27 de fevereiro de 2010

"O PESO DA TRADIÇÃO"

Feira de Artesanato de Torre de Moncorvo será reformulada, bem como programa da Amendoeira em Flor, no qual está inserida

Dia 20 de Fevereiro, foi inaugurada a XXIV edição da Feira de Artesanato de Torre de Moncorvo, um dos ex-líbris das Festividades da Amendoeira em Flor, que decorrerá até ao dia 28 do corrente, no Pavilhão Municipal.
Neste marco inquestionável da região moncorvense, ou não se realizasse ele há 24 anos, poderá encontrar diferentes tipos de artesãos, oriundos de outras tantas cidades, cujas especialidades passam por vestuário, madeira criativa, filigrana em prata, arte sacra, licores, faiança pintada à mão, vitral, bazar, brinquedos, e tantas mais formas de artesanato tradicionais.
Na opinião do presidente da autarquia moncorvense, Aires Ferreira, o programa da Amendoeira em Flor deve ser equacionado. Uma das alterações poderá ser na animação musical nocturna dos fins-de-semana. “Penso que não se justifica, pois, hoje em dia, grande parte do turismo da Amendoeira não dorme, regressa. Ou seja, estamos a gastar dinheiro numa animação, essencialmente destinada aos residentes. Mais lógica teria fazermos essa animação no sábado e domingo à tarde. Mas estamos com esse peso da tradição!”, releva o edil. Que realça, “embora as camas esgotem, pois a nossa capacidade hoteleira é escassa, cerca de 200 camas, o número de visitantes que fica para dormir é residual. Estamos a falar de 4 ou 5 autocarros, quando há 20 anos, chegavam a vir 80 autocarros. Mas esses tempos acabaram.” Para além do decréscimo no número de autocarros, o autarca reconhece também aquilo que ele diz ser uma “alteração qualitativa”. Ou seja, cada vez menos autocarros e cada vez mais auto-turismo ligeiros.
Parte da solução para a reformulação do programa da Amendoeira em Flor reside no futuro Centro de Artes e Eventos, um investimento de 2,5 milhões de euros que permitirá realizar os espectáculos em recintos cobertos, atraindo um maior número de visitantes a Torre de Moncorvo. “Não temos espaços cobertos onde possamos proporcionar um espectáculo que não seja ao ar livre. Dessa forma, o frio e a chuva, no mês de Fevereiro, acabam por afastar o público. Quando conseguirmos realizar esses espectáculos em recintos cobertos, haverá mais procura e, aí sim, poderemos reformular todo este programa da Amendoeira em Flor”, assevera Aires Ferreira.
Depois do almoço oficial de inauguração da Feira de Artesanato, aberto a um número restrito de convidados e comunicação social, no Restaurante típico “O Lagar”, estreou-se a exposição de desenho e pintura “Sem Escola, nem Escala”, com cerca de 30 trabalhos de Gomes da Rocha, no Centro de Memória de Torre de Moncorvo.
A partir das 16h, a Biblioteca Municipal acolheu a apresentação do livro “Na Intuição do Tempo”, de António Sá Gué. Este escritor, nascido em Carviçais, presenteia-nos um romance alegórico que demonstra as angústias vividas pelo cidadão comum e questiona os caminhos seguidos pela humanidade, numa metafórica viagem de comboio.
Na Feira de Artesanato, para além do presidente da autarquia, estiveram presentes diversas individualidades, como o Governador Civil de Bragança, Jorge Gomes, e o Chefe de Projecto de Estrutura de Missão do Douro, Ricardo Magalhães. A cerimónia de abertura contou também com a actuação da sempre afinada Banda Filarmónica do Felgar, no largo da Corredoura.
Recorde-se que, no último fim-de-semana do mês de Fevereiro, outro grande acontecimento terá lugar em Moncorvo. Desta feita, será a Feira dos Produtos da Terra, um certame que tem sido, ainda mais concorrido, nos últimos anos, que a mui célebre Feira de Artesanato.

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