19 de fevereiro de 2011

"OBRAS ESCOLHIDAS" A DEDO

Graça Morais, ausente, e Rui Sanches em exposição com escultura, pintura e desenho representativos das curvílineas femininas e formas geométricas, respectivamente

Decorreu, no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CACGM), a inauguração de duas exposições. Rui Sanches e Graça Morais são os artistas de quem se fala, com “Obras escolhidas” e “Metamorfoses – Pintura e desenho”, respectivamente. E enquanto que o primeiro esteve presente, explicando em género de introdução parte da sua obra, a congénere transmontana não pôde comparecer.
Nascido em Lisboa no ano de 1954, Rui Sanches apresentou em Bragança uma exposição realizada de acordo com uma criteriosa selecção de desenhos e esculturas. Trata-se de uma ilustração, em jeito de sinopse, dos períodos mais representativos do percurso do artista, iniciado em 1984. “Para a construção da sua gramática escultórica, Sanches socorre-se de materiais triviais, transformados industrialmente, como contraplacados de madeira, fragmentos de canalizações, vidros, espelhos ou mesmo a luz. Marcantes no seu início de carreira, a hegemonia das formas geometrizadas foram preteridas, a partir da década de 90, por curvilíneas capazes de evocar configurações orgânicas”, refere, no folheto informativo, o comissariado Jorge da Costa. Tal “evolução” convida a uma pluralidade de leituras e transporta os visitantes a distintos pontos de vista oriundos das cerca de 30 peças expostas.
Na sua selecção, o artista teve em conta pormenores como a escala das obras, a harmonia e de que forma estas iriam interagir com o CACGM. “Escolhi as obras por dois critérios. O primeiro, dar uma panorâmica global do meu trabalho e o segundo, peças que se adequassem a este espaço específico onde elas iam ser mostradas”, explicou Rui Sanches.


Numa retrospectiva de significado da sua mostra, o pintor/escultor manifesta: “as minhas obras são fruto de um trabalho contínuo. Quando faço uma peça, ela não aparece isolada, é anterior e aponta já para um percurso futuro. Olhando para trás e vendo estas peças com quase 30 anos, há uma coerência, uma constância que eu penso ser visível para o espectador”.
Individualmente, Rui Sanches exibiu a sua obra, pela primeira vez, em 1984. Na altura, tinha 30 anos. Concluiu a sua licenciatura em Londres e o mestrado em Escultura na Universidade de Yale, um dos estabelecimentos superiores de ensino mais conceituados nos Estados Unidos.
Originária de Trás-os-Montes, mais concretamente de Vieiro, Graça Morais traz-nos uma das suas premissas da década de 80, em que a figura feminina assumia o papel central. Em 2000, amplia-a com uma série de trabalhos que designou de “Metamorfoses”, patentes, agora, no Centro de Arte a que deu o nome e onde, regularmente, expõe os seus quadros. Nesta colecção de desenhos e pinturas, a mulher “não é apenas personagem de dramas íntimos, é protagonista”, lê-se na brochura.

Rui Sanches, escultor

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