31 de julho de 2012

"CONSTRUIR UMA EQUIPA PARA O FUTURO"



Nomeado: Tiago Asseiro (Clube Académico de Bragança)
Cargo técnico: Treinador dos Infantis de Hóquei em Patins
Idade: 30
Profissão: Professor de Educação Física


Entrevista:


1 – Integrada na Associação de Patinagem do Porto, que classificação, quer no Torneio de Abertura, quer no Torneio de Encerramento, é que a tua equipa alcançou?


R: No primeiro alcançámos o sétimo lugar e, no Torneio de Encerramento, não conseguimos melhor que o nono lugar. 



2 – Quais eram as tuas expectativas antes do início da época desportiva 2011/12?


R: As expectativas eram dar patinagem e competição aos atletas, visto tratar-se de uma equipa com pouca ou nenhuma experiencia na competição e de miúdos com muito pouco tempo de patinagem. 



3 – Ficaste satisfeito com os resultados obtidos ou, sinceramente, esperavas algo mais?


R: No torneio de abertura obtivemos um bom resultado comparado com o torneio de encerramento, onde inclusive jogámos contra algumas das melhores equipas nacionais como, por exemplo, o Futebol Clube do Porto, o Gulpilhares e o Valongo. Falamos das melhores escolas de hóquei do país. No torneio de encerramento a classificação podia ter sido melhor, pois em muitos jogos estivemos a vencer até ao último minuto e devido à nossa falta de experiência e competitividade não conseguimos segurar a vitória. Isso aconteceu em cinco ou seis jogos, o que nos roubou muitos pontos. 



4 – Qual é o balanço que fazes deste campeonato?


R: É sempre um balanço positivo quando se vê uma evolução coletiva e individual da equipa. E a prova disso foram os jogos que fizemos no Torneio Triangular organizado pelo Académico ainda este mês. Se compararmos esta equipa de fim da época com a que iniciou o campeonato vê-se, claramente, que está mais consistente, tanto ao nível técnico como táctico.  



5 – Haverá quem te critique por teres optado rodar toda a equipa em detrimento de apostares na vitória. Inclusive, alguns dos pais dos jogadores. Como é que tu reages a essas críticas?


R: Essas são críticas sem qualquer fundamento. Quando estamos a falar de um dos primeiros escalões de formação onde, na minha opinião, devia ser obrigatório que todos os elementos jogassem, à imagem do que acontece nos escalões de benjamins e escolares.

Sempre foi filosofia do Clube a formação de atletas e jovens, independentemente dos resultados. Apesar de, claro, todos gostarmos de vencer e de esse ser um factor de motivação, para além de um objetivo para todos os jogos. Mas quando se entra em competição com uma equipa tão nova, onde o principal objectivo é adquirir experiência, técnica e construir uma equipa para o futuro, jogarem cinco ou seis miúdos e só esses evoluírem e não dar aos outros essa oportunidade e igualdade não faz sentido. Não me arrependo de ter feito isso e fi-lo sempre a pensar no crescimento destes miúdos. Sem essas oportunidades, teríamos hoje uma equipa desequilibrada e, provavelmente, sem futuro.  



6 – Então, o facto de teres incluído jogadores dos escolares nos infantis foi uma mais-valia?


R: Sem dúvida que foi uma mais-valia porque se tratavam de jogadores altamente competitivos que trouxeram muito à equipa e isso permitiu aos mais velhos jogarem num ritmo mais elevado e crescerem também como jogadores. 



7 – Enquanto ex-jogador, como é que analisas o facto de haver apenas uma equipa transmontana no campeonato do Porto? Achas que isso prejudica a formação academista?


R: Prejudica-nos em relação às viagens que temos que fazer quando jogamos fora. Como são muitos quilómetros o cansaço é bastante evidente em alguns dos encontros, que são todos na zona do Porto. Esse facto é prejudicial à modalidade, pois não se desenvolve tanto no interior. No que diz respeito ao Clube Académico de Bragança, tem lutado e feito um esforço admirável para o desenvolvimento do hóquei em patins na cidade e na região. 



8 – Poder-se-á afirmar que o hóquei em Trás-os-Montes já conheceu melhores dias. Na tua opinião, achas que estamos a trilhar um caminho que nos poderá levar de novo à glória de outros tempos ou pensas que isso será impossível?


R: O hóquei em patins em Bragança começou novamente do zero. No espaço de três, quatro anos, triplicámos o número de atletas. De cerca de 40, apontamos esta época para mais ou menos 120 e duplicámos também o número de equipas em competição. Ou seja, de duas passámos para quatro e isso é de louvar. O hóquei é uma das modalidades mais complexas que existe e, sem dúvida, uma das mais difíceis de aprender e, por isso, leva o seu tempo. No entanto, penso que o trabalho que está a ser desenvolvido pela direção e por todos os treinadores dará os seus frutos no futuro e devolverá ao Académico o estatuto em tempos adquirido como um dos melhores clubes de formação a nível nacional.



9 – Para terminar, o que é esperas alcançar na próxima temporada? O que é que seria para ti um bom campeonato?


R: A época de 2012/13 será para nós um grande desafio. A meu cargo terei a equipa de iniciados, constituída por 14 atletas, sendo que quatro serão infantis. Quanto aos objetivos, estes passam por tentar construir uma equipa competitiva e equilibrada que alcance a melhor classificação possível. Mas, mais importante ainda, pretendo formar atletas e jovens.


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