5 de janeiro de 2010

"TÊM DE PRESERVÁ-LOS!"


Contratos assinados para realojamento de famílias carenciadas em dois bairros sociais da cidade

No último mês de 2009, a Câmara Municipal de Bragança (CMB) procedeu à assinatura de contratos de entrega de fogos de habitação social para realojamento de cinco famílias nos bairros sociais da Mãe d´Água e Coxa, bem como à transferência de habitação social de uma outra família.
Os primeiros cinco contratos de realojamento, todos para o Bairro da Mãe d´ Água, foram celebrados com António José Gonçalves Esteves, Sandra Cristina Salvador, Carlos Alberto Major Carneiro e Angelina Alice Teixeira Afonso. Esta última permuta com Alexandra Marisa Monteiro Costa, que assinou outro contrato que vincula a sua transferência, brevemente, para o rés-do-chão. Já Ana Teresa Marta será realojada no Bairro da Coxa.
“Vou-vos pedir que tenham especial cuidado na utilização dos fogos habitacionais, tanto que, o valor da renda não é mais do que simbólico. Há pessoas que têm passado pelas habitações sociais e destroem-nas completamente. É preciso preservar as coisas, pois elas custam a todos. É uma obrigação vossa!”, referiu o presidente da CMB, Jorge Nunes, no princípio do seu discurso, como forma de salientar a importância de uma obrigação fundamental dos futuros arrendatários.
Segundo o edil, decorre ainda uma intervenção nos fogos do bairro da Mãe d´Água, em, que estão a ser substituídas todas as caixilharias por vidro duplo para melhorar as condições de conforto, “porque há dias difíceis, mais frios e nos quais irão gastar menos energia”. Esta intervenção, acrescenta o autarca, será extensível aos vários blocos.

A importância de estabelecer um bom ambiente com actuais moradores com o intuito de melhorar a qualidade de vida do próprio bloco, sublimando a coexistência entre vizinhos

“Foi necessário contratar empresas especializadas em desinfestações para certos fogos recuperados, dada a quantidade absurda de lixo e o estado decadente de um caso, em particular, que poderia mesmo colocar em risco a saúde pública. Isto antes sequer dos funcionários camarários poderem começar as obras de remodelação. Há, de facto, pessoas que não sabem cuidar daquilo que custa a todos”, refere Jorge Nunes, sublinhando o “óptimo trabalho de remodelação com pavimentos excelentes, caixilharia de qualidade acrescida e apartamentos confortáveis.”
“Têm de conservá-los!”, repetiu o presidente, várias vezes, ao longo da cerimónia de 20 minutos, apontando situações em que a madeira apareceu toda queimada.


Depois de assinados os contratos, procedeu-se a uma deslocação ao célebre Bairro da Mãe d´Água, nem sempre pelos melhores motivos, onde um dos apartamentos, já com nova caixilharia, foi visitado por famílias, jornalistas, funcionários da Câmara e pelo próprio Jorge Nunes, que salvaguardava, sempre que possível, “terá de haver um esforço da vossa parte para verem os actuais inquilinos como membros de família.”
Anabela Nascimento, a futura arrendatária do fogo visitado, diz que se mudará assim que lhe derem a chave, “Há 10 anos que esperava por este momento! Foi pior que um filho! Ainda nem consigo acreditar!”, declara emocionada esta mãe casada com um filho de 13 anos. A morar, actualmente, num T2 nas proximidades da Rotunda dos Touros, revela que a sua principal dificuldade é a renda “enorme” de 300 euros. Com o marido desempregado e ela quase a terminar o curso de cozinheira na Escola Profissional, vem também do estudo a sua única fonte de rendimento.
Olívia Machado, uma adolescente cuja família foi beneficiada com uma habitação social, sente-se “feliz” pela “casa nova”, testemunhando in loco as suas “boas condições” de habitabilidade. Proveniente do Bairro de S. Sebastião, a sua mãe, Ana Teresa Marta, além de Olívia, tem a seu exclusivo encargo mais duas filhas para criar. As quatro serão realojadas num T3 no Bairro da Coxa. Entretanto, continuarão a pagar uma renda “demasiado cara”, refere a jovem, 175 euros mensais para o aluguer do apartamento no qual, presentemente, a sua família habita.
A CMB recuperou 16 fogos e, nos próximos meses, haverá cerca de uma dezena de outros para entregar, garante o presidente da autarquia.

Algumas recomendações camarárias:

São deveres dos arrendatários:

- Conservar a habitação que lhe foi entregue;
- Os espaços comuns devem ser limpos e não ocupados com veículos motorizados ou qualquer tipo de bens imateriais;
- Conservar em bom estado as instalações da luz eléctrica, água, gás, esgotos, pagando à sua conta as reparações que se tornem necessárias por efeito de incúria ou utilização indevida;
- Pagar a renda no valor e nos prazos devidos;
- Ter bom comportamento moral e cívico e não fazer ruídos ou ter atitudes que perturbem os restantes inquilinos, especialmente, das 22h às 8 da manhã;
- Acondicionar o lixo e depositá-lo nos locais destinados para o efeito;
- Comunicar à CMB qualquer situação irregular ou ilegal.

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