28 de janeiro de 2010

DOURO EM TRÁS-OS-MONTES


Presidente da Comunidade Intermunicipal de Tás-os-Montes pretende união com a CIM do Douro

No Auditório Paulo Quintela, a 20 de Janeiro, realizou-se a cerimónia de instalação do orgão deliberativo da Comunidade Intermunicipal de Trás-os-Montes (CIM), a Assembleia Intermunicipal. Quanto ao Plano de Desenvolvimento Territorial, já contratualizado com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional – Norte, a CIM de Trás-os-Montes irá gerir 78 milhões de euros que serão investidos nos 15 municípios da sua área de influência.
Sem querer pormenorizar, o presidente da CIM de Trás-os-Montes, Fernando Campos, revela que o montante de investimentos será aplicados em questões ambientais, de desenvolvimento económico, investimentos na área social e na rede viária, bem como em de apoios à actividade económica.
“Há um vasto conjunto de investimentos que irão ser concretizados, diferenciados entre cada um dos municípios e é isso também que cria riqueza dentro desta comunidade. O facto de nem todos estarem com o mesmo grau de desenvolvimento.É essa diversidade que resulta num montante elegível de 78 milhões de euros, o que dá, em valor de investimento, mais 25 por cento, o que totalizará quase 100 milhões de euros”, afirma o responsável, que nem por isso se mostra muito satisfeito com o valor em causa. “Foi uma gota para as nossas necessidades, mas reconheço também que é um desafio para os 15 municípios que constituem a CIM de Trás-os-Montes, porque vão ter que provar que somos capazes de pôr para trás das costas aqueles bairrismos balofos que tantas vezes nos dividem e vamos ter que olhar apenas e só para aquilo que nos une”, considera o edil, que também preside à Câmara Municipal de Boticas.
Fernando Campos defende, aliás, a união entre os municípios como forma de salvaguardar o bem comum. “Se tivermos essa capacidade, obviamente, que será mais fácil conseguir um reforço das verbas na renegociação do quadro comunitário, que terá lugar no próximo ano”, sustenta.

“Não estou nada satisfeito com os 100 milhões de euros. Foi uma gota para as nossas necessidades”

Quando interpelado sobre a posição assumida, anteriormente, em que preconiza a união da CIM de Trás-os-montes com a CIM do Douro, o autarca é peremptório: “vou fazer tudo o que esteja ao meu alcance para criar as condições que tornem possível a fusão entre as duas comunidades. Temos de ser capazes de ultrapassar aquilo que nos divide e realçar tudo o que nos une”, reitera.
“Se conseguíssemos a fusão das duas comunidades, isso dar-nos-ia um peso negocial que, isoladamente, não conseguimos ter”, assevera o presidente da CIM, que acrescenta, “seria o melhor a fazer para o futuro da nossa região e eu despedir-me-ia da política autárquica com a alegria de ter dado o meu contributo para que isso acontecesse.” Fernando Campos atesta que fará tudo a seu alcance para tornar essa união possível, já que, dois terços da área da região norte daria à CIM um peso negocial “extraordinária e imcomparávelmente maior do que o actual.”
“Seria para Trás-os-Montes e Alto-Douro a cereja no topo do bolo para que possamos inverter este caminho que nos levará, invariavelmente, à desertificação, ao abandono e ao êxodo rural”, conclui o presidente da CIM.



Na região existem duas Comunidades Intermunicipais: a CIM de Trás-os-Montes reúne os municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais (do distrito de Bragança), e Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar (distrito de Vila Real).
Já a Comunidade Intermunicipal do Douro integra os restantes três concelhos do distrito de Bragança (Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta e Carrazeda de Ansiães) e sete concelhos do distrito de Vila Real (Murça, Peso da Régua, Alijó, Mesão-Frio, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião e Vila Real).


DOURO, o rio das Virtudes. Nascido na Margem Norte de um encantamento além-fronteiras

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