29 de julho de 2010

A DIVINA COZINHA DE CHAKALL


O turbante e o forte sotaque argentino são a imagem de marca do Chefe argentino Chakall. Para além de dois restaurantes, o segundo aberto, recentemente, no Porto, este mestre da culinária exerceu a profissão de jornalista no diário El Cronista de Buenos Aires e era crítico de música para a Rolling Stone antes de partir do seu país de origem. Desde a sua chegada a Portugal, já participou e protagonizou diversos programas televisivos, nomeadamente, na Sic Mulher. Nos últimos tempos, foi-lhe atribuído um prémio internacional pelo seu livro “Cozinha Divina”, fruto da sua vocação de eterno viajante.

ENTREVISTA

1 @ Este país recebeu-te de braços abertos e aqui tens conhecido o sucesso. Como vieste parar a Portugal?

R: Vim a Portugal por um ano, preparar uma viagem a África, onde estive, depois, dois anos. Mas, voltei, e fui ficando... Gosto muito! Acho que é um país fantástico para se viver.

2 @ Ficarás por cá? Dado que a tua família está na Alemanha...

R: É uma pergunta para a qual eu não tenho resposta. Eu estou aqui porque gosto e vou ficando, vou ficando, o dia em que não goste, partirei. Uma manhã, decidi sair da Argentina e, três meses depois, tinha-me ido embora. Vendi tudo, deixei tudo porque estava chateado comigo mesmo no país onde vivia. Estou sempre a viajar... Trabalho em França, no Médio Oriente, na China. Ainda, agora, abri outro restaurante no Porto, mas não há dinheiro que me faça ficar fechado num restaurante. Preciso ar, estar com pessoas, mudar completamente...

3 @ Mas porque é que não trazes a tua mulher e os teus três filhos para a tua mais recente morada?

R: Já cá estiveram, mas é difícil por causa da escola. Não consegui lugar na creche na Lourinhã durante um ano e meio. A política neste país é uma vergonha, fecha os hospitais e obriga as pessoas a viver na cidade. Viver no campo é suicida!

4 @ Já passaste por todos os continentes? E se tivesses de escolher um...

R: Já estive em todos, mas o meu continente preferido é África! Sem dúvida! A gente, as pessoas, não é um lugar para viver porque tens um lado mau, a miséria e a pobreza, mas é um lugar fantástico humanamente. Adoro África, pois acho que é muito pura! Agora, para viver, Portugal, precisamente onde vivo, na Lourinhã. Cada país tem as suas particularidades. Não há países perfeitos, mas, para mim, este é o menos imperfeito.

5 @ Em que é que te inspiras para criares algumas das tuas receitas?

R: No dia-a-dia! Em comer... Agora, por exemplo, vou perguntar onde é que se come bem e, se calhar, uma pequena coisa que aprenda pode dar-me um click e inspirar-me. Viajar e conhecer pessoas é o melhor para fazer novas coisas.

6 @ Estás sempre muito bem disposto, brincas com as pessoas, dás música aos convidados e danças enquanto cozinhas. Para além do turbante e do sotaque, essa é a tua imagem de marca como Chefe?

R: É uma brincadeira que eu faço. Eu rio-me um pouco do estereótipo do chefe de cozinha com toda a sua seriedade. Não é preciso estar com cara de mau ou mandar numa cozinha aos gritos. Sou a quarta geração de cozinheiros na família e já vi de tudo. A minha mãe era um sargento dentro da cozinha, mas eu acho que se trabalha muito melhor e com melhores resultados se estamos tranquilos. Respeito. Não é preciso estar com uma faca a perseguir os empregados ou gritar e sentir-se um ser superior como eu acho que acontece muito com os chefes.


7 @ Porquê a música enquanto confeccionas as tuas receitas?
R: A música faz parte da vida! Eu sou jornalista de formação... Trabalhei 7 anos num jornal como crítico de música. Por isso, música e comida acho que são vida!

8 @ Como te iniciaste na cozinha?

R: Eu com 15 anos já era chefe de cozinha no restaurante da minha mãe, onde cresci. Mas fartei-me da cozinha e ingressei no jornalismo. Ainda gosto e escrevo e faço um pouco de tudo. Eu acho que nunca deixamos de fazer nada na vida, vamos é acrescentando outras coisas. Vou escrevendo uns artigos para uma revista de viagem, sob o ponto de vista de um cozinheiro. Falo de tascas e não só de Portugal, mas também de fora. Aproveito e tiro umas fotos e faço umas brincadeiras sobre a visão de um chefe de outro tipo de comida.

9 @ Agora, está na moda um novo tipo de cozinha, a molecular? Que opinas?

R: É uma palhaçada! Não é o meu estilo, eu vivo no campo, sempre fui saloio e não me interessa pôr químicos na minha cozinha.

10 @ Projectos a curto-prazo? Alguma ideia em mente?

R: Agora, vou fazer uma roadtour por Portugal e virei a Trás-os-Montes. Bragança e Mirandela estão na rota desta viagem pelo país. Irei fazer novos pratos transmontanos com produtos da região. Vou inventar uns novos... É uma roadtour com uma carrinha, uma cozinha portátil e vou cozinhando utilizando só produtos locais. Já começou e vai durar até Setembro. Tenho é de combinar com as Câmaras para incluir as suas localidades dentro do percurso. São 24 Câmaras, 3 receitas por cada, e a ideia é fazer um novo livro de culinária com 72 novas receitas utilizando só produtos locais. Há muitos produtos que se exportam e os portugueses não conhecem.

11 @ E para quando o teu regresso à televisão?

R: Estou a gravar um novo programa para a televisão, “Chakall e Pulga”, em que viajo pelo país de mota com o minha cadela. Passará na Sic Mulher em Setembro ou Outubro... Também estou a gravar na China para a National Geographic e na Alemanha para um outro canal.


ESQUECIDA, MAS NÃO PERDIDA

Um caminho digno de acesso ao cemitério, construção da Casa do Povo concluída e estradas da aldeia arranjadas são algumas das pretensões dos habitantes de Cabeça de Igreja

“É a aldeia mais pobrezinha do concelho de Vinhais. Quero que fotografe isto tudo! O presidente não faz nada e a junta de freguesia (de Tuizelo) muito menos. Dizem eles que não há dinheiro para fazer as obras. Mas algumas aldeias estão bem ajeitadinhas. Deve ser mais amigo de alguns do que dos outros”, desabafa Francisco António Gonçalves, um dos muitos habitantes de Cabeça de Igreja.
Emigrado em Angola durante 15 anos, este homem, que se dedica, ainda, à pastorícia, criando 2 vacas e um vitelo, manifesta-se contra a falta de zelo por parte dos autarcas, afirmando que, a aldeia não está perdida, mas, antes, que foi esquecida no espaço e no tempo.


“Deviam limpar isto e fazer umas obrazinhas que fazem muita falta por aqui. Um caminho para o cemitério que daqui a pouco nem a funerária lá vai. As estradas da aldeia estão todas esburacadas. Temos a casa do povo para acabar, pararam as obras e nunca mais recomeçam”, lamenta
Francisco António Gonçalves chega mesmo a comparar o feitio da casa do povo com o de um palheiro: “são dois palheiros, a escola velha e a casa do povo que estavam a construir”.
Filhos tem dois. Um na Marinha e uma jovem prestes a concluir o curso de Farmácia. “Comprei um carro novo para ela de presente assim que terminar o curso. Já está ali em baixo, à porta de casa, à espera”, revela o pai babado. Mas não está sozinho... “Mulheres tenho as que quero, mas estou com uma rapariga nova”, de 50 anos.


Com mais de 100 habitantes, Cabeça de Igreja está inserida no habitat do Parque Natural de Montesinho e tem vários pontos de interesse como a Serra da Coroa e o rio Rabaçal, com direito a praia fluvial.
Como património arquitectónico, destaca-se a Igreja de S. Bartolomeu, que é, também, o padroeiro da aldeia. A Festa de S. Bartolomeu é a 24 de Agosto e, segundo João Batista Borges, é nesse mês que “vem muita gente”. Regressou de Bordéus após 30 anos “a cortar pinho”. “Estive em França, mas já estava cheio de estar por lá. Quando cheguei, ainda botei vacas e andei com a lavoura, agora, já não faço nada. Vendi tudo que eu e a patroa estamos doentes”, revela este pai de uma professora em Vila Pouca de Aguiar.

A Casa do Povo, "o barraco", ainda, por construir

TESTEMUNHOS

João Batista Borges, 81 anos

“Aqui estão a morar poucos pessoas. São cerca de 30 fogos com duas, três ou quatro pessoas em cada um. Mas no mês de Agosto vem muita gente!”~

Delfim do Nascimento e a burra, Jibóia

“Vim agora do campo de carregar umas batatas. Ainda dá para plantar, mas pouca coisa. Tenho a vinha, feijão e batata, para comer só.”

Francisco António Gonçalves, de 76 anos

“Tenho duas vaquinhas que sou pobrezinho. A Rocha, que está grávida, e a Castanha. E mais um vitelo. Não sei que nome lhe ponha... Que é que acha? Tarzan ou Hércules?”



PRUDÊNCIA NA CONDUÇÃO

Governo Civil, PSP e GNR dão as mãos em prol da sensibilização para a segurança rodoviária

Um conjunto de acções de prevenção e sensibilização para a segurança rodoviária foi levado a cabo pelo Governo Civil e Comandos da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana do distrito de Bragança. O seu raio de actuação visou as principais saídas para o IP4, onde se incluem a Rotunda do Nerba e a Rotunda do Modelo, entre as 17:30 e as 19:30.
“A segunda quinzena é sempre a mais forte em termos de início de férias. Daí esta Campanha de Verão ter arrancado neste dia (16 de Julho), prolongando-se, obviamente, durante todo o mês de Agosto”, justificou o Governador Civil de Bragança, Jorge Gomes.
Segundo dados providenciados por este responsável do Governo, desde 1 de Janeiro, já se registaram, oficialmente, oito mortos no distrito resultantes de acidentes rodoviários.
“São números preocupantes comparativamente ao ano anterior. A importância desta acção é que é uma acção conjunta da PSP e da GNR. As pessoas têm de ver que nas forças de segurança não há divisão e zelam, em conjunto, pelo interesse e segurança do cidadão. Esta é uma forma simbólica de o demonstrar”, destacou Jorge Gomes. “Mas o mais importante é alertarmos as pessoas para as grandes causas da sinistralidade”, acrescentou.
Uma automobilista, mandada encostar pelas forças policiais, mostrou-se bastante agradada pela presença efectiva dos agentes no terreno. “Estas acções são sempre importantes para que os cidadãos sejam esclarecidos e não, apenas, punidos. É natural sentirmos alguma vigilância por parte das autoridades e este acompanhamento é pertinente, sobretudo, nesta época do ano”, respondeu Carla Araújo, de Valpaços.

“Depende do condutor a diminuição da sinistralidade”, Amílcar Correia

O comandante da PSP de Bragança, Amílcar Correira, numera os 4 factores essenciais na área da segurança rodoviária, assinalando que são, sobretudo, os factores humanos os causadores de acidentes. “Respeitem os limites de velocidade, não bebam álcool, usem o cinto de segurança e não usem o telemóvel no exercício da condução”, destaca, reafirmando a importância de uma condução defensiva.
Nas cidades pelas quais é responsável, Bragança e Mirandela, houve, desde o princípio do ano, mais de 40 vítimas em consequência de acidentes. Estes, incluem atropelamentos, despistes e colisões. Assim, os números cifram-se em 2 mortos, ambos na cidade de Mirandela, 8 feridos graves e mais de três dezenas de feridos ligeiros. De salientar que, estes últimos, aumentaram 25 por cento em relação ao ano passado.
“A PSP e a GNR têm áreas territoriais e de influência distintas, mas as suas funções são as mesmas, portanto, complementam-se, e trabalham em conjunto sempre que é necessário. Nós trocamos informações operacionais tácticas em permanência, agora, o que acontece, normalmente, é que não estamos a trabalhar no mesmo sítio”, explicou Amílcar Correia.
Quanto ao início complicado de 2010, o comandante da GNR, Martins Fernandes, afirmou: “Apesar de um maior número de acidentes, não quer dizer que, no final do ano, o conjunto não venha a reduzir”. Pesem embora as elevadas coimas, a sinistralidade continua a aumentar, em grande parte devido à dificuldade em mudar mentalidades. “Os portugueses aprenderão! Mas esta cultura defensiva e de cuidados a ter nas estradas leva muito tempo a inculcar nas pessoas”, declarou.


Portagens: sim ou não?

O Governador Civil de Bragança afirma não ter conhecimento se haverá ou não portagens na Auto-Estrada Transmontana, não querendo comentar as decisões contraditórias do Governo, nomeadamente, do Ministro das Obras Públicas, António Mendonça, que, primeiro, disse que seria portajada e, depois, disse que não. “Isso terá que perguntar ao Sr. Ministro. Sobre as portagens, ainda muita tinta irá correr... A grande notícia é que foi ontem (dia 15), finalmente, aprovada pelo Tribunal de Contas, a construção da Auto-Estrada Transmontana. Isso é o que, hoje, temos todos de festejar! O resto são, apenas, pormenores”, declara. “Ninguém quer pagar portagens, mas não podemos ser tão ingénuos ao ponto de pensarmos que se pode fazer tudo neste país sem ninguém pagar nada. Não acredito!”, conclui Jorge Gomes.

CRIAÇÃO & DIVERSÃO

Explorando o acervo do Museu Abade de Baçal, em cada semana, um tema diferente nas “Férias com Arte” para crianças

Aprender em convívio, brincar, despertar os sentidos, expressão plástica e corporal, movimentos criativos, a imaginação é o limite para as dezenas de crianças que frequentam as oficinas no Museu Abade de Baçal (MAB). Neste Verão de 2010, tal como tem vindo a acontecer em outros passados, os museus e palácios nacionais tutelados pelo Instituto de Museus e Conservação, organizam variadíssimas actividades de âmbito cultural, lúdico e pedagógico, especialmente dirigidas a crianças e jovens. O MAB, de resto, não é excepção, tendo oferecido, de 1 a 30 de Julho, um vasto programa para a faixa etária compreendida entre os 6 e os 12 anos. Assim, de 6 a 9 de Julho, decorreu a Oficina de Pintura e Aguarela, com o pintor Manuel Correia à disposição dos jovens aprendizes. De 13 a 16, funcionou a Oficina de Teatro, de Escrita e Leitura Criativa. De 20 a 23, a Oficina de Arte Animada e Cinema, e de 27 a 30, a Oficina de Barro e Colagem.
“Estas férias artísticas surgem na sequência de ocupação dos tempos livres depois do período escolar, por iniciativa própria do Museu. A nova direcção com Ana Maria Afonso e os serviços educativos propõem à comunidade em geral várias actividades, uma delas dirigida ao público infanto-juvenil que decorre durante todo o mês de Julho com quatro semanas temáticas”, explica a coordenadora dos Serviços Educativos do MAB, Manuela Parreiras.

Apesar do calor próprio do mês de Julho em Trás-os-Montes, a verdade é que o limite de participantes foi ultrapassado, tendo havido oficinas que tiveram mais de 30 crianças, apesar do máximo estipulado, previamente, ser de 25. Com um número tão elevado de inscritos, a responsável afirma estas “Férias com Arte” como um “completo sucesso”.
Com 4 dias para cada oficina, as actividades começam, logo, pelas 9:30. A partir do meio-dia, os pais vão pelas crianças e o programa é retomado às 14 em ponto, terminando por volta das 17 horas. “Normalmente, aproveitamos a manhã para trabalharmos mais com as crianças, dado que elas estão mais despertas. A tarde é sempre a parte mais lúdica, mais da brincadeira”, refere Manuela Parreiras.
De salientar, também, que todo o material didáctico envolvido nas actividades é, gratuitamente, posto à disposição dos meninos pelo MAB.


5ªs à Noite nos Museus


No âmbito de uma iniciativa do Instituto de Museus e Conservação com o apoio do Turismo de Portugal, haverá em muitos dos museus e palácios portugueses visitas encenadas, exposições, teatro, música, dança e cinema. O programa prolonga-se em 2010 por 14 noites de quinta-feira, entre 24 de Junho e 23 de Setembro, com os respectivos espaços abertos até às 23 horas.
No Museu Abade de Baçal, no dia 15 de Julho, houve um concerto de Música de Câmara com a Orquestra Esproarte de Mirandela. O próximo evento decorrerá no dia 29 do corrente, pelas 21:30, com a passagem do filme “Canto da Terra D´ Água” de Francesco Giarrusso e Adriano Smaldone. Após a sessão de cinema, acontecerá uma conversa com os autores e personagens sobre arte e artesanato transmontano. Depois, será concretizada uma visita guiada ao MAB.
No dia 5 de Agosto, às 21:30, ocorrerá a inauguração da exposição “Teimosias XI” de João Ferreira, seguindo-se uma conversa informal com José Pessoa que abordará o tema “Divagações sobre Jazz”.


 

UM BIS DE LOUVAR

Brinquedos, utensílios domésticos, roupas e calçado a preços simbólicos para as famílias mais carenciadas do distrito

Depois do feedback positivo da primeira Feira Solidária, a 3 de Março, a Associação Entre Famílias – Bragança resolveu realizar uma segunda edição. Assim, a 17 de Julho, no espaço da feira das frutas, junto ao Mercado municipal, era possível encontrar e adquirir artigos novos e usados para crianças e adultos a troco de simbólicos donativos. Esta iniciativa, para além de servir toda a comunidade brigantina, essencialmente, famílias com rendimentos reduzidos, procurou angariar fundos que permitam garantir a própria sustentabilidade da Associação, no sentido de poder continuar a apoiar os mais carenciados.
Presentes desde as 9 horas da manhã, estiveram muitos voluntários a ajudar numa feira, segundo a organização, por onde “já passou bastante gente”.
“No âmbito do Ano Europeu da Luta Contra a Pobreza e Exclusão Social, e a partir desse grande evento que é celebrado ao longo do ano, pensámos, também, contribuir com alguma coisa para a vida social, mediante uma feira solidária”, revela, em primeira-mão, o presidente da Associação Entre Famílias, Francisco Alves.

Os vários produtos disponíveis, alguns novos, desde brinquedos, utensílios domésticos, roupas e calçado, foram doados à Associação durante o último ano. “Quase todas as famílias têm sempre algo em casa que vão preservando e como já não usam, resolvem entregar. A partir daí, nós começamos a organizar tudo para podermos apresentar às pessoas com o intuito de que elas possam vir a usufruir de alguma possibilidade de adquirir a preços simbólicos, artigos a que, de outra forma, provavelmente, não teriam acesso”, sustentou o responsável.
Nascida da extinta Associação Famílias, comemorou o seu primeiro aniversário a 24 de Junho e, apesar da sua história recente, a Associação Entre Famílias conta já, nas suas fileiras de solidariedade, com cerca de 365 associados.

RECRIADAS TRADIÇÕES

A Ceifa e a Malha dos Cereais regressam, em ambiente festivo, aos campos de Morais

No Município de Macedo de Cavaleiros, a aldeia de Morais viveu mais um fim-de-semana de festa, recriando a tradição agrícola associada ao fabrico do pão. Assim, na noite de 17, sábado, o arraial popular dominou as atenções com o organista Marco Paulo. O dia seguinte amanheceu cedo, pelas 7 horas decorria a ceifa dos cereais e o seu transporte para a eira. Às 9 horas, as pessoas retemperavam já forças com um almoço no campo. Ao princípio da tarde, actuou a Fanfarra de Vale da Porca, depois, teve lugar a malha, seguindo-se uma merenda convívio. O programa terminou às 17:30 com o Grupo de Cantares do Centro Social e Cultural de Gebelim.
Organizada pelo quinto ano consecutivo, esta iniciativa da Junta de Freguesia de Morais, que contou com o apoio da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, consegue atrair cada vez mais visitantes à aldeia, que pretendem recordar os momentos da Ceifa, Transporte e Malha. Ora, como protagonistas, assumindo o papel de segadores, ora, como público, preferindo assistir ao trabalho comunitário desenvolvido.
Ainda não passaram muitos anos desde a época em que, por este mês de Julho, o povo de cada aldeia se reunia para fazer a ceifa dos muitos campos “pintados de amarelo espalhados pela região”. Segundo as pessoas envolvidas, esses dias misturavam um ambiente puro de confraternização com um trabalho duro e desgastante que se iniciava ao nascer do sol. Nos campos, homens e mulheres, munidos de foice, entregavam-se às suas tarefas, apenas interrompidas por uma merenda rápida em que não se dispensava o garrafão de vinho. Cegada feita, o cereal era transportado para a eira, por carros puxados por animais, onde se fazia a malha.
Foram estes os tempos relembrados e recriados em Morais, uma aldeia que revive a tradição em ambiente de convívio e diversão.

23 de julho de 2010

XUTOS LOTARAM O RECINTO

A TerraFlor teve na noite dos Xutos & Pontapés o dia mais forte com mais de 6 mil pessoas

No sábado, “o dia mais forte”, milhares de pessoas deslocaram-se a Vila Flor para poderem apreciar o espectáculo dos Xutos & Pontapés integrado no cartaz da 8ª edição da Feira de Produtos e Sabores. Já o concerto decorria e centenas de pessoas esperavam, ainda, poder entrar. No total, foram seis mil ingressos vendidos na noite mais concorrida do certame, aos quais se juntaram expositores, convidados e outros com livre acesso.
“Apesar dos restantes dias terem tido bastante afluência, a noite de sábado está a superar até as nossas melhores expectativas. Estão milhares de pessoas a assistir ao espectáculo e centenas e centenas lá fora a tentarem comprar bilhete. Tivemos já de abrir mais uma bilheteira, portanto, a festa está boa e penso que a feira também”, revelou o presidente da Câmara Municipal de Vila Flor, Artur Pimentel.


Com o tempo a ajudar e, apesar, da Reginorde ter coincidido com a VIII TerraFlor, que se realizou este ano de 15 a 18 de Julho, o facto é que o presidente da autarquia estava certo na ante-visão que fez, aquando da apresentação oficial da Feira. ao afirmar que seria muito difícil para a Reginorde com os Ídolos na noite de sábado, demover os visitantes da TerraFlor. Em grande parte, devido aos Xutos & Pontapés que apresentaram o alinhamento habitual, não surpreendendo os fãs mais confessos. No entanto, o concerto conseguiu ser um autêntico festival de luz e som, que agradou a todas as gerações.


No final, Zé Pedro fez um discurso mais paternalista , mas sentido, agradecendo a todos o apoio incondicional que lhes tem permitido, ao longo de três décadas, continuar a fazer aquilo que “eles” mais gostam, que é poderem viver da música e, sobretudo, tocar ao vivo. A actuação terminou com o tema “Para sempre”, do filme “Tentação”, rodado na região de Trás-os-Montes.
Com um orçamento ligeiramente inferior ao do ano transacto, 184 400 euros, e mais de 200 stands em exposição, Artur Pimentel faz um balanço significativamente positivo. “Mesmo a tenda com produtos da terra, com vinhos e azeite de Vila Flor, tem sido muito concorrida. É uma feira que é uma festa e está com muito interesse, sem dúvida”, comentou.





NEREIDA GALLARDO

DE CASAMENTO MARCADO

A modelo espanhola Nereida Gallardo, que ficou famosa depois do seu relacionamento com Cristiano Ronaldo, revelou ao Jornal Nordeste, em exclusivo, e em primeira-mão, a data do seu casamento com o empresário maiorquino Pedro Sabater, fala na sua despedida de solteiro, na lua-de-mel e descreve a sua relação passada com um dos melhores jogadores de futebol do mundo.

FACTOS

Nomeada: Nereida Gallardo
Idade: 26 anos
Nascimento: 18 / 03 / 1983
Ocupação: Modelo
Local: Mercado Club
Signo: Peixes
País: Espanha
Cor favorita: Azul


ENTREVISTA

1 @ Para além das presenças em discotecas, que outros trabalhos tens feito?

R: Recentemente, fiz uma sessão fotográfica para dois fotógrafos, uma delas na praia, cujas fotos estão no Facebook para que todos possam vê-las. E, agora, recebi uma proposta de trabalho de uma casa de jóias que espero que se realize, pois há um inconveniente que é o meu casamento.

2 @ Será para quando a boda?

R: Caso-me a 21 de Agosto e, depois, vou de lua-de-mel de 23 até ao dia 31. Creio que o trabalho seria a 29 de Agosto e, nessa altura, devo estar por Nova Iorque. Muito longe... Pela América! Não sei! Vai ser uma surpresa dos meus pais. Às tantas, até me engano...

3 @ Conta-nos como foi a tua despedida de solteira?

R: Primeiro, fomos a Maiorca e, depois, apanhámos uma barco, sem dormir, para Ibiza, onde passámos dois dias. Então, aí, a festa foi um bocadinho mais fraca, dado que a de Maiorca tinha de ser maior. Foi muito bom!

4 @ Como é que conheceste o Pedro Sabater?

R: Numa discoteca! O normal... Mas já o conhecia de vista do ginásio. Ele antes trabalhava para uma discoteca, mas, agora, tem uma empresa de alimentos, limpeza e, também, de eventos.

5 @ Estiveste 8 meses com o Cristiano Ronaldo, como é que definirias a tua relação com ele?

R: Foi bonito, enquanto durou...No momento, era tranquila e, pensava eu, sincera. Depois, no final, senti-me um pouco defraudada.

6 @ Na tua primeira vez em Bragança, que é que opinas desta cidade?

R: Na verdade, não imaginava que a discoteca fosse tão bonita! Fiquei encantada com as pessoas, são verdadeiramente simpáticas e o espaço é incrível.

7 @ Consta-se que terminaste os estudos... Em que área?

R: Auxiliar de Enfermagem e Dietética e Nutrição. Ainda bem que acabei! Não gostava nada ter que estudar! Não quero mais...

8 @ No futuro, vês-te a trabalhar em quê?

R: Preferia trabalhar como enfermeira e não como dietista porque eu gosto de comer muito...

9 @ Como é que manténs a forma? Fazes alguma dieta?

R: Não! Apenas faço ginásio três vezes por semana.

10 @ Em Portugal, qual é a tua cidade predilecta?

R: A verdade é que não tenho preferências porque, tão pouco, tenho tempo de conhecer as cidades. Sempre que vou a qualquer lado é para trabalhar e regresso a casa, quase sempre, no dia seguinte. A verdade é que gostaria de conhecer todos os locais onde já estive, desde o norte ao sul do país. No entanto, o local onde mais trabalho é no Porto, muito mais do que no Algarve ou em Lisboa e, sobretudo, no Verão. Muito mais do que no Inverno.

11 @ Como espanhola, como é que vês a actual situação do teu país?

R: Espero que seja uma situação transitória porque há muita gente a passar por dificuldades, já que, é muito difícil arranjar trabalho. Procura-se e não se encontra. É uma pena! Ainda por cima, sobem a percentagem do IVA. Tiram as casas às pessoas... É um problema! Um desastre...

12 @ Que farias tu, se estivesses no lugar de Zapatero?

R: Tentaria que isto fosse melhor para todos os cidadãos e não só para o Governo.


13 @ Que tipo de música gostas de ouvir?

R: Gosto de quase todo o tipo de música! Mas, prefiro dance e house music... O marido da Merche Romero, o dj Vibe, é muito bom!

14 @ Os portugueses tratam-te bem?

R: Quase melhor do que em Espanha... A verdade é que não tenho nenhuma queixa! Estou muito contente e feliz por estar aqui.

15 @ Num documentário sobre a vida selvagem, que animal interpretarias?

R: Um tigre ou uma leoa, ou então um golfinho.

16 @ Se pudesse passar uma noite com uma personalidade nacional ou mundial, política, desportiva, cultural ou outra, em quem recairia a sua escolha?

R: Neste momento, nenhuma! A personalidade que tinha de ter, já a tive, que foi o Ronaldo. Assim, agora, fico com o meu noivo que é perfeito. Pensando melhor, o Brad Pitt. Gosto muito dele e da Angelina Jolie, dos dois...


17 @ O que é que consideras ser inaceitável num homem?

R: Que seja machista e que queira ter sempre razão...

18 @ E o que é que te atrai num homem?

R: A simpatia, a amabilidade e o ser carinhoso!

19 @ Se pudesses pedir três desejos ao génio da lâmpada, quais seriam?

R: Primeiro, saúde para mim e para a minha família. Depois, conservar um bom ritmo de trabalho e ser feliz com o meu namorado para o resto da minha vida... Não me quero separar!

20 @ Se pudesse realizar uma viagem de sonho, que destino (cidade, região ou país) desconhecido escolherias?

R: Umas ilhas paradisíacas como as Maldivas ou, então, Las Vegas...



O ASSALTANTE ARACNÍDEO

Jovem alegadamente relacionado com 18 assaltos a residências permanece em liberdade reincidindo no crime

Desde finais de Abril, que surgiu um novo padrão de criminalidade na cidade de Bragança. Trata-se de furto a residências por escalamento e houve já mais de 20 participações no Comando da PSP de Bragança. Sendo que, dessas, 18 casos foram relacionados com um suspeito identificado na terceira semana de Junho.
A partir de 25 de Junho, já aconteceram mais furtos e o mesmo indivíduo foi identificado noutros casos. A 15 do corrente mês, foi identificado, novamente, numa situação em que foi possível recuperar todo o material furtado, nomeadamente, telemóveis e um computador portátil.
No entanto, o suspeito permanece em liberdade, mesmo após ter reincidido no crime de furto. Apesar de existirem duas ou três situações em que as vítimas conseguem fazer uma identificação positiva do assaltante e outras em que foi possível recuperar o material furtado, o cenário é de resolução complexa para a polícia.
De acordo com o comandante da PSP de Bragança, Amílcar Correia, neste caso, a detenção só é possível através ou de mandado judicial emitido pelo juiz, ou da PSP em flagrante delito.
“A PSP, em flagrante delito, não o tem conseguido fazer. Tem conseguido, após a denúncia dos factos, chegar ao suspeito, encontrar indícios e provas de que é ele o autor dos crimes, tem feito chegar essas provas ao Ministério Público e está a ser dada continuidade aos processos”, relata o responsável da força policial.
O indivíduo, de sexo masculino, tem 20 e poucos anos, já trabalhou numa fábrica em Bragança. Toxicodependente, está, de momento, desempregado e sem rendimento ou quaisquer meios de subsistência.

O calor trouxe o crime consigo e com ele um novo fenómeno, assaltos a residências por escalamento

“Se o tivéssemos apanhado na posse dos itens furtados, provavelmente, mantê-lo-íamos detido. Aí, aportar-se-ia ao flagrante delito. Mas os artigos furtados, apesar de alguns termos conseguido recuperá-los, já não estavam em seu poder. No entanto, há a certeza de ter sido ele o autor dos furtos ao interior das residências”, afirma Amílcar Correia.
Os factos foram participados a tribunal e os inquéritos estão a decorrer, mas, sem flagrante delito, aos cidadãos, só lhes resta aguardar.
“A polícia está a fazer o seu papel, agora, temos de esperar que a justiça faça também o seu”, conclui o responsável, garantindo que: “A polícia está atenta! Não podemos é ir dormir, por exemplo, e deixar portas e janelas abertas!”
O modus operandi do alegado criminoso é o seguinte: geralmente, espera que as pessoas se deitem para que possa, então, por uma janela ou varanda, aceder ao interior das residências, roubando carteiras, computadores, dinheiro, jóias e tudo aquilo a que possa deitar a mão.
O Jornal Nordeste conseguiu falar com a proprietária de uma vivenda localizada numa avenida da cidade que foi alvo de uma tentativa de assalto. “Por volta da meia-noite e meia, estava a ver televisão e senti o vizinho do lado a chamar. Foi ele que ligou à polícia, pois avistou um indivíduo a tentar entrar pela janela da cozinha. Eu não me tinha apercebido de nada”, descreveu Rosa Rodrigues.


MÚSICA É TRADIÇÃO

“Galandum Galundaina”, “Pé na Terra” e os espanhóis “Campo Aspero” irão dar música ao Festival “internacional” da Lombada

Está prestes a começar o Lombada - Festival de Música e Tradição, marcado para o próximo fim-de-semana em Palácios. Naquele que é, certamente, um dos mais antigos festivais de música tradicional do distrito de Bragança, promete-se cultura, música e tradição. E espera-se, por parte dos convivas, um apetite imenso para os deliciosos enchidos e refeições confeccionadas pelas senhoras da aldeia. E na Lombada, quando se promete algo é para cumprir. E assim tem sido, ao longo destes últimos 12 anos, altura do surgimento do Festival que é já uma imagem de marca de toda a região. O seu cartaz, honra, mais uma vez, a beleza e a hospitalidade de Palácios e suas gentes. O sábado amanhecerá cedo, por volta das 9:30, altura da segada manual.
“A Associação achou, por bem, reviver o ciclo do pão. Daí que haja uma segada manual. Esta será acompanhada de música e por cânticos próprios, aliás, como antigamente o eram os outros ofícios. Era uma maneira de aliviar, pois a música retira, sempre, algum do cansaço, e paravam, inclusive, para cantar”, destaca o presidente da Associação Cultural Recreativa e Ambiental de Palácios, Raul Tomé. Recorde-se que a segada e a malha foram, apenas, introduzidas nas festividades há 8 anos. “Como a agricultura era, de facto, a fonte de rendimento e subsistência das nossas aldeias, é normal que seja importante para nós fazermos renascer a segada e a malha”, acrescenta o responsável.


Seguir-se-á o almoço comunitário, a abertura da feira de artesanato e de produtos da terra e, de novo, a comida está na mesa, com mais um momento de convívio patrocinado pelo jantar. “O ano passado, no sábado, estiveram cerca de 150 pessoas ao almoço. Servimos também almoços com comida tradicional da segada. Antigamente, era a canhona, hoje, é caldeirada de cordeiro, bem mais tenrinho. No domingo, haverá, também, jantar, que o ano passado reuniu 250 pessoas”, relembra Raul Tomé.
Os grupos musicais estão reservados para a noite. O primeiro a actuar será “Galandum Galundaina”, um grupo que vive, agora, no seu apogeu, tendo feito muito pela gaita tradicional e pela padronização da gaita portuguesa. Depois, será a vez dos espanhóis “Campo Aspero”, mais um grupo de referência na arte da música tradicional.
“Desde há 8 anos para cá que temos trazido, em cada festival, um ou dois grupos musicais espanhóis, graças ao Paulo Preto do Galandum e ao Paco Dias, que colaboram gratuitamente com a Associação. Continua a ser o Lombada – Festival de Música e Tradição, mas tem sido internacional. Só não tem lá o nome!”, ironiza o, também, professor de português.
Domingo, será a vez da religiosidade ser tocada no sino da Igreja de Palácios. Às 16 horas, decorrerá o 12º Encontro de gaiteiros e tocadores do nordeste. De registar que foi devido a estes encontros que nasceu o Festival de Música e Tradição. Após mais um jantar comunitário, o Festival termina em palco com o grupo musical “Pé na Terra”.
Espera-se anseio pela tradição como, de resto, tem sido apanágio em edições anteriores, com um público maioritariamente jovem, muitos emigrantes e pessoas vindas de todo o lado, cujas preocupações sejam não só, mas também, culturais.

21 de julho de 2010

"O PÃO INTEIRO"

Vila Flor reafirma a sua proximidade “do mundo” após investimentos rodoviários (IC5, IP2, A4) que potencializarão o concelho

“Nós temos a memória curta! Passámos a vida a dar vivas a gente que passou o tempo a deitar-nos migalhas e, hoje, parece que estamos a esquecer o homem que, efectivamente, e de uma vez por todas, nos trouxe o pão inteiro, que são as três vias”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Vila Flor (CMVF), Artur Pimentel, na apresentação oficial da Feira de Produtos e Sabores.
“Eu próprio lutei muito por estas estradas e estou muito agradecido, de facto, ao homem que contra tudo e contra todos arrancou com todas estas estradas ao mesmo tempo”, reiterou o edil. A importância destes investimentos (A4, IC5 e IP2), que estão a ser conduzidos em Trás-os-Montes , é tanta para o concelho que na VIII TerraFlor houve um colóquio subordinado ao tema.
“Entendemos que deveríamos consciencializar as pessoas das enormes potencialidades dos três investimentos. Principalmente, no caso de Vila Flor, onde se cruza o IC5 com o IP2. Acho que toda a região deve ter conhecimento deste facto e os produtores e a população em geral devem sentir e reflectir sobre isso”, defendeu o vice-presidente da CMVF e coordenador da Feira, Fernando Barros.
“Nós não devemos continuar a dizer que estamos longe das cidades e do mundo. Com estes investimentos estamos próximos de tudo. E, portanto, esta é uma potencialidade que nós não devemos desperdiçar”, acrescentou o responsável.
Foi sublinhada, no entanto, a ambivalência de tamanhos investimentos. “As estradas trarão prejuízos para a região se esta não estiver preparada para as receber e, se assim for, não tenho quaisquer dúvidas que elas serão mais úteis ao Porto, a Lisboa e a todo o litoral do que, propriamente, a Trás-os-Montes”, afiançou o autarca.

Vila Flor será o único concelho do distrito de Bragança onde se cruzarão o IC5 e o IP2. Um facto que a autarquia fez questão de salientar

De acordo com Fernando Barros, “uma estrada tem sempre dois sentidos. Agora, nós devemos usar aquele que nos dá mais jeito e é isso que temos que despertar nos nossos concidadãos”.
Outro alerta dado pelo vice-presidente da CMVF tem a ver com o desconhecimento da obra massiva em curso, sobretudo, no concelho de Vila Flor, onde, das vias rodoviárias que o trespassam, não se consegue descortinar ou, tão pouco, calcular a magnitude dos investimentos. “As pessoas costumam dizer-me que “na zona de Carrazeda, de Samões, é que se está a construir”, mas, só, porque é a zona visível junto à estrada. Elas não fazem ideia do que é que se está a construir aqui ou em outros concelhos como Alfândega, Mogadouro e Alijó”, argumentou o coordenador da Feira.
Outra das significativas vantagens da reformulação e criação dos eixos viários, tem funcionado, ao longo dos últimos dois anos, segundo Artur Pimentel, como “uma alavanca a suportar o desemprego que haveria”, caso as concessionárias das estradas não requeressem mão-de-obra do concelho.
O que tem impedido, de certa forma, um aumento exponencial da taxa de desemprego como, de resto, tem acontecido no país. “O concelho de Vila Flor, de há dois anos para cá, tem mantido o índice de desemprego, havendo, mesmo, uma pequena redução”, destacou a edilidade.
Outra das medidas advogadas por Artur Pimentel, passa pela criação de uma zona industrial não concelhia que cobrisse o sul do distrito, “à séria”, situada na confluência do IP2 e IC5, próximo da Vilariça, para combater o desemprego e fazer face ao futuro.

“O IP4 foi, sempre, mais benéfico para o Porto do que para Bragança”, afirmou Artur Pimentel, na esperança de que o mesmo não aconteça com a futura Auto-Estrada Transmontana

TOUROS EM COMBATE

Começou em Vinhais o Campeonato Distrital de Chegas de Touros de Raça Mirandesa

No dia 17 de Julho, apesar do calor, foram muitas, ainda, as pessoas que marcaram presença no Chegódromo de Vinhais, onde se deu início, pelo segundo ano consecutivo, ao Campeonato Distrital de Chegas de Touros de Raça Mirandesa.
“Esperemos que este ano corra um bocadinho melhor. Com algumas alterações que introduzimos, julgamos que o campeonato será mais competitivo. O sucesso parece garantido, uma vez que aumentámos o número de candidatos, passámos de 23 touros no ano passado para 32 este ano”, revelou Carlos Silva, administrador da PRORURIS (Empresa Municipal de Desenvolvimento Rural de Vinhais), a entidade organizadora do evento.
No próximo sábado, a 24, terminar-se-á o apuramento dos 8 touros finalistas de cada escalão para quartos de final, meias-finais e final, através de um sistema de eliminação introduzido, apenas, neste campeonato, em que o touro derrotado sai imediatamente.


De acordo com o responsável das Chegas, os animais não sofrem qualquer tipo de lesão. “Os touros disputam, entre si, a prevalência em praça, a força, a valentia, a destreza e a bravura. Quando o animal sente não ter condições para vencer, normalmente, dá-se por vencido e o confronto termina por aí, sem problemas”, afiançou Carlos Silva. Autênticas provas de esforço para animais que conseguem atingir um peso superior a uma tonelada.
De salientar que, a 31 de Julho, haverá um espectáculo com touros e anões e, no dia 14 de Agosto, às 17:30, acontecerá uma grande corrida de touros com a consagrada Ana Baptista, que faz 10 anos de alternativa, Filipe Gonçalves, “O Furacão do Algarve”, e Mateus Prieto, uma jovem promessa do toureio a cavalo. Marcarão presença, também, o Grupo de Forcados Amadores da Chamusca e o Grupo das Caldas da Rainha, que integra alguns transmontanos. No dia seguinte, domingo, serão as meias-finais das Chegas de Touros e, a 22 de Agosto, acontecerá a Grande Final.

O início de uma chega que ultrapassou os 7 minutos e que deixou o derrotado (à esq.) a cambalear



NOVO PRESIDENTE NA ACADEMIA

Estudantes do Instituto Politécnico de Bragança elegem, em lista única, Rui Sousa para a presidência da Associação Académica

Eleito há quase três semanas, Rui Rui Sousa é o novo presidente da Associação Académica do Instituto Politécnico de Bragança (AAIPB). A cerimónia foi mais uma passagem de testemunho do ex-presidente, Bruno Miranda, para o actual, do que a tomada de posse deste último, já que na lista permanecem, praticamente, as mesmas pessoas. O acontecimento, que decorreu na Escola Superior de Tecnologia e Gestão na quarta-feira passada pelas 18 horas, terminou já passava das 21 horas e foi povoado por personalidades, agraciadas com uma pequena oferenda, num gesto simbólico, simultaneamente, de agradecimento e despedida da direcção anterior da AAIPB.
Em mais um ano de eleições, e pela terceira vez consecutiva, só concorreu uma lista única, o que deu origem a alguns rumores e a uma polémica antecipada por Rui Sousa, que a desvaloriza e chega mesmo a inverter a situação a seu favor: “Fomos lista única não porque as pessoas tenham medo de ir contra nós, não existe qualquer tipo de ameaça, antes pelo contrário, as pessoas desta escola gostam do associativismo e esta é uma forma de nos agradecerem, confiarem em nós e quererem, mais um ano, que nós estejamos à frente da Associação Académica”.
Bruno Miranda, o anterior presidente da AAIPB, permanecerá na lista, agora com um cargo secundário. “O Bruno não queria ficar com nenhum cargo de destaque porque pretende terminar o curso e, neste momento, apenas quer ficar à frente da banda que ele fundou, o que lhe dá muito prazer”, relata o actual presidente.
A Rui Sousa falta-lhe, apenas, saber da nota a uma cadeira para saber se concluiu ou não a Licenciatura em Desporto da Escola Superior de Educação. “O meu objectivo é terminar o mestrado, visto que já estou a fazer algumas cadeiras adiantadas. O que prova que, afinal, os presidentes das associações académicas não são aquelas pessoas que andam aqui há 20 anos”, ironizou.




A "NOSSA" VIA DA PRATA

Conferência sobre o Caminho Português da Via da Prata visou divulgar as suas potencialidades históricas e turísticas

Decorreu no Museu Abade de Baçal uma conferência aberta a todos os interessados, onde foram debatidas formas de promover o Caminho Português da Via da Prata. “O objectivo principal é a promoção da “nossa” Via da Prata, ou seja, do Caminho de Quintanilha a Segirei”, referiu a nova directora do Museu e membro da Associação Cultural Transmontana dos Amigos dos Caminhos de S. Tiago, Ana Afonso.
“Pretendemos promover nosso troço do caminho português da Via da Prata numa perspectiva da sua valorização efectiva, quer de investigação, quer de desenvolvimento turístico. São várias as vertentes, uma mais histórica, digamos, e outra mais promocional, que se associam e se complementam”, continuou.
Em termos de logística, a responsável afirmou faltarem albergues. “Está instituído que, de 30 em 30 quilómetros, deva existir na jornada um albergue e só temos um, situado em Quintanilha. Será outro dos nossos objectivos. Em Espanha, acontece precisamente o contrário, estão muito bem equipados, têm mais associações e os caminhos estão mais divulgados”, declarou Ana Afonso.


A conferência teve um convidado de peso, o professor Alfonso Ramos, psiquiatra de profissão, mas um conhecedor imenso das histórias dos Caminhos de S. Tiago. Ele trouxe para a conferência, a perspectiva histórica dos caminhos. “O Caminho Português da Via da Prata é o primeiro caminho Jacobeu e, assim sendo, é aquele que mais devia ser valorizado historicamente, mas que não o é, pelo contrário. Os portugueses deviam dar mais valor a este facto histórico, mergulhado na extrema importância de ter sido o primeiro”, defendeu o docente espanhol.




20 ANOS DE VILA DE IZEDA

Izeda apelou a mais investimentos da autarquia na celebração dos seus 20 anos como Vila

No sábado transacto, as cerimónias dos 20 anos de elevação de Izeda a vila iniciaram pelas 15:30 com o hastear da bandeira. Seguiram-se os discursos, onde a presidente da Junta de Freguesia de Izeda (JFI), Rosa Pinto, se manifestou contra a tentativa de encerramento dos serviços públicos e as restrições orçamentais que têm sido impostas às freguesias.
“Nós sabemos que o investimento efectuado em Izeda pela câmara municipal é avultado, mas nós precisamos, ainda, de mais. Porque só, dessa forma, desempenharemos, em pleno, o exercício de cidadania no cumprimento com lealdade daquilo que se prometeu aos cidadãos”, afirmou. Quanto a obras prioritárias, a responsável mostrou-se confiante que, “numa simbiose de entendimento” entre a Câmara Municipal de Bragança (CMB) e a JFI elas serão executadas.
“Julgo que, esta vila, nunca teve uma dinâmica a nível das actividades desenvolvidas como durante este mandato. É importante fomentar o bem-estar da população e proporcionar-lhe momentos de distracção e diversão”, defendeu Rosa Pinto, referindo actividades que vão desde os grupos de ginástica, a um grupo recém-criado de teatro, hidro-ginástica e à ocupação dos tempos livres dos mais jovens. Uma dinâmica que tem contado, segundo a dirigente política, com o apoio incondicional por parte da CMB, a quem apela que: “continue a fazer obra em Izeda”.

Arranjar a rua central e acabar com as lixeiras são objectivos prementes da Vila de Izeda

No seguimento da oratória, o presidente da assembleia de freguesia, Óscar Esménio recordou “as grandes pretensões” nos anteriores discursos dos presidentes de Junta, logo, nas primeiras comemorações da Vila de Izeda. “Uma das principais, foi a de arranjar a rua central. Não sei de quem é a culpa, mas o facto é que a rua central não está como há 20 anos, está pior”, referiu. No seu discurso, sublinhou, ainda, uma preocupação ecológica, cujo objectivo passa por “acabar com as lixeiras sem qualquer tipo de tratamento”.
O presidente da CMB, Jorge Nunes, presente nas comemorações, não respondeu de forma efectiva e concreta às preocupações que afligem os izedenses, preferindo discursar sobre os valores, a economia e a crise subjacente ao nosso país.
“Neste dia, o pensamento positivo tem de prevalecer sobre qualquer perspectiva de queixume, apesar da situação penosa em que o país se encontra, em termos financeiros e económicos, situação que tende a arrastar o país para uma crise continuada”, declarou o autarca.
No vigésimo aniversário da festa da vila, decorreu o lançamento do livro “Eu nasci em Izeda”, com homenagem ao seu autor, João Pedro Venâncio. Depois, teve lugar a conferência “Dr. Alves da Veiga”, proferida pelo presidente da Associação 31 de Janeiro, Joaquim Couto. As festividades dos 20 anos de elevação de Izeda a Vila terminaram com um lanche comunitário na Casa do Povo.

16 de julho de 2010

"ENTRE O SAGRADO E O PROFANO"

Miguel Moreira e Silva foi a grande revelação entre vários artistas, abordando, de forma singular, a temática do Fantástico

Inauguraram no Centro Cultural de Bragança, no dia 8 de Julho, duas mostras de arte que estarão expostas durante, precisamente, um mês (8 de Agosto). Na primeira, que aborda o tema “Paisagens”, participam vários docentes da Escola Superior de Educação (ESE) do Instituto Politécnico de Bragança. Assim, temos obras dos “profissionais”: António Meireles (desenho), António Morais (fotografia), Carlos e Jacinta Costa (design), Cristina Magalhães (tecidos), Helena e Luís Canotilho (pintura), Jorge Morais (fotografia) e Marco Costa (pintura). De referir, ainda, que esta exposição surgiu no âmbito da comemoração dos 20 anos do Departamento de Artes Visuais da ESE e é a “1ª Colectiva” dos seus professores.



A outra exposição, subordinada ao tema “ O Sagrado e o Profano”, da autoria de Miguel Moreira e Silva, foi uma autêntica e refrescante novidade, dado tratar-se de um artista da região desconhecido para a maioria dos presentes, mas com uma obra verdadeiramente fascinante. Com cerca de 20 trabalhos expostos, este génio criador dedica-se às artes plásticas desde 1992. “Apesar dos trabalhos serem de épocas diferentes, a temática é sempre a mesma. O fantástico, o sagrado, a luta entre o bem e o mal, o dia e a noite, o branco e o preto, toda a dualidade representada com uma enorme carga dramática”, revela o artista, cuja predilecção recai sobre a escultura, apesar da pintura ser, também, um marco fundamental da sua componente artística.
“As minhas obras têm muito mais que ver com o profano do que com o sagrado. O religioso está povoado do fantástico, o dogma, a Imaculada Conceição, o Pentecostes. Eu sou católico-apostólico romano e tendo sido criado dentro da cultura judaico-cristã, é normal que me inspire em tudo isso”, desvenda Miguel Moreira e Silva.
Apesar de conceber armas e da sua ligação intrínseca às máscaras, uma que se acentuou com o seu regresso a Bragança, não consegue integrar-se num estereótipo. “Não sei se sou mais escultor-pintor ou pintor-escultor. Não sei! Não dá para fazer essa escolha”, afirma.

Miguel explicava aos convidados as diferentes abordagens da sua obra

FANTÁSTICO