23 de fevereiro de 2010

"UM BEM DE LUXO"

FACTOS

Nomeado – António Frias
Tempo – 42 anos
Lugar – MotoFrias
Origem – Bragança
Ofício – Empresário/Comerciante
Data de Nascimento – 12/07/1967
Signo – Caranguejo

ENTREVISTA

1 @ Como é que começou a tua relação com as motas e em que idade?

R: Desde tenra idade. Comecei com as bicicletas, depois o bichinho passou para as motas, cuja condução era mais suave e não necessitava de empregar tanto esforço. Aos 16 anos, tive a minha primeira mota, uma DT 50, que não foi comprada nem oferecida, mas antes emprestada por um amigo e mantida por muito tempo. Depois, arranjei cliente para essa mota e comprei uma DT 125. Essa, podemos considerar, de facto, como tendo sido a minha primeira mota, pois foi aquela que eu comprei com o meu próprio dinheiro.

2 @ Como é que surgiu a ideia de montares um negócio relacionado com motas?

R: Eu até gostava mais de andar do que estar, propriamente, no negócio das motas. Um amigo meu abriu um stand e eu, curioso, fiquei com ele a ajudar e a trabalhar com ele durante alguns anos. Até que houve um desentendimento na nossa relação comercial, fiz uma pausa, e de seguida, pressionado por alguns amigos ligados às duas rodas, fui quase que obrigado a abrir, novamente, um stand. E aqui estou hoje, ainda, passados nove anos.

3 @ Como é que definirias o teu sentimento pelas duas rodas?

R: Posso-te dizer que será um sentimento de paixão, porque gosto mesmo muito de motas, de as utilizar em lazer, mais do que estar aqui a vendê-las, se bem que não me desagrada o negócio que as envolve.

4 @ Descreve-nos o cenário motard em Trás-os-Montes, nomeadamente, em Bragança.

R: O cenário é negro! A vertente comercial está estagnada, já que, desde há uns cinco anos, as pessoas perderam grande parte do seu poder de compra, o que se reflectiu nas vendas e nas reparações em cerca de 50%. Se as pessoas não compram, por sua vez, não vão andar. Se não circulam, não necessitam de peças de desgaste, como pneus, pastilhas de travão, há a infelicidade de se ter uma queda e nós ganhamos com o azar dos outros. Mas, actualmentem, circula-se cada vez menos.

5 @ Como é que é a tua relação com o Moto Cruzeiro?

R: É uma relação deveras saudável. Sou sócio-fundador do clube e sempre que é necessária a minha colaboração, aqui estou de braços abertos.
6 @ Nos princípios dos anos 90, Bragança teve a segunda maior concentração motard de Portugal. Hoje em dia, é tão somente mais uma. O que é que aconteceu, entretanto, que tivesse provocado um decréscimo tão grande no número de participantes?

R: A concentração baixou como todas as outras a nível nacional. A nossa tinha uma grande vantagem, ser a única realizada no mês de Agosto. Isto, em 94, sensivelmente. Passados dois ou três anos, passou a haver a concentração de Góis, também no mesmo mês. E as duas eram muito boas! Também no Nordeste Transmontano, não havia concentrações, tirando a nossa. O que fazia com que muitos motards, do Algarve, Alentejo, Lisboa e restantes regiões, fizessem por vir a Bragança passear, com o intuito de conhecerem um pouco de Trás-os-Montes. Depois, começaram as concentrações em todos os lugares, inclusive, no distrito de Bragança, em Vinhais, por exemplo, Vimioso e Izeda. Mas não as podemos designar como concentrações. Será, talvez, mais um juntar de grupos, numa festa motard de fim-de-semana.

7 @ Vendem-se mais motas novas ou usadas?

R: É um misto, mas o que se vende mesmo mais são as motas caras, ao invés de serem as mais acessíveis. Penso que andar de mota é um luxo, sobretudo, em Bragança, pois não precisamos dela nem para nos deslocarmos, nem para trabalharmos. Nas grandes cidades, verificam-se essas necessidades, pois, devido ao trânsito, compensa circular e trabalhar em duas-rodas. Na nossa região, as motas são para quem gosta e servem, essencialmente, para passear ao fim-de-semana. Daí serem consideradas um bem de luxo.

8 @ O que é que consideras ser inaceitável num amante das duas rodas?

R: Não respeitar outro motard. Sobretudo, quando se viaja em grupo.

9 @ Se pudesses escolher um destino para uma viagem de mota, qual seria?

R: A Ilha de Man (Isle of Man), em Inglaterra, para assistir às duas semanas de corridas num dos maiores eventos anuais do desporto motorizado, em pleno circuito citadino. Penso que será o sonho de um qualquer piloto, esteja ou não em competição.

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