31 de julho de 2012

"CONSTRUIR UMA EQUIPA PARA O FUTURO"



Nomeado: Tiago Asseiro (Clube Académico de Bragança)
Cargo técnico: Treinador dos Infantis de Hóquei em Patins
Idade: 30
Profissão: Professor de Educação Física


Entrevista:


1 – Integrada na Associação de Patinagem do Porto, que classificação, quer no Torneio de Abertura, quer no Torneio de Encerramento, é que a tua equipa alcançou?


R: No primeiro alcançámos o sétimo lugar e, no Torneio de Encerramento, não conseguimos melhor que o nono lugar. 



2 – Quais eram as tuas expectativas antes do início da época desportiva 2011/12?


R: As expectativas eram dar patinagem e competição aos atletas, visto tratar-se de uma equipa com pouca ou nenhuma experiencia na competição e de miúdos com muito pouco tempo de patinagem. 



3 – Ficaste satisfeito com os resultados obtidos ou, sinceramente, esperavas algo mais?


R: No torneio de abertura obtivemos um bom resultado comparado com o torneio de encerramento, onde inclusive jogámos contra algumas das melhores equipas nacionais como, por exemplo, o Futebol Clube do Porto, o Gulpilhares e o Valongo. Falamos das melhores escolas de hóquei do país. No torneio de encerramento a classificação podia ter sido melhor, pois em muitos jogos estivemos a vencer até ao último minuto e devido à nossa falta de experiência e competitividade não conseguimos segurar a vitória. Isso aconteceu em cinco ou seis jogos, o que nos roubou muitos pontos. 



4 – Qual é o balanço que fazes deste campeonato?


R: É sempre um balanço positivo quando se vê uma evolução coletiva e individual da equipa. E a prova disso foram os jogos que fizemos no Torneio Triangular organizado pelo Académico ainda este mês. Se compararmos esta equipa de fim da época com a que iniciou o campeonato vê-se, claramente, que está mais consistente, tanto ao nível técnico como táctico.  



5 – Haverá quem te critique por teres optado rodar toda a equipa em detrimento de apostares na vitória. Inclusive, alguns dos pais dos jogadores. Como é que tu reages a essas críticas?


R: Essas são críticas sem qualquer fundamento. Quando estamos a falar de um dos primeiros escalões de formação onde, na minha opinião, devia ser obrigatório que todos os elementos jogassem, à imagem do que acontece nos escalões de benjamins e escolares.

Sempre foi filosofia do Clube a formação de atletas e jovens, independentemente dos resultados. Apesar de, claro, todos gostarmos de vencer e de esse ser um factor de motivação, para além de um objetivo para todos os jogos. Mas quando se entra em competição com uma equipa tão nova, onde o principal objectivo é adquirir experiência, técnica e construir uma equipa para o futuro, jogarem cinco ou seis miúdos e só esses evoluírem e não dar aos outros essa oportunidade e igualdade não faz sentido. Não me arrependo de ter feito isso e fi-lo sempre a pensar no crescimento destes miúdos. Sem essas oportunidades, teríamos hoje uma equipa desequilibrada e, provavelmente, sem futuro.  



6 – Então, o facto de teres incluído jogadores dos escolares nos infantis foi uma mais-valia?


R: Sem dúvida que foi uma mais-valia porque se tratavam de jogadores altamente competitivos que trouxeram muito à equipa e isso permitiu aos mais velhos jogarem num ritmo mais elevado e crescerem também como jogadores. 



7 – Enquanto ex-jogador, como é que analisas o facto de haver apenas uma equipa transmontana no campeonato do Porto? Achas que isso prejudica a formação academista?


R: Prejudica-nos em relação às viagens que temos que fazer quando jogamos fora. Como são muitos quilómetros o cansaço é bastante evidente em alguns dos encontros, que são todos na zona do Porto. Esse facto é prejudicial à modalidade, pois não se desenvolve tanto no interior. No que diz respeito ao Clube Académico de Bragança, tem lutado e feito um esforço admirável para o desenvolvimento do hóquei em patins na cidade e na região. 



8 – Poder-se-á afirmar que o hóquei em Trás-os-Montes já conheceu melhores dias. Na tua opinião, achas que estamos a trilhar um caminho que nos poderá levar de novo à glória de outros tempos ou pensas que isso será impossível?


R: O hóquei em patins em Bragança começou novamente do zero. No espaço de três, quatro anos, triplicámos o número de atletas. De cerca de 40, apontamos esta época para mais ou menos 120 e duplicámos também o número de equipas em competição. Ou seja, de duas passámos para quatro e isso é de louvar. O hóquei é uma das modalidades mais complexas que existe e, sem dúvida, uma das mais difíceis de aprender e, por isso, leva o seu tempo. No entanto, penso que o trabalho que está a ser desenvolvido pela direção e por todos os treinadores dará os seus frutos no futuro e devolverá ao Académico o estatuto em tempos adquirido como um dos melhores clubes de formação a nível nacional.



9 – Para terminar, o que é esperas alcançar na próxima temporada? O que é que seria para ti um bom campeonato?


R: A época de 2012/13 será para nós um grande desafio. A meu cargo terei a equipa de iniciados, constituída por 14 atletas, sendo que quatro serão infantis. Quanto aos objetivos, estes passam por tentar construir uma equipa competitiva e equilibrada que alcance a melhor classificação possível. Mas, mais importante ainda, pretendo formar atletas e jovens.


27 de julho de 2012

"UM RECOMEÇO DE CONTINUIDADE"

Politécnico em basquetebol teve um bom desempenho no campeonato universitário, mas falhou por tardar no início dos treinos. 

A equipa de basquetebol da Associação Académica do Instituto Politécnico de Bragança (AAIPB) voltou a participar no campeonato organizado pela Federação Académica de Desporto Universitário (FADU). Assim, ao longo do ano lectivo, houve dois torneios em que várias equipas se procuraram classificar para a Final Nacional, disputada, depois, em Braga.
No primeiro, a 16 e 17 de Novembro, realizado na cidade da Covilhã, a preparação da equipa brigantina havia sido quase inexistente. “Houve uma preparação muito curta. Tivemos, apenas, dois treinos onde foram feitas as captações da equipa entre 40 jogadores e escolhemos 18. Depois, um bocado à pressa e sob pressão, com os outros dois treinos seleccionámos 10 para representar o Politécnico”, afirmou o técnico da equipa. De acordo com Pedro Forte, para além da dificuldade na aquisição de um espaço físico onde pudessem treinar, os jogadores praticamente nem sabiam o nome uns dos outros. “Foram-se conhecendo durante a viagem”, revelou. No seu grupo, a AAIPB perdeu contra as equipas das Associações Académicas das Universidades da Beira Interior e Aveiro, vencendo, somente, o encontro contra a formação da Universidade do Algarve. Na classificação, a equipa anfitriã conquistou o primeiro lugar, depois veio Aveiro e, em terceiro, ficou a equipa transmontana. Como só passavam os dois primeiros, que jogaram depois com os dois primeiros do outro grupo, a AAIPB não alcançou a fase seguinte que decorreu no segundo dia da competição. A vencedora final do primeiro Torneio foi mesmo da cidade que o acolheu, enquanto que a formação do politécnico brigantino se quedou pela quinta posição.

Natural de Cervães, Braga, o estudante de 21 anos que chegou a treinador no âmbito do estágio curricular, asseverou que, no segundo torneio, que decorreu nos dias 1 e 2 de Março, desta feita em Aveiro, a história foi bem diferente. “Já tínhamos outra preparação e mesmo os resultados foram diferentes. E mesmo nos dois jogos que perdemos, um foi por 7 e outro foi por 8 pontos. Isso em basquetebol não é nada. Houve uma evolução clara”, garantiu o técnico.
Contra a Universidade de Coimbra, do Algarve e da Covilhã, a AAIPB só conseguiu, também, uma vitória, tendo ficado na terceira posição e não se classificando para a fase final do torneio. Depois de feitas as contas, no final dos dois Torneios, a formação da capital do nordeste ficou em sexto lugar. Apesar de ter tido os mesmos pontos que a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, esta última ficou na quinta posição, pois tinha marcado mais cestos ao longo dos dois torneios e teve direito a ser repescada. Na Final Nacional, a grande vencedora foi mesmo a Universidade do Minho.
Mas o trabalho deu os seus frutos e a união entre os jogadores tornou-se mais que evidente. “Os jogadores mantiveram-se fiéis aos treinos, tinham vontade de competir e de se afirmar no torneio e isso foi-lhes reconhecido. Éramos um grupo muito forte que jogava com o coração!”, continuou, elogiando o espírito de equipa que se criou entre os jogadores a seu cargo.

Na opinião do estudante de Desporto, que está prestes a concluir o terceiro e último ano do curso e já se prepara para tirar o Mestrado em Exercício e Saúde, a qualidade da sua equipa era inegável. “Já tinham muita escola e bastante técnica individual. Não tinham era preparação física. Agora, eles não se conheciam, nem o tipo de jogo de cada um. Ou seja, o problema não era em termos individuais, era em termos do colectivo”, esclareceu Pedro Forte.
No próximo ano, Pedro Forte pretende ceder o seu lugar de treinador. “Gostava de continuar ou como jogador ou como mero adjunto do novo treinador para ajudá-lo no que fosse possível através das vivências que tive ao longo do ano”, admitiu. “Da mesma forma eu tive a oportunidade de vivenciar isto, acho que outros também a devem ter e o que não falta é gente com capacidade, até se poderia dizer tanta ou mais que eu, mesmo aqui no IPB”, continuou, modestamente.
Que o projecto ficou estruturado de forma a ser mantido, ninguém tem dúvidas. “Está programado de forma a que, em Setembro, reabra outra vez com a equipa. Um recomeço de continuidade. A própria AA mostrou-se com vontade de seguir com o projecto, mostrando o peso do IPB no desporto universitário. Algo que antes não era observável”, terminou o, também, treinador de Ginástica Desportiva do Clube Académico de Bragança.  

Pedro Forte


COMO NOS "BONS VELHOS TEMPOS"

Fim-de-semana em pleno de hóquei em patins no I Torneio Triangular do Académico fez muitos espectadores e jogadores ansiar por mais.
 

“Um sucesso”. Foi assim que o presidente Fernando Gomes resumiu os dois dias de competição do I Torneio Triangular de Hóquei em Patins organizado pelo Clube Académico de Bragança (CAB). Para além da equipa anfitriã, participaram neste evento desportivo Vila Boa do Bispo (VBP), Limianos e Hóquei Clube de Santarém. Em competição na capital de distrito estiveram três escalões: escolares, infantis e juvenis. Para além de todos estes atractivos, ainda houve outro não menos importante. Um jogo amigável entre os séniores do CAB e o Famalicão. A equipa convidada permitiu às “velhas glórias” lembrar o passado de um tempo em que o hóquei dominava o mosaico competitivo brigantino. Com jogos de grande nível, quer sábado, quer domingo, centenas de pessoas acorreram entusiasticamente ao Pavilhão Municipal.
Em termos de classificações finais, nos escolares, o Vila Boa do Bispo sagrou-se vencedor absoluto, seguindo-se-lhe o Limianos e, só depois, o CAB. Nos infantis, em primeiro ficou o Limianos, em segundo o VBB e, em terceiro, de novo o CAB. Nos juvenis, o campeão foi mesmo o Santarém, depois, o CAB e, em último lugar, o VBB. Contudo, o Académico poderia ter feito melhor no escalão “maior”, arrecadando mesmo a primeira posição. Isto porque esteve a vencer o Santarém até bem perto do final. Só que nos dois últimos minutos, os visitantes conseguiram inverter o marcador, beneficiando de um livre directo que lhes permitiu dar a volta ao resultado.

No final do torneio, para além da habitual imposição de medalhas, foram entregues as taças e eleitos os melhores entre os melhores. Assim, nos escolares, o prémio de melhor guarda-redes foi para José Henrique do VBB. Já o prémio de melhor jogador foi para Rodrigo Martins, do Limianos. Nos infantis, o título de melhor guarda-redes foi, merecidamente, para Vicente Gomes, do CAB. Enquanto que o título de melhor jogador venceu-o Nuno Antunes, do Limianos. Por fim, no escalão de juvenis, Ricardo Relvas, do Santarém, foi considerado o melhor guarda-redes. Já na categoria de melhor jogador, Carlos Esteves, do CAB, bateu a concorrência com magníficas exibições nos dois jogos. Mas não foi o único. Da sua equipa, todos brilharam um pouco. Mário Vaz, Gil Gonçalves, Alexandre Santos, João Benites, Vitor Minhoto e Nuno Minhoto estão de parabéns pela melhor posição, um segundo lugar, alcançado pelo CAB ao longo deste torneio.
“Todas as equipas gostaram de vir cá, não só pela componente desportiva, mas também pelo convívio entre os jogadores e pela maneira como nós os sabemos receber sempre”, sublinhou o dirigente máximo do CAB. De acordo com Fernando Gomes, o I Torneio Triangular de Hóquei em Patins envolveu 120 atletas e o almoço de domingo contou com cerca de 200 pessoas, incluindo os pais de algumas crianças. “O facto de conseguirmos trazer tanta gente aqui é óptimo para a cidade! Não só levamos o nome de Bragança a todos os cantos do país como beneficiámos economicamente a região com todo o movimento criado ao redor deste torneio”, referiu.  Na opinião do presidente do maior clube desportivo do nordeste, os objectivos foram atingidos. “Se bem que não ganhámos muitos jogos, o mais importante foi mesmo participar e não o resultado classificativo obtido no final”, terminou Fernando Gomes.

Depois da entrega dos troféus, seguiu-se um almoço para todos os intervenientes nesta competição, oferecido pelo Académico na piscina do clube. De destacar ainda o contributo da Câmara Municipal de Bragança e da Junta de Freguesia da Sé, bem como a presença ao longo de todo o fim-de-semana do presidente da Associação de Patinagem do Porto, Celestino Brito, e da dupla de arbitragem, pai e filho, Júlio e Bruno Antão, encarregue de supervisionar todos os jogos do torneio.

26 de julho de 2012

MÚSICA AO LUAR

Nos jardins do Museu Abade de Baçal a noite foi honrada pela Banda dos Bombeiros de Vimioso
Fundada a 12 de Abril de 1945, a Banda da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vimioso conheceu o seu epílogo em Setembro de 1960, face ao grande surto migratório que varreu o norte de Portugal e teve como destinos principais o Brasil e a França. Graças à boa vontade da Associação, a banda foi reactivada na histórica data de 12 de Janeiro de 1998 para não mais parar. O seu tão ansiado regresso sob um manto de estreia pública decorreu aquando da realização da Meia Maratona das Castanhas que, naquele ano, teve lugar a 15 de Novembro. Nos dias de hoje, os jovens “tomaram de assalto” a banda e, apesar de ter elementos de várias faixas etárias, a aposta é na formação, já que, a Escola de Música trabalha, diariamente, com seis professores. Depois da gravação de um primeiro cd em Abril de 2002 com um reportório variado, do clássico ao ligeiro, passando pelo popular, a Banda da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vimioso lançou já o seu segundo trabalho no ano de 2010.
Com a maestrina Ana Cavaleiro no topo da hierarquia de uma conjugação de sons e instrumentos que se quer tradicionalmente típica, a Banda da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vimioso é constituída, actualmente, por cerca de 50 músicos.
“Apenas posso dizer que possui uma grande qualidade musical e que é extraordinário haver uma banda com tantos jovens e todos oriundos de Vimioso”, referiu a directora do Museu Abade de Baçal (MAB). “A maestrina pareceu-me uma pessoa muito interessante e cheia de garra, foi pena não a terem entrevistado”, sublinhou Ana Afonso.
O concerto foi o primeiro de uma série que se irá realizar no jardim do MAB, “como uma forma de aproximar a comunidade”, concluiu a responsável.

CULTURAL FOLCLORE

Público respondeu massivamente ao apelo das danças e cantares de mais um Festival Internacional de Folclore

O tempo ameno ajudou à festa no XIV Festival Internacional de Folclore “Cidade de Bragança”. Dezenas de pessoas responderam ao chamamento da cultura popular e compareceram na Praça Camões a 7 de Julho, lotando as cadeiras disponíveis na assistência. Em protocolo com a Câmara Municipal de Bragança, a Associação Cultural e Recreativa (ACR) do Bairro da Mãe d` Água levou a bom porto mais um evento que orquestra consecutivamente há 14 anos.
Para além da óbvia participação do anfitrião, o Rancho Folclórico da Mãe d` Água, que abriu as hostes musicais e dançantes, o festival contou com a participação de outros quatro grupos convidados. Assim, do Minho e Douro Litoral marcaram presença os ranchos de Marinhas, Esposende, de Tardariz, Gondomar, e de Frende, Baião. Enquanto que, da vizinha Espanha, pelo segundo ano consecutivo, veio um rancho da Província de Zamora.

“Manter a cultura, a tradição, representar a nossa cidade e o nordeste por cá e lá fora é o objectivo que nos tem motivado até aos dias de hoje”, defendeu o presidente da ACR, Luís Ferreira. Reeleito a 4 de Março do corrente ano, o responsável máximo pela entidade organizadora do certame explicou que só é possível manter estes festivais graças às permutas concretizadas entre os diversos convidados. “Todos os grupos de folclore têm o seu festival anual. Nós convidamo-nos uns aos outros e num sistema de permutas porque de outra forma seria insuportável trazer ranchos de fora. Toda a logística inerente é muito cara”, admitiu.
Com início previsto às 21 horas, os ranchos entraram na praça dez minutos depois. Mas, só após a habitual entrega de lembranças, é que o espectáculo aconteu. Eram já as 21:30 quando o único rancho folclórico do concelho, o da Mãe d` Água, se encarregou como anfitrião de abrir o festival. “Hoje foi uma agradável surpresa porque a noite está fresca e a praça esteve cheia. Por volta das 22:30 estavam aqui umas centenas largas de pessoas”, sustentou Luís Ferreira, em jeito de balanço final. 


ARTE EM MOVIMENTO

São erradamente confundidos com destruidores de propriedade ou vândalos, mas o desporto que eles praticam, o Parkour, já conquistou o respeito de muitos.

 Apesar de estar pouco divulgado no nosso país, sobretudo, em Bragança, o Parkour é uma modalidade que conta já com uma longa tradição em França, país berço e de onde se disseminou internacionalmente. O intuito é fluir na cidade de uma forma contínua criando uma simbiose perfeita entre o indivíduo e o ambiente que o rodeia. Parkour é fazer um dado percurso, mesmo que isso signifique escalar muros, prédios ou dar saltos com mais de cinco metros de altura.
Na capital do nordeste, neste momento, existem, somente, dois traceurs (praticantes de parkour) que vivem com paixão este desporto que leva ao limite a resiliência do corpo humano. O mais experiente é Jorge Mota, também conhecido por Nitro. Com 17 anos, ele recorda como se desenvolveu o seu gosto pela prática de uma modalidade que tantos desconhecem: “comecei a ver vídeos na internet e depois conheci o Guilherme Costa, juntei-me com ele e fui aprendendo. Na altura, tinha 13 anos, éramos cerca de sete elementos e foi ele quem me ensinou grande parte das técnicas de Parkour”. Foi nos três anos em que esteve com Guilherme que Jorge aprendeu muito daquilo que hoje sabe.

Depois do “professor” partir rumo ao sul, alguns permaneceram juntos, outros elementos do grupo desistiram e outros, ainda, decidiram arriscar a entrar num mundo novo. Mas a persistência não abunda. “Enquanto é moda as pessoas aderem muito, acham piada e que é fixe andar por aí a pular. Quando deixou de ser moda, não existe aquela paixão interior que fica, e desistiram. Outros, quando começam a tentar progredir e se magoam ou lesionam abandonam logo o parkour”, justifica. Se houvesse um grupo, a evolução seria superior porque, na opinião de Nitro, “uns puxam pelos outros”. “Gostava de ter um grupo maior porque nos ajuda a progredir e, apesar de não haver competição no parkour, existe sempre aquela competição saudável entre todos. Um faz um movimento novo e o outro vai logo tentar imitá-lo, evoluindo com ele também”, diz.
Por enquanto, a única pessoa com quem pode partilhar esta arte em comum é o seu primo. “Fui vendo, gostando, apaixonando-me e comecei a praticar também. O que eu gosto mesmo e não haver obstáculos. Para nós, tudo é uma passagem, um caminho”, sublinhou Miguel Quaresma, também ele com 17 anos. Os dois rompem pela selva urbana em busca dos melhores spots (locais). “Desde o Pólis, a toda a zona da Flor da Ponte, incluindo o Skate Park, no Eixo Atlântico, perto do Carlos Fotógrafo. São, essencialmente, esses os locais onde dá para fazer mais coisas, mais variações”, revela Jorge.

Ao contrário das grandes metrópoles, esta é uma pequena cidade onde a dificuldade é rara de encontrar, sobretudo, para traceurs de nível mais elevado. “Esta é uma cidade para iniciados porque os obstáculos são mais ao nível do chão, enquanto que noutras há sítios e prédios altos e mais bem estruturados para o parkour”, explica o jovem, que só lamenta o facto de existirem muitas pessoas em Bragança que ainda confundem o seu desporto de eleição com vandalismo. “O meu sonho é que esta modalidade seja reconhecida como uma arte e não como alguns pensam nela, como sendo vandalismo. Por vezes, as pessoas ameaçam chamar a polícia. Apesar da polícia nos ver e já não dizer nada, as pessoas ainda têm um preconceito muito grande”, lamenta o entrevistado, que espera, um dia, poder viajar pelo país na procura incessante de obstáculos que o possam desafiar, físicos e humanos. “O meu próximo passo é juntar dinheiro e conseguir sair durante uns tempos, percorrer Portugal e encontrar vários traceurs de localidades diferentes”, assume Jorge Mota.

Se quiser saber mais, procurar com quem treinar ou como começar, contactar Jorge Mota via facebook:  http://www.facebook.com/brknitro

EVOLUÇÃO CONDUZ À UNIÃO

Depois de um segundo lugar no regional, as Estrelas Brigantinas deram “luta” a algumas das melhores equipas nacionais

O campeonato regional de basquetebol dos iniciados masculinos foi pautado pelo desequilíbrio entre as várias formações com diferenças substanciais entre as mesmas. Coube às Estrelas Brigantinas e ao Basket Clube de Vila Real assumirem o favoritismo. De facto, foram estas as duas equipas mais fortes do campeonato, ainda que com um claro ascendente para a formação de Vila Real.
“Apesar das diferenças entre algumas equipas na fase regional, houve alguns jogos bastante interessantes e equilibrados que decorreram quase sempre em ambiente de festa, algo que deve ser incutido nos escalões de formação de todas as modalidades”, sublinhou o técnico da formação representante do distrito de Bragança nesta prova.
Certo é que a evolução das Estrelas Brigantinas foi uma constante e os sub14 conquistaram merecidamente o segundo lugar do campeonato distrital, garantindo “com algum brilhantismo e muita força de vontade” o acesso à fase seguinte. No entanto, a participação que se começou a desenhar a partir de Fevereiro da equipa liderada por Sérgio Jesus na primeira etapa do campeonato nacional teve uma história bem diferente da anterior qualificação em que disputaram o título. Com equipas de peso na luta pelos lugares cimeiros da Zona Norte, a formação transmontana encontrou um grupo bastante complicado e viu as suas aspirações serem comprometidas por nomes de relevo do basquetebol nacional.

Apesar das diferenças abismais, nomeadamente a nível técnico, mas com maior relevância ainda em termos físicos, as Estrelas Brigantinas criaram, por diversas vezes, obstáculos às equipas que ficaram nas primeiras posições da classificação. Mesmo tendo perdido todos os encontros do Nacional, a formação transmontana deixou uma boa imagem de si praticando um basquetebol de qualidade inegável.
No final da época desportiva, Sérgio Jesus fez um “balanço positivo” da sua equipa para o Jornal Nordeste. “Houve uma notória evolução dos atletas em termos técnicos, contudo o que mais me importa realçar foi o amadurecimento de toda a equipa que, no início da época, era apenas um conjunto de jogadores e, no final, se tornou um grupo forte, unido e coeso”, garantiu. Um facto que, de acordo com o treinador, permite encarar a próxima época desportiva com bastante confiança. 

À DESCOBERTA DE PORTUGAL

Motards franceses e emigrantes portugueses a caminho do Algarve para a XVII Concentração de Goldwings escolhem Bragança como ponto de passagem.

Cerca de dez elementos do GoldWing Club de France da região de Auvergne – Limousin decidiram marcar presença na Concentração Internacional de GoldWings em Lagos, no Algarve. Com saída no sábado de Montpelier, os motards passaram a noite na fronteira franco-espanhola, mais concretamente em Henday. Logo pela manhã deram a partida em direcção a Bragança onde chegaram por volta das 17 horas.
“Viemos por esta belíssima cidade, onde iremos passar a noite, em consideração ao presidente do MotoCruzeiro, Francisco Vara”, afirmou Hélder Vale. Este português da região transmontana emigrado em Paris há 38 anos ajudou ao traçar da rota na expectativa de rever alguns dos seus velhos amigos.
Mas não foi só ele a fazer com que o grupo constituído maioritariamente por franceses escolhesse este trajecto. Também Michele Hermeline optou por convencer os seus colegas, dado o historial que desenvolveu com o nosso país, em particular com esta região. “É fantástica”, justificou entusiasmado. Ele que já esteve em território nacional por quatro vezes, uma das quais numa vinda à Concentração de Bragança e outras duas por ocasião da Concentração Internacional de GoldWings, uma em Figueira da Foz e outra em Quarteira. 

Com alguns motards acompanhados pelas suas esposas, o grupo perfazia o total de 16 pessoas. Ao chegarem a Bragança, a sede era tanta que a primeira paragem foi no bar do moto clube da cidade. Seguiu-se o jantar no restaurante Lagarelhos, que apadrinhou esta iniciativa, providenciando também o almoço de segunda-feira. Depois do apetite saciado, os “wingers” (nome dado aos motociclistas de Goldwings) deram um breve passeio pelas ruelas e avenidas parando em alguns dos sítios mais emblemáticos como a Praça da Sé. Um passeio que só terminou no castelo da cidade, onde o grupo aproveitou para socializar num dos bares locais.
Hospedados no Hotel S. Lázaro, os motards arrancaram depois de almoço em direcção ao Porto, onde passaram a noite de segunda-feira. A paragem seguinte será em Lisboa e a viagem só terminará na quarta com a chegada a Lagos. Organizada pelo Goldwing Clube de Portugal, a concentração decorrerá de 8 a 10 de Junho, sendo que, cada ano, tem uma localização diferente.
 “Esta é a primeira vez que vimos a Portugal, mas queríamos realmente conhecer o país. Vimos para passear, comer e beber bem”, resumiu o presidente do Goldwing Club de Auvergne- Limousin, Jean Pierrre, que conta na actualidade com, aproximadamente, 50 elementos.

HOSPITAL NEGLIGENTE

Pai vê-se obrigado a levar o filho a um médico em Vilar Formoso, depois de no Hospital de Bragança não ter sido detectado qualquer anomalia no estado de saúde da criança. 

No início da segunda quinzena de Maio, Luís Filipe Major Sá constatou que dois dos seus três filhos estariam com problemas de saúde. Mariana, de nove anos, e Rodrigo, de sete, apresentavam sintomas como vómitos, diarreia e febres altas. Cada vez mais preocupados, os pais decidiram levá-los às Urgências do Centro Hospitalar do Nordeste a 21 de Maio. Depois de uma bateria de exames, ao pai de 31 anos disseram-lhe que não havia motivos para preocupações, que devia ser só uma “constipação nos intestinos” e receitaram-lhes uns sumos de frutas “Oral Suero”. Sem qualquer melhora no estado de saúde, sobretudo de Rodrigo, que parecia até estar a piorar, os pais entraram numa espiral de desespero e, a 25 de Maio, sexta-feira, as crianças deram nova entrada nas Urgências. O menino de sete anos chegou mesmo a ficar internado a soro de sexta para sábado, tendo dormido no hospital acompanhado pela mãe. No dia seguinte, após nova ronda de testes, Rodrigo teve alta, tendo-lhe sido prescrito um xarope e uns comprimidos. Mariana começou a melhorar, ao contrário do seu irmão¸ a quem, quer o internamento, quer a medicação, não surtiram qualquer efeito. 

Foi então que, a 29 de Maio, os seus pais tomaram a decisão de levar Rodrigo a um médico particular em Vilar Formoso cujo profissionalismo eles já conheciam. “O dr. Fernando fez umas análises ao meu filho e disse-me que ele tinha uma mancha no fígado do tamanho de uma moeda”, relembrou Luís Sá. O pediatra fronteiriço receitou um antibiótico, um xarope e umas cápsulas ao menino, tendo-lhe ministrado, de imediato, uma no consultório. E quase que, instantaneamente, Rodrigo começou a sentir-se melhor. Tanto assim que, depois de arrancarem em direcção a Bragança, os pais pararam logo em Figueira de Castelo Rodrigo, a pedido do filho que, pela primeira vez em dez dias, tinha apetite. Compraram-lhe umas sandes e seguiram viagem rumo a casa. ”Eu não quero nada do hospital, muito menos qualquer indemnização, só quero expressar a minha revolta porque com tantas máquinas que eles têm aqui e com tantos exames que fizeram ao meu filho e não conseguiram detectar qualquer problema”, afirmou Luís, garantindo que, actualmente, o seu filho se encontra completamente recuperado e já vai à escola. “Tive de levar o meu filho a Vilar Formoso a um médico particular, pagar a viagem e todas as despesas para saber que ele tinha uma infecção no fígado”, protestou inconformado o pai de Rodrigo, que teve de meter baixa no emprego para poder ficar com o filho.     

FESTA DE ARROMBA

Sarau de Encerramento do Académico levou centenas de pessoas ao celebrar “em grande estilo” do final de mais uma época desportiva


Foi na noite de sábado que teve lugar mais um Sarau de Encerramento do Clube Académico de Bragança (CAB). No Pavilhão Municipal da cidade, reuniram-se centenas de pessoas que puderam vislumbrar um resumo das muitas actividades desportivas desenvolvidas pelos atletas ao longo da época 2011/12.
Dedicado ao tema dos Jogos Olímpicos, uma tocha foi desfilada como símbolo da abertura da cerimónia que incluiu a apresentação das 13 modalidades que contam com cerca de 330 atletas. Depois das demonstrações das várias práticas desportivas levadas a cabo no Académico, houve direito a comes e bebes e, ainda, à actuação de uma banda local que animou as hostes pela noite dentro.
Este ano, ao contrário do transacto, o Sarau não decorreu no espaço envolvente das piscinas. Isto porque a direcção teve receio que as condições meteorológicas não ajudassem à celebração do maior evento desportivo da capital do nordeste.  
Quanto ao balanço da época que agora encerra, em que houve 40 novos atletas e a introdução do Kickboxing através da Associação de Desportos de Combate de Macedo de Cavaleiros, o presidente do CAB mostrou-se bastante satisfeito pelo sucesso alcançado. “Não ficou nada por fazer. Conseguimos atingir os nossos objectivos que são cada vez mais dar melhores condições aos nossos atletas e aumentar o número de praticantes. Foi uma época em cheio”, declarou Fernando Gomes.


No seu discurso, o responsável máximo aproveitou a presença de uma enorme massa humana para lançar, novamente, o repto ao presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes, no sentido deste providenciar o aumento das instalações academistas com o intuito de permitir aos atletas mais espaço e uma maior disponibilidade de horários para treinos. “Não temos espaço suficiente para os nossos atletas. Para eles evoluírem de forma natural precisam de mais horas disponíveis no pavilhão e, simplesmente, não as têm”, reiterou, dando o exemplo de uma campeã de patinagem artística do clube à qual, sem infraestruturas, não lhe conseguem dar horas para o ensino da modalidade. “É uma pena estarmos a desperdiçar estes recursos. Temos de aumentar o pavilhão. A Câmara não tem dinheiro para fazer um novo pavilhão e nós temos uma solução muito simples, que é alargar o nosso. Fica muito mais barato! Não queremos um pavilhão de luxo, desde que tenha um bom piso, já conseguimos fazer os nossos treinos”, concluiu Fernando Gomes, asseverando que o projecto já está em fase de elaboração.


De salientar, ainda, a participação no evento do Ginásio Clube de Vila Real (na foto), que abrilhantou o Sarau com uma performance de nível semi-profissional, e da Escola Vamusica, que contribuiu para o espectáculo com a actuação de um grupo musical.