28 de abril de 2011

O "VÍCIO" DO FOGO

Quando se testam os limites de previsibilidade de um instrumento tão poderoso que pode escapar ao controlo humano

Várias são as parcelas de território queimadas na época que antecede um Verão famoso pelos seus incêndios. Uma forma de prevenir males maiores, no pico de um calor intenso. Legais ou ilegais, as queimadas acontecem um pouco por todo o distrito. Naquelas permitidas por lei, são chamados a intervir os técnicos de fogo controlado. A perigosidade é tanta que, regra geral, estas acções são devidamente acompanhadas pelo Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro, Bombeiros e Sapadores. De acordo com os profissionais da área, esta é uma profissão de risco que pode chegar mesmo a transformar-se num vício. Na única queimada realizada este ano, na Aveleda, Bragança, Edgar Bragada supervisionava o Plano de Fogo Controlado, enquanto confirmava aquilo que parece ser um facto bem conhecido entre aqueles que manipulam o fogo para atingir um fim específico. “Não sei porquê, mas uma pessoa começa a andar com o pinga-lume e apanha o vício de uma coisa destas. É tipo outro vício qualquer como o tabaco, o álcool ou a droga”, assegurou o técnico de fogo controlado.


O Pinga-lume é um instrumento cuja mistura de gasóleo e gasolina permite dar início a um fogo. “Isto é um material explosivo. Portanto, tem que ser usado com muito cuidado e tem que se saber aquilo que se está a fazer”, lembrou Edgar.
Outro Técnico de Fogo Controlado é António Borges, que gosta, realmente, do que faz e, também, sente o “bichinho”. Uma circunstância bastante comum, nesta profissão. “De facto, o fogo continua a ser um mistério. Eu posso ter 50 anos de experiência de fogo controlado e vou continuar a achá-lo misterioso”, garantiu o técnico, que tem vindo a apostar na formação, inclusive deslocando-se aos Pirenéus franceses e à Córsega. “Nós temos uma formação mínima para tentarmos prever o comportamento do fogo. Mas um fogo nunca é igual a outro. Pode haver algum pormenor, quer seja o combustível, quer seja outra coisa qualquer, que não conseguimos controlar naquela altura, que nos desafia”, explicou. “O fogo é um instrumento fácil, por isso é que, às vezes, leva a exageros. É como lidarmos com um ser vivo. Daí o tal bichinho, o tal vício”, justificou o técnico, certificado pela Autoridade Florestal Nacional em 2006.


António Borges trabalha para uma Associação de Produtores Florestais, a Arborea, e diz ter conhecimento, apenas, da existência de dois ou três técnicos de fogo controlado no distrito de Bragança. De tal forma há poucos que procede, mesmo, ao ateamento de fogos noutras zonas do país. “Trata-se de utilizar o fogo fora da área dos períodos críticos, principalmente, de Inverno. E vamos queimar áreas com vários objectivos”, referiu o técnico. Na Aveleda, por exemplo, fez-se uma queimada em defesa da floresta contra incêndios. Ou seja, o objectivo foi o de reduzir ou interromper o combustível, criando assim uma faixa ou corte para compartimentação do terreno e que permitirá aos Bombeiros, de futuro, intervirem naquela zona, caso seja necessário. “O fogo controlado é apenas uma das ferramentas. Uma das opções num caso concreto. Mas há várias! Nós temos é de ponderar as vantagens e o risco potencial envolvido”, sublinhou António Borges.

António Borges, Técnico de Fogo Controlado

FERNANDO ROCHA


"EU FUI FEITO EM BRAGANÇA"

FACTOS

Nomeado: Fernando Rocha
Idade: 36 anos
Ofício: Comédia
Arte: Stand Up
Local: Bar Sai de Gatas, BGC
Organização: RS, Moda, IPB


ENTREVISTA

1 @ Qual é a tua relação com Bragança?

R: Eu fui feito em Bragança, na Pensão Poças. O meu pai estava lá hospedado, enquanto dava aqui formação na companhia de seguros Ultramarina, a minha mãe veio cá ter com ele e pimba! Nove meses depois, estava cá eu. Portanto, tenho uma costela brigantina.


2 @ Com a casa completamente lotada, como é que sentiste o fervoroso público transmontano?

R: Deu para brincar com todos… Desde as piadas mais brejeiras e simples, ao humor mais inteligente, apanharam tudo. Foi um público fantástico!


3 @ Desde o programa televisivo “Levanta-te e Ri”, nunca paraste com as actuações?

R: Nunca! Aqui e fora de Portugal…


4 @ Diz-nos alguns países estrangeiros onde já tenhas ido actuar para as comunidades portuguesas?

R: Deixa cá ver… A ver se não me esqueço de nenhum. Vou começar pelos mais difíceis: Córsega, Andorra, Mónaco, Venezuela, África do Sul, Moçambique, Canadá, Estados Unidos, França, Alemanha, Bélgica, Suíça, Inglaterra e peço desculpa se me esqueci de algum.


5 @ Como é que relembras os tempos do Levanta-te e Ri?

R: Foram tempos fantásticos que mudaram a página do humor português. O humor nacional tinha estacionado, até porque não havia concorrência. Havia um ou dois humoristas grandes e o resto era paisagem. O Levanta-te e Ri, quer queiram, quer não, abriu as portas a muitos que, se calhar, ainda hoje, falam mal do programa. E foi o próprio Levanta-te e Ri que lhes deu a mão e os colocou onde estão hoje.


6 @ Achas que foi esse o momento alto do Stand Up em Portugal?

R: Claro! Mas tens dúvidas? Nem tu, nem ninguém! Ninguém pode ter dúvidas disso! Aliás, esse foi o único momento alto de Stand Up em Portugal, ponto final. Depois, houve imitações que ficaram muito aquém. Mas nunca mais conseguiram fazer nada de jeito.


7 @ Como é que analisas, agora, o Stand Up nacional?

R: Cada vez está melhor! Só não temos essa noção porque não existe nenhum programa em televisão. Mas se as pessoas se derem ao trabalho de verificar os humoristas da actualidade, seja eu ou outro gajo qualquer, irão ver que estamos cada vez melhor. Com os seus textos, na sua forma de estarem no palco, na sua performance, os tempos, a respiração, o silêncio, que faz muita falta. Agora, se houvesse outro Levanta-te e Ri, iria ser muito mais exigente porque o público também está mais exigente e os humoristas estão cada vez melhores.


8 @ Continuas ligado à televisão?

R: Não! Nem quero, para já. Continuei, depois do programa, por mais dois anos, porque tinha contracto com a SIC. Fui obrigado a fazer programas como Fátima Lopes, Contacto, Maré Alta, Malucos do Riso, uma data de coisas…


9 @ Mas gostavas de regressar à caixinha mágica?

R: Para já, não! A televisão é bom para te tornares conhecido, mas, depois de o seres, se permaneces ligado a ela, a televisão esgota-te. Eu já consegui o estatuto que queria. Agora, só quero continuar com o meu trabalho. Se for, é como convidado de um programa qualquer. Dou um ar da minha graça, marco pontos e venho-me embora.


10 @ Para além de comediante, integras mais algum projecto?

R: Sim! A 15 de Maio (domingo, por volta das 19 horas), vou abrir um negócio, juntamente com a minha mulher, no Estádio do Bessa. Vai haver um espectáculo ao vivo e aproveito até para convidar todo o pessoal que quiser ir, vá dar um passeio até ao Porto, a entrada é gratuita, vai haver um festival de rock, uma concentração de motas… E eu vou abrir uma loja de motas.


11 @ Quem é que gostarias, genuinamente, de conhecer?

R: Gostaria de conhecer todos os ditadores como o Bin Laden ou o Kadafi para saber o que é que lhes vai naqueles cornos. Não consigo entender esses gajos! Também gostava de tentar perceber e conhecer muito bem, enquanto pessoas, aqueles gajos podres de ricos, multimilionários, que vêem alguém a necessitar de ajuda e têm dinheiro para eles e para as próximas 20 gerações e são incapazes de dar um cêntimo e são capazes de despedir centenas ou milhares de trabalhadores do seu império para poderem facturar mais não sei quantos milhões no próximo ano. Gostava de entender o que vai nos cornos desses gajos!


12 @ Mas, num sentido mais positivo, quem é que gostarias, realmente, de conhecer?

R: Gostava de conhecer a Tina Turner. Sou fã da rainha do Pop! Também gostava de conhecer o Eddie Murphy e o Seinfield, os grandes humoristas. Agora, se eu pudesse conhecer alguém que já morreu, queria conhecer o Bob Marley, Jimmy Hendrix ou o Jim Morrison. Pessoas muito maradas para tentar perceber o que é que ia naquelas cabeças. Porque há gajos que são, sem dúvida nenhuma, fantásticos! Foram mitos e hão-de viver para todo o sempre. O Michael Jackson, por exemplo.


13 @ Existe algo que seja capaz de te roubar o sono à noite?

R: O Computador porque me excita o cérebro, põe-no a pensar e estou, frequentemente, a jogar um jogo qualquer e quando dou por ela, são altas horas da manhã e não consigo dormir. Com a televisão já é diferente. Sou capaz de, por exemplo, pôr no Discovery Channel ou no National Geographic e ouvir os gajos a dizerem: “ E vai o leão com o seu grupo a atacar…”, e pronto, aquilo adormece-me logo. Agora, se estiver a fazer qualquer coisa que me estimule o cérebro, não consigo dormir.


14 @ O que é que consideras ser inaceitável num ser humano?

R: Aquilo que me repugna, que me mete mais nojo num ser humano, é ele querer fazer parecer-se com algo que não é. O ser pudico. Se calhar, ele sente-se bem de uma determinada maneira, mas não o é porque tem medo do que os outros possam pensar ou está preocupado em dar aquela imagem para que as pessoas pensem aquilo dele. O não ser genuíno, a mim, mete-me um nojo do carago!


15 @ Um destino que gostasses de conhecer?

R: A Polinésia francesa pelo mar azul-turquesa, pela calma, pelas praias em que está um gajo aqui e o próximo está, no mínimo, a 200 metros. Isso fascina-me! Agora, praias muito cheias não gosto.


16 @ Num documentário sobre a vida selvagem, que animal interpretarias?

R: O cavalo porque é dócil, inteligente, forte e livre.


17 @ Para terminar, se o Planeta Terra se extinguisse em 24 horas o que é que aproveitarias para fazer?

R: Aproveitaria para estar abraçado aos meus filhos e à minha mulher.

AS MÚLTIPLAS FACES DO RETRATO

Jovem artista brigantina expõe, pela primeira vez, “a sério”, retratos a óleo em madeira e tecido

Estreou ao público a exposição de retratos pintados a óleo de Ana Domingues. São 12 obras que estarão patentes até ao dia 14 de Junho no Museu Etnográfico Dr. Belarmino Afonso. Oito em tecido e quatro em madeira. “São retratos em suportes que são um bocado incomuns, tecidos com padrões e madeiras reutilizáveis”, explicou a sua autora, que justificou a escolha dos materiais, antes mesmo da inauguração da sua mostra artística. “Comecei com os tecidos há cerca de um ano porque dão um carácter mais íntimo e individual ao retrato. São panos de tecidos que dizem mais sobre… Do que uma tela simples ou branca”, revelou.
A residir, actualmente, em Bragança, a artista tem desenvolvido uma estranha, mas bem direccionada e conseguida, relação intimista entre quem observa as suas pinturas e os “retratados”. As suas faces denotam sentimento e o olhar de alguns parece minar-nos por dentro, enquanto outros aparentam observar-nos.
Nascida em Março de 87, na terra onde expõe agora, Ana Domingues transferiu-se para Famalicão, depois de aqui ter estudado até ao 9º ano. Mas seria, apenas, um ponto de passagem para um dos verdadeiros destinos europeus. Na capital londrina, a aspirante a artista, na altura, frequentou Fine Arts na University of East London. Regressou ao seu país e, desta vez, rumou ao sul, concluindo, recentemente, a sua Licenciatura em Artes Visuais na Universidade do Algarve.
“Esta é a minha segunda exposição aqui em Bragança. Mas é a primeira a sério. Agora, que o meu trabalho já está mais desenvolvido, é uma mostra mais daquilo que eu quero fazer, o que é a minha pintura”, referiu. Sobre esta sua primeira mostra de arte, a criativa confidencia: “Espero que corra bem e que as pessoas venham, gostem e apreciem, ou não, mas que venham ver e que critiquem de uma maneira positiva, ou não”.
Ana Domingues permanece, única e exclusivamente, ligada à pintura. Resta-nos aguardar na ânsia de podermos, em breve, vislumbrar outros trabalhos desta jovem talento.

22 de abril de 2011

ARTE DESPIDA DE PRECONCEITOS

A peça Pedro e Inês talvez tenha sido o momento alto do Festival Vinte e Sete, a que se seguiu Estilhaços de Cesariny

Para maiores de 16 anos, a representação de um período tortuoso do nosso passado chegou ao Teatro Municipal de Bragança (TMB) a 9 de Abril. Pretendendo revisitar a história de Pedro e Inês, e partindo do texto inédito “Inês morre”, de Miguel Jesus, o Teatro O bando desafiou o encenador russo Anatoly Praudin a criar um espectáculo no qual a sua visão externa pudesse levantar novas inquietações sobre este mito nacional. De forma que, influenciado por outras tradições literárias, o director do Experimental Stage of Baltic House, de S. Petersburgo, pudesse trazer algo de novo a uma história profundamente enraizada na cultura portuguesa. Na tentativa de promover, também, o contacto com novos autores portugueses, foi pedido ao autor Miguel Jesus que criasse um texto inédito para esta produção. Num registo dramático e realista que caminha progressivamente para o poético e para o metafórico, o texto actualiza esta temática conferindo-lhe um cariz intemporal que explora sobretudo as relações de culpa e de vingança que se estabelecem entre os vários personagens envolvidos no assassinato de Inês. Os actores Estêvão Antunes, Helena Afonso, Horácio Manuel, Ivo Alexandre, Miguel Borges, Sara de Castro e Susana Blazer emprestam a sua voz ao texto e entregam os seus corpos desnudos à arte numa peça teatral que tomou, aproximadamente, duas horas e 15 minutos. Fundado em 1974 e constituindo-se como uma das mais antigas cooperativas culturais do país, o Teatro O Bando fez a ante-estreia nacional de Pedro e Inês no Centro Cultural Vila Flor.


Integrado, também, na sétima edição do Vinte e Sete, esteve o monólogo poético de Adolfo Luxúria Canibal. O spoken word Estilhaços de Cesariny lotou a Caixa de Palco do TMB. Um espectáculo onde o vocalista dos Mão Morta lê alguns textos e poemas, essencialmente, de Mário Cesariny. Com uma escolha poética aquém das expectativas, não pelo escritor em questão, mas pelos poemas decididos interpretar, o tom monocórdico de Luxúria Canibal foi salvo pelos músicos que o acompanharam. Ao piano, António Rafael, também Mão Morta, Henrique Fernandes e Jorge Coelho (Zen e Mesa) garantiram o sucesso de uma noite que se quis poética, mas acabou por ser mais musical.
Curiosamente, a 27 de Abril, em Bragança, dar-se-á por terminado o Festival Internacional de Teatro Vinte e Sete, com “Balada para Carrinho de Bebé”.

SAÚDE EM PRIMEIRO PLANO

Rastreios gratuitos, ginástica matutina, PSP e Bombeiros preencheram o Dia Mundial da Saúde em Bragança

A 7 de Abril, diversas actividades serviram para celebrar o Dia Mundial da Saúde. Na Praça Cavaleiro Ferreira, uma pequena multidão pôde exercitar-se, verificar o seu estado de saúde ou, simplesmente, aprender algo de novo. Assim, a partir das 10 horas, com a abertura das tendas, fizeram-se triagens gratuitas (TA, Glicemia Capilar e IMC), os Bombeiros ministraram uma Cadeia de Sobrevivência, a PSP aludiu à Segurança Pessoal e houve mesmo ginástica para idosos.
Apesar de, ainda, não estar operacional nas ambulâncias, o centro das atenções recaiu sobre o novo equipamento dos Bombeiros. Um Desfibrilador Automático Externo (DAE) entregue pela elevada quantidade de ocorrências no concelho. “Vamos explicar aquilo que devemos fazer no caso de termos uma pessoa inconsciente. Abordamos os temas de uma cadeira de sobrevivência e, também, o Suporte Básico de Vida. O DAE, hoje, é só para exposição”, elucidou o bombeiro de Segunda Classe, Paulo Ferro.


Às 15:30, as comemorações transferiram-se para a Escola Superior de Saúde (ESE). Local onde decorreu uma conferência subordinada ao tema “Sem acção hoje, sem cura amanhã”. Sobre a mesa, estiveram dois tópicos principais: “Resistência Anti-microbiana e sua Disseminação Global” e “Resistência aos Fármacos”.
“Sabemos que os portugueses consomem, em antibióticos, sete milhões de euros por mês. E, portanto, tem toda a pertinência uma campanha de sensibilização para a utilização racional dos medicamentos”, revelou o moderador do debate, Carlos Magalhães. “Primeiro, devem-se consumir os fármacos até ao fim. Segundo, apenas, sob prescrição médica. Isto é, as pessoas não se devem auto-medicar”, garantiu o, também, docente da ESE. Conselhos defendidos pela própria Organização Mundial de Saúde e reiterados nesta acção celebrativa, que pretendeu sensibilizar os presentes para uma atitude mais responsável perante a vida.


BOMBEIROS NA ESCOLA

Cacifos impediram simulacro quase perfeito entre Bombeiros e Agrupamento Paulo Quintela

Um dispositivo de 15 bombeiros e seis viaturas realizou um simulacro de evacuação no Agrupamento Paulo Quintela. O cenário era o de um incêndio num laboratório de físico-química, de onde foram retiradas duas vítimas.
“Quisemos testar os meios de evacuação e para isso simulámos um incêndio num laboratório. As coisas correram muito bem, desde o som de alarme até à chegada dos bombeiros decorreram dois minutos”, revelou o subdirector do Agrupamento, Carlos Silva.
De acordo com o porta-voz da escola, os procedimentos de segurança estão interiorizados por parte dos alunos. No entanto, existem alguns pontos a corrigir. “Detectámos uma obstrução num corredor, onde temos os cacifos dos alunos. Como tivemos duas vítimas desse incêndio, que tiveram de ser evacuados pelos bombeiros, houve ali alguma dificuldade em passar com as vítimas”, informou o membro da direcção do Agrupamento. Um pormenor que, nas palavras do, também, responsável pela segurança, “não fez com que a operação tivesse corrido mal”. “Detectámos esse ponto fraco e vamos proceder, pelo menos, à remoção da última fila de cacifos. No sentido de podermos dar maior amplitude de movimentos aos bombeiros caso haja uma situação verídica e real”, afirmou Carlos Silva.
Em termos de tempo, o exercício pode-se considerar como tendo sido um sucesso. Isto porque os bombeiros demoraram cerca de dois minutos e a evacuação do edifício foi feita noutros dois. O que contabilizou, em média, uma intervenção conseguida em cinco minutos. Houve, apenas, um ligeiro contra-tempo com a boca-de-incêndio, na recta final do exercício.


O Segundo Comandante dos Bombeiros, Carlos Martins, também foi da opinião que se registaram apenas “pequenas falhas”, mas que, “no geral, correu bem”. “Estes simulacros fazem-se para detectar se há algumas falhas e corrigi-las para o futuro. Uma das principais foi mesmo a questão do corredor. Basta mudar os cacifos, não precisam de estar ali”, considerou o Homem da Paz.
Em 2010/11, este foi o segundo simulacro no Agrupamento Paulo Quintela. E, ao contrário do primeiro, em Novembro, deste, somente tinha prévio conhecimento a direcção e o comando dos bombeiros.
Nestes casos de emergência, existem alguns procedimentos básicos, já treinados, a adoptar. Para além do Manual Interno afixado em cada sala e em todos os halls, os alunos sabem que três toques prolongados da campainha representam uma situação de emergência. A partir daí, devem abandonar de imediato o local onde se encontram e dirigirem-se para o campo de futebol. Um espaço aberto que representa o ponto de reunião.
Por ano, todas as escolas devem realizar, no mínimo, dois simulacros.




15 de abril de 2011

GRANDE ENTREVISTA: VALETE


“A CAMINHAR PARA UMA NOVA ERA”


FACTOS

Nomeado: Valete
Nome: Keidje Lima
Idade: 30
Naturalidade: Português
Aniversário: 14/11
Ofício: Artista / Rapper
Outras profissões: Marketeer
Livro: Império da Vergonha – Ziegler
Música ou banda sonora: Thriller (Michael Jackson)
Filme: Colisão
Um destino: Nova Iorque
Clube: Sporting Clube Portugal
Interesses: Música, Cinema e Futebol


ENTREVISTA (EM EXCLUSIVO)

1 @ Elogiam-te a “inteligência exímia”, o teu “maravilhoso flow”, a tua brilhante sensibilidade artística, o que é que inflama o rapper que há em Ti?

R: Em 97, O Boss Ac e o Gutto, dos Black Company, organizavam workshops de HipHop em vários pontos do país. Eu lembro-me de ter participado num, onde o Boss Ac me disse que um mc quando consegue ser muito inteligente e ter um grande flow torna-se numa arma indestrutível. Desde essa altura, que tenho lutado para tentar ser esse tipo de mc. Porque, realmente, se tu tiveres um bom flow, aqueles que te ouvem vão sentir prazer. E sentindo prazer, as pessoas absorvem as tuas palavras e a tua mensagem mais facilmente. E se fores um mc pertinente e cerebral, podes pôr muita gente a meditar sobre as tuas perspectivas de vida, políticas ou até filosóficas. Isso é fantástico!
Eu acho que tenho um talento para comunicar através da escrita e se eu conseguir aliar isso a um rap cerebral e a um bom flow, consigo fazer, também, com que a minha música seja verdadeiramente eficaz. É esse o objectivo e é isso que eu quero que inflame no rapper que há em mim.


2 @ Como crítico e intervencionista social, analisas como a sociedade actual? As revoltas no Médio Oriente e no Norte de África, a geração “à rasca e precária”?

R: Estamos em transição para algo muito doloroso. A dívida vai asfixiar muitos estados do mundo assim como asfixiará Portugal. Este nível de vida que as pessoas conheceram até agora vai desaparecer. Vai haver menos dinheiro para tudo. E acredito que podemos passar por uma fase de perigosíssimas convulsões sociais.
As revoltas no Norte de África e Médio Oriente, trouxeram um elemento novo que foi o apelo popular através da internet. Estamos noutra era. Hoje, é muito mais difícil conter e estupidificar as populações. Foi um grande sinal para o mundo de que nenhuma nação pode ser privada dos seus direitos. Ditadores como Mubarak e Kadhafi achavam mesmo que eram donos dos países, da mesma forma como algumas oligarquias políticas e económicas do ocidente acham que são donos de certos países. O povo está mais esclarecido hoje, e estará cada vez mais preparado para a acção porque os dias de fome, precariedade e pobreza que se avizinham levarão muita gente ao desespero. Esse tipo de revoltas será cada vez mais frequente.
A geração à rasca é um facto consumado. A globalização obriga as empresas portuguesas a competir com empresas em todo o mundo, até empresas de países onde há altos níveis de exploração laboral e violação de direitos humanos. Neste cenário, em que os mercados são abertos, países pobres e de poucos recursos como Portugal não podem competir com empresas chinesas, praticando bons salários e oferecendo grandes regalias aos trabalhadores. E é claro que os países mais ricos não estão interessados em parar esta caminhada globalizante que destrói os mais fracos. Países pobres e periféricos como Portugal vão aproximar-se cada vez mais de países de terceiro mundo e a precariedade será uma constante no mercado laboral. Está tudo fodido!


3 @ No actual cenário político de crise financeira, consideras que com tantas medidas de austeridade, nós, portugueses, chegaremos a um bom porto?

R: É uma questão realmente difícil porque, na verdade, o nosso país vive há demasiado tempo muito acima das suas possibilidades reais. Portugal foi-se endividando para proporcionar aos portugueses o nível de vida que têm hoje. Praticamente, não houve medidas de desenvolvimento económico que tenham resultado em profundidade. O país pouco ou nada cresceu nos últimos dez anos. Há economistas a afirmarem que, com a riqueza que o país gera, o salário mínimo deveria ser pouco mais de 300 euros e o salário médio nem deveria chegar aos 500.
A economia depende muito da confiança e do estado de espírito da população. Com estes cortes no rendimento das pessoas, haverá uma redução muito significativa no consumo individual. De tal forma que, em vez de se aliviar a pressão na despesa pública, se vá contrair muito na receita. É um resultado muito difícil de prever, até para os melhores economistas, porque vai depender muito do comportamento das pessoas. Sabemos que, com menos rendimento há menos consumo, agora, veremos o quão menos se vai consumir.
Sou de esquerda e estou sempre preocupado com a necessidade das pessoas. Mas não sou demagógico e sei também que, nesta altura, alguma contracção no rendimento das pessoas era necessária, porque não se pode viver eternamente do crédito, vivendo-se acima dos rendimentos. Sinceramente, acho que não vamos chegar a um bom porto porque a merda no passado foi tanta ao nível da gestão económica que, actualmente, será mesmo muito difícil melhorar a situação que temos sem que isso provoque enormes conturbações sociais.


4 @ Numa época em que tanto se fala de alternativa política, já pensaste em “liderar a revolução”? Em dar a cara por um movimento? Numa militância activa no pleno exercício da tua cidadania. Ou fazes precisamente isso com as tuas letras?

R: Nós vivemos em democracia. Logo, não será necessário nenhum golpe de estado. Só acho é que as pessoas devem votar e votar informadas. Em Portugal, quase metade das pessoas não vota e grande parte da outra metade que vota nem sabe no que está a votar. Não conhecem o programa, nem sequer a ideologia dos partidos. E isso é lamentável!
Nunca serei líder de nada porque não tenho esse perfil, nem essa preparação, mas estou disposto a participar em movimentos que considere genuínos e que queiram mesmo representar as necessidades das pessoas e o interesse nacional.


5 @ Como é que vês o rap em Portugal? Ainda é muito Lisboa e Porto ou já vão começando a nascer as rimas certas com beats de qualidade no resto do país?

R: Sim. Hoje, em Portugal, o rap é algo mesmo transversal. Há fãs e praticantes em todos os cantos do país. E já se constata muita qualidade em vários locais, longe de metrópoles como Lisboa e Porto. A internet também ajuda a descentralizar a música e a dar a conhecer esses grupos emergentes que não são desses dois grandes centros urbanos. Claro que vivendo nas grandes cidades, tem-se mais facilidades ao nível das estruturas de promoção, concertos, músicos, editoras, etc. Mas, mesmo assim, penso que esteja bem mais equitativo que antes.


6 @ Por exemplo, de Bragança, conheces algum bom rapper ou produtor?

R: É pena, não conheço mesmo.


7 @ Muitos consideram que actuar em palco é uma componente fundamental de um rapper. Porque é que deixaste, simplesmente, de actuar ao vivo?

R: Por algumas razões pessoais e, também, porque sentia que ainda não tinha a estrutura, nem o material certo, ao nível musical, para enfrentar os palcos. Este álbum novo que estou a preparar já me vai dar isso tudo, para além de me dar um conceito que eu quero partilhar com as pessoas. O álbum chama-se Homo Libero (Homem Livre) e quero, mesmo, difundir este conceito por todo o lado. Agora, mais do que nunca, fará sentido actuar ao vivo e devo começar já antes do álbum sair. Em princípio, em Maio, actuaremos na semana académica de Faro.


8 @ Já agora, para quando um concerto em Bragança? Ou, pelo menos, uma tão ansiada tour nacional?

R: A tour virá depois do álbum sair para o mercado e acredito que passaremos por Bragança.


9 @ Sempre criticaste os mc’s do “nada”, os rappers comerciais e a cultura dos “reality shows”. Continuas a ver muitos malabaristas do plagiado, pseudos mc’s e rapper’s bling bling’s por aí à toa?

R: Sim, ainda há muitos… Mas, graças a “Deus”, as pessoas não valorizam muito esse tipo de mc’s em Portugal. Então, eles têm sempre pouco espaço.


10 @ Como um dos mais respeitados rappers de Portugal, a tua música ultrapassou montanhas e oceanos, partindo da Europa com destino ao Brasil e a África. Consegues explicar tamanho fenómeno?

R: Teve um pouco a ver com a massificação da internet, que permitiu à minha música espalhar-se por todo o lado. Isto porque eu sempre fui um mc com muito pouca rádio e televisão. Então, a internet sempre foi o meu maior meio de difusão e acho que eu, em particular, e todos, em geral, beneficiámos muito com essa massificação.
Acredito, também, que foi derivado à universalidade das questões que eu abordo nas minhas letras que esses países se identificaram com o meu rap. Acho, também, que tenho um tipo de escrita clara e comunicativa, que dá para entender e absorver em qualquer país lusófono.


11 @ Para quando mais colaborações com o rapper moçambicano Azagaia? Pelo discurso convergente, a lusofonia, a conexão Portugal-Moçambique.

R: Gosto muito do Azagaia! Ele convidou-me, recentemente, para entrar no seu novo álbum e eu quero mesmo participar! A música que fizemos, “Alternativos”, funcionou muito bem e é uma música bastante apreciada em quase toda a lusofonia. Vamos tentar fazer uma cena diferente, mas que consiga ter o mesmo impacto que a outra teve.

Keidje Lima: o Poeta das Rimas

12 @ Mais recentemente, criaste para a Mixtape dos Orelha Negra o tema: “A melhor rima de sempre”. Como surgiu essa “grande” composição sonora?

R: De uma forma muito espontânea porque, para mim, foi um estrondo de ironia. O gajo que fez sempre tudo para que eu continuasse no rap, vir dizer-me que já não ia continuar. Eu só faço rap por causa do Adamastor! Quando me disse que ia abandonar a música, senti que não fazia sentido nenhum porque o Adams sempre seguiu a filosofia de que os seres humanos devem fazer o que gostam, mesmo que passem dificuldades. Enquanto a felicidade superar essas dificuldades, vale sempre a pensa. E nunca devemos ceder à pressão da sociedade, que nos quer a todos na rotina das 9 às 18, robotizados e condenados à infelicidade e à monotonia. Para mim, foi terrível! Porque eu, também, fiquei muito frágil. E sinto, agora, que quando estiver instável e a um passo de desistir, já não terei aquele mentor que não me deixava fraquejar.


13 @ E a tua relação com o Sam the Kid? Descreve-nos ela, sabendo eu que existe aí qualquer coisa de muito forte, uma amizade sólida que vos une.

R: Com o Sam é algo mesmo muito forte. Estamos juntos há uns 15 anos. O Sam é dos meus amigos mais antigos. Praticamente, crescemos juntos no rap. É como aquele amigo de infância que vai ficar perto de ti a vida toda. O mano sempre me ajudou em momentos cruciais da minha trajectória no rap e é mesmo daqueles gajos a quem devo muito.


14 @ Participaste no projecto “Diversidad: European Urban Experience”. Foram 20 artistas de 12 países e 9 línguas que resultaram em 14 músicas. Fala-nos sobre essa experiência e do “Diversidad”, álbum dela resultante.

R: Mega experiência! Com este formato, o projecto iniciou-se, apenas, o ano passado e terá continuação ao longo de 2011. Tem sido fantástico! Estou em contacto permanente com 19 grandes artistas que são do melhor que existe na Europa. Diversidad é o melhor espaço que um mc pode ter para crescer enquanto artista e até enquanto ser humano. E foi impressionante como é que gente tão diferente conseguiu criar um grupo tão sólido e homogéneo.


15 @ Em 2010, saíram alguns álbuns que marcaram a cena rap. Diz-nos três trabalhos nacionais ou estrangeiros que te tenham influenciado enquanto artista?

R: Nenhum álbum me influenciou em 2010, mas posso-te dizer que estrangeiros gostei de: Tote King, “El lado oscuro de gandhi”; Hocus Pocus, “16 pieces”; e Conjunto Ngonguenha, “Nós os do Conjunto”. Nacionais: Mind Da Gap, “A Essência”; Xeg, “Egotripping “ (mix tape); e Dealema com “Arte de Viver”.


16 @ Com quem gostarias de vir a colaborar num futuro próximo? Tens algum artista de referência predilecto?

R: Talvez a Tamin seja a artista com quem mais quero fazer um som actualmente. É uma cantora soul aqui de Lisboa. Já combinámos fazer um tema, mas ainda estou a tentar encontrar a música certa para fazer com ela.


17 @ Para terminar, quando poderemos ouvir o teu próximo álbum? E porquê a demora?

R: Acredito que depois deste Verão. O álbum vai sair, simultaneamente, em Portugal, Angola, Brasil e Moçambique. Então, tem sido um pouco difícil negociar as condições com quatro editoras diferentes, para que o álbum saia em boas condições.
Sinto que o mundo muda a cada passo e estamos já a caminhar para uma Nova Era. Diferente ao nível do conforto económico, das condições sociais e até dos modelos políticos que conhecemos. Por isso, estou, também, a actualizar algumas letras para espelharem melhor esta fase de transição e o futuro que se avizinha.

11 de abril de 2011

MUSEU INTROSPECTIVA DOURO

Exposição fotográfica “Douro Natural” estreou em Bragança pela objectiva de José Miguel Ferreira

Em pleno vale, rodeado por bosques naturais, afloramentos rochosos e seus miradouros de cortar a respiração, pousa um território de inspiração vinícola, de carácter singular, onde se impõe a beleza indescritível do Rio Douro. E como uma imagem vale mais que mil palavras, é deixarem-se surpreender pelas captações da lente de José Miguel Ferreira. Acolhida de braços abertos pelo Museu Abade de Baçal (MAB), onde estará patente até 15 de Maio, a exposição fotográfica “Douro Natural” foi inaugurada no último sábado. Numa cidade e, em particular, numa região que evidencia um laço irrefutável com o, agora, conhecido Douro Internacional, “Património da Humanidade”, esta mostra de arte eleva o espírito de séculos de história onde o Homem teve um papel preponderante na definição da sua arquitectura paisagística natural.
Seleccionadas entre centenas e captadas em 2008, as imagens obedecem a um processo fotográfico denominado platinotipia, permitindo-lhes assumir uma dimensão atemporal banhada, claramente, por águas de sedução nostálgica. Uma pretensão que augura o testemunho de um passado e de um presente, daquele que foi considerado pela National Geographic como o 7º Destino Turístico Sustentável na Europa, integrando o grupo das 77 Maravilhas Naturais do Mundo.


A Bragança, com o mosaico de imagens rasgado pela cultura vinhateira, pela relevância da multiplicidade de ecossistemas, refúgio de toda uma complexa rede de avifauna, vieram os Marcos Pombalinos. Símbolos da demarcação e da regulamentação do Alto Douro Vinhateiro, as “Sentinelas do Tempo” podem, também, ser contemplados no MAB. Elementos que, apesar de inertes, permitem-nos viajar pelo passado, ao constituírem-se como pilares na edificação de uma identidade e de um território único e incomparável.
Depois da sua passagem pelo Porto e Lisboa, a Capital do Nordeste é a terceira cidade portuguesa e, provavelmente, a última, a receber esta selecção de obras sobre um dos mais elogiados cenários românticos da actualidade. Preconizado está o seu périplo pela Europa, iniciando-se pela capital vizinha espanhola, Madrid, como revelam os comissários da exposição Nicola Natali e Alexandra Castro.
Esta iniciativa é organizada e promovida pela Associação dos Empresários de Turísticos do Douro e Trás-os-Montes, em parceria com o MAB e com a recém criada “Associação de Amigos do Museu do Abade de Baçal”, que estreia, deste modo, o seu Plano de Actividades.



“A Rota do Vinho do Porto”, novo livro com fotos de José Miguel Ferreira


ÚNICA QUEIMADA EM 2011

Apenas três hectares foram queimados este ano dos 40 previstos pela autarquia brigantina para 2011/12

Na primeira e única queimada do ano de 2011, na área circundante à aldeia da Aveleda, foram queimados três hectares de mato através do método de fogo controlado. O objectivo foi o de salvaguardar um pequeno bosque localizado nas proximidades do calor intenso que se faz sentir no Verão nordestino e que propicia, tão frequentemente, os incêndios florestais.
“Estamos aqui a proceder a uma queimada através de fogo controlado que é uma operação que tínhamos previsto para este ano e para o próximo, no total de 40 hectares”, salientou o vice-presidente da Câmara Municipal de Bragança (CMB), Rui Caseiro. Um plano que, para ser bem sucedido, terá de, em 2012, concretizar em área ardida os restantes 37 hectares. Segundo o autarca, este ano não se realizaram mais queimadas devido às chuvas que se fizeram sentir no mês de Março. “Em princípio, não vamos queimar mais este ano, no próximo veremos, porque a nossa previsão era para termos queimado já outras zonas, durante o mês de Março, só que as condições climatéricas não o permitiram. Assim, este ano, ficaremos por aqui”, afirmou o responsável.
De acordo com o técnico de defesa da floresta contra incêndios da Autoridade Florestal Nacional (AFN), Hélder Bragada, a chuva representa sempre um grande contratempo neste género de operações, já que o terreno em causa deve ficar, pelo menos, dois a três dias sem água para o deixar suficientemente seco para se recorrer ao fogo controlado em condições ideais. Se, no ano seguinte, as condições climatéricas voltarem a não permitir a realização das queimadas, o plano de 40 hectares ficará em incumprimento por uma grande margem de diferença. “Nós estamos sempre condicionados pelo tempo que se faz sentir, a chuva representa um grande impedimento. São condições sobre as quais não temos nenhum controle”, continuou Rui Caseiro.

Estes trabalhos de prevenção, cujo fim último é a protecção das manchas florestais mais significativas do nosso território, são de grande eficácia e representam uma enorme poupança em termos de meios humanos e materiais, quando comparados com o combate real aos fogos florestais em plena época de incêndios. “O fogo controlado é uma forma muito mais simples e mais barata de prevenir potenciais fogos que possam, eventualmente, acontecer na época de incêndios”, sublinhou.
Recorde-se que, o ano passado, foi pedido às comissões de baldios e às juntas de freguesia para solicitarem à autarquia, caso assim o desejassem, queimar algumas das suas áreas. Soutelo serviu de exemplo. Para 2011/2012, a estratégia foi alterada. “Este ano, utilizámos uma estratégia de conhecimento que a comissão municipal da defesa da floresta contra incêndios tem, pois conhece o território, as suas manchas florestais e as suas especificidades próprias”, referiu o edil.
Na Aveleda, o trabalho foi coordenada pela AFN em estreita colaboração com os bombeiros, uma equipa de sapadores e a CMB.

JOÃO SIMÕES

"PINTOR SOU E SEREI SEMPRE"


FACTOS

Nomeado: João Simões
Naturalidade: Viana do Castelo
Data de Nascimento: 18 /04 /1946
Ofício: Pintor
Música ou banda sonora: Verdi Nabuco
Filme: O Monte dos Vendavais
Um destino de férias: Malta
Interesses: Artes e História


ENTREVISTA

1 @ Conte-nos, resumidamente, o seu percurso profissional.

R: Iniciei-me na pintura em 1965 na cidade de Viana do Castelo. Depois do meu regresso de África, em 1970, continuo a pintar e viajo através da Europa. Em 1990, no centenário da morte de Van Gogh, rendo-lhe homenagem com uma exposição em Portugal. No mesmo ano, participo no Palácio de Bourbon (Assembleia Nacional) em Paris e ganho o 1º prémio da Escola de Arte Camille Claudel, em França.

2 @ Quando e como surgiu o seu gosto pela pintura?

R: De muito jovem. Gostava imenso de desenhar e, na realidade, esse gosto, essa paixão, surgiu de uma espreitadela numa exposição nos Paços do Concelho em Viana do Castelo. Não posso esquecer o que eu pensei: eu sou capaz! Alguns anos depois, surgiram as minhas primeiras obras.

3 @ O que prefere pintar? Retratos, paisagens, naturezas mortas?

R: Comecei por gostar do impressionismo paisagístico. Depois, veio o amor por Vincent Van Gogh. Esse sentimento levou-me a ir morar, durante seis anos, muito cerca de Auvers-sur-Oise, em França, onde foram sepultados os dois irmãos. Aí, desenvolvi a técnica expressionista, criámos um grupo de amigos e uma tendência que, no momento, teve um certo reconhecimento. E no seguimento e na ordem, o simbolismo. Mas a pintura não é para mim, o querer a todo o preço o sucesso. A pintura é o meu gozo extremo e o meu sofrimento.

4 @ Descreva-nos seu percurso enquanto artista no estrangeiro?

R: Em 1994, crio a Galeria de Arte Estoril em Paris. No meu atelier, cruzaram-se os mais diversos artistas e os mais diversos estilos de pintura: Juan Ramirez, amigo e discípulo de Salvador Dali; Tanguy le Roy (prémio de Camille Corot da Fundação Taylor); François Schellesser (hiper surrealista); Guy Ferrand (pintor e escultor); Cármen Arrabal, sobrinha de Fernando Arrabal, que vem expor pela primeira vez a Paris; e César de Carvalho, pintor e escultor português. A pedido da UNESCO, homenageámos Martin Luther King.
Em 1995, o encontro com o dirigente do grupo SECNOR abriu-me novos horizontes. Desse encontro, nasceu a amizade e a possibilidade de um espaço de criação, instalado num grande atelier em Stº Soupllet no Seine e Marne. Em 1997, passo um alonga temporada em Montrichard, Vallé du Cher e aí sou seduzido pelo passado histórico da vila, particularmente pelos seus costumes e a sua arquitectura paisagística.
Procurando, sempre, promover a pintura, fundo uma associação cultural denominada La Tour Carré e uma praça de pintores à imagem da célebre praça do Tertre em Montmarte, Paris. Um mundo crescente de pintores reunia-se para pintar todos os sábados e domingos, Primavera e Verão, para o deleite dos habitantes e turistas que por ali passavam. Criei e desenvolvi, ainda, diversos ateliers de pintura para as crianças se iniciarem, sendo esta uma das minhas paixões.
Em 2000, depois de uma paragem por motivos de saúde, que me afastou, temporariamente, da pintura, retomei o trabalho e preparei exposições para França, Espanha e Portugal.

5 @ Permanece ligado ao Rotary Clube de Bragança? Em que sentido?

R: Sim! Como companheiro... Para mim, o Rotary é muito importante, pois sinto-me bem em tentar fazer com ele algo de útil na sociedade.


6 @ Está, também, ligado à Casa do Professor de Bragança?

R: O Rotary tem um protocolo com a Casa do Professor para que possamos usufruir do espaço físico para as funções da Universidade Sénior do Rotary. Para além disso, existe uma grande amizade que nos une.

7 @ Há quantos anos chegou a Bragança?

R: Cheguei a Bragança em Abril de 2001. Vim acompanhar um amigo meu, Eurico Pires, que faleceu depois. Vim para suporte da sua exposição de escultura e acabei por ficar, devido a razões muito fortes. Aí, a minha vida começou a modificar-se de forma avassaladora. Tentei criar outros interesses, mas foi fora de Bragança que consegui fazer o que sempre me deu prazer, ensinar.

8 @ Como é que vê a cultura em Trás-os-Montes? E no País?

R: São realidades distintas! E nem as possibilidades são idênticas, nem o interesse. Mas devo louvar as iniciativas do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais

9 @ Como é que um pintor vê o cenário de crise política? E como é que a actual conjuntura económica pode influenciar a cultura em Portugal

R: Se nunca se interessaram quando havia possibilidades, o que dizer agora.

10 @ Recentemente, teve uns complicações relacionadas com a sua saúde e está, neste momento, a recuperar em Viana do Castelo. Quer falar sobre essa situação?

R: Quero agradecer aos meus amigos, que se preocupam. Um muito obrigado! Em verdade, estou com o meu coração bastante sofrido. Não é novo, já viveu e pulsou muito... Agora, está um pouco mais cansado e isso, claro está, que me afecta muito. Pois gostaria, ainda, de realizar muitos projectos.
Actualmente, estou na minha cidade, onde nasci e onde tenho toda a minha família, Viana do Castelo. Não podendo estar só, dado o meu estado de saúde, tenho esperança, ainda, de conseguir realizar aquilo que já idealizei.

11 @ Ainda pensa organizar o 1º Encontro Internacional de Pintores em Bragança no ano de 2011. Ou essa iniciativa deverá ser adiada para o ano seguinte?

R: Vai ser um pouco difícil conseguir organizar o encontro em 2011. Apesar de já ter começado a contactar os artistas mais próximos, a alternativa é ser adiado.

12 @ Para quando poderemos contar com uma exposição sua em Bragança ou, pelo menos, no distrito?

R: Será uma surpresa, isto no caso de me convidarem. A obra é grande em si e quero muito poder continuá-la.

13 @ Quais são os seus pintores de referência? Quer nacionais, quer estrangeiros.

R: Caravagio, Van Gogh e Amadeo Modigliani.

14 @ O que é que, ainda, o inspira?

R: Pensar que tudo isto não passa de um mau sonho e que poderei, um dia, voltar a pintar como antes.


EXPOSIÇÕES

1968 Guiné Bissau
1974 Galeria Caverne du Roy, Vallé du Cher, França
1975 Montrichard
1976 Diferentes exposições no Val d’Oise, França
1977 Montmartre
1978 Oslo, Noruega
1979 diversas exposições colectivas em Paris
1980 Cooperação monsº Renzo Frana UNESCO, Vaticano
1981 Saint Siége, Vaticano
1982 bienal de V.N de Cerveira, cerâmica
1983 Oslo Noruega
1983 Barbizon
1983 Diversas exposições colectivas em Paris
1990 Homenagem a Van Gogh, Paris, França
1990 Homenagem a Van Gogh, Portugal
1990 Leths galeria, Ponte de Lima, Portugal
1990 Barbizon
1991 S.I.R.D., Viana do Castelo
1991/1992 Galeria da I. Juventide, Viana do Castelo
1993 Galeria Arte Livre, Cantanhede
1994 Escola de Arte de Vaureal
1994 Criação da galeria Estoril, Paris
1994 Homenagem a CAMILLE CLAUDEL, França, VAUREAL
1995 Exposições permanentes galeria Estoril
1995 Secretario geral da Associação das artes e ofícios, Paris
1996 Criação do atelier Stº Soupllets
1996 Exposição Stº Soupllets
1996 Grecia, Mikonos
1997 Maison des artistes la couard ile du ré
1997 Instaura a praça de pintores de Montrichard, França
1997 Presidente da ACATC- Associação Cultural de la Tour Carré
1998 Chateaux de Chissay, França com Elie Nastaze (campeão mundial de ténis)
1998 Chateaux de Givency
1998 Manoir de la Salle com Mickael Barceló
1998 Malta. La Valleta
1998 Blois, Chateaux de Chissay, ELIE NASTAZE
1998 Montrichard, Chateaux de Givency
1999 Provence, cotte d’azur
1999 Diversas exposições entre França, Espanha e Portugal
2000 Cote d’azur, França
2001 Auditório Paulo Quintela, Bragança
2001 Vitória pub, Bragança
2002 Criação da galeria atelier J:P:S, Bragança
2002 Exposições Internacionais
2003 Exposição J:P:S
2003 Cultura Arribe - Travanca
2003 Membro da Associação Nacional dos Artistas Plásticos- ANAP,
         Presidente do núcleo transmontano
2004 Exposição no MUSEU Abade Baçal
2004 Representação de Portugal no 1º encontro Internacional de pintores La ALBERCA
2005 Representação de Portugal no 2º encontro Internacional de pintores La ALBERCA
2006 Representação de Portugal no 3º encontro Internacional de pintores La ALBERCA
2006 Centro cultural de Bragança
2006 Centro cultural Trancoso
2006 Centro cultural Paredes do Coura

TRÊS DÉCADAS DE "BRINCADEIRA"

Semana Educativa no concelho alfandeguense arranca com exposição sobre o jornal escolar mais antigo do concelho

Abriu ontem ao público a exposição dedicada ao jornal “Brincalhão” na Galeria de exposições da Casa da Cultura Mestre José Rodrigues. Esta foi a forma de sublimar o trabalho executado pela publicação no decorrer dos últimos 31 anos. Um periódico que se assume, naturalmente, como o mais antigo do concelho de Alfândega da Fé e que conheceu a sua primeira edição em Fevereiro de 1979, corria o Ano Internacional da Criança.
“É um jornal feito por alunos e professores da escola que, agora, é um agrupamento de escolar, mas que, na altura, era feito, apenas, por uma escola preparatória. Logo após o 25 de Abril, em 1979, e durante estes anos todos, este jornal foi sendo publicado”, resumiu a presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé, Berta Nunes.
Com alguns interregnos ao longo do seu percurso, o jornal não tem, nem nunca teve, uma periodicidade definida. Houve anos em que a publicação saiu duas, três ou mais vezes, enquanto que noutros, conheceu apenas um lançamento anual. Facto é que conseguiu chegar a 2011, completando quase 32 primaveras. Com uma longevidade tão acentuada, só poderiam aparecer alguns casos curiosos como, por exemplo, o da presidente da Associação de Pais que, enquanto aluna, na sua juventude, escreveu para o jornal Brincalhão.
Submetidos a uma selecção prévia, os artigos dos jovens estudantes eram, assim, escolhidos para integrarem o jornal. O que fazia com que muitos não entrassem. De tal modo que, quando alguém conseguia publicar um texto, isso era motivo suficiente de regozijo para o seu autor. “Nem todos os artigos eram escolhidos, mas quando apareciam no jornal era uma alegria”, sublinhou a edil.
Para além de proporcionar esses momentos de satisfação, quer aos alunos, quer ao corpo docente, o jornal serviu sempre de elo de ligação entre a comunidade escolar, o município que a acolhe e o mundo. “O Jornal o Brincalhão foi sempre uma oportunidade para os alunos se exprimirem de uma certa maneira e da escola mostrar, também, junto da comunidade, o que havia sido feito”, explicou Berta Nunes.
O jornal aborda várias temáticas e tópicos de interesse como as actividades escolares, alguns dos trabalhos efectuados pelos alunos junto da comunidade, provas desportivas e respectivos resultados, histórias, provérbios e poesias. O Brincalhão encontra-se ainda repartido por algumas secções: Opinião, Passatempos, Espaço Aberto, Crónicas, entre outras.
Esta mostra surge no âmbito da Semana Educativa promovida pelo Agrupamento Escolar de Alfândega da Fé. Uma iniciativa que procura incentivar a leitura e a escrita. Para isso, haverá Oficinas de Escrita e um concurso com direito a prémio para a melhor poesia e para o melhor texto em prosa. Lançado pela autarquia, sob a responsabilidade da escritora Virgínia do Carmo, este concurso visa premiar textos em grupo, que não poderão ultrapassar os cinco elementos, e onde a criatividade dos alunos será tida em conta. “A criatividade é uma competência cada vez mais importante na nossa sociedade, assim como a escrita e a leitura são competências fundamentais hoje em dia para as crianças terem sucesso na sua vida”, concluiu a autarca.

"AS PESSOAS ESTÃO EM PRIMEIRO"

Populares da Torre de D. Chama manifestam-se contra o suposto encerramento dos CTT e prometem boicotar eleições

Na Torre Dona Chama, a ameaça paira no ar. Depois de encerradas algumas escolas, agora, é a vez do Posto de Correios dos CTT e o externato liceal correrem o risco de encerrarem. Quem não se mostrou nada satisfeita, foi a população daquela vila do concelho de Mirandela. Numa reunião popular levada a cabo pela junta de freguesia, os habitantes concordaram em assinar duas petições de protesto. No entanto, se tais ameaças se concretizarem, a população não hesitará boicotar as eleições legislativas a 5 de Junho.
“As petições transmitirão o sentimento das populações, para quem quer que tome conta do Governo possa dar carácter de excepção à Torre, quer nos CTT, quer na escola. Já que são as responsáveis pelo movimento e dinamismo da vila da Torre”, salientou a presidente da Junta de Freguesia da Torre Dona Chama, Paula Garcia. A edil social-democrata suspeita que a recente proposta da administração dos CTT para entregar a prestação dos correios à junta de freguesia possa ser um embuste. “É uma manobra para fechar o serviço no futuro e entregar o ónus da responsabilidade à junta”, revela.
À autarca foi lançado o apelo, por parte da população, para boicotarem as eleições de 5 de Junho. Um desafio com o qual entrou em concordância imediatamente. A responsável avisou, ainda, para a intenção da DREN em avançar para um mega-agrupamento de escolas que incluirá a Escola Secundária de Mirandela e a escola de Torre Dona Chama, sem esquecer a pretensão de encerrar o externato liceal. Um pólo que tem cerca de 400 alunos oriundos de vários concelhos do distrito de Bragança e que a autarca reitera ser um dos principais motivos de dinamização da vila
Várias dezenas de habitantes da Torre marcaram assento na reunião popular da Junta, inclusive, alguns dirigentes de vários partidos políticos. Do partido socialista, esteve Strecht Monteiro, em defesa “dos serviços essenciais da vila”, argumentando que, neste caso, em particular, não interessam as divergências políticas. Aqui, o que está em causa, “é o bem comum”, advogou.

7 de abril de 2011

ATÉ DE MADRUGADA

Festejos dos adeptos do FCP provocaram no domingo hora de ponta nocturna em Bragança

Pela primeira vez na sua história recente, Bragança viu o trânsito interrompido em várias artérias da cidade. Sobretudo, na Avenida Sá Carneiro, onde os festejos se realizaram mais efusivamente. O motivo, a consagração do Futebol Clube do Porto como Campeão nacional 2010/11. A festa teve um gostinho especial, dado a vitória ter sido alcançada no Estádio da Luz frente ao arqui-rival Benfica. Banhados de azul e branco, novos e graúdos saíram à rua, em êxtase, fazendo mesmo corar os adeptos benfiquistas, que optaram por não se manifestar, dando azo à paródia do dragão.
Centenas de carros entupiram a Sá Carneiro, ponto de encontro da família portista, de tal forma que, um autocarro teve mesmo de fazer inversão de marcha sobre o viaduto, na tentativa de encontrar outra alternativa ou, pelo menos, mais rápida. Em pura celebração, o dia seguinte, segunda-feira, não fazia parte dos planos dos muitos trabalhadores, nem sequer era uma preocupação, pois fizeram questão de se libertar das suas emoções até altas horas da madrugada.



O JOGO DA CONQUISTA DO 25º TÍTULO

O FC Porto venceu o Benfica por 2-1, no Estádio da Luz, e sagrou-se campeão nacional 2010/2011 a cinco jornadas do final do campeonato. Guarín e Hulk marcaram para os portistas, Saviola para os encarnados. Otamendi e Cardozo foram expulsos.
Primeira parte muito disputada com o FC Porto a entrar melhor e a marcar cedo. Lançado por Hulk, Guarín entrou na área pela direita e ensaiou o cruzamento, aproveitando o desalento de Roberto que desviou para a própria baliza. O Benfica reagiu depois do golo e, apesar de denotar algum nervosismo, conseguiu aproximar-se da baliza portista e criar alguns lances de perigo. Foi, porém, de grande penalidade que os encarnados chegaram à igualdade. Saviola converteu o castigo máximo assinalado por falta de Otamendi sobre Jara.
Hulk, também de penalty, devolveu a liderança ao FC Porto. Na origem do lance, Falcao entrou na área e foi travado por Roberto. Antes do intervalo, Saviola podia ter restabelecido a igualdade, porém, Helton defendeu remate à queima roupa do argentino com grande intervenção.
Na segunda parte, intensidade ainda maior e até ao último segundo. O FC Porto voltou a entrar melhor e Falcao começou por desperdiçar a primeira grande ocasião de golo. Em boa posição, o colombiano permitiu a defesa de Roberto.

AVENIDA SÁ CARNEIRO EM BRAGANÇA - 23H

Falcao falhou o 1-3 com remate rasteiro ao lado quando só tinha Roberto pela frente, após uma perdida incrível do adversário em zona proibida. O Benfica cresceu após a expulsão de Otamendi, mas desperdiçou duas excelentes ocasiões para marcar.
Depois, Cardozo viu vermelho directo por entrada por trás a Belluschi e o FC Porto voltou a equilibrar, mas foi de novo o Benfica a criar perigo: Gaitán acertou no poste após remate de Sidnei para defesa apertada de Helton. Antes do apito final, Roberto também brilhou negando o golo a Cristian Rodriguez que falhou após arrancada desde o meio-campo.
O FC Porto sagra-se, assim, campeão 2010/11 na casa do eterno rival e conquista o 25.º título nacional, sucedendo ao Benfica que no ano passado somou o seu 32.º troféu.



TESTEMUNHOS

RICARDO LOPES

“Senti uma alegria muito grande! É um orgulho! Ganhar ao Benfica ou ganhar a outro qualquer clube, já é normal. O que importa é sermos campeões! Do meu Porto já espero tudo”


BRUCE VENTURA

“Muita emoção! Alegria! Esperava já hoje sermos campeões e conseguimos! Estou tão nervoso que nem consigo exprimir aquilo que sinto por palavras. Este campeonato sabe a dobrar, sem dúvida”


EDGAR MARÇAL

“Sinto um enorme orgulho do meu clube! O melhor clube do mundo! E vencermos no estádio do rival, foi qualquer coisa especial, incrível! Provámos que fomos e seremos a melhor equipa. Hoje vai ser para arrebentar”


NUNO CORDEIRO

“Poucas palavras tenho para justificar tamanha alegria do nosso clube. Contra tudo e contra todos, somos os justos campeões. Está mais que demonstrado que somos os melhores de Portugal! E vencermos na Luz tem um sabor muito diferente, especial, sem dúvida”


PEDRO MACHADO

“Incrível! É inesquecível! Esta festa foi fantástica... O Porto está de parabéns! Foi um grande jogo. E vencermos na caso do nosso maior adversário, é um campeonato a dobrar. É o que eu sinto”


RICARDO TRIGO

“É como ter um filho! Campeões! Campeões! Campeões! É maravilhoso! Um espectáculo! Não estava assim tanto à espera da vitória, mas os nossos jogadores surpreenderam-me... Amei, mesmo”



"EXTRACÇÃO" EM CENÁRIO HOSTIL

Um Hércules C130 da Força Aérea aterrou no aeródromo para extrair dois jipes com uma equipa de fuzileiros

De 28 de Março a 08 de Abril, a Força Aérea Portuguesa (FAP) realiza o exercício Real Thaw 11 (RT11). As acções desenrolam-se, em grande parte, na região de Monte Real e Covilhã. Mas a região de Bragança não foi preterida e um Hércules C130 aterrou mesmo no aeródromo da cidade. A simulação era a de um cenário de guerra, onde a aeronave teria de proceder à extracção de oito militares, divididos por dois jipes Land Rover Defender. Tratou-se de um Destacamento de Acções Especiais da Marinha que, na anterior terça-feira, começou a sua progressão por “terreno hostil”, executando missões que lhe iam sendo confiadas até chegar ao ponto de extracção no aeródromo na tarde da passada sexta-feira.
No entanto, esta foi, apenas, uma pequena parte do exercício de 12 dias. À semelhança do que aconteceu em anos anteriores, para além das forças nacionais (FAP, Marinha e Exército), participam no RT11 forças dos Estados Unidos da América, Bélgica e Espanha. O seu objectivo visa facultar treino ao nível táctico às forças participantes para testar o seu nível de aprontamento e performance num teatro de operações militares dinâmico e actual nos mais diversos quadros de cooperação internacional da Aliança Atlântica (NATO) e União Europeia (UE). Trata-se, sobretudo, de obter um ambiente idêntico ao das actuais operações militares internacionais, criando uma interoperabilidade eficaz entre países e respectivos meios.


Apesar de coordenado a partir da Base Aérea Nº5, em Monte Real, um local estratégico para o cumprimento das missões planeadas e onde estão sediadas algumas das forças participantes, este exercício táctico da FAP desenrola-se na região da Covilhã, Penamacor, Seia, Bragança, Monfortinho e Meimoa. Daí o Aeródromo Municipal da Covilhã, integrado no exercício RT11 como “Base Aérea Táctica”, servir de apoio às operações aéreas e terrestres que se realizam naquela zona.
Participam no exercício militares e aeronaves das Forças Aéreas de Portugal, Bélgica, Espanha, um avião de guerra electrónica (FALCON 20) do Reino Unido, um destacamento do Exército Português, bem como forças da Marinha Portuguesa.



4 de abril de 2011

MENOS VERBAS, MAIS PROJECTOS

Projecto Etnoestrada, Ciclo de Cinema e Torneio de Futsal são apenas algumas das iniciativas da Agência de Bragança para o distrito

A Agência de Bragança da Fundação INATEL sagrou-se como uma das cinco melhores delegações do país em 2010, de acordo com o seu director, Pedro Rego. Na apresentação dos projectos para o corrente ano, o responsável destacou a cultura e o desporto como as grandes apostas.
Depois do reconhecimento alcançado no ano anterior, o Ciclo de Cinema da Fundação Inatel regressará ao distrito de Bragança. Garantidos estão quatro filmes, mensalmente. Este circuito de cinema contempla cinco agências a nível nacional, do total de 23.
Interrompido nos últimos anos por motivos orçamentais, realizar-se-á, de novo, na zona do Polis, o Festival Aquático, mais concretamente, no mês de Agosto. A Gala do Inatel, que aconteceu em Dezembro de 2009 pela última vez, repete-se este ano em Novembro, mas com um novo nome, passando a designar-se de Festival Anual Brigantino do INATEL.
Uma das iniciativas “mais arrojadas” e com um maior investimento é o projecto Etnoestrada. “Este projecto leva a que as associações, juntamente com as câmaras municipais, juntas de freguesia e a fundação INATEL, que se queiram associar ao evento, levem um pedacinho do seu concelho a todo o distrito de Bragança”, elucidou Pedro Rego. A Agência de Bragança pretende, ainda, implementar um roteiro turístico no distrito e dar seguimento ao Encontro solidário, organizado em parceria com o Rotary Club, em Dezembro de 2010.


A nível desportivo, sublinha-se, pelo segundo ano consecutivo, as disputadas corridas de carrinhos de pau e rolamento. Não haverá um campeonato, conforme planeado no ano transacto, mas antes três provas. A vantagem é que qualquer um poderá participar. Dar-se-á seguimento, também, ao torneio de futsal entre associações.
Em muitos dos projectos, o responsável pela Agência de Bragança pretende alcançar o efeito de continuidade. Isto é, que não se realizem, apenas, esporadicamente, mas sim todos os anos, de forma contínua. Pedro Rego pretende atingir, também, a auto-sustentabilidade. Uma pretensão verificada, após os cortes orçamentais que todas as agências sofreram, dada a crise económica portuguesa. Apesar dos cortes de 60 por cento, o responsável garante que tudo fará para prestar o devido apoio ao associativismo. “O nosso orçamento é muito diminuto. Os cortes rondam os 60 por cento na cultura para 2011. Um valor tremendo! Vai haver um grande esforço por parte de Bragança para conseguirmos fazer estas actividades”, afirmou Pedro Rego.