27 de abril de 2012

ATÉ PARECIA MENTIRA

Adeptos fazem o trabalho da polícia ao travarem violência na bancada principal entre claques na final da Taça entre o Argozelo e o Rebordelo

A 1 de Abril, a tarde de domingo tinha tudo para ser de festa. Um calor típico de Verão, céu azul e a bancada principal quase repleta faziam antever uma Final da Taça solarenga e com muita emoção à mistura. Os adeptos do Argozelo estavam em maioria e a cor verde predominava entre o muito público presente. A partir do intervalo, o descontentamento começou a manifestar-se entre os apoiantes do Argozelo, que entre nomes insultuosos dirigidos ao árbitro, lá iam arremessando, sem grande precisão, alguns objectos para o interior do relvado.
Mas a vantagem sobre o Rebordelo, apesar de momentânea, lá ia serenando os sentimentos entre os adeptos de verde que ansiavam pela conquista da dobradinha. Ao intervalo, o bar estava lotado e as filas eram enormes. A sede entre os adultos fazia-se sentir no Estádio Municipal de Bragança, enquanto que, para as crianças, era mais a fome saciada por enormes pacotes de batatas fritas.

Ao intervalo, António Machado era a voz da esperança com a sua equipa em vantagem no marcador. “O Argozelo está a jogar melhor, mas está a ser uma partida bem disputada. Pode ser que façamos aqui hoje a dobradinha”, referiu o membro da direcção do Argozelo, na expectativa de alcançar um resultado histórico caso a sua equipa conseguisse fazer a dobradinha. A festa até já estava preparada para o Gimno Desportivo da Vila de Argozelo. Organizada pela direcção do Clube, a bebida, a comida e o conjunto musical estavam garantidos, quer o Argozelo perdesse ou ganhasse. “Já está tudo preparado e vamos festejar pela noite dentro”, afirmou António Machado.
E foi quando os primeiros pingos de água começaram a cair sobre o estádio que a violência irrompeu pela bancada principal, no sector onde estavam os apoiantes do Rebordelo. Depois de serem atirados alguns objectos para o campo, faltavam 10 minutos para as 17 horas, a confusão instalou-se entre adeptos das duas equipas. Os apoiantes do Argozelo tentaram invadir o sector contrário, mas sem grande sucesso. As agressões verbais subiram de tom e cedo passaram a agressões físicas, inclusive entre os mais seniores.

Durante alguns minutos foi o rebuliço total nas bancadas com violência extrema a fazer lembrar outros campeonatos. Tudo poderia ter sido bem pior, não fosse a rápida intervenção de alguns adeptos que, arriscando a própria integridade física, conseguiram pôr cobro à situação evitando que degenerasse em algo com consequências bem mais trágicas. Apesar de alguns ferimentos ligeiros, somente uma mulher de mais idade teve de receber tratamento hospitalar.
A PSP já só chegou às bancadas no final das quezílias entre os adeptos e veio apenas com quatro elementos que fizeram uma espécie de cordão muito frágil à volta dos apoiantes do Rebordelo. Se a situação tivesse sido pior, a polícia não teria os meios necessários para travar a batalha campal, nem tão pouco impedir que voltasse a acontecer de novo.
No final do encontro, foram muitos os protestos contra o árbitro, sobretudo, durante a marca das grandes penalidades, mas não passaram disso mesmo, de protestos.

Apesar de em menor quantidade, os adeptos do Rebordelo festejaram à grande na bancada e, no final do encontro, puderam congratular e abraçar a sua equipa
 
As crianças não mereciam ter assistido a tão triste espetáculo

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