7 de dezembro de 2011

O ÊXITO É A SUA FORÇA MOTRIZ

Lutadores dão prestígio nacional a uma região que pouco ou nada faz por eles em termos de patrocínios
O "Ladies Open e Jovem Promessa do Futuro", em Light-Kick, decorreu em Loures no passado sábado. Com quatro lutadores a representar a região, a Associação de Desportos de Combate de Macedo de Cavaleiros (ADCMC) obteve, mais uma vez, um desempenho preponderante que esmagou a “concorrência”, ao vencer seis dos quatro combates em que participou.
Clicia Queiroz e Carolina Cadavez venceram dois combates cada e conquistaram o primeiro lugar nas categorias +65kg e -60kg, respectivamente. Ambas souberam contrariar com mestria as expectativas das suas oponentes. Clicia ganhou pela segunda vez na sua categoria e mantém-se, assim, invicta nas modalidades de Light-Contact e Light-Kick na sua sétima época em competição. Um feito extraordinário. Carolina, na final, forçou a sua adversária a desistir logo no primeiro round. Uma estreia de luxo no escalão sénior de uma lutadora transmontana que promete dar que falar. Já Tânia Afonso, em -55kg, teve o infortúnio de defrontar nos quartos de final a atleta que viria a vencer a categoria. Hélder Leonardo estreou-se no mundo da competição, em -57kg, alcançando um brilhante terceiro lugar.  
No entanto, estas grandes prestações podem estar comprometidas pela falta de apoios a que estão sujeitos os melhores atletas de Trás-os-Montes em artes marciais. “Infelizmente faltam apoios, mas isso é algo com que nos temos debatido ao longo destes anos. Seria muito fácil termos um patrocinador, bastaria que conhecessem o nosso trabalho e se deslocassem a uma competição”, esclarece o professor de Muay Thai e Kick-Boxing, Luís Durão. “Contamos só com a autarquia de Macedo e sem ela seria impossível cumprirmos o plano de actividades. Mas este apoio vem repartido em duas ou três prestações e nem sequer chega a horas, o que faz com que tenhamos de eliminar algumas provas”, continua o perito em artes marciais, referindo uma verba aproximada de 2000 euros por época. Luís explica que só divulga os valores com que lidam para que as pessoas possam constatar o mérito do seu trabalho. “Torna-se impossível participar em várias provas, tendo em conta que quatro atletas gastam, no mínimo, 300 euros numa deslocação a Lisboa”, reconhece.

A agravar a situação está a distância. “O facto de estarmos longe de tudo faz com que os gastos nas deslocações sejam enormes com despesas como o combustível, portagens, dormidas e alimentação. O próprio cansaço dos atletas contribui para que, depois, tenham uma rodagem inferior a outras escolas”, conclui.
Certo é que a ausência de um patrocinador sério e credível condiciona, de sobremaneira, os sonhos dos nossos lutadores, mas nunca os seus resultados, pois esses, dificilmente, poderiam ser mais grandiosos.

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