5 de novembro de 2010

NUTRILAXIA NÃO PAGA

Empresa de limpeza nacional contratada pela autarquia de Bragança tem falhado nos salários aos seus trabalhadores desde Março

A Câmara Municipal de Bragança contratou os serviços de limpeza a uma empresa nacional, após concurso público, a Nutrilaxia. O serviço deixou de ser feito pela Brilimpa, uma empresa sediada em Bragança, mas que actua em todo o Nordeste Transmontano.
Os pagamentos para com os cerca de 33 trabalhadores de limpeza começaram a falhar a partir de Março. A Nutrilaxia, a princípio, alegou que a falta de pagamentos era da responsabilidade da autarquia. Depois, alterou a sua versão inicial, garantindo que tinham decorrido alguns problemas com as transferências dos salários. Devido à falta de pagamentos, uma dúzia de trabalhadoras manifestou a sua indignação nos corredores autárquicos, conseguindo, mesmo, uma reunião com o presidente da Câmara, Jorge Nunes, na tentativa de encontrarem uma solução, mas o governante “não assume”.
“Nós estamos sem receber desde Março. A Câmara diz que cumpriu. Mas a Nutrilaxia dizia que era a Câmara que não pagava, depois, ultimamente, já afirmavam que eram as transferências que eram mal feitas. Não pagavam nada concreto a ninguém”, denuncia Silvina Figueiredo, a trabalhar com mais três colegas na limpeza do Centro Cultural e da Biblioteca.
“Já cheguei a ter 3 e 4 meses em atraso. Agora, tenho 2 meses de salário, subsídio de férias e vem aí o subsídio de Natal. São ao todo 4 meses. O Senhor Presidente diz que não assume a situação. Eles cumpriram, dizem, a empresa que nos contratou é que não cumpriu connosco”, acrescenta.

Jorge Nunes afirma que a CMB cumpriu e já rescindiu contrato com a Nutrilaxia

Apesar de estarem na Câmara mais de dez funcionários, apenas dois quiseram falar. “Todas se queixam, todas se queixam, mas ninguém tem coragem de dar a cara”, afirma Silvina. Também Margarida Ataíde, trabalhadora há 7 anos nas Piscinas Municipais, assume publicamente o seu drama e a sua revolta. “As outras empresas sempre pagaram a tempo e horas. Com esta, houve problemas desde o início para recebermos. Depois, não atendem o telefone, nem respondem. Uma pessoa chega ao fim do mês, não tem salário, faz o quê?”, argumenta. Apesar da falta de pagamento de dois meses e subsídio de férias, Margarida continua a trabalhar, mesmo sem receber, e será assim até ao final de Outubro. Altura em que a autarquia suspenderá o contrato com a Nutrilaxia, um contrato que vigoraria, se tudo corresse dentro da normalidade, até Fevereiro.
“Já tomámos a decisão de rescisão de contrato, notificámos a empresa por incumprimento contratual e no dia 1 de Novembro entrará uma nova empresa que executará os serviços complementares ao contrato nos três meses que faltam. Entretanto, decorrerá, de imediato, um concurso público para o efeito”, assegurou o autarca.
Será a Inspecção Geral de Trabalho a ter que resolver esta situação delicada, sobretudo, em tempos de crise, onde um salário consegue, actualmente, ter uma importância fundamental no agregado familiar. “A Inspecção Geral de Trabalho já lá foi, diz que está à espera que a empresa envie os papéis. Mas, lá de baixo, só há uma senhora que nos atende o telefone e que nos diz que nos temos de mexer para outro lado que nós não vamos receber da empresa. Foi o que nos foi dito. Ninguém dá respostas concretas”, disse Silvina, e o Jornal Nordeste confirmou.

4 comentários:

  1. Olá,

    Isto é sem dúvida vergonhoso e muito triste!

    Eu trabalhei naquela empresa como Director Comercial, fui eu quem abriu o departamento, investi horas a fio para organizar tudo devidamente, estruturar, planear e definir planos de trabalho, alertei para todos os problemas, disponibilizei-me para ajudar e qual era o feedback por parte do Director Geral?

    ...

    Exacto! Completamente nada, ou tudo, mas que em nada se traduzia na prática.

    Como vi que a empresa não merecia o meu esforço, decidi sair logo após três meses e meio.

    É igualmente frustrante a minha palavra ter ficado por vezes em causa por inícialmente acreditar nas promesas por parte do Director Geral, que depois transmitia às funcionárias, encarregadas, clientes e inclusive ao Sr. Eng. Jorge Nunes.

    É triste que empresas sem nenhuma responsabilidade social não sejam sériamente punidas pois é por estes motivos que o nosso País não desenvolve um pouco mais!

    Cumprimentos,
    Pedro Lima

    ResponderEliminar
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  3. Carissimos,

    Eu não sei quem inseriu o comentário em cima, mas agradeço que o mesmo seja removido o mais rápidamente possível!

    Se quiserem confirmar que este é o verdadeiro Pedro Lima, adicionem-me ao MSN: djdrumn@djdrumn.com

    ResponderEliminar
  4. OLA TRABALHEI NESSA EMPRESA TRES MESES EM LISBOA NA ESCOLA DE GUARDA MONTE ABRAO E NAO ME PAGARAM NEM EU NEM OUTRAS MULHERES ESTOU DIGNADA SE DENTRO DA POLICIA DE GUARDA ELE NAO PAGOU ELE MERECE SER PUNIDO NULTRILAXIA

    ResponderEliminar