27 de outubro de 2009

ESCULPIR A PRÓPRIA EXISTÊNCIA

Escultura, desenho e fotografia na inauguração da exposição de João Cutileiro em Bragança

Autenticidade e economia na concepção do modelo são realidades conceituais do criador

João Cutileiro, um dos grandes nomes do nosso tempo, artista reconhecido nacional e internacionalmente, marcou estatuto na concorrida inauguração da sua exposição no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, no dia 24 de Outubro. Escultura, desenho e fotografia são áreas onde o criador investe o fruto de uma vida de trabalho vasto, intenso e multifacetado.
Com uma dúzia de esculturas, a ênfase desviou-se para as duas “expressões menos divulgadas” de João Cutileiro. O desenho de mulheres nuas, com 14 obras gravadas em diorito negro polido e mais 12 a fundo branco, num total de 26. A fotografia, a segunda “expressão artística”, realiza-se com cerca de 40 retratos a preto e branco de pessoas e situações.
Em testemunho directo, ao Jornal Nordeste, o homem escultor, arte plástica que mais o reivindica, afirma as suas obras como sendo geradoras de ódios e paixões. Dos vários temas desenvolvidos, destaca o amor, o desejo e a plenitude do ser, aclamando o dos corpos femininos como o mais figurativo. "As Meninas de Cutileiro", como o próprio lhe chama.

Na sua douta experiência de 72 anos, as suas obras são criadas por inspiração divina, paixões, receios e cenas intimistas. Com uma atitude independente e liberta de estereótipos, podemos considerar João Cutileiro como sendo o inspirado e o inspirador pela grande viragem da escultura portuguesa nos anos 80 e pela ruptura com a estatuária oficial, fazendo-a evoluir do classicismo estilizado para uma nova era completamente liberta da iconografia vigente.
Permanecendo na crença de que é, e passo a citá-lo, "um fazedor de objectos decorativos destinados à burguesia intelectual do ocidente", postula que toda a arte tem uma função decorativa, logo, todos os escultores são manufactureiros de objectos decorativos, esculpidos de “uma forma quase cósmica com a descoberta das máquinas abrasivas de alta velocidade”.

DESDE O PRINCÍPIO DOS TEMPOS...


No passado, da caça e da pesca dependia a sobrevivência do Homem. No presente, além de hobbie, é, sobretudo, um luxo e poucos de si dependem…

O Centro Empresarial de Bragança voltou a ser palco da Norcaça & Norpesca 2009, que decorreu de 22 a 25 de Outubro. O destaque vai para as mudanças na entrada do certame, onde foi inaugurada uma floresta artificial, providenciando um ambiente mais natural, enriquecido por fauna e flora tipicamente transmontana. Em termos de afluência, a organização não quis avançar números mas sabe-se que os dois primeiros dias foram os mais fracos.
No sábado, verificou-se o melhor dia do certame e domingo, “esteve acima das nossas expectativas”, nas palavras do vice-presidente da Câmara Municipal de Bragança, Rui Caseiro. “A avaliação final é muito positiva, relativamente, à adesão do público. Quanto à organização, não há reparos a fazer e os expositores manifestaram a sua intenção de continuar connosco se tiverem essa oportunidade no próximo ano”, refere o autarca. Segundo o responsável, “houve um ligeiro decréscimo em relação ao ano passado que não se reflecte no nível de satisfação de visitantes e expositores”.
Um certame sectorial de negócios, onde não marcou presença todo o universo comercial de caça & pesca brigantino, e que contou no programa com momentos chave, de envolvimento da comunidade, como, por exemplo, com a visita das escolas do ensino básico à Feira, onde puderam participar como pescadores ao Achigã e à truta em lago artificial”.

No terceiro dia, sábado bem cedinho, pelas 8 da manhã, a célebre montaria ao javali. Durante a tarde, a exposição e avaliação de Cães de Caça que teve nos três primeiros lugares, respectivamente, Paulo Afonso com “Dakar”, de raça Pointer, Alípio Borges com “Zor”, de raça Setter, e Diogo Silva com “Nabor”, de raça Braco. Para terminar, depois de jantar, a VIII Passagem de Modelos Norcaça. No domingo, pela manhã, a I Taça de Santo Huberto, onde se sagraram vencedores, em primeiro lugar, Paulo Afonso e em segundo, Rui Aliste Vaz, ambos de Bragança, em terceiro, de Mirandela, Francisco Borges.

Ao final da tarde, entregaram-se as recordações aos expositores, procedendo-se, assim, ao encerramento da 8ª Feira Internacional do Norte, que contou, de forma constante, com muita animação, falcoaria, um stand da Polícia de Segurança Pública, demonstrações de técnicas e segredos de pesca e munições quanto baste para outras tantas armas de fogo.


HELENA GENÉSIO

CULTURA: O VERDADEIRO INVESTIMENTO



FACTOS

Nomeada – Helena Genésio
Lugar – Teatro Municipal de Bragança
Signo – Gémeos
Maior defeito – Teimosia
Maior virtude – Determinação
Origem – Bragança
Ofício – Directora do Teatro Municipal (desde a sua criação)

ENTREVISTA

1 @ Qual a peça, o concerto ou artista ou artistas mais aplaudidos em sete anos de existência do Teatro de Bragança?

R: Há vários géneros de palco. Dir-lhe-ia que na dança é indiscutivelmente a companhia Olga Roriz. No teatro, por razões óbvias, a artista mais aplaudida foi Eunice Muñoz com a peça “Miss Daisy”, em 2007. No ano seguinte, a Maria do Céu Guerra com o Pranto da Maria Parda também foi uma actriz sobejamente aplaudida. E foram estas duas grandes actrizes que nós homenageámos colocando uma placa no foyer. Em termos de concertos, o mais aplaudido ou, pelo menos, aquele que eu considerei como sendo o melhor, aconteceu com a Orquestra Gulbenkian.


2 @ O facto de serem os mais aplaudidos, reflecte-se na bilheteira, sendo sinónimo do seu sucesso garantido?

R: Não é sinónimo de bilheteira, pois estou a pensar, concretamente, neste concerto da Orquestra Gulbenkian, que é tão só a melhor orquestra portuguesa e teve, na plateia, cento e tal pessoas. Estava a sala a meio, de facto. É sinónimo indiscutível é de qualidade, mas nem sempre é sinónimo de grandes êxitos. Pegando nestes 7 anos de história, escolhi os exemplos mais marcantes.


3 @ E quem gostaria mesmo de trazer, a nível pessoal, ao grande palco brigantino?

R: Qualquer actor, actriz ou bailarino que tenha qualidade é sempre um prazer trazê-los. Portanto, são todos bem-vindos desde que tenham qualidade. Os bons serão sempre óptimos. Não quero eleger um porque estaria a pôr outro de parte.

4 @ Com a agenda preenchida até finais de Dezembro, qual a grande actuação / performance esperada e marcada que lhe suscita de antemão, um interesse inelutável?

R: No dia 7 de Novembro, a Companhia Olga Roriz com a Nortada. Esta companhia apresenta sempre um grande espectáculo. Este, em particular, é muito especial também para ela, já que o dedica aos pais e tem por base as Festas da Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo. Será, claramente, um espectáculo marcado pela exuberância e pela perfeição, e por todas as coisas a que Olga Roriz já nos habituou.


5 @ E o Lago dos Cisnes bem próximo do Natal? Espera casa cheia?

R: Esse é o clássico, na altura de Natal, que cai bem e que toda a gente gosta muito de ver. É uma companhia de Moscovo que vem dançar o Lago dos Cisnes. Espera-se uma sala esgotada, mas como se espera também para a Olga Roriz.


6 @ Quando falam consigo, devem pedir-lhe que traga a Bragança algo ou alguém. Qual o pedido mais comum?

R: As pessoas manifestam sempre algumas das suas vontades e, normalmente, eu mantenho-me atenta, satisfazendo até alguns dos pedidos que me fazem. No entanto, como serviço público, temos de prestar um serviço de qualidade, e há programas que não a têm. Eu dou-lhe um exemplo, o “Levanta-te e Ri” foi-me solicitado imensas vezes, mas eu recusei sempre porque não o considero um programa de qualidade. Isto é uma casa que tem de prestar um bom serviço público.
Respondendo à sua pergunta, pedem-me muitas vezes o La Féria. Naturalmente, já esteve em Bragança com a “Amália”. Ele adora Bragança, gostou imenso de trabalhar neste teatro e, sempre que tem uma estreia, escreve-me uma carta convidando-me a assistir na qualidade de Directora Artística do Teatro Municipal. O La Féria não vem mais aqui pela simples razão dos seus espectáculos não serem itinerantes. Fá-los para Lisboa e Porto, e compreendem uma logística massiva que seria impossível transportar de cidade para cidade. “Amália” foi a excepção, apresentado também no Olympia de Paris.


7 @ A posição de Vereadora da Cultura permitir-lhe-ia fazer mais pelo espectáculo e pela arte do que o seu actual cargo?

R: São coisas distintas! Gosto muito de ser directora de teatro e estou aqui por paixão, apenas e só. A missão de vereadora é nobre e tem de ser de alguém com particular sensibilidade para a cultura. Agora, aquilo que eu acho importante, e é isso que se verifica, é uma sintonia, uma colaboração e uma cooperação que tem de existir entre a vereação e as pessoas responsáveis pelos equipamentos culturais, neste caso concreto, o teatro. É fundamental! O cargo de vereadora nem sequer é apetecível para mim.


8 @ Essa sintonia, esse entendimento, de facto, existe?

R: Sim, em absoluto! Seja com a vereadora, seja com o executivo.

9 @ Na sua opinião, somos uma cidade de artistas?

R: Nem pensar! Como também não somos um país de poetas, nem de brandos costumes. Somos uma cidade com excelentes equipamentos culturais, com uma oferta cultural de qualidade equiparável a poucas. Falta é curiosidade e motivação por parte das pessoas, por um lado, e por outro, há pouca gente. Nós lançamos os desafios, cabe às pessoas comparecerem! Terem essa coragem…


10 @ Uma viagem de sonho consigo teria como destino um paraíso tropical ou uma cidade com um vastíssimo património cultural, tipo Nova Iorque com o mítico museu Guggenheim?

R: Há uma música do Serge Reggiani, um grande cantor francês de quem eu gosto muito, que diz “Venise n´est pas en Italie, Venise c´est chez n´ importe qui, c´est n´ importe où”. Essa é a história! O importante é irmos para um sítio onde nos sintamos bem, seja na Amazónia ou na pequena aldeia de Montesinho, onde eu vou diversas vezes.


11 @ Se fosse uma peça de teatro, que peça a interpretaria a si?

R: A “Mãe Coragem”, de Bertolt Brecht.


12 @ O que considera ser inaceitável num artista?

R: A arrogância.


13 @ Como é que considera o panorama cultural em Portugal?

R: Os artistas, as companhias e os produtores fazem milagres porque temos um orçamento miserável para a cultura e um Ministério dotado com metade daquilo que deveria ter.

12 @ Numa conjuntura de crise económica, pandemia, tensões bélicas e mundiais, a cultura deve continuar na mente das preocupações da classe política por ser ela uma necessidade básica do ser humano? Em que sentido?

R: Absolutamente! É preciso olhar para a Cultura, não como uma simples despesa, mas como um verdadeiro investimento. Não podemos sobreviver, temos de viver! E para viver, a cultura é importantíssima e torna-se uma peça fundamental! Tem também que ver com a qualidade de vida, com educação e formação pois é ela a grande responsável pelo diálogo entre os povos.


13 @ Qual o pensador ou escritor português que satisfaz as suas delícias?

R: Eduardo Lourenço.


14 @ Camões vê os seus versos serem banalizados pelo actual estado de coisas em Portugal. Acha que os políticos faltaram às aulas quando a matéria versada incidia nele próprio?

R: Isso não é apanágio dos políticos! Há alguns interessantes, que eu admiro, outros, nem por isso. Uns preocupam-se com a sua formação e outros não. Daí haver políticos que são grandes humanistas e haver outros que são apenas e só, grandes politiqueiros.


15 @ Qual o seu sentimento predominante em relação à poesia? As pessoas ainda acreditam ou é uma forma de arte em desuso?

R: Para mim, a poesia é um lugar sagrado. Na perspectiva em que assim a considera Sophia de Mello Breyner. É a casa, o lugar primeiro…


21 de outubro de 2009

"PANDEMIA OU HISTERIA?"

A primeira pandemia do século XXI – a gripe A (H1N1) – criou oportunidades de negócios sem paralelo num ano de acentuada crise económica

Na definição dada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), uma pandemia está em curso sempre que uma doença contagiosa – neste caso, a gripe A – demonstre ter uma considerável capacidade de transmissão entre os seres humanos, com focos epidémicos independentes a declararem-se simultaneamente, pelo menos, em duas regiões geográficas distintas do planeta. O que tem acontecido com mais incidência em países como México, EUA e Canadá.
Em Portugal, a gripe A provocou a terceira vítima mortal. Uma mulher grávida que andou de hospital em hospital, teve de fazer uma cesariana, não resistiu e morreu devido ao vírus da gripe A. O bebé encontra-se em perfeito estado de saúde.
De acordo com dados apresentados pelo Ministério da Saúde, o número de novos casos parece ter estabilizado, já que, na semana de 28 de Setembro a 4 de Outubro, os serviços nacionais de saúde contabilizaram, com gripe A, 1772 doentes. Igual cenário tem tido o palco internacional, na comparação com números verificados em pleno mês de Junho.
No dia 26 de Outubro, um grupo que ronda os 49 mil portugueses será vacinado, sendo que, até ao final de 2009, um milhão de pessoas deverá estar na fileira dos imunizados. Desta forma, a grande maioria das vacinas (dois milhões) só terá destino marcado a partir de Janeiro.

Lucros astronómicos das grandes multinacionais farmacêuticas

Entrados recentemente no Outono, as temperaturas altas terão adiado o pico de novos casos. Um que se fará sentir com o rigor climatérico adverso que se avizinha, que causa medo e paranóia infundada ao pensar-se que a saúde pública estará em causa.
Por isso, convêm estabelecermos certos paralelismos, não com o intuito de aumentar o pânico, mas antes para verificarmos que, mesmo sendo real, a gripe A não será uma pandemia tão mortífera e letal como o cidadão médio é conduzido a pensar.
A morbilidade e a mortalidade causadas pela gripe A são muito mais reduzidas do que aquelas verificadas por acção da influenza sazonal, tanto que, esta última mata meio milhão de pessoas todos os anos. Um número que coloca a “tão temida” pandemia do século XXI na prateleira das doenças infecto-contagiosas de mortalidade reduzida.
Com a Gripe A, a Roche, a Relenza e a GlaxoSmithKline, as principais empresas responsáveis pela venda dos anti-virais e detentoras das suas patentes, nomeadamente, do Tamiflu (disponível nas farmácias pelo “simbólico” preço de 25 euros e 17 cêntimos) obtiveram lucros na ordem dos milhares de milhões de euros.

Aparelho que, através da leitura térmica, detecta a Gripe A

O mesmo medicamento, apesar de ver o seu uso recomendado, não foi criado especificamente para a Gripe A, e já fora utilizado em outras pandemias, como a Aviaria (H5N1). Ainda que seja de eficácia duvidosa, milhões foram vendidos aos países asiáticos e mesmo o governo britânico comprou, como medida preventiva, mais de 50 milhões de doses.
O medo pandémico instalou-se e, perante alguns casos de resistência aos medicamentos, desenvolveu-se uma nova vacina, que poderá render 1700 milhões de euros a cada multinacional que a produza. Num ano de acentuada crise económica, os grandes laboratórios não podiam estar melhor financeiramente, e as suas reanimadas cotações na bolsa mantêm-se altíssimas.
Até finais de Setembro, o crescimento da Roche e da GlaxoSmithKline – ambas produtoras de anti-virais e esta última também da vacina encomendada por Portugal – não atenuou. Apesar de analistas questionarem esta prosperidade, bem como o facto de se desenvolver uma vacina em tão pouco tempo quando antes seriam necessários anos de experimentações e ensaios clínicos, a verdade é que as acções da Roche subiram 19 por cento e as da GlaxoSmithKline 27 por cento. A Novartis, produtora de uma outra vacina aprovada na União Europeia, subiu 32 por cento.

Outros negócios privilegiados com Gripe A

As vacinas para a gripe sazonal não são eficazes contra a gripe A, mas este ano há mais gente a procurá-las por receio. Só na primeira semana, entre 15 e 20 de Setembro, as farmácias já administraram mais de um terço das vacinas, num total de quase 420 mil doses – um número superior ao registado em 2008, segundo dados na Associação Nacional de Farmácias.
Protagonismos de Verão mantêm-se, é o caso do gel desinfectante, máscaras, toalhetes anti-sépticos e bactericidas. Uma súbita obsessão com a higiene? Não. A primeira pandemia do século XXI - a gripe A (H1N1) - trouxe oportunidades de negócio sem paralelo num ano de acentuada crise económica.
Um contexto que as empresas souberam capitalizar. Até porque as grandes compras não foram centralizadas e cada escola, empresa ou serviço público, de forma solitária, tentou encontrar a melhor solução, negociando um preço mais baixo com os seus fornecedores.

Do lado dos particulares, as compras também tiveram aumentos astronómicos no número de embalagens e no valor. Se em 2009 olharmos para as vendas mês a mês, percebemos que há um claro aumento em Julho. Em média, de Janeiro a Junho, foram vendidas 3200 embalagens por mês. Em Julho, o número passou para 45.000 (mais 1300 por cento). Isto traduziu-se numa passagem de uma venda média de cerca de 12.000 euros para 277.000 (mais de 2200 por cento), de acordo com dados emitidos pela consultora IMS Health Portugal.
As várias farmácias e lojas de produtos naturais são também das primeiras a admitir que há outros beneficiários com a gripe A, como produtos com vitamina C ou outros que reforcem o sistema imunitário, analgésicos e antipiréticos. E nem as vacinas para doenças do foro respiratório escaparam à febre consumista e ao medo infundado.
Há mesmo quem tenha comprado botas de cirurgião para calçar à entrada de casa, não vá a Gripe A invadir o conforto familiar e deitar por terra todos os esforços para manter o H1N1 bem longe de casa.


Maria José Genésio, directora técnica, Farmácia Confiança

“É hábito efectuámos pré-vendas no mês de Julho e Agosto das vacinas para a gripe sazonal que depois vamos adquirir. Este ano, antecipando já o nível de preocupação das pessoas relativamente à gripe A, aumentámos a pré-venda em cerca de 30 % e, nos primeiros 15 dias, vendemos quase tanto como nos três meses de vacinação do ano anterior.”

14 de outubro de 2009

DIANA CHAVES

"COMO-OS A TODOS"


Diana Chaves à distância com o seu "amor" confessado

FACTOS

Nomeada – Diana Chaves
Tempo – 28 anos
Lugar – Bragança é Moda
Signo – Caranguejo
Maior Virtude – Paciente
Maior defeito – Teimosa
Origem – Lisboa
Ofício – Manequim, actriz e apresentadora

ENTREVISTA

1 @ Em tempos de ênfase política e como, alegadamente, compreenderás, é-me exigido que te coloque a seguinte questão, qual a tua cor de eleição?

R: Não digo!


2 @ Então, invertamos a pergunta. Sem quaisquer ligações políticas, qual a tua cor preferida?

R: Preto e branco. Neutro!


3 @ Se pudesses passar uma noite com uma personalidade mundial, seja política, desportiva, artística ou outra, em quem recairia a tua escolha?

R: (risos) Uma noite com Barack Obama!


4 @ Três características obrigatórias num homem para, em potência, ser alvo do teu sexo feminino?

R: Tem que ser uma pessoa séria, honesta e ter sentido de humor.


5 @ A música faz parte da tua vida, seja na passerelle, ou em qualquer outro lugar. Conseguirias viver sem ela?

R: Não! Acho que ninguém conseguia viver sem música.


6 @ És mais de arte ou de um bom vinho?

R: (risos) Prefiro um bom sumo natural! De laranja…


7 @ Os brinquedos são só para crianças ou isso é um mito?

R: Isso é um mito! Claro que, também depende dos brinquedos (risos). Mas devemos brincar sempre, pois se levarmos isto tudo muito a sério, meu Deus!


8 @ Se não fosses actriz, nem modelo, nem tão pouco apresentadora, que carreira gostarias de ter seguido?

R: Gostaria de, ainda hoje, ser nadadora profissional! Infelizmente, no nosso país, isso não é possível. Não é como o futebol! Apesar de, existirem, actualmente, mais apoios, não é de um dia para o outro que se mudam as condições.


9 @ Se a vida selvagem fosse um filme, e corremos esse risco, que animal interpretarias?

R: (risos) Leoa! (risos) Como-os a todos! (risos) To a brincar! (risos) A leoa vai-se safando e eu vou-me safando!


10 @ Uma viagem de sonho contigo teria qual destino?

R: Tailândia e Dubai! Destinos de praia, exóticos!


11 @ Eras mulher de montar um elefante?

R: (risos) Acho que sim!


12 @ Acreditas na reencarnação Diana?

R: Acredito nalguma coisa, não sei explicar bem o quê!


13@ Imaginando que sim, quem desejarias ter sido numa vida passada?

R: Uma deusa grega ou egípcia! (risos)


14 @ Se o Planeta Azul se extinguisse em 24 horas, o que aproveitarias para fazer no pouco tempo que te restasse?

R: Ai que horror! Mas sabes que, eu já pensei nisso muitas vezes e a primeira coisa que me vem à cabeça, estupidamente, é comer tanta porcaria, tanta porcaria, até enjoar.


15 @ O que consideras ser inaceitável numa mulher?

R: Numa mulher ou num homem, a desonestidade, a falsidade. Nem sequer consigo lidar com pessoas assim! “What u see is what u get!” És o que és, quem gosta, tudo bem, quem não gosta, o problema é deles.


15 @ Se pudesses pedir 3 desejos ao génio da lâmpada, quais seriam?

R: Pode parecer um cliché mas não é. Pedia saúde para todos aqueles que me são próximos porque, como tu sabes ou não, eu perdi a minha mãe por uma questão de saúde, portanto, é das coisas que mais me preocupa. Com saúde, tudo se consegue. Pedia também para que, durante toda a minha vida, conseguisse estar perto das pessoas de quem eu mais gosto, a minha família, as minhas irmãs, adorava. E o terceiro, ganhar o Euro Milhões (risos), fazia uma casa para todos.


16 @ Por falares em casas, veio recentemente na comunicação social que compraste um apartamento com o César Peixoto, no valor de 700 mil euros? É verdade?

R: Não!


17 @ Aceitarias despir-te para o mundo através de uma lente como a Playboy?

R: Neste momento, não o faria! Não tenho nada contra, a Playboy é uma revista conceituadíssima e os seus trabalhos são sempre lindíssimos mas, presentemente, para a minha carreira, não traria benefícios.


18 @ Se tivesses numa praia deserta, afastada de tudo e todos, e na água estivessem dois homens, de um lado, um cientista com a cura para uma doença grave, do outro, a 500 metros, César Peixoto, e só te restassem dois minutos, quem salvarias de se afogar?

R: O César! Cientistas há muitos e pessoas que amamos não!

8 de outubro de 2009

DESFILE DE ALTO NÍVEL

Afonso Vilela e Diana Chaves incendiaram desfile promovido pela ACISB e iluminaram o último “Bragança é Moda” de 2009

A apresentação da colecção deste Outono / Inverno, na Praça Camões, a 2 de Outubro, não poderia ter sido mais que bem conseguida através da máquina que é a ACISB e da lente que é a Karacter Fashion Events, onde ordena o consultor de imagem e coreógrafo, Lido Palma.
Num desfile reconfigurado, ao som do dj importado FabiTwo, a recordar uma Semana de Moda em Paris, Milão ou Rio de Janeiro, o tempo ameno prestou o seu contributo numa noite que tão cedo não sairá da memória dos brigantinos, os tantos que marcaram presença e tiveram, assim, o privilégio de assistir a algo que em muito se assemelha ao que de melhor se faz lá fora.


A produção de moda, artilhada com 13 simpáticos manequins profissionais de Classe A, foi abrilhantada por 2 nomes mediáticos da nossa praça, o versátil Afonso Vilela, 39 anos, nascido na cidade costeira de Carcavelos, modelo e actor, e a cativante Diana Chaves, com berço na Capital, 28 anos, actriz e manequim, bem como anfitriã de um hit de Verão, em que faz dupla com Marco Horácio e de onde provêm a expressão, agora popular, “Soltem a parede”.


Imediatamente após o Dia Mundial da Música, apresentou-se a 7ª Edição do “Bragança é Moda”, com o intuito de mostrar ao público os vários looks de que dispõe nas duas estações que se seguem e que poderá espreitar nas lojas do comércio tradicional da cidade. O look militar / aviador, inspirado nos anos 40, onde impera a sofisticação e a austeridade; e o visual rockeiro, inspirado nos anos 80, onde predominam as lantejoulas, os brilhos associados aos vestidos curtos, com destaque para os ombros estruturados e assimétricos.
Numa produção que contribui, de vasta maneira, para a agenda cultural da cidade e que eleva o seu centro histórico a outro patamar, registou-se ainda um espaço cultural, traduzido na abertura do evento pela actuação da Escola de Dança de Salão da Junta de Freguesia da Sé.


O próprio presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Bragança (ACISB), em entrevista ao Jornal Nordeste, sublinhou a importância de criar com este evento uma marca para a cidade, corroborando, “estamos no bom caminho”. Questionado sobre se seria ou não uma fashion victim, contextualiza, “não sou um perito em moda mas tenho uma preocupação que, de resto, é aquela que todos nós devemos ter”, “gosto de andar bem preparado, obviamente”. Quanto à parceria com a Karacter, António Monteiro de Carvalho remata, “equipa que vence não se muda”.




RIO ADORMECIDO REVELA PERIGOS

A Ponte Internacional de Quintanilha, a seca do Verão passado expõe pregos, ferros, blocos de cimento e partes de cofragens no rio Maçãs


Dois anos após a conclusão da ponte que liga distrito de Bragança à província espanhola de Zamora, a seca deste Verão teve a vantagem de pôr a descoberto o perigo iminente resultante da construção desse empreendimento.
Sem água, o Rio Maças demonstra agora o risco que representa devido aos muitos detritos caídos durante a construção, entre eles, blocos de cimento, pregos, tubagens, ferros e partes de cofragens.
José Carlos, da Associação Protectora Amigos do Maçãs, testemunha que há, neste caso, “negligência”, referindo que, “o mal é não pensarmos nos outros ou naquilo que nos pode acontecer amanhã ou passado”.
“O Rio Maçãs arrisca-se a ver trocada a sua reputação de zona de lazer por zona de perigo, já que, há muitas pessoas, no Verão, que aproveitam o calor para se banharem nas suas águas”. “Em causa”, está também, “a saúde pública de todos os que moram na proximidade do rio”, isto porque, “algumas das populações são abastecidas por ele”, defende José Carlos.


A Câmara Municipal de Bragança clarifica a sua intenção de responsabilizar a empresa Estradas de Portugal, por ser ela a responsável máxima da obra, tendo contratado vários empreiteiros e subempreiteiros que, consciente ou inconscientemente, deixaram para trás elementos de perigosidade elevada, sobretudo, para as populações mais próximas que, correm o risco de “pagarem a factura”.
Há que, “levantar um auto de contra-ordenação, aguardar o prazo que é concedido para procederem à remoção do entulho depositado, não o fazendo, a câmara procede por meios próprios à remoção e adiciona ao valor da coima o custo correspondente à limpeza”, garantiu Jorge Nunes, presidente da autarquia, em declarações proferidas à SIC.

7 de outubro de 2009

CUIDADO (REFORÇADO PARA) MOTARDS

O feriado de 5 de Outubro terminou de forma abrupta e triste para um motociclista nos semáforos próximos do hospital


O Outono chegou e com ele a chuva que tantos acidentes provoca, não sendo Bragança uma excepção. No dia em que se comemorou a Implantação da República, pouco passava das 19 horas, quando o pior aconteceu, nos principais semáforos da Avenida Abade de Baçal. Uma Yamaha Diversion 600, vinda do viaduto, colidiu com uma viatura BMW 120 d de 2006, de cor cinza, que transportava três passageiros. Duas senhoras e uma jovem rapariga, regressavam de visitar familiares no hospital quando a condutora decidiu virar à esquerda, no sentido do Centro de Saúde, indo de encontro ao motociclo.
O motard, na casa dos 30 e muitos anos, ficou gravemente ferido, com fractura exposta na zona do pulso e a cara deformada, resultante de um capacete aberto que acabou por saltar durante o embate. Já as restantes pessoas envolvidas no sinistro permaneceram, visivelmente abaladas, durante várias horas, com o impacto e suas consequências.



Além da chuva miudinha que se fazia sentir, o piso estava molhado e, por isso, escorregadio. Também o facto de já ser noite, terá contribuído para a pouca visibilidade dos envolvidos. Cabe agora, às instâncias competentes, averiguar de quem é a culpa.
A Viatura de Emergência Médica e Reanimação (VMER) depressa chegou ao local da ocorrência, transportando a vítima mais grave para o Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE). A Polícia de Segurança Pública (PSP) também não tardou em aparecer no sinistro.




JAZZ ORIGINAL INSPIRA

Música dos Drugstore Cowboy Quartet estreia 6ª edição do Douro Jazz em Dia Mundial da Música

Que melhor forma de celebrar o Dia Mundial da Música (1 de Outubro) do que com o tenor australiano Brandon Allen no saxofone, na bateria, o italiano Enzo Zirilli, nas teclas, o inglês Ross Stanley Hammond, e o londrino Quentin Collins no trompete. São estes os quatro elementos que constituem os Drugstore Cowboy Quartet. No Teatro Municipal, a semana passada, mostraram aos brigantinos que a sua união recente está a dar frutos, merecendo todas as palmas (e foram muitas) que se fizeram ouvir numa casa próxima de repleta.
Com a duração de uma hora, este “quarteto fantástico” interpretou, na sua maioria, temas originais, e um ou outro clássico dos anos 50 e 60, e compreendemos agora o motivo da sua rápida ascensão no palco internacional. Mesmo para quem não seja um fã confesso de jazz, se tivesse ouvido atentamente, decerto saberia apreciar.
Co-liderado por músicos instruídos experimentalmente da cena londrina, no caso de Quentin Collins e Brandon Allen, que já trabalharam e tocaram com artistas tão importantes como Kyle Eastwood, Beverley Knight, Eric Clapton, Guy Barker e Mica Paris, entre muitos outros, este grupo tem no órgão Hammond, um elemento que, através do seu toque singular, o ilumina.


Os Drugstore Cowboy Quartet terão, em Outubro, o seu primeiro cd lançado pelas mãos da Sunlight Square Records e contará, com influências tão vastas e significantes como John Coltrane, Stevie Wonder e Dizzy Gillespie.
Em Bragança, poderemos contar com outras 4 actuações, mais uma arruada com a Douro Jazz Marching Band, o grupo “residente” do festival que evoca as tradicionais Parades the New Orleans, dia 10, a partir das 18 horas, pelo centro histórico da cidade. O segundo concerto, integrado no 6º Festival Internacional Douro Jazz, terá lugar no dia 8 de Outubro, pelas 21 e 30, também no Teatro Municipal, e contará com o convidado brasileiro Paulo Braga, baterista e parceiro habitual de Tom Jobim e Elis Regina, dos músicos portugueses Filipe Melo e Bruno Santos, juntamente com Paula Oliveira e Bernardo Moreira.
Sábado, dia 10 de Outubro, também pelas 21 e 30, da terra com maior tradição universitária, os Jabardixie que, em concerto ou em desfile, desenvolvem o jazz de rua na sua melhor expressão artística.
Resta destacar que, esta 6ª edição do Douro Jazz, iniciada a 18 de Setembro e que terminará a 17 de Outubro, conta com uns impressionantes 130 músicos de 8 países, repartidos por 66 espectáculos, em cidades como Bragança, Vila Real, Chaves, Régua, Lamego e Pesqueira.

AFONSO VILELA

"A MULHER É UM ANIMAL MUITO ESQUISITO"


Convidado de honra em Bragança, amante da praia e eterno sedutor

FACTOS

Nomeado – Afonso Vilela
Tempo – 39 anos
Lugar – Bragança é Moda
Signo – Gémeos
Maior Virtude – Versátil
Maior defeito – Impaciente
Origem – Carcavelos
Ofício – Actor & manequim

ENTREVISTA

1 @ Em tempos de política e como, de certo, compreenderás, é-me exigido que te coloque esta questão, qual a tua cor de eleição?

R: A minha cor de eleição é o branco! É uma obrigação de quem não está motivado para votar em nenhum dos partidos propostos. Devemos manifestar sempre o nosso parecer e o voto em branco é uma maneira de o fazer. Abstenção não! O voto em branco é um voto!


2 @ Se pudesses passar uma noite com uma personalidade mundial, seja política, desportiva, artística ou outra, em quem recairia a tua escolha?

R: Sem malícia (risos), a minha escolha recairia em alguém da comunidade científica. Há uma série de indivíduos interessantes, mesmo portugueses, como um Fernando Nobre, um Alexandre Quintanilha ou um Manuel Damásio. Acho que preferia perder uma noite com uma personalidade destas do que com alguém como a Angelina Jolie.


3 @ Três características obrigatórias numa mulher para, em potência, ser alvo do sexo masculino?

R: Sentido de humor, ser descontraída e perspicaz.


4 @ A música faz parte da tua vida, seja na passerelle, ou em qualquer outro lugar. Conseguirias viver sem ela?

R: Não! A música faz mesmo parte! No carro, por exemplo, é raro ouvir cds. Gosto de rádio, de fazer um zapping de estação para ouvir todo o tipo de música.


5 @ És mais de arte ou de um bom vinho?

R: Sou mais de arte! Também não bebo!


6 @ Os brinquedos são só para crianças ou isso é um mito?

R: Não! Os brinquedos são só para crianças mas alguns de nós, são crianças até muito tarde (risos).


7 @ Se não fosses actor e modelo, que carreira terias seguido?

R: Qualquer coisa relacionado com hotelaria. Essencialmente, gosto de servir, de receber pessoas, acho que estaria mais ligado a essa área, como de resto, já estive no passado.


8 @ Se a vida selvagem fosse um filme, e corremos esse risco, que animal interpretarias?

R: Um animal marinho. Não te vou dizer um golfinho porque é um cliché (risos).


9 @ Um tubarão, uma orca?

R: Eu não sou assim tão predador (risos)! Talvez um boto, uma espécie de golfinhos que tanto nada em água doce, como salgada, são dos mamíferos aquáticos mais versáteis.


A desfilar, "brinca" com as crianças

10 @ Uma viagem de sonho contigo teria qual destino?

R: Gostava de fazer uma coisa que vi no telejornal. Um japonês que está há 4 anos a percorrer o mundo a andar e acabou em Lisboa! Espero fazer algo semelhante, na altura em que me reformar (risos), agarrar nos sapatos e partir sem destino.


11 @ Mas qual seria o ponto obrigatório de passagem nessa tua viagem?

R: Eu adoro a montanha. Já estive, uma vez, para ir à primeira base de acampamento do Evereste, nos Himalaias. Ou isso ou então, a Terra do Fogo. São os destinos mais inóspitos.


12 @ Acreditas na reencarnação?

R: Não acredito que vá reencarnar noutra pessoa ou noutro ser! Mas acredito, muitas vezes, em alguma influência que possamos ter a seguir à morte e que se possa reflectir, directamente, nas pessoas.


13 @ No seguimento da outra pergunta e imaginando que tinhas dito “sim”, quem desejarias ter sido numa vida passada?

R: Gostava de ter sido alguém suficientemente humilde para, nesta vida presente, poder ser bem sucedido. Não é que as pessoas humildes não o sejam, mas gostava de ter sido uma pessoa extremamente modesta e desafortunada, para reencarnar agora ao contrário que, regra geral, costuma ser assim (risos).


13 @ Se o Planeta Azul se extinguisse em 24 horas, o que aproveitarias para fazer no pouco tempo que te restasse?

R: Passaria as 24 horas na presença da minha família que são das pessoas que mais gosto. Familiares à parte, aproveitava para ir fazer surf.



14 @ O que consideras ser inaceitável numa mulher?

R: A mulher é um animal muito esquisito mas há situações que são inaceitáveis, em ambos os sexos. Como a falta de higiene!


15 @ Se pudesses pedir 3 desejos ao génio da lâmpada, quais seriam?

R: Por acaso pedia umas ondinhas para amanhã que já sei que não vai estar (risos)! Teriam de ser desejos muito globais e nunca pessoais! Não seriam desejos de riqueza, não te vou dizer quais para não entrar numa de cliché, paz no mundo e amor ao próximo, mas seriam desejos que me pudessem trazer o bem-estar através de tudo o que me rodeia.


16 @ Eu compreendo-te mas tens de ser concreto. Três DESEJOS?

R: Terminaria com o preconceito que mina, por dentro, todas as sociedades. Faria um enorme incremento, a nível mundial, da cultura. E o terceiro desejo seria um bem-estar global que, naturalmente, viria por acréscimo.

MÚSICA EM "BANDAS DE GARAGEM"

The Band, Nível 6, Black Hope e Eskuadrão Furtivo, entre outros, actuaram sábado em nome de um bem comum, a música


Em pós-celebração do Dia Mundial da Música, a Junta de Freguesia da Sé (JFS) exibiu, dia 3 de Outubro, as várias bandas de garagem brigantinas no Teatro Municipal de Bragança. Com cerca de uma dezena de grupos, a presentearem um quinto de sala, Paulo Xavier afirma, “há 10 anos anos atrás, quando começámos as verbenas, só tínhamos 2 bandas de garagem, agora estamos com 18, infelizmente, no dia de hoje, por vários motivos, irão tocar apenas dez”.
O mais importante, realça o presidente, “é o apoio incondicional prestado aos jovens músicos da nossa terra, conferindo-lhes a oportunidade de se mostrarem em diferentes contextos, como o dia da música, as verbenas e festas de escola”, salienta o presidente, acrescentando, “eu tenho um filho com 10 anos, pianista, e já me diz que quer tocar neste dia da música, esse entusiasmo é que tem de partir dos jovens”. Se assim for, “esta iniciativa será para perdurar”, refere Paulo Xavier, “se for esse o anseio dos músicos e houver bandas suficientes que demonstrem essa vontade de tocar”.
O espectáculo, com uma duração aproximada de duas horas, permitiu a cada banda interpretar dois temas, já que, cada uma, dispunha apenas de 10, 15 minutos, para mostrar o seu valor.


Também no final dos concertos, Victor Gomes, professor de música e, ele próprio, um conceituado artista, foi homenageado pela vasta contribuição que tem prestado, não só à música, como também ao desenvolvimento de jovens por todo o Nordeste Transmontano.

Eskuadrão Furtivo, os representantes do hip-hop brigantino

Constituído por dois elementos, Luís Gonçalves, 21 anos, aka B-Fatz, e Jorge Rodrigues, de 24, aka MK, o Eskuadrão Furtivo começou em 2004, numa altura em que o B-Fatz era o puto XL, e havia mais dois elementos no grupo, o Sniper e o Raro, além do mc MK. Depois, foram saindo e entrando outros elementos mas a base manteve-se até hoje com os mesmos dois protagonistas.
Foi colocado por MK, um álbum à venda na Fnac, onde participa Fuse, dos Dilema, um senhor do hip-hop tuga, e que já esgotou, lançado por uma editora e cujo título é “Capítulo Obsceno”. Composto por 14 temas, um dos mais conhecidos entre as hostes brigantinas é “Cidade do Pecado”, featuring Raro e produzido por Pipe, que podem conferir no Youtube.


MK, que produz os instrumentais num programa informático de nome Reason, planeia lançar uma mixtape em Janeiro, que se intitulará “Identidade”. Também B-Fatz planeia fazê-lo mais tarde, “talvez” para Março ou Abril. Isto porque, ambos têm algo a dizer. O trabalho conjunto dos dois elementos que compôem o Eskuadrão Furtivo estará nas lojas, em princípio, no final do próximo ano.
Quanto ao hip-hop, em Bragança, tem evoluído muito, refere B-Fatz, “no início, existíamos nós e os concertos tinham 5 ou 6 pessoas, hoje em dia, fazemos actuações com a casa cheia”, acrescentando, “isto deve-se em parte ao MK, pois foi o único, nesta cidade, a lançar um álbum através de uma editora que esteve à venda na Fnac”, concluindo, actualmente, “temos mc´s, produtores, pessoal a dançar, beatbox e há mais bandas, o que é sempre um passo em frente”.