos provocados pelas geadas e potenciais apoios que possam minimizar a situação.
“Viemos aqui falar com o governador civil a ver se ele nos pode apoiar e dar alguma ajuda naquilo que for possível. Como tem apoiado outras coisas, deve apoiar também o problema das geadas pois destruiu-nos a agricultura toda.. Ainda não se fizeram as sementeiras porque a chuva não deixou e agora as geadas acabaram-nos com o pouco que tínhamos”, afirma Manuel Fernandes, da freguesia do Parâmio, um dos agricultores prejudicados pelas geadas. “As culturas ficaram muito afectadas. As nogueiras estão a 100%, as vinhas, os castanheiros, as árvores de frutos, está tudo afectado. Faço parte de várias associações, mas, até ao momento, não vi movimento nenhum, nem por parte delas, nem por parte das juntas de freguesia. Por isso, é que este grupo de agricultores resolveu manifestar-se”, acrescenta.
No Governo Civil, estiveram 8 agricultores, cada um a representar uma aldeia das freguesias do Parâmio (Parâmio, Maças, Fontes e Zeive) e de Espinhosela (Espinhosela, Vilarinho, Cova de Lua e Terroso).

João Pires, agricultor e secretário-adjunto da freguesia de Espinhosela, com terrenos em Vilarinho, uma das aldeias anexas a Espinhosela, refere: “Esta geada tardia veio dizimar por completo a cultura do Castanheiro, nomeadamente, as variedades mais precoces, do Zeive ou Boa-Ventura, mesmo a Judia, nalgumas zonas, ficou queimada a 100%”. “O agricultor, naquela região, tem no castanheiro, praticamente, a sua única fonte de rendimento e, este ano, vai ficar privado dela. Estamos aqui para dar a conhecer a nossa situação e ver em que medida o Governo nos pode apoiar. As geadas vieram prejudicar em muito uma região já por si só bastante empobrecida”, declara este agricultor com avultados prejuízos.
Ao Governador Civil, Jorge Gomes, foram-lhe transmitidos os problemas relativamente às queimas provocadas pelas geadas. “O Governo Civil vai diligenciar junto da Direcção Regional da Agricultura para que desloque às zonas afectadas alguns técnicos que façam o levantamento exaustivo daquilo que aconteceu para, a partir daí, podermos adoptar medidas que minimizem um pouco os prejuízos, se é que é possível fazer alguma coisa”, adianta.
Caso se verifiquem avultados prejuízos, e questionado sobre se o Governo estará, de alguma forma, disponível para subsidiar a produção perdida, Jorge Gomes afirma que essa resposta competirá, apenas, ao responsável máximo, referindo-se ao ministro da agricultura. “O meu único comprometimento vai no sentido de avaliar o que aconteceu, saber se dentro do que aconteceu havia alguma possibilidade de os agricultores o terem evitado, nomeadamente, terem minimizado os prejuízos através de seguros, sabendo, de antemão, que há determinadas culturas que os seguros não cobrem”, declara o Governador Civil.
“É preciso fazer uma análise bem ponderada para quando o assunto for exposto ao ministro seja com alguma credibilidade daquilo que estamos a solicitar. Não podemos é, de repente, pensar que está tudo resolvido e que os agricultores não têm culpa nenhuma. Não é assim. É avaliar, ponderar e submeter ao responsável máximo da agricultura”, conclui Jorge Gomes.


CULTURA & TURISMO

Alfândega da Fé será a primeira localidade transmontana a integrar a extensa rede intercultural do Festival Sete Sóis Sete Luas

Na sua XVIII edição, o Festival Sete Sóis Sete Luas (SSSL) 2010 irá realizar-se pela primeira vez em Trás-os-Montes. Mais concretamente, em Alfândega da Fé, que se tornará no primeiro concelho do Nordeste Transmontano a integrar a rede cultural internacional deste conceituado festival, que tem como presidentes honorários os Prémios Nobel José Saramago e Dario Fo.
O Festival, que acontecerá ao ar livre no centro histórico e em Sambade, nos meses de Julho e Agosto, assume-se como uma fonte de promoção turística e intercultural das 25 cidades e vilas dos 10 países participantes do Sul da Europa e Mundo Lusófono. Os mais de 100 concertos, com cerca de 250 artistas, terão entrada livre, esperando-se uma audiência superior a 100 mil espectadores como, de resto, aconteceu em 2009. Em Alfândega, decorrerão 5 concertos com músicos oriundos do Mediterrâneo (17 de Julho, 7LuasOrkestra), País Basco (24 de Julho, Korrontzi), Itália (30 de Julho, Acquaragia Drom), Cabo Verde (14 de Agosto, Tete´ Alhinho) e Galiza (21 de Agosto, Fia na Roca). O SSSL destaca a música de cariz popular contemporânea e as artes plásticas e os seus principais objectivos passam, sobretudo, pela criação de formas originais de produção artística através da inclusão de criadores oriundos dos países participantes e do diálogo entre culturas, abrangido pela mobilidade dos artistas dos países da rede.
Os espectáculos realizar-se-ão, em simultâneo, nas várias cidades e serão estabelecidas ligações via Internet para que haja uma interactividade e comunicação directa entre os vários países, sendo, assim, a comunicação entre todos.

Música, arte, cultura, gastronomia e turismo são os grandes atractivos de um Festival que já deu provas de si

Nesta edição, Alfândega acolherá, também, de 12 a 19 de Agosto, uma exposição fotográfica com 30 imagens 3X2 metros, cujos principais protagonistas serão os burros. Intitulada de “Hardware+Software=Burros”, esta mostra da autoria de Oliviero Toscani, o italiano responsável por várias campanhas da Benetton, será apresentada pela primeira vez em Trás-os-Montes, apesar de ter sido concebida em 2005 para este festival e de já ter percorrido meio mundo, desde a Bienal de Veneza, à Cidade do México, Roma, Helsínquia, Frankfurt, entre outras paragens.
Este criativo, que fotografou burros de uma raça protegida de Trás-os-Montes como se de top-models se tratassem, pretendeu “chamar a atenção sobre o empobrecimento da inteligência do homem por culpa da tecnologia, transformando o espaço público “em lugar de criação e comunicação”.
Na sua apresentação, a 18 de Março, no Hotel & SPA Alfândega da Fé, estiveram presentes diversas entidades. A destacar, o director do Festival, o italiano Marco Abbondanza e a presidente da autarquia alfandeguense, Berta Nunes, que sublinhou a importância do evento para a divulgação da identidade do concelho através da promoção de produtos locais e regionais, tais como o azeite, a doçaria, o queijo e o azeite. Alguns produzidos pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Alfandega da Fé (EDEAF). Apesar do endividamento municipal, a autarca declara que este é um festival de baixo custo, pois irá custar “apenas 25 mil euros”, sendo que, “parte da verba provém da candidatura de regeneração do centro urbano”, no valor de dois milhões de euros, que estima melhoramentos também no parque verde e a dinamização de outros locais, nomeadamente, com a criação de um itinerário turístico para valorização de monumentos.