6 de novembro de 2009

O ORIENTE NO OCIDENTE


“Impressões do Oriente” em exposição no Museu do Abade de Baçal

Inaugurada no dia 23 de Outubro, a exposição fotográfica de originais do século XIX remete-nos para a “Antiguidade Oriental antes da Arqueologia”. “Impressões do Oriente”, de seu nome, esta colectânea de obras exibidas ao público no Museu do Abade de Baçal, vem para Bragança devido ao esforço do Instituto dos Museus e da Conservação. José Pessoa, comissário desta mostra em particular e técnico de fotografia e radiografia para a Conservação de Obras de Arte, decifra-nos esta colecção, “são cerca de 70 provas do século XIX, as primeiras fotografias que chegaram à Europa vindas do Oriente. São imagens entre 1850 e 1890 que encontrámos nos espólios de vários museus, algumas provas soltas que nos permitiram constituir este conjunto que nos mostra monumentos, ruas, poços, rios, animais e as vidas das gentes do Oriente antes da chegada da arqueologia e do turismo”.
Além das fotografias, reuniu-se algum material que existia no Museu da Escola de Arqueologia e que contribui para aumentar o grau de interesse da colecção apresentada em Bragança, nomeadamente, uma câmara de 1860, outra de 1880 e, ainda, outra de 1890, que nos mostram três etapas fundamentais da história do processo fotográfico.

Na antítese do Ocidente, os processos fotográficos eram tão complicados que cada fotógrafo precisava de uma tenda e de uma logística enorme para poder executar o seu trabalho. Com elevadas temperaturas, ficavam sujeitos a terríveis vapores químicos como o cianeto de potássio. No entanto, as dificuldades do Oriente desempenharam um grande teste para a fotografia e para a sua evolução técnica, resultando num impacto transversal na Europa daquele tempo. Este fenómeno permitiu, assim, um desenvolvimento da arqueologia, da história e do “interesse pelo passado em relação ao futuro”, regista José Pessoa.

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