"PINTOR SOU E SEREI SEMPRE"
FACTOS
Nomeado: João Simões
Naturalidade: Viana do Castelo
Data de Nascimento: 18 /04 /1946
Ofício: Pintor
Música ou banda sonora: Verdi Nabuco
Filme: O Monte dos Vendavais
Um destino de férias: Malta
Interesses: Artes e História
ENTREVISTA
1 @ Conte-nos, resumidamente, o seu percurso profissional.
R: Iniciei-me na pintura em 1965 na cidade de Viana do Castelo. Depois do meu regresso de África, em 1970, continuo a pintar e viajo através da Europa. Em 1990, no centenário da morte de Van Gogh, rendo-lhe homenagem com uma exposição em Portugal. No mesmo ano, participo no Palácio de Bourbon (Assembleia Nacional) em Paris e ganho o 1º prémio da Escola de Arte Camille Claudel, em França.
2 @ Quando e como surgiu o seu gosto pela pintura?
R: De muito jovem. Gostava imenso de desenhar e, na realidade, esse gosto, essa paixão, surgiu de uma espreitadela numa exposição nos Paços do Concelho em Viana do Castelo. Não posso esquecer o que eu pensei: eu sou capaz! Alguns anos depois, surgiram as minhas primeiras obras.
3 @ O que prefere pintar? Retratos, paisagens, naturezas mortas?
R: Comecei por gostar do impressionismo paisagístico. Depois, veio o amor por Vincent Van Gogh. Esse sentimento levou-me a ir morar, durante seis anos, muito cerca de Auvers-sur-Oise, em França, onde foram sepultados os dois irmãos. Aí, desenvolvi a técnica expressionista, criámos um grupo de amigos e uma tendência que, no momento, teve um certo reconhecimento. E no seguimento e na ordem, o simbolismo. Mas a pintura não é para mim, o querer a todo o preço o sucesso. A pintura é o meu gozo extremo e o meu sofrimento.
4 @ Descreva-nos seu percurso enquanto artista no estrangeiro?
R: Em 1994, crio a Galeria de Arte Estoril em Paris. No meu atelier, cruzaram-se os mais diversos artistas e os mais diversos estilos de pintura: Juan Ramirez, amigo e discípulo de Salvador Dali; Tanguy le Roy (prémio de Camille Corot da Fundação Taylor); François Schellesser (hiper surrealista); Guy Ferrand (pintor e escultor); Cármen Arrabal, sobrinha de Fernando Arrabal, que vem expor pela primeira vez a Paris; e César de Carvalho, pintor e escultor português. A pedido da UNESCO, homenageámos Martin Luther King.
Em 1995, o encontro com o dirigente do grupo SECNOR abriu-me novos horizontes. Desse encontro, nasceu a amizade e a possibilidade de um espaço de criação, instalado num grande atelier em Stº Soupllet no Seine e Marne. Em 1997, passo um alonga temporada em Montrichard, Vallé du Cher e aí sou seduzido pelo passado histórico da vila, particularmente pelos seus costumes e a sua arquitectura paisagística.
Procurando, sempre, promover a pintura, fundo uma associação cultural denominada La Tour Carré e uma praça de pintores à imagem da célebre praça do Tertre em Montmarte, Paris. Um mundo crescente de pintores reunia-se para pintar todos os sábados e domingos, Primavera e Verão, para o deleite dos habitantes e turistas que por ali passavam. Criei e desenvolvi, ainda, diversos ateliers de pintura para as crianças se iniciarem, sendo esta uma das minhas paixões.
Em 2000, depois de uma paragem por motivos de saúde, que me afastou, temporariamente, da pintura, retomei o trabalho e preparei exposições para França, Espanha e Portugal.
5 @ Permanece ligado ao Rotary Clube de Bragança? Em que sentido?
R: Sim! Como companheiro... Para mim, o Rotary é muito importante, pois sinto-me bem em tentar fazer com ele algo de útil na sociedade.
6 @ Está, também, ligado à Casa do Professor de Bragança?
R: O Rotary tem um protocolo com a Casa do Professor para que possamos usufruir do espaço físico para as funções da Universidade Sénior do Rotary. Para além disso, existe uma grande amizade que nos une.
7 @ Há quantos anos chegou a Bragança?
R: Cheguei a Bragança em Abril de 2001. Vim acompanhar um amigo meu, Eurico Pires, que faleceu depois. Vim para suporte da sua exposição de escultura e acabei por ficar, devido a razões muito fortes. Aí, a minha vida começou a modificar-se de forma avassaladora. Tentei criar outros interesses, mas foi fora de Bragança que consegui fazer o que sempre me deu prazer, ensinar.
8 @ Como é que vê a cultura em Trás-os-Montes? E no País?
R: São realidades distintas! E nem as possibilidades são idênticas, nem o interesse. Mas devo louvar as iniciativas do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais
9 @ Como é que um pintor vê o cenário de crise política? E como é que a actual conjuntura económica pode influenciar a cultura em Portugal
R: Se nunca se interessaram quando havia possibilidades, o que dizer agora.
10 @ Recentemente, teve uns complicações relacionadas com a sua saúde e está, neste momento, a recuperar em Viana do Castelo. Quer falar sobre essa situação?
R: Quero agradecer aos meus amigos, que se preocupam. Um muito obrigado! Em verdade, estou com o meu coração bastante sofrido. Não é novo, já viveu e pulsou muito... Agora, está um pouco mais cansado e isso, claro está, que me afecta muito. Pois gostaria, ainda, de realizar muitos projectos.
Actualmente, estou na minha cidade, onde nasci e onde tenho toda a minha família, Viana do Castelo. Não podendo estar só, dado o meu estado de saúde, tenho esperança, ainda, de conseguir realizar aquilo que já idealizei.
11 @ Ainda pensa organizar o 1º Encontro Internacional de Pintores em Bragança no ano de 2011. Ou essa iniciativa deverá ser adiada para o ano seguinte?
R: Vai ser um pouco difícil conseguir organizar o encontro em 2011. Apesar de já ter começado a contactar os artistas mais próximos, a alternativa é ser adiado.
12 @ Para quando poderemos contar com uma exposição sua em Bragança ou, pelo menos, no distrito?
R: Será uma surpresa, isto no caso de me convidarem. A obra é grande em si e quero muito poder continuá-la.
13 @ Quais são os seus pintores de referência? Quer nacionais, quer estrangeiros.
R: Caravagio, Van Gogh e Amadeo Modigliani.
14 @ O que é que, ainda, o inspira?
R: Pensar que tudo isto não passa de um mau sonho e que poderei, um dia, voltar a pintar como antes.
EXPOSIÇÕES
1968 Guiné Bissau
1974 Galeria Caverne du Roy, Vallé du Cher, França
1975 Montrichard
1976 Diferentes exposições no Val d’Oise, França
1977 Montmartre
1978 Oslo, Noruega
1979 diversas exposições colectivas em Paris
1980 Cooperação monsº Renzo Frana UNESCO, Vaticano
1981 Saint Siége, Vaticano
1982 bienal de V.N de Cerveira, cerâmica
1983 Oslo Noruega
1983 Barbizon
1983 Diversas exposições colectivas em Paris
1990 Homenagem a Van Gogh, Paris, França
1990 Homenagem a Van Gogh, Portugal
1990 Leths galeria, Ponte de Lima, Portugal
1990 Barbizon
1991 S.I.R.D., Viana do Castelo
1991/1992 Galeria da I. Juventide, Viana do Castelo
1993 Galeria Arte Livre, Cantanhede
1994 Escola de Arte de Vaureal
1994 Criação da galeria Estoril, Paris
1994 Homenagem a CAMILLE CLAUDEL, França, VAUREAL
1995 Exposições permanentes galeria Estoril
1995 Secretario geral da Associação das artes e ofícios, Paris
1996 Criação do atelier Stº Soupllets
1996 Exposição Stº Soupllets
1996 Grecia, Mikonos
1997 Maison des artistes la couard ile du ré
1997 Instaura a praça de pintores de Montrichard, França
1997 Presidente da ACATC- Associação Cultural de la Tour Carré
1998 Chateaux de Chissay, França com Elie Nastaze (campeão mundial de ténis)
1998 Chateaux de Givency
1998 Manoir de la Salle com Mickael Barceló
1998 Malta. La Valleta
1998 Blois, Chateaux de Chissay, ELIE NASTAZE
1998 Montrichard, Chateaux de Givency
1999 Provence, cotte d’azur
1999 Diversas exposições entre França, Espanha e Portugal
2000 Cote d’azur, França
2001 Auditório Paulo Quintela, Bragança
2001 Vitória pub, Bragança
2002 Criação da galeria atelier J:P:S, Bragança
2002 Exposições Internacionais
2003 Exposição J:P:S
2003 Cultura Arribe - Travanca
2003 Membro da Associação Nacional dos Artistas Plásticos- ANAP,
Presidente do núcleo transmontano
2004 Exposição no MUSEU Abade Baçal
2004 Representação de Portugal no 1º encontro Internacional de pintores La ALBERCA
2005 Representação de Portugal no 2º encontro Internacional de pintores La ALBERCA
2006 Representação de Portugal no 3º encontro Internacional de pintores La ALBERCA
2006 Centro cultural de Bragança
2006 Centro cultural Trancoso
2006 Centro cultural Paredes do Coura
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