A mais jovem rapariga dos Bombeiros Voluntários de Bragança integrou a corporação movida pelo sonho de salvar uma vida
Com, apenas, 14 anos, Maria João Fonseca integrou os Bombeiros Voluntários de Bragança (BVB) em Dezembro de 2010. Actualmente com 15, feitos a 20 de Junho, continua a ser o elemento mais novo de toda a corporação.
Com um apurado sentido de responsabilidade, Maria justifica a sua entrada nos bombeiros com a possibilidade de ajudar a salvar vidas. “As pessoas conhecem os bombeiros como heróis e só de pensar que nós podemos ajudar a salvar vidas, já é uma mais-valia. Deitarmo-nos todos os dias e pensarmos que podemos salvar alguém só nos faz querer continuar”, conta a jovem, de férias, após ter concluído o 9º ano. Mas os bombeiros, esses, não permitem férias. E Maria encontra-se num constante estado de alerta e prevenção. “Faço tudo aquilo que me pedirem. Em eventos que possam dar algum trabalho, nós vamos sempre para lá. Já estive em acidentes, fiz prevenção à Semana Académica, jogos de futebol, a Rampa de Bragança.”, relembra a “bombeira”.
O caso mais grave registado por Maria até ao momento foi mesmo o falecimento de uma idosa que se encontrava a viver no Lar da Santa Casa da Misericórdia. “Na semana passada fomos activados por uma dispneia, mas quando chegámos ao local a senhora encontrava-se já sem pulsação. Activámos a VMER, ligámos o nosso monitor, começámos a fazer as manobras de animação, mas sem qualquer resultado e acabou por falecer”, descreve Maria. “Foi a primeira vez que me aconteceu algo parecido e foi chocante! A mulher tinha 96 anos e os médicos disseram mesmo que não valia a pena estar a sufocar mais a mulher. Agora, eu nunca tinha visto um morto à minha frente e isso não se esquece”, testemunha.
No que diz respeito ao ambiente que se vive nos bombeiros, a jovem cadete não poderia estar mais satisfeita, considerando os seus colegas como uma autêntica família. “Eles acolheram-me muito bem! Estão sempre na conversa, na brincadeira e com os bombeiros mais velhos eu sinto segurança. Não há conflitos! Aquilo é uma família e foi ali que eu conheci gente mesmo boa”, assegura Maria.
Em plena época de incêndios, sobretudo, no mês de Agosto, a mais nova cadete dos BVB não teme as adversidades que lhe possam surgir, até porque está salvaguardada, pelo menos, por esta temporada. “Para já, eu não posso trabalhar em incêndios porque para isso precisava de ser bombeiro de terceira e eu ainda sou cadete. Depois, sigo para estagiário e só depois passo para bombeiro de terceira”, afiança.
De pequenino(a)...
Ana Beatriz Gomes, de 7 anos, faz parte de um grupo de dez meninos que pertence aos Bombeiros Voluntários de Vinhais. Nascida em Bragança, mas criada em Vinhais, Beatriz segue, há cerca de um ano, o exemplo da casa. “Estou super orgulhosa da minha filha e adoro vê-la de farda. Claro que gostava que ela continuasse. Esta é uma família de bombeiros, os primos também são”, afirma Nadia Gomes, a mãe da pequena Beatriz, também ela bombeira.
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