24 de setembro de 2009

SEDE DE VITÓRIA

A comitiva de José Sócrates veio ontem a Trás-os-Montes, a 4 dias das eleições, passando por Macedo de Cavaleiros, Bragança, Vila Real e Chaves.


Num discurso que antecedeu o almoço no restaurante Geadas, o secretário-geral do Partido Socialista e candidato a primeiro-ministro, defendeu que, “a auto-estrada é uma questão de justiça para com o distrito de Bragança e Trás-os-Montes”, sublinhando a importância de investir para responder à crise, “criando mais emprego e oportunidades para as empresas”.
“O maior investimento público que alguma vez se fez em Trás-os-Montes foi feito exactamente agora, é neste preciso momento que estamos a fazer a auto-estrada, o IC5, o IP2, a construir o maior número de barragens que há muito tempo esperavam por ser feitas”, encaixilhou José Sócrates no comício brigantino.
Já Edite Estrela, cujo discurso inflamado antecedeu o do actual primeiro-ministro, referiu-se a Manuela Ferreira Leite, relembrando aos presentes a altura em que esta era ministra da educação, “uma ministra de má memória, tratou mal alunos e professores. Nesse tempo é que havia asfixia democrática! Hipotecou o futuro dos portugueses quando com malabarismos, vendeu ao CitiBank os títulos da dívida da segurança social. Que nós estamos a pagar agora!”.

A socialista aproveitou ainda para acentuar diferenças e canalizar opções, “temos de escolher bem, escolher soluções e não problemas, escolher quem tem contribuído para desenvolver o país e aumentar as exportações, para captar investimento estrangeiro e para o incremento do investimento público e privado, ou vamos escolher quem afirma travar esse mesmo investimento e cessar os projectos, recuando assim no tempo”.
Edite Estrela mencionou também a auto-estrada, à semelhança de José Sócrates, citando Miguel Torga, “a vida não é tanto de colher mas de semear e nós semeámos muito no nordeste transmontano, serve de exemplo o paradigma da auto-estrada, já em construção”, e concluindo com um apelo, “não se esqueçam que foi este governo que retirou Trás-os-Montes do esquecimento a que tinha sido votado”.


"CRIAR UMA NOVA CENTRALIDADE"

Criação de um complexo desportivo, livros escolares gratuitos e revitalização do centro urbano são algumas das premissas da campanha de Jorge Gomes

Situada na Avenida Sá Carneiro, mais concretamente, no Edifício Translande, foi inaugurada quinta-feira, ao final da tarde, a sede de campanha da candidatura do PS às autárquicas de Bragança, cujo lema é “Jorge Gomes, consigo”.
O candidato contou com a presença do “amigo de muitos anos”, o deputado e seu “camarada”, Mota Andrade, que iniciou as hostes preparando terreno para o cabeça de lista pelo partido socialista.
O seu programa eleitoral contempla propostas como a criação de um complexo desportivo, livros escolares gratuitos no ensino básico, revitalização do centro urbano com a passagem de alguns serviços camarários, assim como a Loja do Cidadão, para o centro da cidade, gestão eficiente dos recursos hídricos, saneamento básico extensível a todas as aldeias, captação de investimento para criação de emprego, pagamento a fornecedores no prazo máximo de 60 dias e a habitação social, “que não existe em Bragança há mais de 30 anos e é um direito constitucional”, refere o ex-vereador.
Depois do seu discurso, Jorge Gomes foi entrevistado pela comunicação Social, à qual adiantou alguns dos seus propósitos caso seja eleito presidente de Câmara. “Os nossos objectivos passam por humanizar a instituição câmara, tratar os cidadão como pessoas, ouvindo os seus problemas e não ser uma só cabeça que determine todas as decisões, queremos envolver neste tipo de organização aquilo que são os trabalhadores da câmara, cujo trabalho tem de ser reconhecido, pois será com eles que nós formaremos a nossa equipa, para melhor servir o cidadão”.

Jorge Gomes testemunha que, muitos dos trabalhadores camarários não estiveram presentes devido ao medo de represálias, “não é preocupante pois as pessoas podem exprimir a sua opinião através do voto, mas sentimos que há um ambiente de medo instalado. Connosco, esses trabalhadores terão o respeito que merecem e poderão estar, obviamente, nas campanhas eleitorais de qualquer candidato, independentemente do partido político, isto porque o presidente não se pode imiscuir nesse tipo de assuntos. Há uma falta de respeito evidente quando a entidade patronal exerce algum tipo de pressão, o que constitui uma quebra de liberdade”, sem querer adiantar muito mais sobre este assunto, apesar da insistência dos jornalistas.
O mais importante, diz o candidato socialista, “é o projecto em que estamos inseridos, aquilo que queremos para esta cidade é criar uma nova centralidade, semelhante ao centro urbano que conhecíamos e que muitos de nós se lembram. Um que funcionava como ponto de encontro. Bragança está dispersa, perdeu aquela vida nocturna interessante. Assim como não se têm desenvolvido políticas para a juventude. São os jovens a desenvolver as suas próprias iniciativas”.
Quanto aos recursos hídricos, manifesta a sua certeza no que se refere à barragem de Veiguinhas, “connosco, já estaria concluída. Essa é uma “birrice” do actual executivo. Se não pode ter 18 metros de altura, que tenha 9, o fundamental é garantir água em algumas aldeias que, ainda hoje, se vêem abastecidas pelos bombeiros”.
Quando questionado pelo Jornal Nordeste acerca das suas probabilidades de vencer um adversário tão forte como Jorge Nunes, o número um socialista termina de forma irónica, asseverando que, “são as mesmas, no entanto, quando se está no poder, muita coisa ajuda. É um homem com a sua vida já estabelecida e como reformado que é, provavelmente, quer ir viver a sua reforma e vencê-lo é uma forma de o ajudarmos a isso”.

OS TUBOS DA DISCÓRDIA

Travadas várias batalhas por mais de 10 anos numa autêntica guerra judicial, autarquia é vencida mas tarda em obedecer aos tribunais

Um casal construiu, em 1998, um prédio de dois andares no lote 44, Rua A, do Bairro Artur de Mirandela. O imóvel, concluído em 2000, nunca obteve a licença de habitabilidade. Isto porque, não existe ligação ao esgoto nem à água da rede pública. Entretanto, em 2003, a filha do casal, por necessidade, mudou-se para o prédio inacabado, vendo-se obrigada a usar uma fossa céptica e água proveniente de um furo.
Um pedido feito à Câmara Municipal de Bragança, sobre a ligação ao colector geral de saneamento, realizado na pessoa de Carlos Pereira e Filomena Teixeira, viu-se deferido pelo anterior executivo, presidido por Luís Mina, mas continua a ser negado pelo actual. A obra permanece, portanto, embargada, à espera de uma decisão autárquica consentânea com a dos tribunais, “pois esta já deveria ter sido tomada há muito pela Câmara e não prolongada no tempo”, refere o queixoso.


“Em 1998, foi aprovado pela Câmara Municipal de Bragança um plano para a construção de um edifício que daria para a estrada nacional 15 e que foi executado rigorosamente conforme a planta, ou seja, com sub-cave, cave, rés-do-chão e primeiro andar e sótão”, esclarece Carlos Pereira, proprietário do prédio em questão. Após a sua conclusão, em Agosto do ano 2000, dirigiu-se à autarquia para efectuar um pagamento de 86 mil escudos (430 euros) respectivo à ligação dos esgotos à Estrada Nacional 15. Os técnicos foram, posteriormente, enviados à obra e dada a autorização para esta ligação, incluída no projecto desde o seu início. Uma ligação que, em principio, não levantaria quaisquer questões, dado que os tubos de saneamento necessários passariam por terreno público, um que separa o prédio em questão da EN15.
Nesse mesmo ano, Carlos Pereira conta como ficou “embaraçado” ao descobrir que, depois de adiantar obra, colocando os tubos de esgoto no subsolo, “um particular começou a desterrar acabando por rebentá-los, destruindo o trabalho já realizado”, adianta. Ao tentar esclarecer o imbróglio, foi-lhe manifestada pela câmara a intenção de ser construído um edifício no tal terreno “dito público”. Caso fosse concretizada, teria de haver alterações ao projecto inicial, “algo absurdo”, afirma o proprietário, que “não teria avançado com o projecto se este não fosse conduzido como estava inicialmente previsto”. Contratou um advogado e a obra foi embargada de imediato por ordem do Tribunal de Bragança.
Carlos Pereira e Filomena Teixeira interpuseram, deste forma, uma acção no Tribunal Administrativo, o qual decidiu a favor do casal, reafirmando o facto do terreno ser público. Entretanto, o particular que queria construir naquele terreno da EN15 ainda recorreu da decisão, mas, nesta ocasião, foi o único, já que, a Câmara se absteve de interpor recurso. O tribunal de última instância deu também razão a Carlos Pereira reafirmando que naquele terreno não poderia ser construído nada de interesse privado. Assim sendo, por douta decisão, o terreno público iria, de facto, permanecer público.


“Depois dos tribunais, temos insistido, por diversas vezes, com o presidente da câmara, Jorge Nunes, para efectuar o saneamento conforme previsto, pago no ano 2000, e podermos, assim, obter a licença de habitabilidade. No entanto, as suas iniciativas passaram, já após ter perdido em tribunal, por enviar não uma, mas três vistorias ao local, “no sentido de encontrar algo anómalo e que, de repente, lhe pudesse dar razão, coisa que não aconteceu”, defende o Carlos Pereira. Numa das vistorias ainda foi sugerido ao proprietário que fizesse a ligação dos esgotos à Rua A, uma solução que no seu entender não é tecnicamente viável, pois esta rua encontra-se numa cota superior, ao contrário da EN15, e mesmo um motor que daria para puxar os dejectos sólidos, traria certamente problemas no futuro, sendo que esta é uma solução também inviabilizadora economicamente, não constando sequer no projecto inicial.
“Outras habitações há, contíguas à de Carlos Pereira, mais concretamente, a 14, 16 e a 36, que têm as suas ligações de esgotos conectadas com a caixa da EN15”, refere o entrevistado.
A Carlos Pereira esgotou-se-lhe a paciência, não esperará mais por uma resposta de Jorge Nunes e avançará com um processo de responsabilidade civil contra o autarca, por este não dar seguimento ao aprovado anteriormente pela câmara municipal, nem mesmo após 10 anos em tribunais, quando estes sempre deram razão ao munícipe.

“Câmara tem de cumprir”

Luís Mina, anterior presidente da Câmara Municipal de Bragança, eleito por dois mandatos, de 1990 a 1998, presta o seu testemunho ao Jornal Nordeste, asseverando que, a actual câmara ao ter licenciado a construção, devia ter assegurado também a realização das infra-estruturas que por ali era suposto terem passado. “A autarquia não pode, nem deve, é afirmar que o saneamento devia fazer ligação com a Rua A, até porque essa opção nem constitui uma solução”, refere.
“É da sua inteira responsabilidade, utilizar para o lote de cima (prédio de Carlos Pereira) o mesmo sistema que foi implementado nos lotes contíguos, nomeadamente, no de Amadeu Pires, ou seja, a ligação do saneamento à EN15”, adianta o ex-presidente.
“Este problema de ligação ao colector geral de saneamento poderia já ter sido facilmente resolvido pela câmara. Carlos Pereira, só tem de exigir ao tribunal a execução da sentença, uma que a câmara já deveria ter cumprido”, conclui Luís Mina.

TENSÃO NO SEIO DA GNR

O momento não tem sido de grande serenidade, sobretudo, desde Janeiro, com a extinção da Brigada de Trânsito e culminando com ácido no radar fotográfico, fala-se em pressões

Ao que o Jornal Nordeste conseguiu apurar, muitos dos militares da extinta Brigada de Trânsito (BT), integrados no Comando Territorial de Bragança, estão descontentes com a precariedade da sua actual situação. Terá sido por esse motivo que, há pouco mais de uma semana, um radar fotográfico, instrumento utilizado por militares na fiscalização do tráfego rodoviário, foi danificado com ácido no próprio parque das instalações da Guarda Nacional Republicana (GNR), onde é habitualmente guardado, dentro da mala de uma viatura caracterizada. Dado como inoperacional, amostras do líquido foram entregues à Polícia Judiciária Militar, responsável por investigar um caso que poderá estar relacionado com o mau ambiente que se vive actualmente no seio da GNR.
“O trânsito antes tinha um comando único, de onde vinham fichas técnicas e directivas, destinadas ao efectivo de todo o país. Agora, isso não acontece”, refere um militar da GNR. “Actualmente, cada comando distrital pode ter uma interpretação diferente daquilo que é a lei, e que deveria ser igual para todos. Não faz sentido. Estamos no mesmo país, que não é assim tão grande, por isso, é importante que haja a nível nacional e com uma matéria tão delicada, um só entendimento, como acontecia antes de Janeiro, altura em que a Unidade da Brigada de Trânsito foi extinta”, remata.

“Assistência nas marcas demasiado cara”

No aspecto logístico, reside a maior diferença, defende fonte interna. “Antes desta remodelação, todas as viaturas eram assistidas na marca, ao contrário do que acontece no presente, por decisão do Tenente-Coronel Fernandes. Tínhamos contratos de assistência e nunca tivemos o mínimo de problemas com reparações. Dessa forma, as coisas funcionavam. Hoje, em nome da poupança, retira-se segurança profissional ao efectivo, pois em perseguições ou escoltas, onde se atingem grandes velocidades, pneus sem qualidade comprometem a segurança dos nossos militares.”
“O tenente-coronel, penso que por opção, segue a lógica do investimento mínimo possível, tendo decidido que a manutenção das viaturas se efectuasse no quartel, onde dispomos de 2 mecânicos e um electricista auto, sem as condições exigidas para lidar com problemas de maior. Eles vão remediando e até são úteis no caso de pequenas avarias”, argumenta fonte anónima, realçando que o seguimento desta política, poderá ter custos elevados e causar potenciais vítimas.

Quando questionado sobre as multas e se há, de facto, pressões por parte do comando, no sentido de se atingirem determinados números, a nossa fonte é peremptória em afirmar que, “pressões há sempre, ao contrário do que é normal sair para fora. Não dizem às pessoas, de forma directa, que têm de fazer X multas, mas nós sabemos como é que essa pressão é feita internamente. Como sabemos também o tratamento diferenciado que é dado a um militar que passe mais multas do que a outro que passe menos. Desde a extinção da BT, as multas caíram cerca de 80%. Tivemos várias reuniões onde isso foi debatido e instruções precisas, no sentido de nos ser exigido cumprimento na questão das multas”.
Segundo a nossa fonte no interior da GNR, havia 7 ou 8 militares credenciados que, habitualmente, andavam com o radar. Alguns, como forma de mostrar o seu descontentamento, deixaram de apresentar os números habituais, como consequência, o comandante retirou-os dessa função, substituindo-os por 3 ou 4 homens da sua confiança. “A esses militares, como forma de incentivo, é-lhes concedido um sistema de folgas diferente do restante efectivo”. Estes elementos, declara, chegam a ter em média, 10 a 11 folgas mensais, enquanto que uma patrulha regular tem apenas 5 ou 6 folgas por mês”, termina.

Militares da BT sem formação desde Janeiro

“Antes, estávamos mais actualizados, havia directivas difundidas a nível nacional pelo Comando da Brigada de Trânsito, o que fazia com que houvesse uma uniformização na própria forma de interpretar a legislação rodoviária. Hoje não existe formação”, revela um militar da GNR.
Uma falta confirmada por José Alho, responsável pela Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda, em entrevista ao Jornal de Notícias, "Os militares da BT não têm formação desde Janeiro, não se sabe até onde isto irá parar”, e que preferindo não se manifestar sobre o radar danificado com ácido, salienta "este caso concreto é revelador do mal-estar que se vive. São atitudes de desespero motivadas pela extinção da Brigada de Trânsito – que considero um erro político".
No entanto, o PS recusou as críticas inerentes à extinção da BT e qualquer alteração à Lei Orgânica da GNR, garantindo que a criação da Unidade Nacional de Trânsito permitiu melhorar a operacionalidade e em nada "beliscou" os direitos e regalias dos militares.


Orgulho ferido e perda de prestígio

“O ideal seria arranjar uma forma para que o trânsito fosse comandado a nível nacional, ou seja, que houvesse uma unidade de trânsito, pois aquilo que ficou criado, a Unidade Nacional de Trânsito (UNT), que só integra cerca de 200 homens, em Lisboa e Porto, em nada os diferencia do resto dos destacamentos, a não ser que eles tem um comando da UNT e nós estamos dependentes dos comandos territoriais de cada distrito”, assegura fonte interna da GNR.
“O serviço perdeu qualidade, o mal-estar entre militares está instalado, e estamos a deixar cair cada vez mais aquilo que era a unidade de elite da GNR. E a prova disso é que a GNR, neste momento, porque quis controlar o trânsito, perdeu para a PSP determinadas áreas, que eram da exclusiva responsabilidade da BT”, refere o militar, exemplificando, “na Operação Verão Seguro, antes responsabilidade da BT, vimos agora a PSP nas televisões e na comunicação social a dar entrevistas sobre como estava a correr a operação. Para nós, que tínhamos orgulho em ser da BT, obviamente que não nos agrada, outra situação foi a deslocação do Presidente da República a Santarém com escolta da PSP, uma situação impensável há um ano atrás. Estamos a assistir a uma perda de prestígio constante daquilo que era a Unidade da Brigada de Transito, hoje fraccionou-se, pois pertence aos comandos territoriais e nestes cada um faz à sua maneira”.
Quando questionado sobre que medidas poderiam ser tomadas para inverter a actual situação, fonte interna é incisiva em declarar que, “a nível nacional vai haver alterações e sabemos que não vai demorar, já que, a presente situação é incomportável por muito tempo. As eleições podem adiar algumas decisões, pode ter sido dito às pessoas para se aguentarem, mas com o descontentamento que há a nível do comando geral, isto terá e vai mudar de certeza. Logo que haja uma estabilização do poder político, vai haver acertos necessários nesta remodelação.”
Para se alterar a presente situação, assegura, “ou outro comandante ou uma outra forma de comandar, os militares andam muito desmotivados e não me parece que a melhor forma de fazer o que quer que seja, inclua confrontá-los. A forma como o Tenente-Coronel faz determinadas coisas, fá-lo com o intuito de provocar. Desta forma, acho difícil uma pessoa responsável que cria vícios de comando, alterar o seu método de trabalho. Ele deveria estar mais actualizado, sobretudo, na forma como antes eram conduzidas determinadas situações”, conclui fonte do Jornal Nordeste.


                        Tenente Coronel Fernandes à esquerda

“Não há razões que sustentem tais afirmações”

Tentámos, por diversas vezes, contactar o Tenente-Coronel Fernandes, na semana passada, mas foi ele a entrar em contacto connosco. Em declarações prestadas ao Jornal Nordeste, salvaguarda que, “grande parte das afirmações proferidas não são verdadeiras, o destacamento de trânsito tem, actualmente, o mesmo comandante que tinha em 2008, e eu não alterei, de forma nenhuma, e desde então, a minha forma de actuar, mesmo após as alterações orgânicas admitidas”.

Quanto ao aspecto logístico, o comandante do destacamento realça, “qualquer chefe de serviço tem o dever de minimizar os custos e a obrigação de aumentar a eficiência. Sempre que as reparações dos veículos excedem a capacidade das oficinas da GNR, são enviadas para o representante das respectivas marcas, algumas delas, destaco, com custos bastante elevados”. “Já os pneus, são de marca e características idênticas aos adquiridos anteriormente”.

No que diz respeito à formação, o Tenente-Coronel Fernandes, reafirma, “a alguns militares, é-lhe pedido para cumprir a sua missão correctamente e de acordo com as leis existentes, para o que recebem formação semanalmente”, advogando que, no entendimento do comando, “não há razões que sustentem tais afirmações”, ultima.

JANTAR DE AUSPÍCIO BENIGNO

Em Torre de Moncorvo, Aires Ferreira apresentou a sua recandidatura num jantar em que eram esperadas 800 pessoas e acabaram por comparecer mais de 1000

Centenas de munícipes, oriundos de várias freguesias, vieram prestar o seu apoio à recandidatura do actual presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Aires Ferreira, bem como aos 17 candidatos socialistas às juntas de freguesia daquele concelho. Num jantar em que a logística foi manifestamente insuficiente, devido ao elevado número de pessoas presentes, marcou estatuto Mota Andrade, como de resto, é habitual, e José António Seguro, duas figuras proeminentes da esquerda nortenha que principiaram a noite discursiva de sexta-feira, seguindo-se, obviamente, Aires Ferreira.
O pretendente a mais um mandato, caso seja eleito, será o último, mostrou-se radiante pela comparência massiva de apoiantes socialistas, “um número que ultrapassou largamente o projectado e que se assemelha ao ocorrido há 11 anos atrás”, relembra, demonstrando o seu contentamento, “esta adesão significa que os munícipes apreciaram o trabalho que nós desenvolvemos”.
O candidato, ao leme dos propósitos camarários há 20 anos, diz ter uma série de grandes apostas, mas, “acima de tudo, eu recandidato-me porque naquilo que já está conseguido, há ainda certas situações a resolver, como por exemplo, aquando da conclusão da Barragem do Baixo Sabor, esteja constituído o Parque Natureza. No IP2, há a questão da travessia no Douro, pôr esta via a transitar no Pocinho“.

Por outro lado, refere o edil, “temos 5 milhões de euros de obras adjudicadas ou em concurso, mais 12,5 milhões garantidos entre fundos comunitários e contra-partidas da energia eólica e, penso que, estarei melhor preparado que ninguém para ultimar estes investimentos”.
“Um terceiro motivo”, expõe, “é que não me sentiria confortável em sair numa altura em que a situação financeira da autarquia é difícil”, uma que persevera desde 1994. No entanto, ela “nunca foi óbice a que nós cumpríssemos os nossos planos mas, de facto, é uma situação que se vai prolongar até 2013, 2014. Altura em que se conclui o contrato de saneamento financeiro contraído em 1994 e os empréstimos de pagamento a tempo e horas”. A partir daí, haverá também, adita o autarca, “umas receitas que, hoje, não existem, nomeadamente, a renda do Baixo Sabor e dos 50 MegaWatts (MW) eólicos, o que significa que, em energias renováveis, Moncorvo, o município, passará a ter a partir de 2013, 2014, cerca de 1 milhão de euros de receitas”.
O Parque Eólico, “com avaliação de impacto ambiental, prevê-se o investimento no próximo ano, e a sua entrada em funcionamento em 2011”, desenvolve Aires Ferreira que, quando questionado pelo Jornal Nordeste acerca de quantos empregos essa medida criaria, responde, “não conheço o projecto até esse pormenor, obviamente, criará postos de trabalho, directos e indirectos, e além do mais, representa, num prazo de 20 anos, um negócio para o município de quase 10 milhões de euros, dos quais 3 milhões e 700 mil euros à cabeça, são as contrapartidas das eólicas”, sobrepõe.


23 de setembro de 2009

"PUEBLA EN FIESTA"

A Comparsa de Gigantes e Cabeçudos, pirotecnia e música eclética, touros que emanam fogo, mais as festividades religiosas, foram somente alguns dos atractivos das Fiestas de las Victorias
A Puebla da Sanabria comemorou, entre 5 e 9 de Setembro, mais uma edição das Fiestas de las Victorias, celebradas e aplaudidas por centenas de pessoas que as consideraram um “verdadeiro sucesso”.
Em entrevista ao Jornal Nordeste, Pedro Castronuño, Conselheiro da Cultura e um dos responsáveis máximos pela organização de tamanho evento, menciona que receberam “um dos melhores desfiles de Gigantes e Cabeçudos dos últimos anos”, mostrando-se muito satisfeito pela forma como decorreram as festividades, “esta deixou de ser apenas uma festa da Comarca de Sanabria para se converter numa em que participa gente de toda a província, gente que vem de outras comunidades autónomas e muitos vizinhos portugueses, devotos da Virgem das Victorias.”
A Comparsa de Gigantes e Cabeçudos é um dos maiores atractivos das vitoriadas festas, o desfile, encabeçado pelo “Negro” e a “China”, entusiasmou todos os presentes que contemplaram uns gigantes que dançam pelas ruas da vila há 161 anos nas populares festas sanabresas. Seguiram-se os gigantes, o “Rey” e a “Reina”, o “Sanabrés” e a “Sanabresa”, o “Zapatero” e a “Zapatera”, e por fim, o “Conde” e a “Condesa”.
A combinação efectiva na Puebla da Sanabria, consiste na tradição de um forte sentido religioso com um tema mais pagão, onde entram os gigantes e os cabeçudos e o fogo como substância mor do espectáculo. Desta feita, um dos momentos mais aguardados foi a actuação da Companhia de Teatro “Scura Splats”, que pelas ruas da vila presentearam residentes e visitantes com o seu show, “Factum Flama”. É de salientar também que, os mais pequenos não foram esquecidos e participaram nas tradições festivas com lides de touros de fogo infantil. “Este ano, pensávamos ter menos gente, por coincidir apenas sábado com um dia de festa e os restantes serem durante a semana, mas a verdade é que, em todas as actividades, a participação das pessoas tem sido bastante positiva, daí estarmos contentes pela forma como tudo tem corrido, sem problemas”, sustenta Pedro Castronuño, que salienta, “a climatologia desempenhou o seu papel, esteve bom tempo e as noites quentes”.
Os dias de festa oficial e tradicional na Puebla da Sanabria são 7, 8 e 9, “sempre”, faz questão de frisar o conselheiro da cultura, “se não coincidirem com sábado ou domingo, adiantam-se ou atrasam-se para apanhar o fim-de-semana”, explica.
As vítimas de Ribadelago não foram esquecidas, 50 anos após a tragédia e em sua homenagem, projectou-se o documentário “Carta de Sanabria”, rodado no Outono de 1955 e que mostra imagens do modo de vida e tradições da Sanabria, bem como a construção da barragem de Veja de Tera.


Após meio século, a tragédia de Ribadelago

Inaugurada em 1956 por Franco, a barragem de Vega de Terá conheceu uma curta existência de apenas três anos. Em 1959, chuvas fortíssimas e temperaturas extremas, que atingiram os 18 graus negativos, abateram-se sobre a Serra de Pena Trevinca. Estes dois factores, aliados à muita água acumulada na albufeira da barragem, rasgaram uma brecha de 70 metros de comprimento e 30 de altura, permitindo que 8 mil milhões de litros de água se abatessem sobre o desfiladeiro do rio Tera.
Em 20 minutos, a torrente de água, lama, pedras e árvores arrancadas pelo caminho, percorreu 8 quilómetros e chegou a atingir os 9 metros de altura. No seu percurso, a aldeia de Ribadelago fora apanhada completamente desprevenida, resultando este trágico acontecimento na morte de 144 dos seus habitantes. Somente 28 corpos foram resgatados, os restantes desapareceram para sempre no fundo do lago.

8 de setembro de 2009

MURÇA COM REAL 4X4 AVENTURA

Atitude nobre de piloto inglês que, em segundo lugar, auxiliou Gerardo Sampaio, abdicando da vitória por desportivismo e permitindo que o piloto vimaranense se sagrasse vencedor

Numa terra de inconfundível substância paisagística e que reúne condições singulares para a prática de todo o terreno, a Vila de Murça recebeu, de 1 a 6 de Setembro, pelo sétimo ano consecutivo, mais uma edição do prestigiante “Extreme Murça 2009”, realizado num cenário agreste de rara beleza natural.
Numa das provas de sábado, último dia da competição, Gerardo Sampaio e o seu co-piloto, que iam em primeiro lugar, tiveram um infortúnio e o seu Nissan ficou imobilizado. Valeu Jim Marsden que parou para prestar auxílio, emprestando a sua máquina de soldar, enquanto que o seu co-piloto,Mark Birch soldou o eixo. Este acto nobre de desportivismo permitiu a Gerardo sagrar-se campeão, enquanto que o inglês num Land Rover ficou com o segundo lugar, caso não tivesse parado, a equipa inglesa, seria vencedora. O terceiro lugar foi também para uma equipa portuguesa, Vasco Silva e Monteiro, ao volante de um Freelander.
Murça almejou estatuto, merecidamente, tornando-se num bastião do 4X4, onde 27 das 30 equipas permitidas, constituídas por dois elementos cada, oriundas de sete países, entre eles, Espanha, Portugal, Inglaterra, França, Alemanha e arquipélago das Canárias, vieram preparadas para a árdua tarefa de conquistarem um lugar no pódio, numa das provas mais duras, bem organizadas e competitivas de Trial 4x4, aventura em todo-o-terreno.Com uma extensão a rondar os 200 quilómetros, o trajecto era composto, em grande medida, por percursos de difícil transposição, tido os concorrentes apenas a noite quinta-feira (dia 3) para um merecido, mas encurtado descanso. Isto porque, as sete super-especiais (SS) que tiveram lugar nesse dia na Ribeira d´Aila, entre Monfebres e ponte do Franco, demoraram mais que o previsto, prolongando-se por uma noite já cerrada.
A destacar neste final de tarde, a SS17, que teve sob a ponte da aldeia de Varges um cenário pejado de assistência e com uma polémica à mistura, dado que, muitos dos pilotos, exceptuando os primeiros, contornaram parte do percurso (ou uma “porta”, termo técnico), pela dificuldade que lhe era inerente e porque mesmo ultrapassando-o, as probabilidades de se cometerem penalizações traduzidas em pontos ou danificar elementos vitais da viatura, eram tão elevadas que “não compensava o esforço”, diziam uns, ou então “é uma questão matemática”, diziam outros. No entanto, Gerardo Sampaio, de Guimarães, o primeiro a arrancar nesta SS17, mostrou o verdadeiro espírito de aventura superando o obstáculo de forma guerreira, levando o motor do seu 222 ao extremo e desafiando a força da gravidade.
Comparável ao mítico Camel Trophy, a região de Murça tem nos seus percursos características tão peculiares, tecnicistas e amazónicas, que estes são elogiados, desde a sua primeira edição em 2003, pois testam ao limite todas as capacidades humanas e mecânicas dos seus intervenientes. Este ano, devido ao seu alto nível competitivo, a RAINFOREST MURÇA foi unânimamente considerada, quer por jornalistas, quer por pilotos estrangeiros, como a melhor prova do género realizada em solo europeu. Outra das características peculiares desta prova, que certamente dificultou a tarefa a todas as equipas, foi o facto de ser proibido assistência externa. Assim, em forma de prevenção, os participantes jogaram pelo seguro, levando na viatura todo o material que opinassem ser mais susceptível de contribuir para reparar potenciais avarias, realizadas obrigatoriamente pelas equipas no terreno.
As duas primeiras refeições eram tipo “ração de combate” e só no final de cada dia de provas, é que os participantes usufruíam de uma regeneradora refeição quente, todas fornecidas diariamente pela organização e servidas no acampamento. O descanso, também em acampamento, serviu, acima de tudo, para saudar o convívio e consequente estreitamento de laços entre todos, numa verdadeira prova selvagem, onde interessou, acima de tudo, o contacto com a natureza, a amizade e a paixão pelo todo-o-terreno.
No último dia, sábado à noite, das 23h as 3 da madrugada de Domingo, mais de 4000 pessoas assistiram à última super-especial que teve lugar nas portas da cidade

Organização sem reparos
A responsabilidade a nível organizativo, girou em torno de 3 pessoas: Alvaro Aznar, dirigente máximo da SinLimite Off Road, empresa encarregue de todos os pormenores organizativos; José Rodrigues, responsável por todo o perfil e dinâmica da prova, um trabalho de vários meses que incluiu road book para equipas, concorrentes, jornalistas e público; e, por último, Agostinho Pacheco, um colaborador de Guimarães e aficcionado do TT, que desempenha um papel deveras importante, sobretudo, no decorrer da prova, já que é ele que trata da relação com os concorrentes, servindo de tradutor, pois domina várias linguas. Uma organização que garantiu o sucesso de mais uma RainForest Murça e que, para isso, em seis dias, pouco ou nada dormiu. “Um esforço bem recompensado”, sublinha José Rodrigues, isto porque Murça recebeu por intermédio de quem os visitou, uma quantia na ordem dos 150.000€, investidos em comércio, restauração, produtos regionais, hotelaria e combustiveis, entre outros.

1 de setembro de 2009

AO MELHOR TEMPO

Luís Delgado, António Borges e Jaime Pires, conseguiram os três primeiros lugares da geral na Prova de Perícia – Cidade de Bragança
No dia 29 de Agosto, sábado, o Nordeste Automóvel Clube e a Câmara Municipal de Bragança imprimiram, neste ano de 2009, mais uma prova de perícia, que teve início, desta feita, por volta das 22h00, na habitual Avenida Sá Carneiro.
Numa noite de temperatura amena, propícia à prática do desporto automóvel, e com uma massa humana apetecível, os brigantinos apoiaram em força os 17 pilotos participantes no decorrer de todo o trajecto da prova, que foi dividida em três divisões. A Divisão I, para automóveis de tracção à frente (incluindo transformados), a Divisão II, para carros de tracção traseira (onde se incluem também os transformados), e por último, a Divisão III, para automóveis sem alterações de origem. Em disputa, estiveram 1500 euros distribuídos pelas três divisões ou categorias, sendo que em primeiro lugar ficou Luís Delgado, que ganhou a Geral e também a Divisão II, com o melhor tempo, 45.92 segundos, depois seguiram-se António Borges e Jaime Pires com um tempo de 46.87 e 47.38, respectivamente. Quanto à Divisão I, Jorge Almeida não deixou os seus créditos por mãos alheias e veio mais uma vez a Bragança para lutar pela vitória. Seguiram-se nesta Divisão Fernando Dias e Armando Edra. Já na Divisão III, Paulo Borges não teve oposição, tal a diferença registada no cronómetro, para os segundo e terceiro classificados, Joaquim Rodrigues e Carlos Balsa. No final da Prova de Perícia, procedeu-se à entrega de prémios no bar Lagoa Azul, onde foi visível o contentamento de pilotos e Organização. O Nordeste Automóvel Clube, no encerramento de mais um evento de desporto motorizado, aproveita para agradecer a todos os participantes, patrocinadores e Bombeiros Voluntários de Bragança, prometendo mais provas para o próximo ano e comprometendo-se a avançar, em 2010, com uma Prova Especial na Zona da Quinta da Braguinha, cujos moldes serão como habitualmente anunciados com o Calendário de Actividades do próximo ano.

MISS EMIGRANTE ELEGE...

Em double premiere (dupla estreia), quer na capital do Nordeste, quer numa iniciativa do género, Carla Matadinho serviu de anfitriã à Miss Emigrante protagonizada por iniciativa do BragançaShopping
“Bragança fica muito longe, para quem vem lá de baixo é um grande esticão! Mas as pessoas são cinco estrelas, muito bonitas, uma gastronomia óptima e adorei ser recebida por vós”, anuncia em simpatia Carla Matadinho, no seu primeiro trabalho em Bragança. “Vou ficar cá a dormir esta noite e amanhã ainda quero visitar o castelo, conhecer um pouco mais desta cidade lindíssima”, termina a apresentadora da Miss Emigrante 2009, que teve lugar dia 21 de Agosto, no BragançaShopping.
Quanto ao desfile, Mariema Gonçalves, afirma ter ficado bastante agradada com a receptividade do público, da cidade e respectiva comunidade emigrante, “Enfim, palavras para quê? Casa cheia! Satisfação das pessoas, meninas bonitas, foi mais que conseguido o nosso objectivo. Em princípio, a nossa ideia é, no ano seguinte, voltar a concretizar este evento, não da mesma forma, mas penso que será, definitivamente, uma iniciativa a repetir”, conclui a directora do shopping.
A princípio havia cerca de 30 candidatas, depois de duas eliminatórias restaram apenas 10 para a grande final, onde apenas três foram as eleitas. A Miss Emigrante, Joana Martins Gonçalves, e duas damas de honor. O processo de selecção foi levado a cabo por um júri composto por quatro elementos, Jorge Nunes, Paulo Xavier, Carlos Ramalho e Mariema Gonçalves, que não só avaliaram os atributos físicos das candidatas, como também a sua simpatia e o seu carácter social e ambiental relativo aos problemas da nossa sociedade, ou seja, a postura única de cada uma em geral.
Desenvolvidas várias actividades que foram em torno da eleição da Miss Emigrante, entre elas, a oportunidade das candidatas visitarem o castelo, bem como a cidade e suas várias artérias, percorridas no comboio turístico e, no próprio dia do desfile, no Azibo, a louvar uma acção de sensibilização para limpeza das suas praias fluviais.

Miss Emigrante 2009, a primeira
Com pais emigrantes e, actualmente, a morar em Vinhais, Joana Martins Gonçalves, de 21 anos, estudou na Covilhã onde tirou a Licenciatura em Jornalismo. Agora, de armas e bagagens para Lisboa, irá tentar a sua sorte, profissionalmente falando, pensa que para ter sucesso será preciso começar na capital, onde fará por trabalhar em televisão. “Temos que ir à luta e aí vou eu! Esse é o meu mundo, o jornalismo, não a moda”.

ALIMENTAR SALUTAR

Numa de muitas parcerias com o Restaurante Académico, a Junta de Freguesia da Sé colocou os bons hábitos alimentares à mesa com as criançasPaulo Xavier marcou presença durante a tarde aquando da confecção, por parte de 5 crianças, daquilo que viria a ser o jantar. “Como primeira actividade do género, havia alguma ansiedade natural”, afirma o presidente de junta, “temos a sorte de possuir uma equipa de monitores transversal, inclusive uma dietista, Cátia Cavaco, responsável por esta iniciativa. Aproveitámos a sua valência para organizar algo diferente e podermos assim continuar a diversificar as nossas actividades. Sobretudo esta que tem a ver com uma alimentação saudável e que é tão importante para a saúde das nossas crianças. Hoje em dia, é preciso um cuidado especial e uma atenção permanente, já que, muita comida há que pouco vale”. “Pretendíamos”, segundo Paulo Xavier, “fazer uma avaliação das necessidades nutricionais das nossas crianças, promover hábitos alimentares saudáveis e, por último, organizarem-se equipas pluridisciplinares entre as crianças com o intuito de fazer um livro que contivesse todas as receitas, cerca de 65. Objectivo cumprido. O jantar, feito em conjunto com as crianças e o Restaurante Académico, celebra o final de um mês de Julho rico e diversificado”. Manuel Fernandes esclarece que, “quando seleccionamos os monitores, há uma intenção bem definida e orientada que nos permite depois desenvolver outro tipo de actividades de âmbito e contexto pré-programado, é o caso da dietista que contratámos”. “As estimativas relativas à obesidade em Portugal, assim como no resto do mundo, são catastróficas, não é o caso das crianças da junta mas porque não prevenir em vez de remediar. Essa é a forma de agir correcta”, conclui o chefe do departamento de desporto e lazer da Junta de Freguesia da Sé.
Com 4 monitores de serviço responsáveis pelas crianças desde a manhã ao final da tarde, e com visitas recorrentes às várias instituições da cidade, como a PSP, GNR, Parque Natural de Montesinho, hipismo na Associação Equestre de Bragança, entre outras actividades, decidiu-se, desta feita, previligiar uma alimentação saudável.

Num jantar que contou com perto de uma centena de pessoas, Cátia Cavaco agiu de anfitriã para pais e crianças, ao lado de outras figuras da junta, nomeadamente do presidente. Comida saudável, sem dúvida, mas que não agradou a gregos e troianos, isto porque, “não podemos comer só aquilo que gostamos mas devemos antes comer aquilo que devemos e que, a curto, médio e longo prazo, nos trará certamente benefícios profícuos”, defende a dietista que uniu crianças ao redor de tachos e panelas numa experiência que divertiu tudo e todos, incluindo os mais apreensivos a princípio.

A MONTRA DAS BANDAS BRIGANTINAS

Stone Age, Parede Sem Fachada, Via Latina, B´Five, The Band, SKA, Low 5 e Blackhole, foram apenas algumas das bandas ouvidas na praça
Os concertos na Praça Camões começaram no domingo, dia 26 de Julho, com uma das bandas mais antigas da cidade de Bragança, Stone Age, para terminarem no dia 14 de Agosto com os Dremm, um dia antes de se iniciar a Festa da História no castelo.
Segundo Paulo Xavier, “as verbenas eram uma tradição antiga perdida no tempo há mais de 30 anos e recuperada em 1998 por iniciativa da Junta de Freguesia da Sé”. Actualmente, no âmbito da comissão das festas da cidade de Bragança, continuam a ser uma “espécie de introdução” às festividades propriamente ditas e desempenham um papel importantíssimo para jovens e bandas de Bragança. Quando houve essa reactivação, havia já “uma perspectiva muito clara, colocar no palco aqueles músicos da região que têm poucas oportunidades de se mostrarem à nossa gente e que pudessem ter uma noite deles em que pudessem dedicar a sua música à família, aos amigos”.
O facto é que há hoje mais de 20 bandas de garagem, ao contrário do que acontecia antes de 1998, onde havia apenas 4 ou cinco bandas porque miúdos queriam tocar, ter um palco e a oportunidade de mostrarem o seu trabalho, mas simplesmente não tinham onde nem quem os ajudasse a concretizar esse sonho. “Com um palco ao seu dispor, as bandas sentem-se incentivadas e as verbenas conferem, precisamente, a motivação e a oportunidade para elas mostrarem o seu valor, esse foi o pensamento que esteve na base dos nossos objectivos”, reitera Paulo Xavier. O mesmo acontece no Dia Mundial da Música, promovido também pela JFS, “falamos, por vezes, de 100 músicos em palco, algo extraordinário, apoiamos as bandas, inclusive a produzir os seus cds e a evolução tem sido notória ao longo destes últimos anos”, certifica o presidente, que termina declarando que, “tanto as verbenas, como o Dia Mundial da Música fazem parte integrante do nosso plano cultural e das nossas actividades, o que está em causa é apoiar directamente os jovens para que eles possam gravar e auto-promover-se”.
Enquanto os jovens andam ocupados com a música, não se metem noutras coisas, falava-se na Praça Camões. Mas também a nível económico, as verbenas são um bem essencial para escolas de música e casas de instrumentos, gerando todo um negócio paralelo e que ajuda à nutrição do mercado citadino.