3 de fevereiro de 2011

CONTRA A CRISE

Reunião da Associação Cristã de Empresários e Gestores, em Bragança, debate futuro de Portugal

Na passada quinta-feira, decorreu na Estalagem Turismo, um jantar / reunião da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE). A palestra, subordinada ao tema “Portugal tem futuro – A missão dos líderes empresariais”, teve como orador principal o seu presidente, António Pinto Leite.
“Temos um Estado que nos consome metade da riqueza nacional e, portanto, temos um problema. Temos é que o resolver, reduzindo esse peso, de modo a aliviar as empresas e as famílias, quem produz riqueza”, referiu o responsável. A forma de o fazer, de acordo com o entrevistado, seria reduzir a despesa pública para os 40 por cento. “Enquanto o Estado não aliviar a sociedade, a sociedade tem dificuldade em crescer. E enquanto a sociedade não crescer, o Estado tem dificuldade em se financiar para manter o nível de despesa que tem”, continuou. Segundo António Pinto Leite, reduzir a despesa tem de ser feito com “bastante coragem política, senso e sentido social”. Mas é imperativo ser feito.
Para o presidente da ACEGE, a questão da despesa pública tem uma outra face, a “reorientação das prioridades”. “À medida que se vai desperdiçando dinheiro em institutos que não interessam, em pessoal que não é necessário, são milhões de euros que são pagos com os nossos impostos e, depois, não há dinheiro para prestações sociais, que foram congeladas este ano, e também para as verdadeiras prioridades”, defendeu o responsável, numa situação que considera injusta.


De sublinhar que a ACEGE, manifestamente contra a crise, celebrou, recentemente, um protocolo com a Confederação da Indústria Portuguesa no sentido dos fornecedores serem pagos de forma quase imediata. Uma medida que pretende providenciar maior estabilidade ao tecido empresarial e travar o desemprego, pois o atraso nos pagamentos a fornecedores já levou inúmeras pequenas e médias empresas à falência. “Através de estudos na União Europeia, constatou-se uma grande sinistralidade empresarial por causa do não pagamento a tempo entre empresas dos compromissos que assumem”, garantiu António Pinto Leite. Um cenário do qual deriva, na opinião do responsável, “sofrimento social”. “Em Portugal, há uma desculpa terrível. Nós temos um Estado com péssimo comportamento e que é um péssimo exemplo para a sociedade, fazendo exactamente o contrário do que devia”, confessou, revelando que Portugal está em último lugar no ranking dos países europeus com pior tempo de pagamento.


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