19 de maio de 2011

CATEDRAL TRANSBORDOU DE FIÉIS FINALISTAS

O IPB conseguiu formar 770 finalistas em 2010/11,  reunidos na cerimónia da Bênção das Pastas

Nunca antes se havia registado tamanha enchente na Catedral de Bragança, por ocasião da Missa dos Finalistas. Se dentro não se cabia, fora, a confusão não era menor. O calor apertava e aos estudantes mais afligia, com as suas longas capas negras e camisas abotoadas. Já nos últimos dois anos, a missa havia atingido a célebre marca de lotação esgotada, em todas as frentes. Mas, este ano, a multidão conseguiu ser, ainda, mais numerosa. A solenidade de sábado passado demorou, aproximadamente, duas horas, perante uma audiência constituída por 770 finalistas do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), mais alunos, colegas, amigos e respectivas famílias.
Apesar de um cenário de crise cada vez mais acentuado, o Padre Octávio Sobrinho não permitiu à fé esmorecer, tentando transmitir uma mensagem de coragem e esperança. A motivação e o optimismo foram notas predominantes do presbítero, numa interpelação de confiança e convicção no futuro.
Do alto do púlpito clerical, um porta-voz dos finalistas testemunhou: “em primeiro lugar, queremos agradecer à nossa família, pais, irmãos, tios e avós. Agradecer o vosso empenho, a vossa dedicação, mas, sobretudo, e porque temos noção da realidade, os vossos sacrifícios para nos possibilitarem o acesso e a manutenção no ensino superior”.

A saudade e o companheirismo marcam, intrinsecamente, os estudantes que passam por Bragança

O estudante aproveitou, ainda, para agradecer ao IPB, que considerou como sendo uma “grande instituição”, aos docentes, “pela sua capacidade na transmissão de conhecimento”, e aos discentes, pela disponibilidade e ajuda prestada aos mais diversos níveis. Por fim, no culminar do curto, mas conciso discurso, o elogio recaiu sobre a própria cidade e as suas gentes, que o jovem caracterizou de “fácil trato”, destacando o facto de saberem receber.
Procurando falar por todos os outros finalistas, o estudante mostrou-se ciente das dificuldades que o futuro lhe reserva, a si e aos seus colegas, aquando da sua tentativa de penetração no já saturado mercado de trabalho. No entanto, apesar das contrariedades que denuncia, procurará encara-las de forma positiva, usando tudo aquilo que aprendeu no Politécnico “para alcançar o sucesso”. O mesmo tipo de sucesso que o presidente da Associação Académica do IPB, Rui Sousa, desejou a todos os Finalistas no encerrar da homilia.






TESTEMUNHOS

Judite Fernandes, Engenharia Zootécnica, Chaves


“Estou muito feliz por terminar o curso! Sinto-me concretizada, realizada. Gosto muito da cidade, do ambiente académico, dos amigos que fiz, de tudo! Quanto a trabalho, actualmente, há imensas dificuldades. Por isso, talvez parta para o estrangeiro”


Adriana Afonso, Gestão, Braga


“É um sentimento inexplicável! Extremamente forte! Este momento é algo único que acontece uma só vez na vida. Esta cidade é muito acolhedora e vai deixar saudades. Vou regressar a Braga, mas penso que, em termos de trabalho, será um bocado complicado. Nada que com força não se faça”


Diana Silva, Engenharia Alimentar, Coimbra


“É muito bom e muito mau, ao mesmo tempo, porque deixar Bragança é complicado. Gosto de tudo nesta cidade! Tanto que vou ficar cá mais dois anos a tirar o mestrado. Mas é complicado, só de saber que, depois, posso ter de ir embora”


Luís Neto, Gestão, Macedo de Cavaleiros


“Missão comprida! É esse o sentimento, sem dúvida. Estive aqui quatro anos, a cidade é porreira e continua a crescer. Aquilo que eu gostei mais foi dos amigos que fiz e da instituição por si só. Tenho perspectivas de trabalho através do meu pai, que é empresário”








 

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