30 de dezembro de 2010

"PRESENTES" PARA OS BOMBEIROS

Quase meio milhão de euros foi entregue em Equipamentos de Protecção Individual às 15 associações de bombeiros do distrito de Bragança

No dia 18 de Dezembro, decorreu no Restaurante Académico a cerimónia de entrega dos Equipamentos de Protecção Individual (EPI) a todas as Associações de Bombeiros do Distrito de Bragança. Os EPI necessários à “gestão e prevenção de riscos”, no valor de 431.656 euros, foram, assim, repartidos pelos Bombeiros Voluntários de Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Izeda, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Sendim, Torre de Dona Chama, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vimioso e Vinhais. Todos os 15 associados da Federação de Bombeiros do Distrito de Bragança (FBDB).
“Estes são equipamentos de protecção individual que os bombeiros, no desempenho da sua missão, necessitam no dia-a-dia para proceder aos socorros”, afirmou o presidente da direcção da FBDB, Humberto Martins, referindo-se às botas, calças, capacetes, luvas, máscaras e botijas de oxigénio, entre outros componentes. Facto é que, a partir de agora, os bombeiros encontram-se melhor preparados para fazer face a potenciais situações de risco. “Temos aqui equipamentos para todos os géneros. Para fogos florestais, fogos urbano, acidentes químicos e todas as associações candidatas foram contempladas”, revelou. Material extremamente necessário, dado que o existente, devido ao enorme desgaste a que está sujeito, já não se encontraria nas condições ideais.


No mesmo acto, a Liga de Bombeiros Portugueses homenageou o Governador Civil do Distrito de Bragança, Jorge Gomes, a pedido da FBDB, com a medalha de Serviços Distintos grau Ouro. “Esta homenagem prende-se com toda a dedicação que ele tem posto ao serviço dos bombeiros deste distrito, sem excepção. E pelo seu forte empenho e apoio financeiro que nos tem dado em tudo”, justificou Humberto Martins.
O Governador Civil mostrou-se bastante surpreendido com a distinção. “Vim para uma reunião de bombeiros e informaram-me só agora que iria ser homenageado. Confesso que é uma surpresa total para mim. Sinto com muita alma o viver dos bombeiros e faço tudo por eles”, disse Jorge Gomes. Também Luís Baptista, um colaborador da Federação, foi agraciado com a medalha de Serviços Distintos, mas grau Prata.
Uma outra candidatura irá abrir, desta feita, para viaturas. De acordo com o responsável, a FBDB reúne todas as condições e irá formalizar a candidatura, que já foi aprovada em plenário. Recorde-se que o distrito de Bragança espera, ainda, cinco viaturas, embora Humberto Martins garanta que está tudo “bem encaminhado”.

Representantes das várias Associações de Bombeiros do Distrito de Bragança

AJUDE-SE AJUDANDO

Campanha solidária necessita de mais cobertores e edredões para colmatar as necessidades dos restantes carenciados

No âmbito da campanha “Inverno Solidário – Agasalho para Todos”, a Câmara Municipal de Bragança (CMB) doou 120 cobertores e edredões a algumas famílias mais carenciadas. O acto de entrega aconteceu quarta-feira passada no Centro Social e Paroquial do Santo Condestável e beneficiou, também, algumas Instituições Particulares de Solidariedade Social.
No entanto, as necessidades inventariadas são, de acordo com o presidente da autarquia brigantina, Jorge Nunes, “algo superiores”. “Há 140 famílias sinalizadas, sendo necessários 270 cobertores ou edredões, agasalhos para as famílias. O que significa que iremos prosseguir com esta campanha até final de Janeiro”, informou o autarca. Aproveitando, assim, a presença da comunicação social, lançou o apelo à comunidade para que se una e contribua de forma a potenciar um Natal mais digno, quente e confortável, às restantes famílias em dificuldades.


Maria Fernandes, uma das beneficiadas com esta acção solidária mostrou-se deveras agradecida pela oferta de três edredões que lhe suprimirão algumas das suas carências familiares efectivas para esta quadra festiva.“Tenho dois filhos e faziam-me muita falta, senão também não vinha cá. Chegam-me porque eu só tenho três camas. Agora, não tinha possibilidade de os comprar”, admitiu, justificando o facto com o desemprego dela e do marido. “Foi uma boa prenda de Natal”, revelou.
Recorde-se que, no início de Dezembro, houve um espectáculo solidário que esgotou a lotação do Teatro Municipal de Bragança e cujas receitas reverteram, na sua totalidade, para a aquisição de edredões que, agora, foram distribuídos.

BONS MOTIVOS PARA FESTEJAR

ASMAB reúne associados em jantar de natal, onde divulga o projecto da Casa Abrigo em tomada de posse

No sábado passado, a Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança (ASMAB) comemorou mais um Natal na companhia dos seus associados. Logo no início do jantar, decorreu a tomada de posse do reeleito presidente da direcção, Alcídio Augusto Castanheira, e da sua equipa.
O acto que o elegeu para o seu terceiro e último mandado havia acontecido a 17 de Dezembro. Para além da tomada de posse, foi, ainda, apresentado pela primeira vez aos cerca de 120 associados presentes o projecto da Casa Abrigo. Com um custo na ordem dos 800 mil euros, a casa servirá para as vítimas de violência doméstica. Ficará localizada nos Formarigos, num terreno cedido pela Câmara Municipal, e terá capacidade para 30 pessoas. Temos o projecto elaborado, temos o terreno, estamos só à espera que possamos propor este projecto a uma candidatura. A associação, como é óbvio, só por si não tem meios para o concretizar”, revelou Alcídio Castanheira.
No dia 24, será a vez dos utentes da ASMAB e daqueles que mais necessitam terem o seu momento proporcionado pela instituição.

UM CASO DE SUCESSO

Primeira Ceia de Natal da Populum Escola de Danças reuniu cerca de uma centena de alunos no Hotel S. Lázaro

Foi a 18 de Dezembro que a Populum Escola de Danças (PED) decidiu celebrar o Natal na companhia dos seus alunos. Como não podia deixar de ser, o local escolhido para cear foi o Hotel S. Lázaro em Bragança. Isto porque, é neste espaço que a PED tem vindo a leccionar, numa “forte parceria” entre escola e hotel. Assim o afirma o professor Carlos Carvalho, de 37 anos.
Desde Maio em Bragança, a escola de danças de salão tem vindo a conquistar adeptos a um ritmo alucinante, tendo já, aproximadamente, 100 alunos. “Não são muitos. E não gostava de ter mais, vou ter de certeza absoluta. Pelo menos, 200 alunos vou ter e queria que isso acontecesse até ao próximo baile, em Julho”, afiança o docente da arte ancestral que é a dança, revelando a sua ambição assumida para a capital do nordeste. “Quero pôr tudo a dançar. Ou melhor, comigo Bragança vai mesmo ter que dançar”, afirma o único professor de todos os 100 aprendizes.


Carlos Carvalho, sapateia no mundo dançante há 14 anos, é de Braga e vem, única e exclusivamente, a Bragança, aos fins-de-semana, para ensinar os seus pupilos. Questionado sobre se os brigantinos teriam o “pé pesado”, o docente garante: “para além de excelente pessoas, são excelentes bailarinos. Encaram a dança com muita facilidade e com meia dúzia de aulas, poderá ver, nas exibições depois do jantar, aquilo que eles são já capazes de fazer”.
A PED transmite aos seus alunos técnicas que abrangem vários estilos. Há as componentes de danças de salão e latino-americanas. “Claro que a juventude gosta de danças mais mexidas como o kuduro, tiriri, salsas, merengues, mas, dentro das danças de salão, também há músicas mais lentas que são muito bonitas”, exprime.

ANGARIAÇÃO DE BENEFICÊNCIA

Primeiro Espectáculo de Natal Solidário do Rotary e do INATEL lotou com o intuito de auxiliar uma instituição brigantina nesta época festiva

O Auditório Paulo Quintela foi demasiado pequeno para receber tantas pessoas na noite de quarta-feira. Tratou-se de um espectáculo de Natal promovido pelo Rotary Clube de Bragança, em parceria com a Fundação Inatel. A aquisição de utensílios de cozinha através da angariação de fundos era o objectivo benemérito em prol do Centro Social e Paroquial do Santo Condestável de Bragança. Assim, o acesso ao espectáculo era comparticipado com o valor mínimo de dois euros, embora a ideia da organização fosse que cada espectador pudesse contribuir com um valor superior. Para além das entradas, e em simultâneo, foi promovida a venda de oito obras cedidas por artistas transmontanos no próprio palco do auditório. A título de exemplo, a pintora Graça Morais contribuiu com duas serigrafias. Também o montante resultante da venda das obras em exposição, será para entregar à instituição.
“O convite partiu do Rotary e nós dissemos logo que sim porque achamos que é uma causa justa. Não podíamos deixar de dar a mão a uma instituição que faz tudo, todos os dias, para apoiar as famílias carenciadas”, afirmou o director da Agência de Bragança da Fundação INATEL, Pedro Rego. “Esperamos conseguir, pelo menos, 500 euros, que é a quantia necessária para fazer face às necessidades da instituição”, confidenciou.
O espectáculo, próximo das duas horas de duração, foi delineado por quatro intervenientes: a Bribanda, o Grupo Pedra de Ar, o Ballet da Junta de Freguesia da Sé e o Conservatório de Música de Bragança.
A presidente do Rotary Clube de Bragança, Mariema Gonçalves, falou sobre a angariação de fundos. “O valor recolhido será para entregar, na sua totalidade, ao Santo Condestável. Não iremos entregar o dinheiro em si, mas iremos suprimir algumas das suas necessidades”, revelou. Para além desta iniciativa, o Rotary Clube de Bragança entregou, há cerca de duas atrás, cabazes de Natal a famílias carenciadas.

EFEMÉRIDE SEM EFEITO

Comemoração dos 106 anos da chegada do comboio à freguesia de Sendas cancelada por falta de participantes

No sábado passado, alguns elementos do Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT) reuniram-se na encerrada Estação de Sendas. O objectivo era o de celebrar o aniversário de 106 anos da chegada do comboio àquela freguesia, com a inauguração, a 18 de Dezembro de 1905, do troço ferroviário entre Macedo de Cavaleiros e Sendas. O apelo foi lançado e o programa baseado numa lógica de voluntariado, que incluía a limpeza da estação e da via adjacente, um almoço convívio e uma sessão de esclarecimentos à população sobre o papel do caminho-de-ferro no desenvolvimento do Nordeste Trasmontano, foi preparado. Mas a fraca adesão por parte das pessoas gorou as expectativas do MCLT e deitou por terra a quase totalidade da respectiva programação. Exceptuando a primeira parte, que visava a limpeza do local. Acção concluída por meia dúzia de pessoas, algumas das quais organizaram a iniciativa. “Isto foi divulgado muito em cima da hora. Depois, hoje es um dia pouco convidativo para sair da cama e vir trabalhar aqui para o frio e como é fim-de-semana há muito pessoal que anda na apanha da azeitona”, justificou Daniel Conde, um dos fundadores do MCLT e actual assessor do Metro Ligeiro de Mirandela. “Esses três factores ajudaram a que não conseguíssemos mobilizar muita gente”, continuou. “Ainda chegámos a limpar a zona em frente da estação, ali a zona envolvente ao cais de mercadorias e a linha de resguardo do cais de mercadorias. Mas o resto do programa fica sem efeito”, lamentou Daniel Conde, dando por terminada a sessão por volta das 11 horas.

CAÇA AO TESOURO PUERIL

A “Noite dos Piratas” permitiu às crianças envolvidas dormirem sábado no Centro de Ciência Viva

No fim-de-semana de 18 e 19 de Dezembro, aconteceu no Centro de Ciência Viva de Bragança (CCVB) mais uma iniciativa apelidada de “Noite dos Piratas”. Apesar do limite ser de 15 crianças, apareceram, apenas, dez. “Previsivelmente, no Verão, esta actividade funciona melhor. Porque, hoje, estão menos 5 graus na rua e é normal que os pais tenham um pouco de cuidado e não queiram trazê-los nesta altura”, advogou Ivone Fachada, coordenadora do CCVB. Mesmo sendo esta uma actividade interior, “mas os pais têm sempre as suas precauções, sobretudo, tratando-se de crianças tão pequeninas. De qualquer forma, é um sucesso! Estão dez crianças, com seis professores (trabalhadores do CCVB) a acompanhar e vai começar, agora, a caça ao tesouro”, expressou a responsável.
E começou! Depois dos preparativos iniciais, as crianças foram divididas em dois grupos de cinco, cada um com o seu navio de papelão. Em cada uma das 12 ilhas / módulos do CCVB, era executada uma tarefa, mais os mapas, as pistas, as perguntas e as descobertas, tudo serviu para aguçar o apetite e o engenho dos pequenos exploradores. A iniciativa prolongou-se até domingo, tendo as crianças dormido no CCVB.


No dia seguinte, acordaram por volta das 7 horas, altura em que tomaram o pequeno-almoço para, depois, poderem retomar os jogos. “Das 8 às 10 da manhã, vamos, ainda, proporcionar-lhes uma panóplia de experiências. Vamos falar um pouco sobre o Pólo Norte, os icebergues, os oceanos, as embarcações, tudo dentro da temática da caça ao tesouro”, expôs Ivone. Às 10 horas, rumaram a casa, dando-se por terminada a segunda edição da “Noite dos Piratas”. Pela dinâmica de grupos, linguagem, expressões faciais e corporais, as crianças devem tê-la considerado, no mínimo, divertida.


29 de dezembro de 2010

CAMPANHA PARCA DE MEIOS

Escassa afluência de militantes marcou a abertura da sede distrital bragançana de apoio à candidatura de Cavaco Silva

Em Bragança, foi inaugurada a sede distrital da candidatura à presidência da República de Cavaco Silva. O novo espaço de campanha, na Rua Alexandre Herculano, servirá de base de apoio à candidatura política do social-democrata. O seu slogan de campanha, “Eu acredito em Portugal”, não saiu reforçado desta cerimónia protocolar, dada a presença manifestamente reduzida de apoiantes. “A abertura da sede não é um acto de mobilização, mas sim um momento simbólico no qual aproveitamos para conhecer algumas pessoas ligadas à estrutura”, justificou o director distrital de campanha, António Pires Almor Branco.
O acontecimento, que reuniu cerca de 50 militantes, aconteceu no sábado, pelas 15 horas. Também a mandatária distrital, Maria da Costa Martins, desvalorizou a não comparência de uma massa humana significativa. “Este é um dia em que muitas pessoas daqui da região estão nas suas actividades pessoais. Mas de certeza que estarão, depois, noutros dias, ao longo da campanha”, afirmou. Questionada sobre se acredita na vitória do seu candidato, responde: “estamos convictos que sim, que vai ganhar e que é a melhor solução para o país neste momento”.
António Branco reassumiu o facto de esta ser uma campanha parca de meios. “O candidato disse que, apenas, iria gastar metade da subvenção a que tem direito por lei. O que significa que não haverá uma grande campanha de meios, nem de mobilização”, repetiu, depois de Cavaco Silva o ter anunciado publicamente. Uma situação que será contornada, segundo o próprio, através da realização de acções de concentração, sem outro tipo de meios e equipamentos, para além das sedes de campanha.

Silva Peneda (na foto, ao centro) aproveitou a sua vinda a Bragança para “rever velhos amigos”

A cerimónia ficou marcada pela ausência do candidato que, de acordo com uma sondagem da Intercampus/TVI, ocupa o primeiro lugar nas intenções de voto dos portugueses com uma arrasadora vantagem (64,3% - 20,7%) sobre o seu opositor mais directo, Manuel Alegre. Em sua representação, esteve o membro da Comissão de Honra Silva Peneda. “Acredito na vitória, mas esta só se decidirá nas urnas. Por vezes, os climas de vitória antecipada são péssimos. Portanto, as eleições devem encarar-se como um acto muito sério”, declarou, apesar de confiar que o “seu” candidato ganhe à primeira volta.
“Precisamos de alguém que possa moderar a cultura do compromisso, o esforço de todos. E Cavaco Silva está numa boa posição para fazer esse exercício de convergência para que o país possa sair da crise em que se encontra”, concluiu Silva Peneda. A vinda de candidato Cavaco Silva ao distrito de Bragança está prevista para meados de Janeiro.

OBRAS DE BENEFICIAÇÃO

Assinados protocolos entre o município e as juntas de freguesia para o apoio de famílias carenciadas das zonas rurais

Na tarde de terça-feira passada, a Câmara Municipal de Bragança (CMB) assinou protocolos com várias Juntas de Freguesia (JF) do concelho. Estes acordos representam um apoio financeiro de 33.450 euros e visam a melhoria e a requalificação da habitação de 14 famílias desfavorecidas das áreas rurais. A ajuda da autarquia abrange famílias das localidades de Serapicos, Viduedo, Lanção, Sortes, Paço, Mós, Rebordãos, Izeda, Alfaião, Portela, Bragada e Sarzeda. Entre as intervenções previstas, contemplam-se a execução de diversas obras de beneficiação e melhoria dos imóveis como, por exemplo, a substituição de telhados, a construção de novas divisões e a requalificação de alguns espaços como casas de banho e quartos.
Em Izeda, duas famílias de etnia cigana verão melhoradas, substancialmente, as suas condições de vida. “Eles aguardam ansiosamente que a transferência desta verba seja feita para podermos iniciar as obras. Isto acontece mais a nível da etnia cigana, pois costumam comprar casas em mau estado e estes apoios vêm nesse sentido”, afirmou a presidente da JF de Izeda, Rosa Pinto, que conta dar início às obras já em Janeiro.
Em Rebordãos, também serão ajudados dois agregados familiares. “São duas famílias muito grandes. As suas condições são péssimas, não tinham casa de banho, e temos que colocar um telhado novo, pois chove dentro de casa”, revelou o presidente da JF de Rebordãos, Adriano Rodrigues, que já começou as obras numa das habitações, com o intuito dessa família ter já uma Natal com outras condições.
De acordo com o presidente da CMB, Jorge Nunes, os 33.450 euros serão, apenas, um complemento e não a ajuda por inteiro. “Haverá apoios que as juntas conseguem, também, disponibilizar, há situações em que há o complemento das instituições ou Comissão Fabriqueira, ou mesmo colaboração directa de vizinhos e dos próprios, caso tenham formação na área da construção civil”, informou o autarca. Apesar de alguns beneficiados poderem contribuir, outros não poderão colaborar com nada, dado não terem condições para o fazer.


17 de dezembro de 2010

"NA CRISE, VEMOS OPORTUNIDADES"


FACTOS

Nomeado: Alcídio Augusto Castanheira
Cargo: Presidente da direcção
IPSS - Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança (ASMAB)


ENTREVISTA

1 @ Há quanto tempo lidera a ASMAB, enquanto presidente da direcção?

R: Há 5 anos, com a mesma equipa. O grupo tem-se mantido coeso... Estamos, agora, a partir para o terceiro mandado com eleições a 17 de Dezembro.

2 @ A Associação fez 140 anos na terceira semana de Março passado, mais concretamente, no dia 19. Conte-nos um pouco da sua nobre história no mutualismo português.

R: O princípio da solidariedade manifestou-se quando, há 140 anos, o Estado não providenciava respostas sociais aos cidadãos. Foi, então, que um grupo de pessoas desta cidade, os artistas, que eram os carpinteiros, os alfaiates, entre muitos outros, se uniu e formou a Associação para dar essas mesmas respostas sociais. Na altura, o mutualismo estava em franca expansão e foi quando esse valioso grupo de cidadãos deu início a este acto de solidariedade. Na cidade, havia apenas outra instituição a fazer o mesmo, que era a Santa Casa da Misericórdia.

3 @ Sendo a sua génese a do mutualismo, a alteração dos estatutos da Associação veio dar-lhe um âmbito de trabalho nacional. Transformada, num passado recente, em IPSS, para dar respostas sociais integradas e protocoladas com a Segurança Social, faz ideia a quantas pessoas prestam auxílio, actualmente, em termos sociais?

R: Temos a área do Centro de Dia para 30 pessoas, o Convívio para 70 pessoas, o refeitório social para 110 pessoas, mas que acaba sempre por ultrapassar esse número. Depois, temos a creche familiar para 48 crianças e 12 amas e o Núcleo de Atendimento às vítimas de Violência Doméstica. Aí não há números, mas estamos envolvidos num protocolo com outras dez instituições. As principais são a Segurança Social e o Governo Civil.

4 @ E associados?

R: A ASMAB tem uma média de 400 associados, que formam a base de sustentação da instituição, uma vez que estiveram na sua origem. Eles têm direitos e deveres. O dever de pagar a sua quotização mensal, mas, depois, têm direitos nas áreas medicamentosa e médica. Nesse sentido, podemos considerar que são, também, pessoas beneficiadas. Para além de poderem aceder a todos os meios da instituição, nomeadamente, ao Centro de Dia, se entenderem, formação, que nós administramos. Já tivemos pintura, tapeçaria, actividades que são colocadas, também, à disposição dos associados.

5 @ Ou seja, para além dos mais carenciados, a ASMAB auxilia, ainda, os seus associados? Caso estes manifestem interesse...

R: Exactamente! Depois, no âmbito da IPSS e dos acordos de colaboração, apoiamos essas pessoas que mencionei primeiro. Quer com a creche, quer com o Centro de Dia, o Centro de Convívio, o refeitório social, entre outros...

6 @ No total, os números atingem os cerca de 700 indivíduos?

R: Mais os utentes, que ultrapassam as 100 pessoas. Estes, não tendo as mesmas regalias medicamentosas e médicas que os nossos associados, porque são inscritos já numa idade superior a 55 anos, podem usufruir da gama de serviços que colocamos ao seu dispor.

7 @ Dada a dimensão da instituição, pois envolve mais de 800 pessoas, quais são as principais dificuldades com que esta se depara?

R: As principais dificuldades são económicas, como é óbvio. Qualquer instituição gostaria de fazer mais, faltam-lhe é os meios para que isso aconteça. Nós, neste momento, temos os meios humanos, felizmente. Faltam-nos é os meios económicos. Mesmo se os tivermos, pedimos sempre mais com o intuito de irmos sempre mais além. Aquilo que fazemos é dimensionar o trabalho da instituição em conformidade com o orçamento aprovado para o ano seguinte, pensando nas receitas que iremos captar. E, portanto, somos constantemente confrontados com o dilema dos recursos financeiros.

800 pessoas envolvidas, 32 funcionários, 200 almoços por dia, 7 mil refeições por mês, 500 mil euros por anos, são apenas alguns dos números que caracterizam a ASMAB

8 @ Antes desta entrevista, consegui apurar que é necessário um valor próximo dos 45 mil euros mensais para lidar com todas as despesas inerentes ao bom desempenho da Associação. É correcto esse valor?

R: Sim. Nós temos um orçamento anual que ronda o meio milhão de euros.

9 @ E de onde provém?

R: Nós temos diversas proveniências como a quotização dos associados, dos utentes, as rendas, a comparticipação estadual e outras fontes de rendimento.

10 @ Desse meio milhão de euros, qual a comparticipação do Estado?

R: Presumo que ande nos 60 por cento. Depois, prestamos determinados serviços. É importante referir que, à margem disso, constituímos uma empresa de inserção na área da lavandaria e limpeza. São cinco empregos criados para pessoas em risco. Fazemos, ainda, trabalhos de limpeza ao domicílio e temos a empresa de lavagem de roupa sediada na instituição. Com quase dois anos de vida, é uma empresa que está em nítida ascensão e que pensamos expandir.

11 @ Como é que a ASMAB encara este período natalício? Sobretudo, numa época de crise explícita...

R: Estes são tempos de solidariedade e sendo a ASMAB uma instituição de solidariedade social não podia deixar passar em claro esta quadra natalícia. Por isso, desenvolvemos algumas iniciativas na esperança de lisonjear alguns dos problemas que existem, na tentativa de fazer com que o Natal seja um bocadinho diferente dos restantes dias. Assim, no dia 18, haverá duas celebrações. A primeira, durante a tarde, será uma festa para as crianças da creche com um programa educativo e lúdico, para além do lanche. Depois, acontecerá a Ceia de Natal para os associados. Para os utentes, a 24, terá lugar uma festa especial, o Dia de Natal. Estamos sempre receptivos àquelas pessoas que mais necessitam, nestes dias, de um apoio, de um carinho, para além daquilo que precisam, o carinho é, também, muito importante porque temos aqui muitos idosos a viverem sozinhos.

12 @ Vê a solidão como um dos principais problemas da terceira idade na região?

R: Sem dúvida. E nós temos muita gente no Centro de Convívio que vem diariamente e passa aqui os seus dias connosco. Uma companhia que é muito importante para eles.

13 @ E a crise tem-se reflectido num aumento da procura de ajuda?

R: Na nossa instituição, não se tem registado um aumento exponencial na procura de ajuda. Talvez, no próximo ano. Não lhe sei dizer... Poderá vir a acontecer. Se o desemprego aumentar e se o Estado não conseguir responder, socialmente, a todos os pedidos.

14 @ Vão decorrer, agora, eleições a 17 de Dezembro. A sua lista será a única candidata à presidência para um terceiro e último mandado. Lê, neste facto, o reconhecimento e o mérito, não só do seu trabalho, como o da sua equipa?

R: Não sei! Isso terá que perguntar às outras pessoas. Aquilo que eu sei é que se houver uma má gestão, a culpa é minha. Se houver uma boa gestão, a responsabilidade é de todos. Eu tenho uma equipa de colaboradores e funcionários que me acompanha desde o início. E, para mim, esse é um motivo de orgulho. Aquilo que eu espero, neste meu último mandado, talvez um dos mais difíceis, é deixar os projectos que temos em mão, não digo concluí-los, mas, pelo menos, iniciá-los ou deixá-los em bom andamento.

15 @ E que projectos são esses?

R: Um deles é a conclusão das obras no sector administrativo aqui na sede que iniciámos no segundo mandado e que vão, agora, para a fase final. Outro projecto é a Casa Abrigo, na ordem dos 800 mil euros, para as vítimas de violência doméstica e que iremos apresentar a todos os associados na Ceia de Natal do dia 18. Já temos o terreno nos Formarigos, cedido pela Câmara Municipal, e terá capacidade para 30 pessoas. É um projecto de âmbito nacional, já elaborado, e que nós gostaríamos de colocar em marcha. Se houver uma vítima no Algarve a precisar de abrigo, poderá vir para Bragança. Se isso acontecer, a instituição passará a ter uma outra dimensão. Este mandado é de muita responsabilidade. Porque achamos que é um momento difícil, é necessário investir. Na crise, não vemos só dificuldades, vemos, também, oportunidades de engrandecimento da instituição.
 
 

DOCE PALADAR DOS SENTIDOS

Criação refinada da pastelaria regional leva nas suas encomendas a promoção da castanha transmontana

Uma receita do Bolo-Rei de Marron Glacê tem provocado um frenesim delicioso nos apetites dos mais gulosos. O arquitecto responsável por esta obra-prima da pastelaria é Eurico Castro, de 37 anos. “Já o ano passado tínhamos feito uma abordagem a este bolo, mas este ano melhorámo-lo imenso, não só o aspecto, como também a própria receita. É curioso notar que, sendo um dos produtos mais caros que nós temos, é o que mais vende”, confidencia o seu criador. O bolo sensação desta época natalícia, criado, definitivamente, há cerca de um mês e meio, custa uns “módicos” 20 euros o quilo e, apesar do preço, a sua venda está em franca ascensão. “Para além de estar a ser consumido por personalidades do mundo do espectáculo, da política, da cultura e do entretenimento, temos já encomendas agendadas para esta semana em cidades como Lisboa e, antes do Natal, entregas a clientes em França”, transmite.
A inovação deste bolo está no seu recheio, feito à base de pasta de castanha, marron glacê, nozes e uva passa. Um produto regional de altíssima qualidade, segundo Eurico, que é uma mais-valia económica para a região em que se insere. “É um produto de enorme potencial, nomeadamente para a exportação, que é onde reside o futuro, pois este tipo de produtos é muito apreciado lá fora. Assim como o fumeiro, a caça, a agro-pecuária, o azeite, temos produtos de excelente qualidade, estão é mal divulgados”, afirma o mestre criativo.
Eurico iniciou-se com, apenas, 12 anos na arte da pastelaria. Em 2011, fará 25 anos de carreira como Pasteleiro e inclui já, no seu currículo, algumas criações de sucesso como os ouriços de castanha ou o bolo-rei de doce de abóbora. “Na altura, abriu uma pastelaria em Macedo que fazia as coisas de uma forma diferente. E isso fez com que eu fosse para lá nas férias trabalhar e nunca mais voltei a estudar. Enveredei pela pastelaria e até hoje”, revela. ´”E até hoje”, já se passou uma vida… Eurico fará, na Páscoa de 2011, um quarto de século com uma carreira ligada à pastelaria.

Um novo espaço de experiências gourmet, cozinha de autor e bons vinhos a melhores preços será a grande aposta de Eurico para 2011

No Mercado Municipal, serve, há 4 anos, o Restaurante Rota dos Sabores. Uma empresa familiar, onde Eurico, na área da pastelaria, define a estratégia de mercado, de venda e de imagem dos produtos. Na Avenida Sá Carneiro, existe, ainda, a Rota dos Sabores Gourmet, um projecto pessoal do Eurico. Mas não fica por aqui. Em meados de 2011, Eurico dará o seu próximo passo no ramo da restauração com a abertura de um espaço de cozinha de autor. “A ideia é criar um algo completamente distinto e inovador, com experiências gourmet, cozinha de autor e onde dignificaremos o consumo do vinho a preços acessíveis”, adianta Eurico.
“Apesar da crise instalada, consideramos que há um mercado muito interessante de pessoas que querem ter novas experiências em termos de culinária. É o que faremos, num espaço próprio e único para o efeito”, desvenda. A localização da nova aposta será na Avenida Sá Carneiro, por cima da Rota dos Sabores Gourmet, com vista para o castelo.

NOVO ALENTO AOS IDOSOS

Instituições do concelho de Bragança reúnem utentes em Festa de Natal numa organização da Junta de Freguesia da Sé

Na passada sexta-feira, realizou-se no Auditório do Centro Cultural Paulo Quintela a “Festa de Natal” da Junta de Freguesia da Sé (JFS). Centro Social Paroquial dos Santos Mártires, Fundação Betânia, Lar de Nogueira, Lar de Santa Catarina, Obra Social Padre Miguel, Paróquia de S. Bento e S. Francisco, Santa Casa da Misericórdia e Santo Condestável foram as várias Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) envolvidas. Com início marcado após o almoço, a festa de confraternização começou momentos antes das 15 horas, reunindo mais de uma centena e meia de utentes. Na sua maioria, pessoas de idade que, não só lotaram o Auditório, como, também, subiram ao palco. Durante a tarde, actividades como peças de teatro, aulas de ginástica, interpretações de temas musicais e marionetas foram, apenas, algumas das iniciativas culturais apresentadas que fizeram as delícias dos presentes ao longo de três horas de espectáculo.
“Os idosos preparam as actividades nos Centros de Dia e nos lares para, depois, mostrarem aos amigos, familiares e sociedade. Este é um dia de reencontros e muito importante para eles”, mencionou a vogal da JFS, Vânia Rodrigues.
De acordo com a organização, para os idosos, este evento reveste-se de uma importância considerável, já que, o convívio, imbuído num espírito natalício, permite-lhes combater a rotina e a solidão.
Esta Festa de Natal vem na óptica de tentar combater a monotonia e a solidão a que muitos idosos estão votados todo o ano, mas, sobretudo, de melhorar os laços de confraternização entre todos e as suas instituições”, referiu a secretária da JFS, Alexandra Reis.

QUINTANILHA EM RISCO

Motos e quad´s em competição feroz naquela que poderá ser a última prova de Resistência em Quintanilha

No passado sábado, dia 27 de Novembro, decorreu em Quintanilha mais uma edição da Prova de Resistência Todo-o-Terreno. Nesta competição anual de enduro, organizada pelo Motocruzeiro, participaram 25 motas e 5 moto-quatros.
Nas motas, o grande vencedor foi Paulo Vieira, de Fafe, numa Yamaha YZ 250F, tendo dado, pelo menos, uma volta de avanço a todos os outros concorrentes. Nos quads, a primeira posição foi conquistada por António Moreira, de Famalicão. Este participante, de 44 anos, correu em Polaris e foi campeão nacional da Classe de Veteranos. Já na segunda posição, numa Suzuki, ficou Humberto Pinto ou Bertinho, como, também é conhecido. O Campeão Nacional de moto-quatro esteve na frente durante boa parte da prova, mas sofreu um furo que lhe fez perder a liderança.
Ambos os vencedores, quer em motas, quer em quads, participaram pela primeira vez na 13ª edição da Prova de Resistência Todo-o-Terreno de Quintanilha. Com pilotos de topo, nacionais e espanhóis, e apesar das óptimas condições à prática do desporto, este tipo de provas tem vindo a perder participantes ao relação a anos anteriores. Outro problema, prende-se com questões burocráticas e de licenciamento que podem ditar o fim da Prova em Quintanilha. Nas palavras do presidente do Motocruzeiro, Francisco Vara, esta competição corre o risco de não voltar a realizar-se.

SANTOS & PECADORES


"COM FOME DE PORTUGAL"

Os Santos e Pecadores estiveram em Bragança na Semana de Recepção ao Caloiro do Instituto Politécnico de Bragança. No final do concerto, o Jornal Nordeste entrevistou Olavo Bilac, o vocalista da banda.

ENTREVISTA

1 @ Há cerca de 10 anos que não vens a Bragança. Como é que vês este regresso?

R: Esta é a sétima vez aqui em cima dos Santos e consegue ser sempre bom! Depois, os estudantes são um público que está muito atento às novas músicas, ao que está a acontecer e a sair para o mercado. Neste novo trabalho, as pessoas já cantam as músicas do princípio ao fim e, para nós, músico, isso é o fundamental.

2 @ O álbum “Energia” saiu para o mercado a 15 de Julho. Tem sido bem recebido pelo público?

R: Tem sido muito semelhante a Bragança. Os Santos e Pecadores, também, são uma banda de música ao vivo... Nós preferimos muito mais estar em cima do palco do que em estúdio. E isso espelha-se na participação que o público tem nos nossos espectáculos. Estamos quase a fazer 20 anos, ou seja, já são uma série de temas emblemáticos que, depois, também vêm ajudar à festa. Para além destes novos que, agora, vão surgindo.

3 @ Este é o 6º álbum de originais. É o seguimento dos trabalhos anteriores ou tentaste fazer algo diferente?

R: Após cinco anos sem editar originais, foi um bocado ruptura! Mas não foi propositado... Entretanto, temos estado em espectáculos, lançámos algumas colectâneas, como a “Caixa dos Segredos”, que nos deu muito gozo porque foi um espectáculo gravado ao vivo, em que incluímos dois temas novos, inéditos. Mas já chegava! Agora, estamos muito mais virados para o futuro e o que é que vamos fazer a seguir. Também, estamos muito atentos às novas tendências, àquilo que se faz no mundo. Tratou-se de pegar na base das canções e dar-lhe uma roupagem diferente, mais actual, com mais energia...

4 @ Se tivesses de descrever este último álbum em 3 ou 4 palavras, como é que o definirias?

R: Muita energia positiva!


5 @ Recentemente, os Santos e Pecadores tiveram a maior entrada semanal no top 6 nacional. Como é que recebeste essa notícia?

R: É sempre bom! Mas não nos podemos basear nisso... O que é importante é estarmos a defender o disco e a fazermos espectáculos porque as coisas vão acontecendo. Com o nosso trabalho, com o afinco destas seis pessoas, aos poucos vamos chegando aos sítios que os Santos merecem.

6 @ A banda foi criada em 1995. Como é que vês o percurso dos Santos e Pecadores na música portuguesa ao longo destes 15 anos?

R: Foi um abrir e fechar de olhos... Parecendo que não, mas as coisas correm muito depressa. Quando damos por nós, já passaram quase 20 anos. Mas isso já passou! Agora, queremos mais 20 e isso é que faz os músicos e a arte em geral andar para a frente. Nós queremos, também, na base de canções, fazer música com tendências novas e com roupagens diferentes para públicos e gerações diferentes. É esse o nosso trabalho! Tentarmos, sempre, estar actuais.

7 @ Quais são as metas para as próximas duas décadas?

R: Continuarmos a escrever canções e a fazermos aquilo que mais gostamos... Isto partiu de um sonho! E o que interessa, mesmo, é sabermos dar valor a esse sonho e agarrá-lo com unhas e dentes. Porque, no fundo, é a nossa profissão e é o que nos diverte fazer. Portanto, acabamos todos por ser uma família e essa essa família há-de preservar-se mais 20, 30, 40 anos...

8 @ Como vocalista de uma das maiores bandas pop portuguesas, sentes que carregas o peso da responsabilidade?

R: Acho que não carrego nada! As pessoas devem é libertar-se dos dogmas, fazerem aquilo que gostam e divertir-se naquilo que fazem... Principalmente isso. Claro que há muito trabalho pelo meio! Mas, basicamente, é fazermos o que gostamos. Os Santos e Pecadores estão integrados na indústria portuguesa, onde estão a surgir, actualmente, trabalhos excelentes a nível musical. Se crescermos sozinhos, também acho que não vamos a lado nenhum... Temos de crescer como um todo, com novos projectos e tendências musicais diferentes para esta indústria ficar mais forte.


9 @ No filme “Contra-luz”, que desfilou no circuito hollywoodesco, a vossa música, “A Tela”, integra a banda sonora. Como é que vês a internacionalização dos Santos e Pecadores?

R: Eu já conhecia o Fernando Fragata, o produtor, pois já tinha participado como actor num filme que ele realizou e tinha ficado no ar: um dia tinha que fazer uma banda sonora. A oportunidade surgiu quando ele estava a gravar o filme, já tinha algumas ideias e chamou-nos, explicou um bocado a mensagem, mas não quis mostrar as imagens, e falou muito por alto. Nós fomos compor e o Pascoal, o teclista, apanhou muito bem a ideia. Tanto assim que, em 10 minutos, escreveu a letra quase na totalidade. Quando a fomos mostrar ao Fernando, ele adorou e quando chegou ao refrão disse: é mesmo isso. Foi uma junção de sinergias positiva. O que para nós, também, é bom porque o cinema é um mundo novo. É um óptimo veículo para chegar às pessoas, um universo muito interessante.

10 @ Os Santos e Pecadores têm acompanhado a evolução dos tempos e músicas como “Fala-me de Amor” e “Não voltarei a ser fiel” fazem, já, parte do cancioneiro nacional. Neste último disco, que músicas consideras capazes de acompanhar os grandes clássicos portugueses?

R: As músicas acabam por ficar intemporais... É como perguntares aos pais, qual dos filhos gostam mais. Acho que as músicas são todas diferentes, com histórias e atmosferas diferentes. Talvez, “A Tela”, por ter sido o single que mais lançámos e apostámos, possa fazer esse seguimento. Mas, atrás d` “A Tela”, há muitos temas como “Leva-me a dançar” e “Energia”. Por isso, suscito a curiosidade nas pessoas e convido-as a revisitarem o álbum, pois é muito diversificado.

11 @ Enquanto músico, qual foi o local onde te deu mais satisfação tocar?

R: Sem dúvida, nas comunidades portuguesas. É sempre uma alegria! Quando vamos lá, eles estão com fome de Portugal... Estados Unidos, Canadá, França, Cabo-Verde, Angola, foram surpresas muito agradáveis.

12 @ Na música portuguesa, que artistas actuam como referências para ti?

R: Zeca Afonso e Amália.





10 de dezembro de 2010

LAGOA DE SOLIDARIEDADE

Jovens em risco do Lar de S. Francisco beneficiarão das noites beneméritas do Bar Lagoa Azul até 23 de Dezembro

Em plena época natalícia, e pelo sexto ano consecutivo, o Lagoa Azul: Bar/Karaoke promove a “Noite Solidária”. A iniciativa, que começou a 29 de Novembro para terminar a 23 de Dezembro, acontece todas as noites no espaço de diversão nocturna de 2010, durante o seu normal horário de funcionamento, das 22 às 2 horas. A Instituição de Pública de Solidariedade Social escolhida como alvo desta acção benemérita foi o Lar de S. Francisco, que acolhe meninas em risco.
Dentro do estabelecimento, os clientes do Lagoa Azul podem contribuir de várias formas. Através da aquisição, por um preço simbólico, de algum trabalho da autoria das raparigas do Lar em exposição no bar; haverá caixas onde as pessoas poderão depositar o seu contributo monetário, mesmo na saída, ao pagarem; e, ainda, estará disponível uma box (caixa) para a recolha de vestuário, material didáctico e escolar, e também de brinquedos.
De destacar que, a 19 de Dezembro, pelas 23 horas, haverá um “Karaoke Solidário”, com transmissão em directo pela Rádio Brigantia. Nessa noite, serão convidadas personalidades locais como o presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes, o Governador Civil, Jorge Gomes, presidentes de Juntas de Freguesia, entre outras, com o intuito de interpretarem um tema de natal a favor da instituição.


Por fim, no dia que antecede o Natal, a 24 de Dezembro, dar-se-á a entrega dos donativos recolhidos ao Lar de S. Francisco. Quanto ao porquê da escolha, o animador e relações públicas do espaço de diversão nocturna, Fernando Salvador, justifica: “O Lar de S. Francisco tem feito um trabalho deveras importante na educação das futuras mulheres da nossa cidade. São meninas provenientes de famílias sem estrutura e que precisam, também, de ter um olhar mais caridoso nesta época festiva”.
A média, em termos de dinheiro angariado, tem rondado os 250 euros em anos anteriores para instituições como a Obra Social do Padre Miguel e a ASCUDT. Em termos de material, a média rondará as 4 boxes. “Se conseguirmos o mesmo que o ano passado, acho que será significativo. Pelo menos, ajudará no Natal destas crianças”, assegurou Salvador.
A responsável do Lar de S. Francisco, a Irmã Maria Eduarda Siza Vieira, congratulou-se pela escolha do Lagoa Azul. “Estou, de facto, agradecida por se terem lembrado de nós. Precisamos de tudo, alimentos, vestuário, material de papelaria por exemplo, que estão todas a estudar. O dinheiro também é sempre bem recebido, até porque, nesta altura, temos de comprar os presentes para que elas tenham um Natal semelhante ao de todas as famílias”, sublinhou. Recorde-se que o Lar de S. Francisco alberga, actualmente, 48 crianças, tendo capacidade para receber meia centena.

MUSEU ALTERNATIVO

Dupla feminina da Agent Ribbons invade o frio do Museu Abade de Baçal com as elevadas temperaturas da Broadway norte-americana

Foi no feriado do dia 1 de Dezembro que o Museu Abade de Baçal abriu as suas portas para receber Agent Ribbons. Da cidade de Austin, no Estado norte-americano do Texas, vieram Natalie Gordon, na voz e guitarra, e Lauren Hess, na bateria. Na promoção do seu segundo álbum, que saiu há, apenas, duas semanas atrás, a sua música, baseia-se no pop garage, com um sentimento de cabaret.
Com origem em Sacramento, Califórnia, mudaram para Austin devido ao terceiro elemento da banda, a violinista/violoncelista Naomi Cherie, que abandonou, recentemente, a banda. Mas decidiram permanecer na cidade texana por outros motivos. “Austin tem uma excelente cena musical e como está localizada no meio do país, torna-se fácil para nós fazermos digressões, quer para a Costa Este, quer para a Costa Oeste”, revelou Natalie.
A dupla da Agent Ribbons, já em Outubro de 2009, havia estado em Bragança, denunciando uma paixão pela história que a acolhe. “É muito fria, mas, também, muito bonita, com o castelo ali atrás e este edifício onde estamos... Os Estados Unidos são tão diferentes porque só têm pouco mais de 200 anos de história. Portugal não! Aqui há tanta história!”, disse Lauren, nos momentos que antecederam o concerto.


Nuno Fernandes, promotor do espectáculo, falou ao Jornal Nordeste do panorama alternativo da cidade. “Há três anos que faço este género de trabalho. Com a Agent Ribbons, posso dizer que já trouxe a Bragança 112 bandas em espaços como o Museu Abade de Baçal, o Central Pub, o Espaço Domus e o Klaustrus Bar”, afirmou o responsável.
Quanto à receptividade do público brigantino, Nuno revela que depende dos concertos e da data dos mesmos. “Sendo este um tipo de som alternativo, varia muito conforme a data. Convenhamos que o pessoal alternativo de Bragança está fora da cidade e, normalmente, aderem mais essas pessoas que não estão cá e que só vêm em época de férias como o Natal e a Páscoa. É sempre diferente!”, confessa.
Conseguir trazer bandas com projecção internacional, tem a ver com facto de estarem inseridas num circuito. “Bandas como a Agent Ribbons passam por Bragança porque estão inseridas numa tour europeia e a nossa cidade acaba por ser um ponto estratégico, pois está situada entre Porto e Madrid. Nós só aproveitamos esse facto!”, declara Nuno Fernandes, um dos obreiros do cenário alternativo da Capital do Nordeste.



TRADIÇÃO DE FUTURO

Jovens da região transmontana aderem cada vez mais ao instrumento tradicional que é a Gaita-de-foles

Das terras de Sendim, parte o saber dos antigos. Arranca de Miranda do Douro e o som dos seus antepassados ecoam por entre montes. A Gaita-de-foles atinge, hoje, a região em pleno e relembra-lhe a cultura e o misticismo das suas gentes. Desde o raiar de um novo século, que o instrumento tradicional que caracteriza, não só Trás-os-Montes, com também Portugal, tem vindo a conquistar fervorosos adeptos. Inclusive, entre os mais jovens. A paixão nasceu! Uma que não vibra, apenas, pela Gaita-de-foles, mas pela música tradicional em geral.
Margarida Guimarães Moreira toca desde os seus seis anos. Actualmente, com nove, confessa: “Vi uma vez um rapaz a tocar e entusiasmei-me. Agora, gosto muito!”. Também Tiago Rodrigues, de 15 anos, aderiu recentemente “ao movimento”, desde Fevereiro de 2010. “Sou novo nisto, mas está a ser uma experiência muito boa! Vou, de certeza, continuar”, admite o adolescente. “Comecei a tocar porque é um instrumento tradicional da nossa terra. Eu sou da aldeia de Sacoias e na Festa dos Rapazes, tocam sempre e eu incentivei-me e vim aprender”, afirma.
Ambos os jovens, aprendem os secretismos do instrumento no Conservatório de Bragança. O seu professor, Paulo Preto, é um dos três elementos do Galandum Galundaina. Um dos grupos de música anciã que serve de inspiração e modelo aos pequenos e não tão pequenos aprendizes.


A título particular e colectivo, Paulo tem sido um dos grandes impulsionadores da Gaita-de-foles. “Temos de divulgar aquele que era o instrumento rei da nossa região e que estava completamente perdido há 14 anos. E, hoje, temos a juventude aqui em grande força a tocar e já a fazer o seu percurso tradicional”, desvenda o docente de há duas décadas. Para além das crianças da classe de Gaita-de-foles no Conservatório, Paulo Preto ensina Educação Musical no Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros, onde tem um clube de Gaita-de-foles.
“Aquilo que é nosso tem de ser valorizado como tal porque a música tradicional faz parte da nossa vida. Fez parte da cultura dos nossos pais. É através da música, de toda a cultura tradicional, que nós podemos dizer que somos daqui ou dali...”, defende.
Festivais como o Intercéltico de Sendim têm, também, contribuído, decisivamente, para a criação do movimento em prol da música tradicional. Na sua origem, esteve Paulo com Mário Correia. Os primeiros produtores do Festival.
“Temos tanto orgulho em ser transmontanos, mas porquê? Porque nascemos em Trás-os-Montes? Não! Por causa na nossa cultura e há que preserva-la! Única e simplesmente! Alguém tem de o fazer.. Na parte musical, pode ser, por exemplo, o Galandum Galundaina. Há outros que preservam a língua, a gastronomia...”, diz, convicto, Paulo Preto. Nascido em Sendim, tem cumprido bem o seu papel na imortalização da cultura musical transmontana, através da padronização da gaita portuguesa.

A IMPORTÂNCIA DE SABER PRESERVAR

Floresta e Biodiversidade celebradas em dia internacional com múltiplas iniciativas no município de Bragança

A 23 de Novembro, no âmbito do Dia da Floresta Autóctone e do Ano Internacional da Biodiversidade, a Câmara Municipal de Bragança (CMB) promoveu várias iniciativas. Ao todo, decorreram três actividades com o objectivo de informar e sensibilizar a população para a importância da preservação da biodiversidade, em geral, e da floresta autóctone, em particular.
A primeira iniciativa, “Bosques do Centenário”, aconteceu logo pela manhã na Quinta da Trajinha, junto ao Centro de Saúde de Santa Maria. A autarquia decidiu associar-se às Comemorações do Centenário da República na plantação de um bosque de espécies autóctones e fê-lo com o apoio de 15 utentes do Centro de Educação Especial. “Este foi um desafio colocado pela Associação Nacional de Municípios Portugueses, em parceria com a Autoridade Florestal Nacional, com a Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza), também com o movimento cívico Plantar Portugal, e consiste na plantação de um bosque com 100 árvores”, descreveu o vice-presidente da CMB, Rui Caseiro, referindo-se aos 50 carvalhos, 25 azevinhos e 25 medronheiros plantados.
Logo de seguida, foi inaugurada a exposição “Biodiversidade no Concelho de Bragança” na Biblioteca Municipal. Nesta mostra fotográfica, decorrente de um concurso aberto ao público em geral e realizado durante os meses de Outubro e Novembro, foram apresentados 17 trabalhos. Destes, três sagraram-se vencedores. Em primeiro lugar, ficou Ana Antão Geraldes, que ganhou um prémio de 200 euros; em segundo, António Alves Tedim, 100 euros; e, em terceiro, Telmo José Afonso, 50 euros.


“Estas iniciativas de participação cívica que a autarquia promove vão no sentido das pessoas colaborarem. Trata-se de levar os cidadãos a reflectirem em temas que são extremamente importantes para o futuro e para a sustentabilidade do planeta”, defendeu o responsável.
No culminar das comemorações, na tarde de terça-feira, esteve o seminário “Biodiversidade e boas práticas em Espaços Verdes”. Durante esta iniciativa, que aconteceu na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), foi apresentado o “Manual de boas práticas em espaços verdes”. Com 17 autores, na sua maioria docentes, o manual, cuja edição esteve a cargo da CMB, em colaboração com o IPB, teve uma tiragem de 1000 exemplares. De referir ainda que, no final, foi entregue a cada participante um exemplar gratuito do manual e uma planta autóctone para que pudesse, ao plantar a espécie, contribuir para a preservação da biodiversidade e da floresta autóctone. Um dos temas sobre a mesa que se revelou dos mais importantes, dado ser um bem cada vez mais escasso, teve a ver com uma utilização eficiente da água, quer em rega, quer em espaços verdes.

"EXIGÊNCIA DE MUDANÇA"

O candidato comunista a presidente da República, Francisco Lopes, visitou o distrito e “disparou” em todas as direcções

No último domingo, decorreu, no restaurante “Rota dos Sabores”, o almoço de apoio à candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República Portuguesa. O homem forte do Partido Comunista Português (PCP) para as eleições de 23 de Janeiro, discursou para uma plateia de mais de uma centena de pessoas no Mercado Municipal de Bragança. “Eu sou candidato a presidente da República de Portugal e só o povo português é que vai decidir isso. Não há nenhuma eleição antecipada, nenhuma sondagem, nenhum comentário, apenas o voto dos portugueses conta a 23 de Janeiro”, declarou no final do almoço.
Na sua intervenção, Francisco Lopes criticou o Governo, o Orçamento de Estado, o PSD, na pessoa de Passos Coelho, pelo conluio com o PS que levou à aprovação do orçamento, Cavaco Silva e a situação económica “deplorável” a que chegou o estado da nação.
“Todos têm a possibilidade de dar esse contributo para a mudança. Cada voto nesta candidatura é um voto que conta para impedir que Cavaco Silva seja eleito à primeira volta. Cada apoio nesta candidatura conta sempre para afirmar a indignação, o protesto, o desejo de mudança, essa ideia da construção de um Portugal mais desenvolvido e mais justo”, defendeu Francisco Lopes, apelando ao voto, como a única forma dos portugueses conseguirem fazer “ouvir a sua voz”.
“Aqueles que a 24 de Novembro mostraram a sua indignação, participando na greve ou solidarizando-se com ela, têm, agora, uma nova oportunidade, a 23 de Janeiro, votando nesta candidatura”, terminou o candidato do PCP.

DE GREVE GERAL A PARCIAL

Centro de Saúde da Sé (na foto), Segurança Social e Linha Aérea foram dos únicos a registar uma adesão à greve próxima dos 100 por cento na cidade de Bragança

A União dos Sindicatos de Bragança (USB) transmitiu um cenário de “forte e expressiva adesão” à Greve Geral de 24 de Novembro no distrito. Mas o Jornal Nordeste (JN) saiu para as ruas e constatou uma realidade bem diferente, pelo menos, na capital de distrito. A título de exemplo, a Câmara Municipal de Bragança registou uma greve de 17,28 por cento. E essa percentagem foi sintomática daquilo que se passou na cidade de Bragança. Quer em termos de saúde, serviços e transportes. Três das áreas mais expressivas no quadro grevista nacional.
Começando pela saúde, a Unidade de Bragança do Centro Hospitalar do Nordeste, viu garantidos os serviços mínimos nas Urgências, se bem que, nos restantes quadrantes, a adesão foi baixa. No entanto, de acordo com os dados avançados pela USB, a adesão dos enfermeiros no turno da noite rondou os 70 por cento, enquanto que, no turno de dia, atingiu os 80 por cento. A adesão mais expressiva foi mesmo no Centro de Saúde da Sé, atingindo quase os 100 por cento. Com 6 dos 9 médicos e 16 funcionários a aderirem à Greve, não havia um único utente no Centro de Saúde à espera de ser atendido. Já o Centro de Saúde de Santa Maria a adesão foi quase inexistente. O JN procurou números concretos, mas foi remetido para o Agrupamento de Centros de Saúde de Alto Trás-os-Montes I – Nordeste. Aqui, uma funcionária da direcção disse não estarem autorizados pela Administração Regional de Saúde do Norte a divulgar os dados da adesão, apesar de os terem em seu poder, reencaminhando o nosso interesse para o Ministério da Saúde. No Tribunal de Bragança, o JN apurou que dos 41 trabalhadores, 9 magistrados e 32 funcionários, aderiram à Greve 8 pessoas. Destas, 3 são magistrados e 5 são funcionários do tribunal.

Sindicatos falam numa adesão superior a 3 milhões de portugueses, mas Ministra do Trabalho desmente

No Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Bragança, segundo dados da USB, houve uma adesão de 100 por cento nos serviços de atendimento e tesouraria, funcionando, apenas, o serviço mínimo. Tanto assim que o JN, na hora de almoço, esteve no Centro e este estava fechado. A justificação dada por um funcionário foi que, por só estar apenas uma pessoa no atendimento e por esta ter de ir almoçar, as portas do Centro tiveram de fechar. Já durante a tarde, a fila de pessoas era interminável. “Vim aqui entregar uma declaração, mas parece que as senhas não estão a funcionar e só uma pessoa é que está no atendimento. Acho que vou embora e venho cá amanhã”, afirmou António Oliveira, estudante do Politécnico, enquanto esperava na fila.
Na Direcção Geral de Finanças, o sindicato fala de uma adesão de 60 por cento. Na Repartição de Finanças, o JN apurou que dos 28 funcionários, somente 9 entraram em greve. A Secção de Cobranças foi mesmo a única a não funcionar.
Se a greve nos transportes foi das que mais afectou as pessoas por todo o país, o mesmo não aconteceu em Bragança. Rodonorte, Expressos e Santos mantiveram todos os horários dos seus autocarros. Contudo, das três linhas de Transportes Urbanos de Bragança, duas paralisaram a 100 por cento. Também a Linha Aérea Bragança/Vila Real/Lisboa e vice-versa paralisou a 100 por cento.
O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Bragança estava praticamente vazio, mas o seu responsável máximo afirmou não poder adiantar dados da adesão, remetendo o JN para os Serviços Centrais do IEFP.
Os Correios de Bragança tinham, na parte da tarde, 4 funcionários em serviço, correndo o atendimento dentro da normalidade. No entanto, a USB adiantou que na distribuição, os CTT tiveram os serviços a meio gás, cerca de 50 por cento.


“grande maturidade cívica dos portugueses”

A Ministra do Trabalho, Helena André, apesar de ter reconhecido uma elevada adesão à greve na função pública e nos transportes, sobretudo, a sul, mencionou uma “grande maturidade cívica dos portugueses”, por estes terem mantido muitos dos serviços mínimos. Acrescentou, ainda, que no sector privado da economia se registou uma fraca adesão.
Já a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) e a União Geral de Trabalhadores (UGT) vieram a público afirmar que mais de 3 milhões de portugueses aderiram à Greve Geral. No entanto, Helena André rejeitou os números avançados pelas organizações sindicais, preferindo falar em “greve tranquila”.

9 de dezembro de 2010

PARTEM OS JOVENS... PERMANECEM OS "VELHOS"

Numa encosta protegida pelo sol, aguarda Vale da Pena as suas gentes que há muito “abandonaram” a aldeia

Intimidada pela presença alheia, Maria Fernandes esconde a cara da objectiva, com receio de que algum mal lhe possa advir da conversa contrariada com estranhos às suas memórias. Sem saber ler, não consegue verificar o logótipo na viatura do Jornal Nordeste (JN), e oculta-se sob as suas vestes negras. A picar abóboras para alimentar os suínos, esta senhora de 89 anos nasceu e criou-se para eleger Vale da Pena como última morada. Situada no concelho de Vimioso, numa encosta propícia à lavoura, a aldeia, que conta, actualmente, com cerca de 40 residentes fixos, é uma terra deveras dada ao azeite. A trabalhar no campo, bem no interior do povo, estava um grupo de seis pessoas que varejava os olivais.
Eva Pires, de 53 anos, interrompe a apanha da azeitona para reconhecer certas e determinadas carências de Vale da Pena. Nas suas palavras, a mais premente, talvez seja a necessidade de haver alguém que cuide dos idosos e zele pelo seu bem-estar. “Temos aqui muitas pessoas de idade e não têm ninguém que olhe por elas. Temos ali uma antiga escola que podia ser recuperada. Durante o dia, as pessoas podiam encontrar-se ali e estavam umas com as outras. Podia estar lá alguém responsável, que até fizesse algumas actividades com elas”, sugere. De acordo com Eva, mais que um lar, os idosos precisavam de um Centro de Dia, um ponto de encontro, de convívio. “Andam por aí sem nada para fazer, sem nada para passar o tempo. Só fazia falta uma pessoa que cuidasse delas”, sustenta.
Apesar do Lar Santa Eulália de Pinelo, localizado a seis quilómetros de Vale da Pena, prestar apoio domiciliário, não existem meios entre as duas comunidades que transportem os idosos consoante as suas necessidades. “Aqui estavam muito melhor, até porque os idosos gostam é de ficar nas suas aldeias”, assegura.


Aquilo que distingue Vale da Pena é, essencialmente, a sua situação geográfica. Ao declarar-se numa encosta, fá-lo em termos de clima, tornando-se mais vantajosa para os produtos hortícolas do que outras aldeias anexas. Um facto desvalorizado, já que poucos são aqueles que se dedicam à agricultura a tempo inteiro. “Se as pessoas que estão cá ainda fizessem alguma coisa com a terra, acho que sairiam bastante beneficiadas pelo facto de viverem numa encosta”, afirmava, quando, abruptamente, foi interrompida na conversa pela queda, demasiado próxima, de um ramo monumental. “Atenção!” gritou Eva, em tom de aviso.
A sua "colega de campo”, Glória Pires, nasceu em Vale da Pena, mas habita em Vimioso. Hoje, regressa para a apanha da azeitona e expõe ao JN o sentimento de tristeza que a invade sempre que regressa ao “deserto”. “Gostava de ver aqui mais pessoas porque quando venho cá sinto tristeza de ver a aldeia deserta, sem ninguém”, manifesta Glória, que trabalha no Lar em Pinelo como encarregada há 18 anos.


Ao longo das últimas décadas, a aldeia cuja padroeira é Nossa Senhora da Piedade, conquistou inúmeras condições, sobretudo, de habitabilidade, mas perdeu o mais importante, as pessoas que lhe davam ritmo e vida. Somente no Verão, consegue reconquistar parte desses tempos idos. “Modificaram-se as ruas, os esgotos, não havia telefone e, agora, há telefone, há luz, isso temos. Pronto, mas, mais do resto… Fizeram-se umas casas novas, mas estão desabitadas porque as pessoas estão para fora e só vêm de férias no mês de Agosto”, revelou Glória, referindo-se aos emigrantes e a outras pessoas da aldeia, que, ficando em Portugal, partiram em busca do sonho. Resumido, essencialmente, em melhores condições de vida. É o caso de Nuno Pires, que rumou em direcção ao calor dos trópicos. Hoje, é o orgulhoso chefe de um restaurante nas Ilhas Canárias. O jovem de 28 anos regressa às origens, normalmente, quando se encontra de férias e fá-lo por vários motivos: para abraçar a família, para ver os amigos, para matar saudades da terra lusa companheira de infância. “Fui embora pelas mesmas razões de toda a gente que parte. Falta de emprego, à procura de uma vida melhor e pela aventura, também”, confessa Nuno.


Enquanto que a maioria dos jovens decidiu por bem partir, houve outros, poucos, que tomaram a decisão contrária. Arnaldo Martins é o exemplo de alguém que optou por ficar, apesar das contrariedades inerentes à sua permanência. “Dinheiro não há, pessoas, somos muito poucas, arranjar trabalho é complicado”, expõe. Com 49 anos, Arnaldo é pintor de profissão e trabalha por conta própria nas redondezas de Vale da Pena. Apesar das dificuldades e da privação, Arnaldo não desanima. “Há muita coisa que faz falta! Postos de trabalho, principalmente, que aqui quase não há. Mas, no momento de crise em que nos encontramos, uma pessoa não pode exigir muito”, afirma, ciente do estado de declínio a que a economia portuguesa chegou. “Batemos fundo”, ironiza, enquanto ajuda os familiares a executar o primeiro passo no processo de obtenção do azeite. A apanha da azeitona.




O PRAZER DE DEGUSTAR

“A Vileira” tem vindo a projectar o nome de Vimioso no país e além-fronteiras na arte da Gastronomia Micológica

No fim-de-semana passado, a Jornada Gastronómica Micológica tomou Vimioso de assalto, pelo segundo ano consecutivo. O Hotel/restaurante “A Vileira”, responsável pela implementação desta iniciativa, presenteou os convidados com entradas, pratos e sobremesas baseados nos ricos sabores dos cogumelos da região. No sábado, ao jantar, por exemplo, o restaurante encheu com pessoas oriundas de várias partes do país como do Porto, Braga e, inclusive, de Espanha.
“De momento, as jornadas estão a correr muito bem mesmo. O ano passado fizemos as primeiras, este ano, são as segundas e, claro, com a prática vamos melhorando. É outra facilidade, dada a experiência adquirida”, assegura o proprietário d´A Vileira, Luís Garcia.
Em relação ao ano transacto, foram introduzidas algumas alterações. Como, por exemplo, de 4 dias, a II Jornada Micológica passou para dois, e em vez dos 8 menus diferentes, as pessoas podiam optar por um único menu de degustação, concebido através da selecção dos melhores pratos de 2009.
De acordo com o responsável, muitos dos clientes de hoje, são pessoas que estiveram presentes o ano passado. “O facto de repetirem só prova que ficaram fãs da nossa cozinha e que a primeira Jornada foi um sucesso. Sobretudo, porque muitos dos nossos clientes vêm de longe”, sublinha Luís Garcia.


Este ano, associou-se à iniciativa, o Hotel Rural de Vimioso, realizando a sua Primeira Jornada Gastronómica Micológica. Uma estreia vista com bons olhos pelo mentor deste acontecimento. “O ano passado, eu prometi que iria fazer uma campanha entre os meus colegas da restauração com o intuito destes aderirem. Falei com eles e só houve um que aderiu... Espero que lhe corra bem, para que, no próximo ano, repita e consigamos contagiar os restantes colegas. Seria um prazer e teríamos mais força entre todos”, adianta Luís Garcia. Se assim fosse, os envolvidos poderiam mesmo pedir apoios à Câmara Municipal, ao Turismo, e organizar um evento mais de Vimioso, do que, apenas, de um ou mais restaurantes. “Esse era o meu sonho! Não podemos parar no tempo”, desvenda, sobre um evento que promete divulgar o bom nome da Vila e a sua excelente gastronomia nos anos vindouros.


EM DIRECÇÃO AO FUTURO

Centenas de jovens estudantes experienciaram a Semana da Ciência e da Tecnologia promovida pelo IPB e CCVB

De 26 a 22 de Novembro, o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e o Centro de Ciência Viva de Bragança (CCVB) promoveram mais uma edição da Semana da Ciência e da Tecnologia. Só no CCVB, foram cerca de 500 os alunos, de todo o distrito, a terem o privilégio de espreitar o futuro. Actividades científicas e tecnológicas de ponta como a realidade virtual, a robótica, a nanotecnologia e o simulador de voo do Airbus A320, não passaram ao lado do divertimento e fizeram as delícias dos jovens participantes.
“Esta semana foi excelente, não só pela quantidade de alunos abrangidos, mas, também, pela generosa contribuição dos docentes do IPB. Pois conseguiram trazer para a mostra aquilo que de mais actual existe”, resumiu a coordenadora de actividades do CCVB, Ivone Fachada. Uma parceria de estreita colaboração entre as duas instituições que tem vindo a dar frutos, ao longo dos últimos anos.
No IPB, o Jornal Nordeste assistiu a uma iniciativa denominada “Docinhos de frutas nanotecnológicas”, onde participou a Escola Profissional de Carrazeda de Ansiães. A docente de Bioquímica, Isabel Ferreira, da Escola Superior Agrária do IPB, fez o balanço desta edição da Semana da Ciência e da Tecnologia.
“Tivemos uma adesão deveras significativa, com múltiplas actividades nas diversas áreas como, por exemplo, química, biologia, bioquímica, ciências agrárias e veterinárias”, referiu.
O principal objectivo do IPB passa, mesmo, por atrair alunos, dando a conhecer as suas instalações, laboratórios, actividades de investigação e a sua oferta formativa aos potenciais interessados.

7 de dezembro de 2010

LAUREADOS DA MTV EM BRAGANÇA


FACTOS

Artistas/músicos: Virgul (Da Weasel) / Dino (Expensive Soul)
Banda: Nu Soul Family (NSF)
Elementos: Virgul e Dino, nas vozes; Alan Gul, produtor/dj/percurssionista; Bassman, baixista
Ocasião: Semana de Recepção ao Caloiro 2010
Local: Bastidores/NERBA

ENTREVISTA

1 @ Quando e como é que nasceu o projecto da família soul mais badalada em Portugal nos últimos tempos?

Virgul: Este projecto nasceu em meados de 2009. Juntámo-nos os quatro, eu falei da ideia e foi aí que começámos a criar e a compor. Em comum, tínhamos a paixão pela música e a vontade de experimentar e fazer algo diferente. O nosso primeiro álbum, "Never too late to dance", saiu em Abril deste ano.

2 @ Como é que definirias o vosso álbum de estreia?

Virgul: É um disco de dança! Mas abrangemos um bocado de tudo ao longo das 13 faixas... Gostamos de variadíssimas coisas e cada um de nós tem os seus gostos musicais. O Dino, por exemplo, sempre foi o músico mais ligado ao soul. Eu, mais ligado ao hip hop, ao reggae. Apesar do disco ter uma personalidade dançante, depois acabamos por trazer essas influências, sobretudo, na parte cantada. Damos muita importância às vozes e o álbum vive muito disso. Temos a preocupação de tentarmos transmitir, sempre, uma mensagem positiva. O primeiro single, “This is for my people”, é um agradecimento a todo o “people” que nos ajuda, que nos acompanha e que, de certa forma, nos dá força para nós fazermos aquilo que sabemos fazer melhor. Agora, temos o segundo single que, também, já está a tocar, que é o “I believe”, e o álbum é um bocado isso. As nossas características enquanto pessoas, nós próprios somos super positivos e tentamos transmitir isso às pessoas.


3 @ Como é que tem sido recebido o primeiro trabalho dos NSF? Quer pelos fãs, quer pelo público, quer pela crítica.

Virgul: Tem sido muito bom! Não nos podemos queixar... Aliás, só temos motivos para sorrir! Este ano, o tema “This is for my people” foi um dos mais tocados nas rádios e é o tema que as pessoas mais identificam. Obviamente, foi o single. Depois, o género é de dança e como eu e o Dino já temos alguma experiência em relação ao facto de conseguirmos estabelecer uma certa empatia com o público, só torna a situação mais fácil. Os fãs são muito acessíveis e o pessoal entra logo a cantar no refrão. Tem sido uma recepção maravilhosa!

4 @ Com os NSF, esta é a tua primeira vez aqui. Contudo, já antes havias estado em Bragança com os Da Weasel. Apesar do frio, achas quente o público transmontano?

Virgul: Sim! Lembro-me aqui de certas noites... Tocar e acabar no meio do público a curtir com o pessoal até ficar de dia! Bragança tem um público excelente e como é uma terra que tem muitos estudantes, quando é para curtir, é para curtir à séria! Isso também faz com que as festas corram bem.


 
Just “believe” and “follow your dream”, because our “people” will give us “power” to go “higher” and “please don’t tell me” that its only a dream cause “I cant let it go”, mensagem de Virgul, utilizando títulos de alguns temas do disco da família dos NSF (na foto)


5 @ A 7 de Novembro, em Madrid, os NSF alcançaram o reconhecimento e a projecção internacionais ao vencerem o prémio de melhor banda portuguesa concedido pela MTV. Como é que descreverias a experiência?

Virgul: Os Da Weasel já tinham conquistado esse prémio da MTV por duas ocasiões. Agora, com os NSF, esta é a minha terceira vez. Foi só pena não termos ido a Madrid receber o prémio. Não sei qual foi a justificação da MTV, mas teria sido bom os outros elementos da banda terem estado presentes para poderem experimentar aquela sensação de “stars”.

6 @ E tu Dino? Foi a tua primeira vez, que é que sentiste?

Dino: Da banda toda, eu fui o último a saber. Desliguei os telemóveis, adormeci, e no dia seguinte já tinha bué de pessoal no facebook a dar-me os parabéns. Toda a gente já sabia, menos eu. Logo, vieram-me as lágrimas… O pessoal não imagina o quão fixe é. Este prémio da MTV é o expoente máximo a nível musical. Também é o que levas daqui… O reconhecimento!

7 @ Para além dos Expensive Soul e dos NSF, tens, ainda, um projecto a solo e trabalhas, simultaneamente, em todas as frentes. Como é que consegues?

Dino: A minha namorada é que sabe, pois ela é que sofre mais do que eu. Eu sou do Algarve, os Expensive são do Porto, os Soul Family estão em Lisboa. Por isso, tenho mesmo de andar sempre de um lado para o outro!


Os Nu Soul Family conquistaram o prémio de “Best Portuguese Act” nos “European Music Awards” da MTV, perante uma concorrência de pesos pesados. Deolinda, Diabo na Cruz, Legendary Tigerman e Orelha Negra disputaram o título, mas, apenas um grupo se poderia sagrar vencedor.
Em 2009, foi a vez da banda de Tim, Zé Pedro, Kalu, Gui e João Cabeleira ganhar o “Best Portuguese Act”. Logo, no ano em que comemoravam três décadas de carreira. Em competição, estavam, também, os X-Wife, Buraka Som Sistema, Pontos Negros e David Fonseca.