Nomeado: Tiago Asseiro (Clube
Académico de Bragança)
Cargo técnico: Treinador dos
Infantis de Hóquei em Patins
Idade: 30
Profissão: Professor de Educação
Física
Entrevista:
1 – Integrada na Associação de Patinagem do Porto, que classificação,
quer no Torneio de Abertura, quer no Torneio de Encerramento, é que a tua
equipa alcançou?
R: No primeiro alcançámos o
sétimo lugar e, no Torneio de Encerramento, não conseguimos melhor que o nono
lugar.
2 – Quais eram as tuas expectativas antes do início da época desportiva
2011/12?
R: As expectativas eram dar
patinagem e competição aos atletas, visto tratar-se de uma equipa com pouca ou
nenhuma experiencia na competição e de miúdos com muito pouco tempo de
patinagem.
3 – Ficaste satisfeito com os resultados obtidos ou, sinceramente,
esperavas algo mais?
R: No torneio de abertura
obtivemos um bom resultado comparado com o torneio de encerramento, onde
inclusive jogámos contra algumas das melhores equipas nacionais como, por
exemplo, o Futebol Clube do Porto, o Gulpilhares e o Valongo. Falamos das
melhores escolas de hóquei do país. No torneio de encerramento a classificação
podia ter sido melhor, pois em muitos jogos estivemos a vencer até ao último minuto
e devido à nossa falta de experiência e competitividade não conseguimos segurar
a vitória. Isso aconteceu em cinco ou seis jogos, o que nos roubou muitos
pontos.
4 – Qual é o balanço que fazes deste campeonato?
R: É sempre um balanço positivo
quando se vê uma evolução coletiva e individual da equipa. E a prova disso
foram os jogos que fizemos no Torneio Triangular organizado pelo Académico
ainda este mês. Se compararmos esta equipa de fim da época com a que iniciou o
campeonato vê-se, claramente, que está mais consistente, tanto ao nível técnico
como táctico.
5 – Haverá quem te critique por teres optado rodar toda a equipa em
detrimento de apostares na vitória. Inclusive, alguns dos pais dos jogadores.
Como é que tu reages a essas críticas?
R: Essas são críticas sem qualquer
fundamento. Quando estamos a falar de um dos primeiros escalões de formação
onde, na minha opinião, devia ser obrigatório que todos os elementos jogassem,
à imagem do que acontece nos escalões de benjamins e escolares.
Sempre foi filosofia do Clube a
formação de atletas e jovens, independentemente dos resultados. Apesar de, claro,
todos gostarmos de vencer e de esse ser um factor de motivação, para além de um
objetivo para todos os jogos. Mas quando se entra em competição com uma equipa tão
nova, onde o principal objectivo é adquirir experiência, técnica e construir
uma equipa para o futuro, jogarem cinco ou seis miúdos e só esses evoluírem e
não dar aos outros essa oportunidade e igualdade não faz sentido. Não me
arrependo de ter feito isso e fi-lo sempre a pensar no crescimento destes miúdos.
Sem essas oportunidades, teríamos hoje uma equipa desequilibrada e,
provavelmente, sem futuro.
6 – Então, o facto de teres incluído jogadores dos escolares nos infantis
foi uma mais-valia?
R: Sem dúvida que foi uma
mais-valia porque se tratavam de jogadores altamente competitivos que trouxeram
muito à equipa e isso permitiu aos mais velhos jogarem num ritmo mais elevado e
crescerem também como jogadores.
7 – Enquanto ex-jogador, como é que analisas o facto de haver apenas
uma equipa transmontana no campeonato do Porto? Achas que isso prejudica a
formação academista?
R: Prejudica-nos em relação às
viagens que temos que fazer quando jogamos fora. Como são muitos quilómetros o
cansaço é bastante evidente em alguns dos encontros, que são todos na zona do Porto.
Esse facto é prejudicial à modalidade, pois não se desenvolve tanto no
interior. No que diz respeito ao Clube Académico de Bragança, tem lutado e feito
um esforço admirável para o desenvolvimento do hóquei em patins na cidade e na
região.
8 – Poder-se-á afirmar que o hóquei em Trás-os-Montes já conheceu
melhores dias. Na tua opinião, achas que estamos a trilhar um caminho que nos
poderá levar de novo à glória de outros tempos ou pensas que isso será
impossível?
R: O hóquei em patins em Bragança
começou novamente do zero. No espaço de três, quatro anos, triplicámos o número
de atletas. De cerca de 40, apontamos esta época para mais ou menos 120 e duplicámos
também o número de equipas em competição. Ou seja, de duas passámos para quatro
e isso é de louvar. O hóquei é uma das modalidades mais complexas que existe e,
sem dúvida, uma das mais difíceis de aprender e, por isso, leva o seu tempo. No
entanto, penso que o trabalho que está a ser desenvolvido pela direção e por
todos os treinadores dará os seus frutos no futuro e devolverá ao Académico o
estatuto em tempos adquirido como um dos melhores clubes de formação a nível
nacional.
9 – Para terminar, o que é esperas alcançar na próxima temporada? O que
é que seria para ti um bom campeonato?
R: A época de 2012/13 será para
nós um grande desafio. A meu cargo terei a equipa de iniciados, constituída por
14 atletas, sendo que quatro serão infantis. Quanto aos objetivos, estes passam
por tentar construir uma equipa competitiva e equilibrada que alcance a melhor
classificação possível. Mas, mais importante ainda, pretendo formar atletas e
jovens.