19 de fevereiro de 2011

STOP TRÁFICO

A escravidão dos tempos modernos é um fenómeno em pura ascensão e foi debatido entre jovens em vias de profissionalização

Numa acção de sensibilização sem precedentes, em Bragança, vários alunos das escolas secundárias da cidade puderam escutar sábios conselhos e esclarecimentos de quem percebe verdadeiramente do assunto. O tema, sobre a mesa, foi o tráfico de seres humanos. Uma realidade cruel para as vítimas, que não são originárias, apenas, de outros continentes. A Europa, sofre tanto ou mais com esse mesmo flagelo das sociedades modernas. No pavilhão do Instituto Português da Juventude, a Associação para o Planeamento da Família (APF), promoveu o Projecto Alerta Jovens para o Tráfico de Seres Humanos na passada quinta-feira.
A psicóloga e formadora de serviço foi Rita Moreira, da Delegação Norte (Porto) da APF, soube entusiasmar a plateia para a problemática referente ao fenómeno que atinge jovens mulheres, obrigadas a prostituir-se, crianças, usados por redes pedófilas, e adultos, explorados, sobretudo, laboralmente em países que não os seus.


“Vim dirigir-me aos jovens do distrito de Bragança para a prevenção do crime que é o tráfico de pessoas. O objectivo maior é sensibilizar a população alvo, sabendo nós que o tráfico tem os número que tem e que Portugal não é excepção”, explicou Rita, na primeira iniciativa de várias que, depois, se irão suceder por outras vilas e cidades, de norte a sul do país.
Na conjuntura actual, de crise instalada no país, muitos destes jovens, a curto prazo, poderão, eventualmente, ir para fora à procura de emprego e melhores condições de vida. “E acreditarem em ofertas extremamente aliciantes feitas por supostos conhecidos ou através da internet. Eu só quero que eles se consciencializem dos potenciais perigos inerentes”, comenta a especialista, que dirige uma Casa de Abrigo no Porto para mulheres vítimas de tráfico humano, cujo corpo era vendido para a prostituição.
“O tráfico está aí, acontece e quem arrisca pode vir a ser vítima”, concluiu Rita Moreira. Para cerca de uma centena de jovens atentos, a psicóloga referiu os cuidados a ter, como despistar pequenos elementos que aparecem em anúncios fictícios e através de exemplos, conseguiu fazer passar a mensagem de uma realidade diametralmente oposta aos Direitos Humanos.

Rita Moreira, psicóloga e especialista em Tráfico Humano


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