28 de janeiro de 2010

DOURO EM TRÁS-OS-MONTES


Presidente da Comunidade Intermunicipal de Tás-os-Montes pretende união com a CIM do Douro

No Auditório Paulo Quintela, a 20 de Janeiro, realizou-se a cerimónia de instalação do orgão deliberativo da Comunidade Intermunicipal de Trás-os-Montes (CIM), a Assembleia Intermunicipal. Quanto ao Plano de Desenvolvimento Territorial, já contratualizado com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional – Norte, a CIM de Trás-os-Montes irá gerir 78 milhões de euros que serão investidos nos 15 municípios da sua área de influência.
Sem querer pormenorizar, o presidente da CIM de Trás-os-Montes, Fernando Campos, revela que o montante de investimentos será aplicados em questões ambientais, de desenvolvimento económico, investimentos na área social e na rede viária, bem como em de apoios à actividade económica.
“Há um vasto conjunto de investimentos que irão ser concretizados, diferenciados entre cada um dos municípios e é isso também que cria riqueza dentro desta comunidade. O facto de nem todos estarem com o mesmo grau de desenvolvimento.É essa diversidade que resulta num montante elegível de 78 milhões de euros, o que dá, em valor de investimento, mais 25 por cento, o que totalizará quase 100 milhões de euros”, afirma o responsável, que nem por isso se mostra muito satisfeito com o valor em causa. “Foi uma gota para as nossas necessidades, mas reconheço também que é um desafio para os 15 municípios que constituem a CIM de Trás-os-Montes, porque vão ter que provar que somos capazes de pôr para trás das costas aqueles bairrismos balofos que tantas vezes nos dividem e vamos ter que olhar apenas e só para aquilo que nos une”, considera o edil, que também preside à Câmara Municipal de Boticas.
Fernando Campos defende, aliás, a união entre os municípios como forma de salvaguardar o bem comum. “Se tivermos essa capacidade, obviamente, que será mais fácil conseguir um reforço das verbas na renegociação do quadro comunitário, que terá lugar no próximo ano”, sustenta.

“Não estou nada satisfeito com os 100 milhões de euros. Foi uma gota para as nossas necessidades”

Quando interpelado sobre a posição assumida, anteriormente, em que preconiza a união da CIM de Trás-os-montes com a CIM do Douro, o autarca é peremptório: “vou fazer tudo o que esteja ao meu alcance para criar as condições que tornem possível a fusão entre as duas comunidades. Temos de ser capazes de ultrapassar aquilo que nos divide e realçar tudo o que nos une”, reitera.
“Se conseguíssemos a fusão das duas comunidades, isso dar-nos-ia um peso negocial que, isoladamente, não conseguimos ter”, assevera o presidente da CIM, que acrescenta, “seria o melhor a fazer para o futuro da nossa região e eu despedir-me-ia da política autárquica com a alegria de ter dado o meu contributo para que isso acontecesse.” Fernando Campos atesta que fará tudo a seu alcance para tornar essa união possível, já que, dois terços da área da região norte daria à CIM um peso negocial “extraordinária e imcomparávelmente maior do que o actual.”
“Seria para Trás-os-Montes e Alto-Douro a cereja no topo do bolo para que possamos inverter este caminho que nos levará, invariavelmente, à desertificação, ao abandono e ao êxodo rural”, conclui o presidente da CIM.



Na região existem duas Comunidades Intermunicipais: a CIM de Trás-os-Montes reúne os municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais (do distrito de Bragança), e Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar (distrito de Vila Real).
Já a Comunidade Intermunicipal do Douro integra os restantes três concelhos do distrito de Bragança (Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta e Carrazeda de Ansiães) e sete concelhos do distrito de Vila Real (Murça, Peso da Régua, Alijó, Mesão-Frio, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião e Vila Real).


DOURO, o rio das Virtudes. Nascido na Margem Norte de um encantamento além-fronteiras

26 de janeiro de 2010

MIGUEL RENDEIRO

O CAMALEÃO


FACTOS


Nomeado – Miguel Rendeiro
Tempo – 31 anos
Lugar – Metro Bar
Origem – Chaves
Ofício – Dj, produtor e programador da Azurara Beach Party
Qualidade – Humildade

ENTREVISTA

1 @ Começaste a “meter discos” em 1998, numa altura em que a dancescene estava ao rubro e vivia, intensamemente, os seus anos de ouro, com casas a funcionar como o Vaticano, Pacha de Ofir e Maré-Alta. Como descreverias o teu sentimento ao entrares “de fresco” num meio que, por vezes, consegue ser demasiado avassalador?

R: Eu conheci a noite, a música electrónica e a dancescene, de facto, no seu auge. Mas como fui sempre bem recebido, quer pelas casas, quer pelo público, esses tempos deixam-me algumas saudades, pois as coisas não estão iguais. Mas, por outro lado, tenho excelentes memórias dessa altura, em espaços como o Maré-Alta, Pacha e Hit. Grandes noites que eu recordarei para sempre.

2 @ Com inúmeras actuações no teu currículo, em Portugal e no estrangeiro, diz-nos duas ou três que sobresssaiam na tua memória?

R: Recentemente, em Dezembro de 2009, actuei no Watergate, em Berlim, um dos melhores clubes do mundo. Também estive no Macarena Club, em Barcelona, um espaço intimista equipado com Function One, onde caberão, tão somente, 150, 200 pessoas, e cuja cabine do dj fica bem no meio da multidão. Ainda em Barcelona, o City Hall, uma espécie de Teatro Sá da Bandeira, que existe no Porto, convertido numa discoteca, mas mais cosmopolita e sofisticado. Em Londres, toquei no 1001 Club, um local muito punk e alternativo.

3 @ Qual é que é o teu dj nacional de eleição? E internacional? Nomes que influenciem o teu estilo e “interfiram” mesmo com os discos que tu “giras”?

R: Há dois ou três djs que eu aprecio muito. Gosto do Rui Vargas, pela sua escolha musical, e sou fã dos Freshkitos e do Magazino, quer pelos seus percursos, quer pelas suas performances nas pistas de dança. A nível global, há vários! Tenho o privilégio de ser amigo e trabalhar com Lopazz, da Get Physical, que eu considero um dos pequenos grandes génios da música electrónica. Depois, há vários nomes como Richie Hawtin aka Plastikmand, Marco Carola ou os M.A.N.D.Y., entre muitos outros que idolatro e sou fã.

4 @ Como dj residente de algumas das casas mais importantes do Norte do País, nomeia-me algumas que te tenham marcado verdadeiramente?

R: Em todas as casas onde tive residência houve aspectos positivos, aprendendo sempre e em cada uma delas algo diferente. O Hit, na Póvoa do Varzim, o Estado Novo, em Matosinhos, o Pacha de Ofir, a Pedra do Couto, em Santo Tirso, o Sardinha Biba e o Astória, em Braga, foram casas que, realmente, me marcaram.

5 @ Entre os vários estilos da música de dança, desde o deep ao techouse, qual é o teu preferido?

R: Onde estou mais à vontade é no house e no techouse.

6 @ Recordo-me de te ver actuar num espaço que perdurará para sempre nas memórias daqueles que tiveram o privilégio de o frequentar. Sentes saudades do Maré Alta?

R: Muitas! Hoje em dia, não há casa nenhuma cujo formato se assemelhe ao do Maré. Primeiro, pela sua localização. Para quem não conhece, estamos a falar de um barco atracado no rio Douro, localizado na Foz, em que se faziam os after-hours e as pray-stations ao domingo à noite, onde eu era residente uma vez por mês. Era uma época fantástica com uns amanheceres fabulosos, bom ambiente, e um público composto pelos vários staff's de casas de diversão nocturna, personalidades do mundo da moda, televisão e espectáculo, que iam para se divertir e ouvir boa música. Recordo-me dos after-hours com o Mário Roque, em que ele, para além de ser o dono, era também o dj residente, com um deep e afro-house muito peculiares para um nascer do sol sobre o rio Douro, às portas do oceano Atlântico. Estamos a falar de 97, 98, numa altura em que o Maré servia como ponto de encontro do party-people.

7 @ Continuas como produtor / programador da Azurara Beach Party?

R: Sim, mas Azurara Beach Party era no início. Agora, evoluiu para Energie Azurara. Ainda hoje, bem antes desta entrevista, estive em reunião para tratar do alinhamento do festival, pois estamos no processo de escolher os nomes que farão parte do cartaz neste ano de 2010.

8 @ Numa das festas mais conceituadas e concorridas de Verão, não só pelo facto de ser na praia, como também pelos artistas que todos os anos traz a Portugal, quais são as tuas expectativas?

R: As expectativas são grandes, pois, em edições anteriores, a nível logístico, atingimos já o limite das capacidades da própria cidade. É um mar de gente! Sobretudo, entre a meia-noite e as duas da manhã, altura em que, de facto, é muito complicado entrar. Em parte, devido às condicionantes da própria cidade. Certa vez, o trânsito chegou mesmo a parar na auto-estrada. Em 2009, por exemplo, estiveram presentes mais de 40 mil pessoas.

9 @ O que é que recomendas a todos aqueles que manifestem o seu interesse em conhecer o Energie Azurara 2010?

R: Venham mais cedo, de preferência, durante a tarde ou ao princípio da noite. E deixo aqui um desafio a quem não quiser estar à espera nas filas de trânsito: temos uma parceria com o Metro do Porto, que chega a Vila do Conde, e depois da estação até à praia, a pé, são mais 10 minutos. Os seja, usem os transportes públicos!

10 @ Que nomes estão já confirmados?

R: De momento, não temos qualquer confirmação. Posso dizer-te que os Buraka Som Sistema fizeram um ultimato em que me “ameaçaram”, do tipo, se eu não os voltasse a convidar iria ter problemas para o resto da vida. O convite está feito e esse será, seguramente, um dos grupos presentes. Rui Vargas já faz parte dos residentes. Miguel Rendeiro, claro, tem lá a sua quota parte. O dj Overule, que já me ajudou o ano passado a fazer a programação da parte do hip-hop, já que, havia uma pista secundária só dedicada a esse estilo. Posso é adiantar-te, em primeira-mão, que Paul Kalkbrenner está apalavrado. Este alemão, que, em 2009, fez um filme e produziu o albúm Berlin Calling, foi, para mim, o artista do ano, com a música Sky and Sand em nº1 um pouco por todo o mundo. Um som que eu uso, normalmente, para encerrar os meus sets.

11 @ Para além da música de dança, que é que gostas de ouvir? Seja em casa ou no carro…

R: No carro, ouço, essencialmente, rádio. Tsf para me manter informado e Antena 3 porque é uma rádio jovem que tem programas de uma qualidade inegável e que apoiam as novas tendências, como a Caixa de Ritmos e Purpurina de Rui Estevão.

12 @ Qual é a tua opinião acerca do Fox aka dj Pantaleão? Achas que ele teve um papel importante no desenvolvimento da dancescene nacional?

R: Conheço-o pessoalmente e acho que todos nós devemos agradecer a pessoas como o Vibe ou Fox, pelo seu contributo à música de dança. O Frank Maurel também, que, recentemente, entrou para a nossa agência e está agora a trabalhar connosco.

13 @ Fala-nos desse projecto? A Agência Connect…

R: A Connect é a minha agência, onde eu sou sócio, juntamente com o Raúl Duro, Paulo Amaral e o Gustavo dos Freskitos. Completa, agora, no início de Fevereiro, o seu primeiro ano de existência. O qual vamos celebrar no Teatro Sá da Bandeira, com todos os djs da agência. Vai ser grande festa! Vamos convidar todos os nossos amigos e parceiros e esperamos por toda a gente que queira comparecer nesta que vai ser a primeira, mas memorável festa da Connect.

14 @ Se pudesses passar uma noite com uma personalidade mundial, seja política, desportiva, artística ou outra, em quem recairia a tua escolha?

R: Partilhava umas boas ideias com a Sienna Miller ou com a Angelina. O Pinto da Costa também, de certeza que me podia dar uns bons conselhos. Sendo ele, o melhor gestor do mundo.

15 @ És do Porto, portanto? Futebolisticamente falando…

R: Eu não gosto muito de falar dos meus gostos pessoais, mas sou portista. De alma e coração! O meu pai foi jogador do Porto, logo, já é de família. Passou também pelo Braga e pelo Chaves, o Rendeiro. Além de flaviense, sou portista.

16 @ O que é que consideras ser inaceitável num ser humano?

R: Infelizmente, na noite, eu lido com muita hipocrisia. Ao diz que disse, ao falar mal pelas costas e pela frente é só bons amigos… Ou seja, quando estás em alta toda a gente te dá palmadinhas nas costas, mas são precisamente esses que, se tiverem a oportunidade, são os primeiros a deitar-te abaixo. Acima de tudo, tento combater isso com o meu trabalho, com o meu esforço, procurando sempre mostrar resultados positivos. Assim, tudo o que se gera à minha volta, passa-me ao lado, já que, aquilo que eu faço depende de mim e não dos outros.

17 @ Uma viagem de sonho contigo teria que país como destino?

R: Austrália! Era para ir o ano passado, mas ficava muito caro e acabei por não ir.

18 @ E tentares conciliar essa viagem com uma ida em trabalho para assim teres tudo pago?

R: Isso era ouro sobre azul! Quem sabe? Tenho três discos novos prestes a sair, produzidos por mim, penso que, na Páscoa já estarão por aí e que mais tarde darão uma compilação. In my mind, Licence to move e Looking for someone, são três discos em vinil que estão na sua fase terminal, de acabamentos e pormenores, posteriormente, de masterização. E já tenho duas labels confirmadas, só me falta uma que, penso, será em breve. Talvez esses novos trabalhos me permitam viajar até à Austrália. Esse é o meu objectivo! Ganhar nome para me pagarem essa viagem.

18 @ A Winter Music Conference em Miami é, precisamente, na Páscoa. Estás a pensar ir e fazer o lançamento do teu trabalho nesse que é um dos maiores palcos mundiais para os produtores?

R: Eu nunca fui! Talvez, este ano seja a minha primeira vez, já que, levo trabalho de casa. Eu gostava! Muito! A Winter Music Conference é sempre uma boa rampa para promoção para os teus discos, já que, os críticos estão todos presentes, assim como empresas discográficas e os melhores djs do mundo. Se o Erick Morillo falar bem do teu trabalho é, logo, um carimbo de qualidade que te vai ajudar a vender.

19 @ E o Sonar em Barcelona?

R: Já fui lá curtir umas noites, mas nada mais que isso. Quem sabe um dia, possa sonhar em participar.

20 @ E Ibiza? Já foste? Planeias ir?

R: Não fui porque pensava que aquilo era só fachada, muito comercial. Mas nos últimos dois anos, Ibiza tem dado ao mundo boa música e melhores festas. E tem tido nomes com os quais me identifico, como o Richie Hawtin e o Sven Vath. Portanto, agora, já tenho aquela vontade que me move e me faz perseguir os meus objectivos.

FEIRANTES NA LAMA


No espaço de um mês, duas feiras ficaram quase sem efeito devido às condições climatéricas adversas


Apesar de ter sofrido algumas melhorias, o espaço da feira de Bragança continua sem oferecer as devidas condições, sobretudo, quando chove com intensidade. Já no mês de Dezembro, bem antes do Natal, e numa das feiras mais importantes do ano, foi a neve a causar prejuízo, impedindo os comerciantes de trabalhar. Em Janeiro, mais concretamente no dia 12, foi a chuva abundante que fez com que muitos não conseguissem trabalhar, sobretudo, aqueles que montaram tenda na parte inferior do recinto.
“No Natal, vim da Covilhã para Bragança na véspera da feira, mas depois não montei a tenda porque havia muita neve”, revelou Valdemar Costa. Este feirante culpa a Câmara Municipal de Bragança (CMB) pela actual falta de condições, principalmente, quando chove, “Puseram o alcatrão mas só para o povo, para os feirantes trabalharem é só lama! Quando chove temos que andar de galochas! A Câmara é que devia por aqui o alcatrão, nem que fosse um bocado de gravilha.”, afirmou o comerciante.
Por essa razão, vários feirantes foram à CMB exigir melhores condições e esta garantiu-lhes que, com uma melhoria do tempo, será deitada gravilha para fazer face a condições climatéricas mais adversas, sobretudo, quando chove intensamente. Isto porque, é da opinião geral que, Bragança é, actualmente, a cidade que oferece menos condições aos seus feirantes. “É só lama e frio!”, protestou Valdemar Costa, feirante há mais de 20 anos.

Entretanto, foram efectuadas algumas melhorias no recinto, como o piso alcatroado, nivelação de patamares, vedação e duas entradas. “Medidas transitórias”, segundo o vice-presidente da CMB, Rui Caseiro, mas manifestamente insuficientes, na opinião dos feirantes com quem o Jornal Nordeste falou, já que, os seus locais de trabalho continuam sobre terra que, quando chove, é transformada em lama.
Recorde-se que a CMB adquiriu os terrenos do antigo Quartel de Bragança, para instalar, de forma definitiva, a feira da cidade. “Dentro de dois anos, sensivelmente, os comerciantes terão um dos melhores espaços de feira do país, numa zona central da cidade, dotado de um piso totalmente pavimentado e de todas as condições”, referiu o autarca.

Maria Costa, Guimarães, Feirante há 18 anos

“Aqui em Bragança foi sempre mau. Puseram alcatrão, o recinto está mais amplo, tem outras condições que o estádio não tinha, mas deviam alcatroar o recinto todo e não apenas onde passa a procissão porque isto com o tempo de chuva é como se estivéssemos no rio, é igual. Também deviam pôr aqui uns quartos de banho e o recinto devia ser todo coberto como, de resto, acontece em Vila Real. No Natal, vim até aqui, mas não consegui trabalhar.”

José Maria Pinto, Paços de Ferreira, Feirante há 25 anos

“Colocaram um bom piso para os clientes, mas esqueceram-se dos feirantes que têm de estar todo o dia parados no mesmo sítio. Quando chove, isto parece um mar de lama e temos de andar de galochas, senão molhamo-nos todos. Preocuparam-se com todos, menos connosco. Deviam ter colocado alcatrão também no nosso local de trabalho. Ao menos que tivessem deitado um pouco de gravilha. Só isso já remediava a situação.”

Maria do Rosário, Guimarães, Feirante há 38 anos

“Esta feira está indecente! Alcatroaram por onde passam os carros e os clientes e nós passamos todo o dia com os pés metidos na lama! A Câmara já devia ter resolvido esta situação há muito tempo. Que é que lhes custava colocar um pouco de gravilha? O meu vizinho do lado tem o carro completamente atolado na lama. O meu não está porque é uma Mercedes de tracção à frente, senão ficava enterrada igual. Bragança não tem condições. Deviam alcatroar isto ou, no mínimo, porem gravilha! Tenho os pés todos molhados e estou de botas!”

25 de janeiro de 2010

CHAMPANHE DE ANIVERSÁRIO


Uma noite repleta de convidados deu o mote ao festejar do primeiro aniversário do Metro Bar


Bolo e champanhe, convidados V.I.P. (“Very Important Portuguese” ), mais música e diversão marcaram casa cheia a de 14 de Janeiro, na noite em que se celebrou o primeiro aniversário de um espaço que é já um ponto de referência na noite brigantina.
Elizabete Falcão e Paulo Teixeira, proprietários do Metro Bar, confirmaram ao Jornal Nordeste que este primeiro ano de abertura, contabiliza um saldo extremamente positivo. “Esta é uma casa que está a funcionar em pleno. Prova disso, é as pessoas que estão hoje aqui a celebrar connosco. Claro que, isso não nos impede que tentemos melhorar e é isso que faremos”. Entretanto, “é o staff e os clientes que fazem a casa. A quem aproveitamos para deixar uma palavra de agradecimento, pois sem eles não teria sido possível estarmos hoje aqui, de consciência tranquila e cheios de força para conquistarmos mais um ano. Que seja o primeiro de muitos”, declararam os anfitriões.
Já para o próximo mês de Fevereiro, estão previstas algumas comemorações especiais como, por exemplo, no Dia dos Namorados. Também um Torneio de Snooker deverá ser realizado, após o sucesso do primeiro.














20 de janeiro de 2010

"ABSOLUTAMENTE CRIMINOSO"


Entre o apeadeiro dos Avantos e a Estação do Romeu, é onde “há a maior concentração de patifarias”, para além do troço Foz-Tua e Pocinho continuar encerrado

“Roubo de brita, carris, roubo do próprio edíficio que albergava a estação, cuja estrutura foi demolida e todo o material levado, inclusive, o mobiliário, até a torre de água das locomotivas a vapor desapareceu. É absolutamente criminoso!” É com estas palavras que Daniel Conde, um dos mais acérrimos elementos do Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT), denuncia o que se está a passar no pouco que resta do caminho de ferro no distrito de Bragança.
Na zona do Romeu (Mirandela), 50 metros de linha foram completamente destruídos e atirados por uma ravina. Entre os vários suspeitos, está a empresa O2, propriedade de Manuel Godinho, responsável por parte das obras da Auto-Estrada Transmontana, que ali têm um ponto de prospecção. “Pensa-se que alguém tenha vindo aqui e atirado, literalmente, com a linha ribanceira abaixo, sem apelo, nem agravo”, denunciou este jovem, que conhece esta situação de furto qualificado desde Agosto de 2008.
Para Daniel Conde, “a linha é um eixo estruturante de desenvolvimento do distrito, tanto como serviço público para as populações, como para reatamento de um tráfego de mercadorias para a indústria local e até para o próprio turismo. “Temos uma linha que liga o Douro Vinhateiro (que já é a terceira região turística do país) a toda a Terra Quente e à Terra Fria e que pode ligar ao futuro Aeroporto de Bragança, bem como ligar à alta-velocidade em Puebla de Sanabria. Ou seja, temos aqui um eixo que liga a Galiza e todo o distrito de Bragança até ao Douro”, advoga o militante do MCLT, cuja crença se baseia na importância de manter o eixo ferroviário.
Quanto a responsabilidades pela actual situação, Daniel Conde é claro: “A maior responsabilidade no terreno é, primeiro, da REFER, da tutela do Ministério dos Transportes. Depois, temos todo um Governo em conluio com a EDP, para que se continue a desmantelar e a destruir o caminho de ferro no distrito de Bragança.” Recorde-se que, dos mais de 200 quilómetros de via férrea que nós tinhamos, estamos reduzidos a 58 que, aliás, neste momento, são pouco mais de 20 km porque o troço entre o Tua e o Cachão está interrompido há mais de um ano.”
Na opinião deste activista, “quando o comboio chegou, houve uma explosão demográfica e um desenvolvimento subjacente, mas quando ele partiu e veio o IP4, só conhecemos a desertificação”, afirmou Daniel Conde, convicto que esta situação será provisória e que os respensáveis serão encontrados, julgados e punidos.


Troço entre Tua e o Pocinho encerrado desde o Natal, devido a queda de rochas sobre a linha

A linha ferroviária do Douro, entre o Tua e o Pocinho, com cerca de 32 km, está fechada desde Dezembro, como resultado da queda de rochas de várias toneladas sobre a linha. Segundo o Partido Comunista Português (PCP), “um acidente desta natureza poderia acontecer em qualquer troço, mas se fosse entre Lisboa e Porto, o corte na circulação já estaria resolvido há muito”.
Sem um prazo de abertura definido, os prejuízos para os habitantes do concelho de Torre de Moncorvo e arredores, são inestimáveis, pois o transporte alternativo, entre as duas estações, demora cerca de uma hora e meia.
“Não são só pedras. São verdadeiros obstáculos de várias toneladas que se desprenderam da encosta granítica e foram parar à linha, obstruindo-a por completo e danificando-a entre 20 e 30 metros, afirmou o porta-voz da REFER, José Lopes.
O incidente, ocorrido na manhã do dia 25 de Dezembro, aconteceu numa zona de declive acentuado, repleto de pedras enormes que, a qualquer momento, se desprendem e só param no rio Douro. E se a população afectada compreende que este género de derrocadas acontece de tempos a tempos, já não se mostra tão compreensiva com a falta de prazos para resolução destes problemas

“Os Verdes” exigem esclarecimentos sobre o actual levantamento dos carris na linha ferroviária do Tua

“Os Verdes” consideram urgente a clarificação relativa à construção da alternativa ferroviária ao actual traçado da linha do Tua, prevista no caderno de encargos da Barragem do Tua. “Apesar de ser uma das condicionantes para a concretização da barragem, está a proceder-se ao levantamento dos carris sem que haja registo de qualquer alternativa”, denuncia o partido ecologista. Ocorre ainda que, a própria EDP, “assumindo uma atitude de inaceitável prepotência, reiterou várias vezes que não construirá qualquer alternativa ferroviária à Linha do Tua, violando o caderno de encargos da barragem bem como a Declaração de Impacte Ambiental, sem que se conheça a resposta do Governo a este incumprimento por parte da EDP”, acrescentam “Os Verdes”.

DUAS DÉCADAS A DUAS RODAS


Motocruzeiro apresentou calendarização de actividades para 2010 e homenageou o falecido motard Alberto Patrício


No dia 15 de Janeiro, eram as 19h quando a sede do MotoCruzeiro começou a servir de ponto de encontro para alguns dos motards brigantinos que, por volta das 20 e 30, se juntaram aos restantes no restaurante “Rota dos Sabores”.
No Mercado Municipal de Bragança, estiveram cerca de 140 adeptos das duas rodas, para um “Jantar dos Reis” que simbolizou, não só o encerramento de um ano de trabalhos por parte do Moto Clube, como também, e já vem sendo hábito, a abertura oficial de 2010, com a apresentação do calendário anual de actividades.
“No início de cada ano, sendo este o vigésimo, aproveitamos este Jantar dos Reis para, além do convívio, o primeiro de cada ano, mostrarmos aos sócios o plano de trabalhos para 2010. Iremos ter novas actividades e outras que recuperámos, pois houve alturas em que as deixámos de realizar, como são os casos do Raid Bragança – Zamora e do Moto Rali, este último integrado no troféu da Federação Nacional de Motociclismo. Para além de outros eventos, como o Montes de Emoções em Vinhais, uma etapa do Campeonato Nacional de Todo – Terreno e a prova de velocidade na zona envolvente à Rotunda dos Touros, entre outros”, afirmou o presidente da direcção Francisco Vara.
No jantar, entre os associados, estiveram convidados, autoridades e entidades como o presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes. No final, foram entregues diplomas de mérito a pessoas que se destacaram nos meandros do Clube. A destacar, entre os homenageados, um sócio falecido, recentemente, na Madeira, o motard Alberto Patrício. “Entristece-nos muito este tipo de acontecimentos, sobretudo, quando se trata de sócios do Moto Clube. É em momentos como este que, aproveitando para recordar, os distinguimos com o diploma de mérito. É uma forma de reconhecimento da nossa parte. São momentos arrasadores, aos quais não lhes podemos virar as costas”, declarou o dirigente, ao volante do Moto Clube desde a sua fundação.

Francisco Vara não se cansou de mencionar a abertura da sede como um dos momentos altos da sua direcção, “temos um espaço, modéstia à parte, muito bonito. O Motocruzeiro já tem uma casa e o mais importante de tudo, ao longo destes 20 anos, foi mesmo a abertura desta sede. É uma nova vida! Um espaço onde temos a nossa estrutura, que aproveitamos para divulgar eventos e onde podemos trabalhar e estar com os sócios, convivermos. É, sem dúvida, uma mais-valia!”
Prestes a concluir duas décadas de existência, a 15 de Abril, o Moto Clube levará a cabo, no final de 2010, uma assembleia-geral com eleições, mais concretamente, no dia 28 de Dezembro. “Sou, uma vez mais , candidato, pois não tenho condições de me afastar, dado os compromissos assumidos, quer com a obra, quer com pessoas e entidades envolvidas”, adiantou Francisco Vara, presidente do Moto Clube desde a sua fundação.
O último cartão de sócio, passado no próprio dia do jantar, a 15 de Janeiro, foi o número 947, se bem que, “muitos associados não estão no activo, uns porque já faleceram, outros porque se afastaram ou mudaram de atitude, mas, entretanto, aparecem novos sócios. Actualmente, teremos acima dos 500 no activo, um número excelente, talvez incomparável com o resto do país”, argumenta o presidente.

“Não há dinheiro e as famílias não têm rendimentos suficientes para andar de mota porque é uma actividade dispendiosa”

António Frias, um dos fundadores do MotoCruzeiro, sócio número 15, e concessionário da marca de motociclos Yamaha para o distrito de Bragança, começou, desde garoto, com as bicicletas, mas cedo veio o fascínio as motas. Durante 7 anos, participou em competições, a nível nacional, de todo-o-terreno. Nos últimos 19 anos, tem acompanhado o mercado, sobretudo, depois de se estabelecer no comércio dos motociclos. A sua deslocação mais recente, aconteceu ainda este mês de Janeiro, e levou-o à maior concentração de Inverno Europeia, levada a cabo em terras espanholas. No entanto, destaca a “ida a Roma, de visita ao Papa, como um dos pontos altos do Moto Clube. Mas todas as actividades desenvolvidas durante o ano são bastante interessantes, pena que não haja uma adesão massiva por parte dos sócios. Eu tenho participado em mais de metade dos eventos levadas a cabo pelo clube e, actualmente, a minha preferência vai para os passeios na sua vertente mais turística. Também são aqueles que dão menos despesa porque, hoje em dia, temos de contar com o aspecto financeiro. Quem manda é a economia, há uns 5 ou 6 anos atrás, estávamos no auge da venda de motas, da participação em eventos, mesmo das saídas de motas e dos passeios. Hoje em dia, não se fazem e não se vende. Porquê? Não há dinheiro e as famílias não têm rendimentos suficientes para andar de mota porque é uma actividade dispendiosa. Neste momento, o negócio está fraco, tendo-se registado um decréscimo enorme nas vendas, cerca de 50 por cento. Há coisas mais importantes do que andar a passear de mota e Bragança não é uma cidade, nem mesmo um distrito, que permita ou que seja necessário andar de mota. Quem anda nesta região é mesmo quem gosta verdadeiramente de motas e tem que ter um rendimento razoável que lhe permita andar,

Calendário das primeiras Actividades para 2010

6 de Fevereiro – Feira do Fumeiro em Vinhais

12/13 Março – Amendoeiras em Flor

26/ 27 de Março – Passeio TT Bragança – Zamora

10 de A bril – Rampa de Gimonde

18 de Abril – Dia do Clube

FERNANDO CLARO


OLHOS NOS OLHOS


Uma figura inquestionável da Patinagem em Portugal e na Europa

FACTOS

Nomeado – Fernando Claro
Tempo – 64 anos
Lugar – IV Torneio dos Reis, de 8 a 10 de Janeiro
Origem – Valpaços
Ofício – Presidente da Federação de Patinagem de Portugal e presidente da Confederação Europeia de Patinagem sobre Rodas

ENTREVISTA

1 – Sendo um dos nomes incontornáveis da Patinagem em Portugal, descreva, aos nossos leitores, alguns pormenores da sua já extensa carreira?

R: Estou no dirigismo há 31 anos, fui presidente da Associação de Patinagem do Porto e, desde 2003, que sou o presidente da Federação de Patinagem de Portugal (FPP), cargo que acumulo com o de presidente da Confederação Europeia sobre Rodas (CERS), que conta com 28 países em modalidades como o hóquei em patins, patinagem artística, a patinagem de velocidade e o hóquei em linha.

2 – Qual é a grande meta que antevê para si?

R: O ano de 2012, na medida em que, gosto de definir as minhas metas, quer o início, quer o seu fim. Quero deixar a casa completamente arrumada. Situação que eu, infelizmente, não tive. É a única forma de partir com a consciência tranquila porque quando assumo compromissos, faço-o com toda a disponibilidade e dedicação e não utilizo aquele sistema de quem vier atrás que feche a porta.

3 – Quais são os objectivos da sua agenda profissional até 2012, ano em que terminará o seu mandato?

R: Conseguimos evitar a catástrofe e desejo, agora, estabilizar a Federação economicamente, mas já começa a respirar saúde. Ao meu sucessor, quero deixá-la no bom caminho, só assim sairei tranquilo. Quanto a metas desportivas, iremos ter grandes acontecimentos em Portugal. Na Arena de Portimão, de 22 de Novembro a 4 de Dezembro, iremos receber, pela segunda vez, o Campeonato do Mundo de Patinagem Artística, realizado, em Portugal, há 32 anos, onde irão estar presentes 30 países. Em 2011, teremos também o Campeonato da Europa de Patinagem Artística e o Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins em sub20, cujas datas ainda não estão definidas. Em 2012, também teremos o Campeonato da Europa de Seniores de Hóquei em Patins e, se tudo correr conforme previsto, em 2013, teremos o Campeonato do Mundo de Seniores de Hóquei em Patins. Serão quatro anos de grandes eventos, que servirão para projectar, quer o nosso país, quer as nossas modalidades, a nível internacional.

4 – São eventos de classe mundial e muitas responsabilidades para a FPP?

R: Costuma-se dizer que o trabalho dá saúde. Agora, temos de ser organizados, rigorosos, transparentes e, essencialmente, frontais. Sendo transmontano, sem querer menosprezar qualquer região do país, falo com todos olhos nos olhos. Sabe que, eu pauto-me por uma politica desportiva de unicidade e não estou preocupado em receber críticas, sobretudo, se forem construtivas.

5 – Como é que vê o actual estado do hóquei em patins em Portugal, passado e futuro? O facto de termos perdido, recentemente, títulos importantes, é responsabilidade nossa ou são os adversários que estão mais fortes e a modalidade mais competitiva?

R: Isto é cíclico! Nós, de facto, não temos ganho aqueles títulos que ganhávamos aqui há uns anos atrás mas também temos de ter respeito pelos adversários. Temos perdido, mas temo-lo feito com dignidade! Isso não significa que haja fracturas no nosso projecto ou que este esteja mais fraco. Pelo contrário, está a dar resultados, sobretudo, na formação. Aliás, nos últimos anos, temos sido campeões da Europa de sub17, porque não há campeonatos do mundo, e de sub20. Isto quer dizer que, a curto prazo, nos seniores, voltaremos a ter grandes equipas. Fizemos agora um grande trabalho com a implementação das novas regras.

6 – E como é que descreve o trabalho da Federação Portuguesa em implementar as novas regras em parceria e coordenação com as Federações Espanhola e Italiana?

R: Foi um grande trabalho! Duradouro! Mas penso que, a modalidade saiu mais acreditada, na medida em que, as alterações foram aprovadas a nível global e todos os países irão jogar com as novas regras. Alterações no sentido de uma maior dinâmica, visibilidade e disciplina no espectáculo desportivo. Isto porque, hoje, se um jogador sair a equipa fica em inferioridade numérica. Ou seja, valoriza-se a suspensão! Algo que não acontecia antes e que torna o jogo mais disciplinado, quer dentro do ringue, quer nos próprios bancos das equipas. Houve outras alterações bastante significativas, como a redução no tempo de cada partida e ser possível à equipa que ataca ultrapassar a linha do anti-jogo, o que lhe permite sair em ataque planeado, mais organizado.

7 – Prevê-se, portanto, que a curto, médio prazo, Portugal volte aos títulos e, em vez de se limitar a sonhar, conquistá-los?

R: É para isso que trabalhamos! Não queremos defraudar os portugueses! Permita-me que puxe a brasa à minha sardinha, mas o hóquei em patins faz parte da nossa cultura. Quando era eu um jovem, lembro-me das pessoas com os seus ouvidos colados ao rádio para ouvirem os relatos do hóquei em patins, numa altura em que, este nos deu grandes vitórias e alegrias. Nós temos uma sala de troféus fabulosa e, portanto, queremos que o público volte novamente a ver o hóquei em patins como ele merece!

8 – Partilha da perspectiva que viabiliza um decréscimo no interesse do público sobre a modalidade?

R: A nossa modalidade estabilizou, quer a nível de atletas, quer a nível de clubes, Acontece que, actualmente, há mais solicitações e as pessoas têm menos dinheiro. Esta é uma crise transversal! Ao vosso caso, tenho que tirar o chapéu e prestar a minha homenagem a estas gentes de Bragança pela sua disponibilidade para a prática da modalidade, percorrendo, cada época, milhares de quilómetros para integrarem o campeonato.

9 – Tirando o hóquei em patins da linha da frente, como interioriza a prática de outras modalidades, com o futebol no topo, frequentemente, sem o merecer?

R: Permita-me que lhe diga, mas a imagem que o futebol dá é a de ditadura do desporto. Isto porque, quase que a totalidade das apoios são canalizados, directamente, para o futebol. Venham eles de sponsors ou do governo. Não temos qualquer dúvida que o futebol é um produto que se vende bem, mas, certas situações, fazem com que o dinheiro não chegue a outras modalidades. Verbas astronómicas são enterradas em estádios vazios como, por exemplo, o de Faro, Leiria e Beira Mar.
Quanto a outras modalidades, é triste constatar que, mesmo com transmissões televisivas em directo, a maior parte das vezes, os pavilhões estão desertos. Porque, hoje, há as grandes superfícies, inúmeros centros comerciais. A disponibilidade das pessoas também é menor, temos uma vida, profissional e familiar, mais agressiva, na qual temos de estar mais atentos e, portanto, tudo isso vai entroncar nessas situações.

10 – Desde 2003, que o governo exige uma taxa de 5 mil euros mais IVA pela transmissão de um jogo de hóquei em patins. Trata-se de cortar as pernas à modalidade?

É o serviço público que nós não temos. Até 2003, a televisão era gratuita. Agora, para termos um jogo de hóquei em patins na televisão precisamos pagar “a módica quantia de” 5 mil euros mais IVA. Nós, federação ou os clubes. Estamos a falar de 6 mil euros. Inclusive, canais privados, a levarem 3500 euros. Quem não aparece, esquece! E era importante o hóquei em patins voltar à televisão. A seguir ao futebol, somos a modalidade com mais percentagem de share, o que significa que somos a segunda modalidade mais vista pelos portugueses.

19 de janeiro de 2010

"A DESAPARECER DO MAPA"


ACISB festeja e homenageia entre os seus, aqueles sócios que, durante 2009, completaram 10 e 25 anos de associados

“Celebramos o Dia do Comerciante, geralmente, no primeiro sábado do ano. Mas como desta vez, ficava muito próximo da passagem de ano, decidimos adiar uma semana e, ainda bem, porque as pessoas disponibilizaram-se mais para estar presentes”, revelou o presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), José Carvalho.
Mais de 100 pessoas estiveram presentes no jantar, levado a bom porto, a 9 de Janeiro, no restaurante Chefe Ruca, onde foram homenageados cinco sócios com mais de 25 anos e outros 24 por terem mais de 10 anos de associados. “Instituímos que, por esta ocasião, em que comemoramos o Dia do Comerciante, homenagearíamos todos aqueles que atingissem os 10, 25, 50 e 75 anos de associado. Numa circunstância, em particular, há três anos atrás, homenageámos um comerciante da cidade com 75 anos que, infelizmente, já faleceu, e vários com 50 anos de actividade comercial”, informou o dirigente.
Os associados da ACISB com mais de 25 anos em 2009, foram: AFONSO, LOPES & C.ª, LDA. – MOAGENS DO LORETO, sócio nº 19; ANICETO GONÇALVES & C.ª, LDA, sócio nº 25; GELFRIO – SOCIEDADE DE COMERCIALIZAÇÃO GELADOS, LDA, sócio nº 358; JOÃO EVANGELISTA AFONSO – CAFÉ ZAROCO, Sócio nº 403; e BENJAMIM ANTÓNIO CORREIA – CAFÉ STOP, sócio nº 428.
Apesar de estarem registados entre 1600 a 1700 associados, o presidente da ACISB, José Carvalho, adiantou que, apenas, cerca de 700, tem os "seus direitos garantidos. “Há noves anos que este evento decorre, sendo “pura coincidência” este número ter coincidido com o dia 9 de Janeiro”, acrescentando que, “o comércio tradicional está a definhar e estamos na meta dos 25. Esperamos que, em 2011, não tenhamos que passar para os 20 anos”, alertou o responsável.
No final, os homenageados foram chamados a receber um diploma com a data do acontecimento e uma medalha comemorativa dos 100 anos da Associação. Um centenário que vingou em 2002. Aos associados com 25 anos, foi-lhes ainda oferecido um pequeno crachá em prata e o respectivo diploma comemorativo dessa data.

Questionado sobre o presente estado de coisas do comércio, indústria e serviços concelhios, áreas que, por excelência, a associação abrange, José Carvalho foi peremptório: “vão muito mal, pessimamente. Bragança, está, praticamente, a desaparecer do mapa, estando muito abaixo da linha de água. Infelizmente, a população não cresce e a actividade comercial está nas ruas da amargura.”
“É com alguma mágoa que eu reconheço esta realidade. Gostaria que o comércio local fosse pujante, porque tem condições para o ser. Esperemos que as entidades responsáveis pela vida económica e social, como a Câmara Municipal e o Governo Civil, não se esqueçam que somos a capital de distrito. Pois, estamos a ficar atrasados no tempo. Temos que arrepiar caminho, evoluir e arranjar formas de nos unirmos, na tentativa de, executarmos, de forma irrepreensível, a missão que se avizinha”, recomendou o responsável.
Questionado sobre formas de alterar cenário “tão desolador”, José Carvalho apregoa uma união entre comerciantes e instituições. "Que se compre em Bragança, que se dê emprego em Bragança! Que as poucas empresas que têm lutado, sejam reconhecidas pelo mérito do seu trabalho. E que as entidades concelhias, distritais e nacionais, ajam com a devida responsabilidade, fazendo todos os esforços possíveis para que esta cidade saia do marasmo em que, actualmente, se encontra”, avisa.

“Numa época em que somos expoliados, em que não valorizamos aquilo que é nosso, precisamos de assistir a uma inversão do paradigma. Afirmarmo-nos como região! Se o Governo pretende transformar o Nordeste numa reserva de indíos, então, força! Tem é de nos pagar para que isso aconteça. Nessa situação, não me importo nada de pôr um chapéu de penas”, rematou o presidente da ACISB, José Carvalho.

EM ROTA DE COLISÃO


Atropelamento de um jovem que, ao tentar atravessar a estrada, foi colhido por um veículo ligeiro

No dia 15 de Janeiro, eram cerca das 15 e 45, quando, próximo da Flor-da-Ponte, ocorreu um acidente, do qual resultou um ferido ligeiro, um jovem de 13 anos vítima de atropelamento.
Segundo o relato de uma testemunha, “dois miúdos seguiam juntos pela Rua Alexandre Herculano, mas apenas um decidiu atravessar a estrada na tentativa de alcançar o passeio do lado oposto. O Rui Miguel meteu-se entre os carros e acabou por ser atingido pelo Toyota Celica de cor cinza, que ia em direcção à Flor-da-Ponte.”
O condutor do Toyota, um indivíduo de 34 anos, revelou, ainda, visivelmente abalado: “vinha a passar, até que, de repente, vejo um garoto a atravessar-se à minha frente. Sem tempo para reagir, não tive como evitar a colisão!”

A ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) não tardou em chegar ao local do sinistro, já que, o jovem deu entrada nas Urgências às 16h. Segundo fonte hospitalar, o adolescente, com ferimentos na perna direita, foi submetido a uma intervenção cirúrgica, mas teve alta na segunda-feira, após ser observado no Serviço de Ortopedia No entanto, segundo a mesma fonte, continuará a ser monitorizado e submetido a tratamento em regime de ambulatório.

14 de janeiro de 2010

MAIS JORNALISTAS ASSASSINADOS


O número de jornalistas mortos no mundo, em 2009, subiu para 68 após um massacre nas Filipinas

O grupo, que defende a liberdade de imprensa, disse que o número ultrapassa as 42 mortes em 2008 e bate o recorde anterior de 67 mortes registado em 2007 quando a violência no Iraque estava no auge. Este foi, aliás, durante seis anos, o país mais letal para os jornalistas.
Este ano, o Iraque caiu para a terceira posição na lista dos destinos mais mortíferos para repórteres. As Filipinas ficaram no topo da lista com 32 mortes, 31 delas ocorridas durante um massacre no sul do país em Novembro.
A Somália, que segundo agências de segurança ocidentais se tornou um porto seguro para militantes, incluindo extremistas estrangeiros ficou em segundo, com nove mortes de jornalistas.
"Este foi um ano de devastação sem precedentes para os media mundiais, mas a violência também confirma tendências de longo prazo", divulgou o director – executivo do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), Joel Simon.
"Os agressores presumiram, com base nos precedentes, que nunca seriam punidos. Quer as mortes sejam no Iraque ou nas Filipinas, na Rússia ou no México, a mudança dessa presunção é a chave para reduzir o número de jornalistas mortos", afirmou.

Todos, à excepção de duas das vítimas de 2009, eram jornalistas locais, disse o CPJ

Os jornalistas assassinados no massacre das Filipinas estavam entre as 57 pessoas mortas após pararem num posto de fiscalização quando estavam a caminho para participar na cerimónia de nomeação de um candidato às eleições do ano que vem.
Quatro jornalistas foram mortos no Paquistão, três na Rússia, dois no Sri Lanka e no México e um na Venezuela, no Nepal, em Madagáscar, na Nigéria, no Azerbeijão, na Indonésia, em El Salvador, na Colômbia, em Israel e nos territórios palestinos, no Irão, no Afeganistão e no Quénia.
Cerca de três quartos dos jornalistas assassinados em 2009 foram alvejados em retaliação ao seu trabalho, 11 foram mortos no fogo cruzado em situações de combate e sete morreram em coberturas perigosas, como protestos e operações policiais.