13 de junho de 2011

SEM COBERTURA DE REDE

Actual sistema de comunicações adoptado por Forças de Segurança e Socorro revela-se ineficaz, “engolindo” 500 milhões de euros

Com o intuito de abandonar as redes convencionais (banda baixa, média e alta) utilizadas, foi implementado o Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP). Em funcionamento desde Janeiro de 2010, este sistema foi concebido para responder adequadamente aos desafios colocados a forças como a Autoridade Nacional de Protecção Civil, GNR, PSP e Bombeiros Voluntários na sua actuação diária ou em cenários de emergência como catástrofes, acidentes, incêndios de grandes proporções ou acções conjuntas. Mas a verdade é que não tem funcionado correctamente, nem tão pouco tem impressionado as Forças de Segurança e Socorro Estatais que o adoptaram,
No síte do SIRESP (http://www.siresp.com/), é possível ler-se, em letras garrafais: “SIRESP cobre a totalidade do território continental”. No entanto, de acordo com uma fonte interna, que lida com o sistema de comunicações, existe um autêntico problema de cobertura de rede. Um cenário justificado ou por falta de energia ou pela operadora a prometer que tal situação será resolvida brevemente. A verdade é que o problema persiste e há muitas áreas sem qualquer cobertura.
De acordo com o informador, a própria comunicação entre as várias forças de segurança é, agora, mais difícil. Primeiro, porque a rede está longe de cobrir as necessidades. Depois, porque as comunicações internas, “homem a homem”, para actividades específicas como “muda o carro de sítio, segue pela outra rua, estou sem munições”, podem interferir com comunicações realmente importantes. Como, por exemplo, “indicações do Comando para implementação de tácticas e forças no terreno”. Em relação a forças diferentes, é necessário que haja autorizações para partilha de canais. Ou seja, tem que haver abertura desse canal pelo gabinete de gestão do SIRESP. Um processo demasiado moroso numa situação de emergência. Os antigos sistemas tinham canais previamente programados que, quando acedidos pelas diferentes forças, automaticamente estavam em sintonia.

O SIRESP poderia ter sido apoiado nas antenas de uma das operadoras já existentes em Portugal, reduzindo os seus custos drasticamente

A mesma fonte garante que o outro sistema era mais flexível em termos de partilha de comunicações entre as várias forças e, dificilmente, uma força ficava sem qualquer tipo de transmissão. Permitia, também, comunicações internas, em modo walkie-talkie, sem interferir com transmissões importantes. O próprio manuseamento dos aparelhos, assim como a funcionalidade dos mesmos, era praticamente intuitiva. Para além de permitir um fluxo de informação mais rápido. Por exemplo: dentro da mesma força nacional, o SIRESP não permite a comunicação em terreno operacional, sem autorizações e abertura de canais. “Em acção, todos estes contratempos, causam um enorme transtorno. Até porque o contacto com o Gabinete SIRESP não pode ser feito por quem está no terreno”, defendeu um militar. Até agora, em termos operacionais, os constrangimentos não têm sido notórios porque todas as forças têm mantido os antigos sistemas e apoiam-se neles para as suas acções.
O custo real de tamanha implementação, cuja ineficácia pode mesmo colocar vidas em perigo, foi como que abafado, mas comenta-se que tenha custado aos cofres do Estado, ou seja, aos contribuintes, a módica quantia de 500 milhões de euros. Mas porquê mudar de sistema quando o anterior funcionava perfeitamente. “A mudança talvez fosse para melhor, porém, na realidade, é apenas porque tem que se justificar o investimento”, crê a fonte.

 

UMA MARCA DA CIDADE

Presenças nacionais, dança, hair stylists e música por Paulo Vintém foram os quadros do 10º Bragança é Moda

Decorreu na Praça Camões mais um desfile do comércio local. Com 60 minutos de atraso, o Bragança é Moda Primavera / Verão 2011 teve início por volta das 22 horas. O conhecido apresentador da RTP, Hélder Reis, foi o anfitrião de um desfile que contou, ainda, com as presenças de Mafalda Teixeira e Raquel Henriques. Paulo Vintém foi outro dos convidados, interpretando duas músicas para uma plateia que lotou o espaço envolvente. O vencedor do programa televisivo “Achas que sabes dançar”, Marco Ferreira, entrou a meio do desfile, subindo ao palco com um número de dança contemporânea. Os manequins da Best Models abrilhantaram o desfile que integrou, como já é habitual, crianças e jovens da cidade.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), José Carvalho, mostrou-se muito satisfeito com o resultado final do evento. “Eu penso que tem vindo em crescendo e a prova evidente é que tivemos aqui uma mar de gente. Tivemos as cadeiras todas cheias, foi positivo, dinâmico e esperemos que no próximo ano consigamos manter o mesmo nível ou, então, superá-lo, se possível”, comentou.
Já a sobreposição de eventos melindra o responsável, que considera “uma asneira”, referindo-se ao concerto no Teatro Municipal. “Esse é o problema de sempre que nós vimos reclamando há muito tempo. Eu acho que devia haver muitos eventos em Bragança, mas não concentrá-los. Por isso mesmo é que deveria haver um pouco mais de cuidado na escolha das datas”, afirmou o presidente da entidade organizadora do desfile. “E até era uma forma de garantir que durante o ano inteiro acontecia algo de importante em Bragança para as pessoas virem visitar. É uma asneira este tipo de coisas que acontecem porque prejudica quer este, quer os outros espectáculos”, concluiu José Carvalho.






Marco Ferreira, vencedor do concurso televisivo "Achas que sabes dançar", foi um dos convidados do Bragança é Moda



HOMENS DA LUTA


“O Festival da Canção é bué gay”

FACTOS

Nomeados: Homens da Luta
Entrevistado: Nuno Duarte (Gel)
Ocasião: Semana Académica de Bragança
Dia: Segunda-feira

ENTREVISTA

1 @ Actuastes recentemente no Festival da Eurovisão. O que é que representou para vós essa participação?

R: Foi especial. Primeiro, porque concorremos primeiro aqui ao Festival da Canção português e ganhámos. Os nossos fãs votaram massivamente e, também, algumas capitais de distrito como Bragança, que nos deu 12 pontos e que nós não esquecemos. Ao ganharmos, caiu sobre nós uma responsabilidade em que tínhamos de fazer a melhor figura possível dentro da nossa linha e levámos uma canção que fez da nossa presença algo completamente extraterrestre dentro do festival. Mas nós, nem por isso deixámos de pensar que podíamos fazer boa figura. Embora, fossemos completamente fora de tudo aquilo, cantávamos na nossa língua que éramos praticamente os únicos a fazer isso, com música tradicional e acho que correu muito bem. Não passámos à final, também isso não era o mais importante, mas conseguimos passar a nossa mensagem e, sobretudo, conseguimos fazer com que a malta que nos segue e gosta de nós se sentisse orgulhosa porque fomos para lá iguais a nós mesmos.
Queremos, sobretudo, manter esta relação muito especial com a malta que gosta de nós. E isso é muito raro acontecer. Nós chegámos anteontem ao aeroporto e estava pessoal à nossa espera a aplaudir-nos e nós nem passámos à final, nem ganhámos aquilo. Ou seja, há cenas mais importantes e isso valeu bué a pena.


2 @ Tivestes um voto de confiança dos portugueses, mas, depois da vossa actuação no Festival, houve quem vos criticasse pelo facto de terdes ficado muito estáticos em palco. Aquilo foi uma ordem da produção ou foi uma opção vossa?

R: Não, aquilo foi uma atitude nossa. Primeiro, porque a gente não sabe dançar. Em segundo, porque queríamos manter o número muito simples. Também já sabíamos que ia haver muita dança nos outros números, portanto, a gente tinha que marcar ali uma certa diferença. Mas aprendemos. Sobretudo, aprendi uma coisa que eu não sabia. É que o Festival da Canção é bué gay. E eu não tenho nada contra os gays, mas nós estávamos um bocado de fora. Vamos ter de apurar isso. Acho que para o ano vamos fazer uma coisa mais dentro do espírito deles e a gozar um bocadinho também com a coisa. É engraçado que, mesmo em Portugal, bué fãs do Festival são gays. Mas são gays muito conservadores, que é uma cena que estranho bué. Pedem o direito à diferença, mas, depois, quando aparece alguém diferente no meio deles, eles não gostam. E então eu acho que para o ano podemos ir por aí. Mas não posso adiantar mais.

3 @ Em 2010, fostes desclassificados do Festival. Voltastes a concorrer este ano e, em 2012, já afirmaste que ireis regressar. Correcto?

R: Sim. Ainda vamos ter de pensar o que vamos fazer, mas vamos. Porque vamos defender o título. Isto é como o boxe. Ganhámos o título, agora vamos ter de o defender. Se há coisa que os Homens da Luta representam é pro-actividade. Tipo, ir às cenas, mesmo que às vezes não tenhas hipótese nenhuma de ganhar. Mas vais na mesma e vais e vais e vais e os Homens da Luta têm sido um bocado isso, a teimosia, a persistência. Vamos e chateamos os gajos e continuamos e pum, pum, e há bué da malta que não gosta e há bué da malta que gosta e o pessoal discute se eles são da intervenção ou se estão só a gozar. Isto é bué da forte e a gente está completamente a surfar isto na boa. Isto começou só eu e o meu irmão, mas, hoje, temos uma equipe e esta malta trabalha connosco. Portanto, isto agora transformou-se já num modo de vida nosso e a gente continua, veste a camisola.


4 @ Em 2012, ireis manter o mesmo boneco do PREC ou estais a pensar adoptar um formato diferente?

R: Acho que vamos concorrer com os Homens da Luta, mas, também, acho que, se calhar, faz sentido o Carlinhos, o Machista Gay, concorrer. E até, se calhar, o Wanderlei, o brasileiro, também pode ter uma música. Ou seja, a gente vai tomar aquilo de assalto. Porque vale a pena. Vale a pena por uma cena: nós temos alguma facilidade porque vimos da televisão, mas sabemos bem que, hoje em dia, é muito difícil viver da música em Portugal. É um país muito pequeno, depois não se ganha dinheiro a vender discos e os concertos não são assim tantos para o número de bandas que há. Portanto, acho que não se pode desperdiçar nada. Uma cena como o Festival da Canção para nós foi muito bom. Vendemos concertos, mostrámos a nossa música, mostrámos fatos novos, uma atitude, aparecemos. Não estamos numa altura de preconceitos. Há muita malta da música que é bué preconceituosa. Lançam um disco e depois dizem que ninguém lhes dá atenção, mas depois recusam um convite para ir ao programa da manhã do Goucha. Têm vergonha, parece mal. Ao Festival da Canção também não vão, mas depois queixam-se. A gente não se queixa, a gente vai. Às tantas, vamos tantas vezes que um dia, se calhar, até ganhamos um Eurovisão, quem sabe? Fartam-se de nós e pronto, toma lá a taça.


5 @ Ao nível da mensagem, “A Luta é alegria” é muito semelhante à música do Bob Marley: Get Up, Stand Up. Será que um estilo mais reggae poderá ser uma possibilidade para o próximo festival?

R: Eu acho que há mais possibilidades. Mas já andamos a pensar nisso. Andamos com os Homens da Luta há dois anos, se calhar vamos andar mais um ou dois anos. Depois, vai chegar uma altura, em que vamos ter de reformar a coisa. Eu, hoje em dia, sinto-me mais próximo da música africana do que da música jamaicana. Também gosto de reggae, mas sem dúvida que a cultura negra interessa-nos. Também, na Luta, a gente já mete um bocado disso, mas interessa-nos. Tanto a cultura negra, como a cultura gay, como a cultura junkie, interessa-nos tudo o que são franjas. E então é possível que a gente a seguir vá para uma coisa mais tropical, mais sexual.


6 @ Em 2010, os Homens da Luta lançaram o álbum “A cantiga é uma arma”com 14 temas. Tendes o objectivo de lançar no mercado discográfico outro trabalho?

R: Sim. Para o ano vamos fazer mais um álbum com os Homens da Luta. Não sei em que formato será esse álbum, nem como é que vai ser lançado. Mas vamos fazê-lo. E, depois, logo se vê.




ADCMC SOMA E SEGUE

“Fábrica” de êxitos não pára com mais duas campeãs nacionais made in Trás-os-Montes

Desta feita, o Campeonato Nacional de Kickboxing teve lugar em Miranda do Corvo, Coimbra. Cerca de 800 atletas estavam, inicialmente, inscritos, mas houve algumas desistências de última hora que fizeram com que o número de participantes fosse reduzido.
Num total de oito combates, domingo, a Associação de Desportos de Combate de Macedo de Cavaleiros (ADCMC) venceu seis. O que fez com que Tânia Afonso (Sénior -55kg) e Clicia Queiroz (Sénior +65kg), ambas em Light-Kick, conquistassem o título de campeãs nacionais. O destaque vai, também, para Francisco Carvalho (Sénior -63kg) que, em Light-Contact, se sagrou vice-campeão nacional. Já Carolina Cadavez (Júnior -60kg) ficou na 3ª posição, acabando por ser prejudicada pelo júri do combate de Light-Kick. Devido a lesão de Hélder Ferreira, a ADCMC apenas participou com quatro atletas, garantindo, no entanto, e como tem vindo a ser hábito, um resultado impressionante alcançado pelos seus lutadores.
“Todos os nossos atletas tiverem que vencer algumas eliminatórias para conseguir estes resultados e não só o conseguiram, como o fizeram com grandes prestações”, afirmou o seu Mestre, Luís Durão. “É um orgulho podermos contar com estes grandes atletas, que tanto dignificam a cidade que representam”, referiu o, também, presidente da ADCMC.
O responsável pelo treino dos lutadores que tantos títulos lhe têm garantido, agradece à cidade que os apoia. “Macedo de cavaleiros está de parabéns! Mais uma vez ficou demonstrado o nosso valor e sem dúvida que há quem nunca mais se esqueça de nós”, concluiu Luís Durão.

BELEZA EM PASSERELLE SOLIDÁRIA

A primeira etapa do concurso Miss Mundo Portugal apurou quatro jovens do concelho de Bragança para as finais distritais

Teve início o apuramento das candidatas para o concurso Miss Mundo Portugal 2011. Esta primeira fase realiza-se a nível concelhio, procurando perscrutar jovens que se adeqúem ao perfil de Misses. Em Bragança, Bruna Monteiro, Sara Freitas, Andreia Sofia Fernandes e Inês Teixeira sagraram-se vencedoras. Mas entre as 10 jovens, apenas sete eram candidatas reais. Já que um dos requerimentos exigidos é a nacionalidade portuguesa. Uma regra de ouro, já que o fim último será escolher uma jovem para representar Portugal, naquele que, indubitavelmente, é um dos concursos internacionais de beleza mais conceituados. Ora, das três jovens, duas eram de nacionalidade polaca e outra de origem africana. Mas o júri abriu uma excepção e por condescendência, numa fase em que ainda é possível contornar os princípios básicos da competição, decidiu permitir às “outsiders” concorrer.
No concelho de Bragança, a princípio, inscreveram-se cerca de 27 jovens. No entanto, depois de submetidas a uma pré-selecção, continuaram a concurso 17. Mas sete desistiram, restando apenas as 10 candidatas que desfilaram no Moda Café. Um dos responsáveis da organização fundamenta o porquê. “Este tipo de concurso é complicado porque tem-se de gerir meninas que nunca fizeram este tipo de evento. Muitas vezes são as amizades até que as levam a inscrever-se e depois, por uma falta de afirmação e até alguma vergonha tendem a desistir”, revelou Ricardo Monteverde, da Alibaba Eventos, empresa organizadora das primeiras fases da Miss Mundo Portugal na zona norte.
Trata-se de um concurso algo amador nas pré-selecções até Lisboa. Isto porque são adolescentes, na sua grande maioria, inexperientes, que nunca pisaram uma passerelle, nem estão habituadas a “enfrentar” o público. Nestes casos, a moda traz, frequentemente, os nervos à flor da pele. Mas o que interessa mesmo é participar.

Em cinco concelhos, estão inscritas, aproximadamente, 42 jovens. Mas, em Bragança, só quatro passaram à fase seguinte (na foto, em cima)

Para além da beleza, do movimento do corpo, da expressão facial, está em causa, principalmente, a atitude com que as candidatas desfilam sobre a passerelle. Mas esta competição reveste-se, também, de um cariz solidário, já que as candidatas deverão entregar géneros alimentares que serão, depois, doados a uma instituição de solidariedade social de Macedo de Cavaleiros. “O objectivo deste concurso é, não só eleger a próxima Miss Portugal, mas também tem uma causa social associada que é, qualquer candidata que se queira inscrever, tem de fazer uma doação de alimentos”, informou o produtor de Viana do Castelo.
A final distrital será a 30 de Julho em Macedo de Cavaleiros, durante a célebre Feira de S. Pedro. Seguir-se-á, depois, Lisboa, onde será escolhida a representante de Portugal na Miss Mundo. Nesse patamar, irá a concurso uma jovem de cada país, procurando conquistar a coroa da mais bela mulher do mundo.




9 de junho de 2011

UM BAILE A TRÊS

Escolas secundárias da cidade concretizam Baile de Finalistas no valor de 7800 euros

Mais de meio milhar de alunos do secundário concentrou-se nas Piscinas do Clube Académico de Bragança na passada sexta-feira. A ocasião, o Baile de Finalistas. A principal novidade deste ano foi um autocarro descapotável de dois andares, vindo de Braga, onde os finalistas puderam passear-se durante a tarde pela cidade. Outra das inovações, prendeu-se com a concessão do bar. Um pormenor que permitiu aos estudantes organizadores desfrutarem mais do baile, sem as conhecidas preocupações de trabalho dos anos anteriores.
O destaque vai mesmo para o número de finalistas a aderirem a esta iniciativa conjunta das três secundárias da cidade de Bragança, num total de 245 pulseiras vendidas. A trinta euros cada, a pulseira dava acesso ao autocarro e ao jantar no Restaurante Académico, com bebidas à descrição. Emídio Garcia, Miguel Torga e Abade de Baçal fazem, assim, um balanço positivo de mais uma edição do Baile de Finalistas que, para muitos, foi a sua despedida oficial dos anos passados no ensino secundário.
Uma despedida feita ao som da banda Nível Seis e Carl D, numa festa cujo orçamento atingiu os 7800 euros, cobertos, em parte, pelos patrocínios e pela venda das pulseiras.



Júlia Petrova e Pedro Moreira, Rainha e Rei do Baile