No espaço de um mês, duas feiras ficaram quase sem efeito devido às condições climatéricas adversas
Apesar de ter sofrido algumas melhorias, o espaço da feira de Bragança continua sem oferecer as devidas condições, sobretudo, quando chove com intensidade. Já no mês de Dezembro, bem antes do Natal, e numa das feiras mais importantes do ano, foi a neve a causar prejuízo, impedindo os comerciantes de trabalhar. Em Janeiro, mais concretamente no dia 12, foi a chuva abundante que fez com que muitos não conseguissem trabalhar, sobretudo, aqueles que montaram tenda na parte inferior do recinto.
“No Natal, vim da Covilhã para Bragança na véspera da feira, mas depois não montei a tenda porque havia muita neve”, revelou Valdemar Costa. Este feirante culpa a Câmara Municipal de Bragança (CMB) pela actual falta de condições, principalmente, quando chove, “Puseram o alcatrão mas só para o povo, para os feirantes trabalharem é só lama! Quando chove temos que andar de galochas! A Câmara é que devia por aqui o alcatrão, nem que fosse um bocado de gravilha.”, afirmou o comerciante.
Por essa razão, vários feirantes foram à CMB exigir melhores condições e esta garantiu-lhes que, com uma melhoria do tempo, será deitada gravilha para fazer face a condições climatéricas mais adversas, sobretudo, quando chove intensamente. Isto porque, é da opinião geral que, Bragança é, actualmente, a cidade que oferece menos condições aos seus feirantes. “É só lama e frio!”, protestou Valdemar Costa, feirante há mais de 20 anos.
Entretanto, foram efectuadas algumas melhorias no recinto, como o piso alcatroado, nivelação de patamares, vedação e duas entradas. “Medidas transitórias”, segundo o vice-presidente da CMB, Rui Caseiro, mas manifestamente insuficientes, na opinião dos feirantes com quem o Jornal Nordeste falou, já que, os seus locais de trabalho continuam sobre terra que, quando chove, é transformada em lama.
Recorde-se que a CMB adquiriu os terrenos do antigo Quartel de Bragança, para instalar, de forma definitiva, a feira da cidade. “Dentro de dois anos, sensivelmente, os comerciantes terão um dos melhores espaços de feira do país, numa zona central da cidade, dotado de um piso totalmente pavimentado e de todas as condições”, referiu o autarca.
Maria Costa, Guimarães, Feirante há 18 anos
“Aqui em Bragança foi sempre mau. Puseram alcatrão, o recinto está mais amplo, tem outras condições que o estádio não tinha, mas deviam alcatroar o recinto todo e não apenas onde passa a procissão porque isto com o tempo de chuva é como se estivéssemos no rio, é igual. Também deviam pôr aqui uns quartos de banho e o recinto devia ser todo coberto como, de resto, acontece em Vila Real. No Natal, vim até aqui, mas não consegui trabalhar.”
José Maria Pinto, Paços de Ferreira, Feirante há 25 anos
“Colocaram um bom piso para os clientes, mas esqueceram-se dos feirantes que têm de estar todo o dia parados no mesmo sítio. Quando chove, isto parece um mar de lama e temos de andar de galochas, senão molhamo-nos todos. Preocuparam-se com todos, menos connosco. Deviam ter colocado alcatrão também no nosso local de trabalho. Ao menos que tivessem deitado um pouco de gravilha. Só isso já remediava a situação.”
Maria do Rosário, Guimarães, Feirante há 38 anos
“Esta feira está indecente! Alcatroaram por onde passam os carros e os clientes e nós passamos todo o dia com os pés metidos na lama! A Câmara já devia ter resolvido esta situação há muito tempo. Que é que lhes custava colocar um pouco de gravilha? O meu vizinho do lado tem o carro completamente atolado na lama. O meu não está porque é uma Mercedes de tracção à frente, senão ficava enterrada igual. Bragança não tem condições. Deviam alcatroar isto ou, no mínimo, porem gravilha! Tenho os pés todos molhados e estou de botas!”
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