26 de julho de 2012

HOSPITAL NEGLIGENTE

Pai vê-se obrigado a levar o filho a um médico em Vilar Formoso, depois de no Hospital de Bragança não ter sido detectado qualquer anomalia no estado de saúde da criança. 

No início da segunda quinzena de Maio, Luís Filipe Major Sá constatou que dois dos seus três filhos estariam com problemas de saúde. Mariana, de nove anos, e Rodrigo, de sete, apresentavam sintomas como vómitos, diarreia e febres altas. Cada vez mais preocupados, os pais decidiram levá-los às Urgências do Centro Hospitalar do Nordeste a 21 de Maio. Depois de uma bateria de exames, ao pai de 31 anos disseram-lhe que não havia motivos para preocupações, que devia ser só uma “constipação nos intestinos” e receitaram-lhes uns sumos de frutas “Oral Suero”. Sem qualquer melhora no estado de saúde, sobretudo de Rodrigo, que parecia até estar a piorar, os pais entraram numa espiral de desespero e, a 25 de Maio, sexta-feira, as crianças deram nova entrada nas Urgências. O menino de sete anos chegou mesmo a ficar internado a soro de sexta para sábado, tendo dormido no hospital acompanhado pela mãe. No dia seguinte, após nova ronda de testes, Rodrigo teve alta, tendo-lhe sido prescrito um xarope e uns comprimidos. Mariana começou a melhorar, ao contrário do seu irmão¸ a quem, quer o internamento, quer a medicação, não surtiram qualquer efeito. 

Foi então que, a 29 de Maio, os seus pais tomaram a decisão de levar Rodrigo a um médico particular em Vilar Formoso cujo profissionalismo eles já conheciam. “O dr. Fernando fez umas análises ao meu filho e disse-me que ele tinha uma mancha no fígado do tamanho de uma moeda”, relembrou Luís Sá. O pediatra fronteiriço receitou um antibiótico, um xarope e umas cápsulas ao menino, tendo-lhe ministrado, de imediato, uma no consultório. E quase que, instantaneamente, Rodrigo começou a sentir-se melhor. Tanto assim que, depois de arrancarem em direcção a Bragança, os pais pararam logo em Figueira de Castelo Rodrigo, a pedido do filho que, pela primeira vez em dez dias, tinha apetite. Compraram-lhe umas sandes e seguiram viagem rumo a casa. ”Eu não quero nada do hospital, muito menos qualquer indemnização, só quero expressar a minha revolta porque com tantas máquinas que eles têm aqui e com tantos exames que fizeram ao meu filho e não conseguiram detectar qualquer problema”, afirmou Luís, garantindo que, actualmente, o seu filho se encontra completamente recuperado e já vai à escola. “Tive de levar o meu filho a Vilar Formoso a um médico particular, pagar a viagem e todas as despesas para saber que ele tinha uma infecção no fígado”, protestou inconformado o pai de Rodrigo, que teve de meter baixa no emprego para poder ficar com o filho.     

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