19 de janeiro de 2010

"A DESAPARECER DO MAPA"


ACISB festeja e homenageia entre os seus, aqueles sócios que, durante 2009, completaram 10 e 25 anos de associados

“Celebramos o Dia do Comerciante, geralmente, no primeiro sábado do ano. Mas como desta vez, ficava muito próximo da passagem de ano, decidimos adiar uma semana e, ainda bem, porque as pessoas disponibilizaram-se mais para estar presentes”, revelou o presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), José Carvalho.
Mais de 100 pessoas estiveram presentes no jantar, levado a bom porto, a 9 de Janeiro, no restaurante Chefe Ruca, onde foram homenageados cinco sócios com mais de 25 anos e outros 24 por terem mais de 10 anos de associados. “Instituímos que, por esta ocasião, em que comemoramos o Dia do Comerciante, homenagearíamos todos aqueles que atingissem os 10, 25, 50 e 75 anos de associado. Numa circunstância, em particular, há três anos atrás, homenageámos um comerciante da cidade com 75 anos que, infelizmente, já faleceu, e vários com 50 anos de actividade comercial”, informou o dirigente.
Os associados da ACISB com mais de 25 anos em 2009, foram: AFONSO, LOPES & C.ª, LDA. – MOAGENS DO LORETO, sócio nº 19; ANICETO GONÇALVES & C.ª, LDA, sócio nº 25; GELFRIO – SOCIEDADE DE COMERCIALIZAÇÃO GELADOS, LDA, sócio nº 358; JOÃO EVANGELISTA AFONSO – CAFÉ ZAROCO, Sócio nº 403; e BENJAMIM ANTÓNIO CORREIA – CAFÉ STOP, sócio nº 428.
Apesar de estarem registados entre 1600 a 1700 associados, o presidente da ACISB, José Carvalho, adiantou que, apenas, cerca de 700, tem os "seus direitos garantidos. “Há noves anos que este evento decorre, sendo “pura coincidência” este número ter coincidido com o dia 9 de Janeiro”, acrescentando que, “o comércio tradicional está a definhar e estamos na meta dos 25. Esperamos que, em 2011, não tenhamos que passar para os 20 anos”, alertou o responsável.
No final, os homenageados foram chamados a receber um diploma com a data do acontecimento e uma medalha comemorativa dos 100 anos da Associação. Um centenário que vingou em 2002. Aos associados com 25 anos, foi-lhes ainda oferecido um pequeno crachá em prata e o respectivo diploma comemorativo dessa data.

Questionado sobre o presente estado de coisas do comércio, indústria e serviços concelhios, áreas que, por excelência, a associação abrange, José Carvalho foi peremptório: “vão muito mal, pessimamente. Bragança, está, praticamente, a desaparecer do mapa, estando muito abaixo da linha de água. Infelizmente, a população não cresce e a actividade comercial está nas ruas da amargura.”
“É com alguma mágoa que eu reconheço esta realidade. Gostaria que o comércio local fosse pujante, porque tem condições para o ser. Esperemos que as entidades responsáveis pela vida económica e social, como a Câmara Municipal e o Governo Civil, não se esqueçam que somos a capital de distrito. Pois, estamos a ficar atrasados no tempo. Temos que arrepiar caminho, evoluir e arranjar formas de nos unirmos, na tentativa de, executarmos, de forma irrepreensível, a missão que se avizinha”, recomendou o responsável.
Questionado sobre formas de alterar cenário “tão desolador”, José Carvalho apregoa uma união entre comerciantes e instituições. "Que se compre em Bragança, que se dê emprego em Bragança! Que as poucas empresas que têm lutado, sejam reconhecidas pelo mérito do seu trabalho. E que as entidades concelhias, distritais e nacionais, ajam com a devida responsabilidade, fazendo todos os esforços possíveis para que esta cidade saia do marasmo em que, actualmente, se encontra”, avisa.

“Numa época em que somos expoliados, em que não valorizamos aquilo que é nosso, precisamos de assistir a uma inversão do paradigma. Afirmarmo-nos como região! Se o Governo pretende transformar o Nordeste numa reserva de indíos, então, força! Tem é de nos pagar para que isso aconteça. Nessa situação, não me importo nada de pôr um chapéu de penas”, rematou o presidente da ACISB, José Carvalho.

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