As geadas da primeira semana de Maio queimaram quase na totalidade algumas das principais culturas da região
Entre 2 e 5 de Maio, três noites de geadas destruíram, mais de 80 por cento, das culturas com maior rentabilidade na região, sobretudo, da nogueira e do castanheiro. Assim, no dia 12 de Maio, 8 agricultores da freguesia do Parâmio e de Espinhosela solicitaram uma audiência com o Governador Civil de Bragança para discutirem os estragos provocados pelas geadas e potenciais apoios que possam minimizar a situação.
“Viemos aqui falar com o governador civil a ver se ele nos pode apoiar e dar alguma ajuda naquilo que for possível. Como tem apoiado outras coisas, deve apoiar também o problema das geadas pois destruiu-nos a agricultura toda.. Ainda não se fizeram as sementeiras porque a chuva não deixou e agora as geadas acabaram-nos com o pouco que tínhamos”, afirma Manuel Fernandes, da freguesia do Parâmio, um dos agricultores prejudicados pelas geadas. “As culturas ficaram muito afectadas. As nogueiras estão a 100%, as vinhas, os castanheiros, as árvores de frutos, está tudo afectado. Faço parte de várias associações, mas, até ao momento, não vi movimento nenhum, nem por parte delas, nem por parte das juntas de freguesia. Por isso, é que este grupo de agricultores resolveu manifestar-se”, acrescenta.
No Governo Civil, estiveram 8 agricultores, cada um a representar uma aldeia das freguesias do Parâmio (Parâmio, Maças, Fontes e Zeive) e de Espinhosela (Espinhosela, Vilarinho, Cova de Lua e Terroso).
No Governo Civil, estiveram 8 agricultores, cada um a representar uma aldeia das freguesias do Parâmio (Parâmio, Maças, Fontes e Zeive) e de Espinhosela (Espinhosela, Vilarinho, Cova de Lua e Terroso).
João Pires, agricultor e secretário-adjunto da freguesia de Espinhosela, com terrenos em Vilarinho, uma das aldeias anexas a Espinhosela, refere: “Esta geada tardia veio dizimar por completo a cultura do Castanheiro, nomeadamente, as variedades mais precoces, do Zeive ou Boa-Ventura, mesmo a Judia, nalgumas zonas, ficou queimada a 100%”. “O agricultor, naquela região, tem no castanheiro, praticamente, a sua única fonte de rendimento e, este ano, vai ficar privado dela. Estamos aqui para dar a conhecer a nossa situação e ver em que medida o Governo nos pode apoiar. As geadas vieram prejudicar em muito uma região já por si só bastante empobrecida”, declara este agricultor com avultados prejuízos.
Ao Governador Civil, Jorge Gomes, foram-lhe transmitidos os problemas relativamente às queimas provocadas pelas geadas. “O Governo Civil vai diligenciar junto da Direcção Regional da Agricultura para que desloque às zonas afectadas alguns técnicos que façam o levantamento exaustivo daquilo que aconteceu para, a partir daí, podermos adoptar medidas que minimizem um pouco os prejuízos, se é que é possível fazer alguma coisa”, adianta.
Caso se verifiquem avultados prejuízos, e questionado sobre se o Governo estará, de alguma forma, disponível para subsidiar a produção perdida, Jorge Gomes afirma que essa resposta competirá, apenas, ao responsável máximo, referindo-se ao ministro da agricultura. “O meu único comprometimento vai no sentido de avaliar o que aconteceu, saber se dentro do que aconteceu havia alguma possibilidade de os agricultores o terem evitado, nomeadamente, terem minimizado os prejuízos através de seguros, sabendo, de antemão, que há determinadas culturas que os seguros não cobrem”, declara o Governador Civil.
“É preciso fazer uma análise bem ponderada para quando o assunto for exposto ao ministro seja com alguma credibilidade daquilo que estamos a solicitar. Não podemos é, de repente, pensar que está tudo resolvido e que os agricultores não têm culpa nenhuma. Não é assim. É avaliar, ponderar e submeter ao responsável máximo da agricultura”, conclui Jorge Gomes.
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