4 de dezembro de 2009

COMERCIANTES BURLADOS

Percorreu dezenas de estabelecimentos pedindo 25 euros em publicidade para uma prova de ciclismo fictícia


Apresentava-se como Pedro Antunes, assinava como Pedro Antunes, mas o seu nome é Alexander Montosa, segundo nos conta o burlado Cristiano Correia, e também proprietário do Cheers Bar. Tudo começou por volta do dia 13 do corrente mês, quando este indivíduo, oriundo do Fundão, se apresentou em vários estabelecimentos da cidade de Bragança como alferes da Guarda Nacional Republicana e membro da Federação Portuguesa de Ciclismo, mostrando um cartão para o efeito.

A proposta era simples e requeria apenas um “financiamento” de 25 euros. Supostamente, iria ser organizada uma prova de downhill em Janeiro a contar para o campeonato nacional, onde seria necessária alguma publicidade. A troco da quantia supra mencionada, e com direito a recibo forjado com o logótipo da federação, o patrocinador teria uma tarja publicitária na prova com o nome do seu estabelecimento que, no final, ficaria para ele. Claro que, aos olhos do patrocinador, “seria um bom negócio”, já que essas tarjas ou outdoors “não são assim tão baratas”.
Após a burla ter sido consumada, Alexander Montosa continuou a frequentar o Cheers Bar e numa das muitas conversas que se seguiram com o proprietário do estabelecimento, deu a entender mais do que devia. Esse “descuido” foi motivo suficiente para Cristiano Correia se dirigir à Polícia de Segurança Pública (PSP) e foi quando soube que, o indivíduo já teria sido alvo de investigações, tendo feito semelhante burla em Vila Real. Instalado na Pousada da Juventude, o seu quarto havia sido já matéria de busca, mas nada foi encontrado que o pudesse incriminar. Na segunda-feira passada, conseguiram capturar o indivíduo que foi sujeito a interrogatório mas posto em liberdade. Pensa-se, neste momento, que terá abandonado a cidade, depois de ter burlado estabelecimentos como a Casa Gil, Moto Morais, Metro, Moda Café, J.P., entre outros.

O Jornal Nordeste, em conversa com Delmiro Pereira, vice-presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, afiança que, este indivíduo terá feito o mesmo em localidades como Espinho (Setembro), Ovar (Outubro), Vila Real, Chaves e Bragança. “Pressuponho que seja o mesmo sujeito pelos relatórios dos recibos, todos com sede no Porto, e pelas características da própria corrida. Excepto em Chaves, nas outras localidades temos casos concretos, de pessoas ou empresas que me ligaram”, relata Delmiro Pereira. “Estão em prática vários crimes graves, desde falsificação de documentos até ao uso indevido de nome, logo, não podemos permitir que haja alguém, em nome da Federação, a extorquir dinheiro às pessoas. Este processo connosco não vai parar, os papéis foram entregues ao advogado e uma queixa formal será apresentada”, adianta o vice-presidente, que conclui, “mas não acredito que o burlão seja preso”.

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