Um facelift visual aos 13 locais portugueses classificados pela UNESCO como Património Mundial
Inaugurou, a 29 de Abril, a exposição fotográfica “Portugal: Um Outro Olhar” de António Sá no Centro Cultural de Bragança. Patente até 5 de Julho, as 36 obras a marcar presença elogiam o nosso país como Património Mundial. O próprio artista, um jovem fotógrafo viajante, mas com imensa experiência, melhor técnica e bom gosto, conduziu os amantes de arte por uma introdução guiada aos seus diversos trabalhos. A origem deste projecto esteve num convite do canal National Geographic extensível ao fotógrafo para integrar o documentário televisivo “Portugal: Um Outro Olhar”, que versaria sobre os 13 sítios portugueses classificados by UNESCO. Assim, durante, sensivelmente, um mês de rodagem, em 2007, António Sá percorreu Portugal, fotografando os centros históricos de Évora, Porto, Guimarães e Angra do Heroísmo; as paisagens de Sintra, do Vale do Côa e da Floresta Laurissilva na Madeira; contemplou os mosteiros dos Jerónimos, da Batalha, de Alcobaça e a Torre de Belém; e sublimou o Douro Vinhateiro, um lugar encantado por séculos de tradição do néctar dos Deuses.
“Os locais que eu fotografei não são propriamente comparáveis porque, dentro das figuras de classificação da UNESCO, temos paisagens culturais, naturais e monumentos. Mas se tivesse de dizer um, escolheria a Floresta Laurissilva. É como estar no Parque Jurássico, numa viagem deslumbrante ao passado, porque é a floresta mais primitiva que nós temos em Portugal”, comunica o repórter fotográfico, seguro de que não haverá no país uma outra paisagem natural tão preservada e tão antiga como a da Madeira.
O desafio bem-aventurado deste artista foi sempre o de captar imagens que pudessem transparecer um cunho pessoal num trabalho mais institucional, convidando todos a iniciarem a sua própria viagem de descoberta neste “país infinito”. De realçar que, esta não é a primeira vez que expõe em Bragança, tendo trazido, há cerca de três anos, um trabalho que versava sobre a Mongólia e a China.
Percurso pessoal e profissional de António Sá foi enriquecido, de sobremaneira, com numerosas expedições aos locais mais recônditos do Planeta
Nascido a sul do Porto, em Espinho, no ano de 1968, António Sá deu os primeiros passos na fotografia quando era apenas um miúdo com 11 anos de idade, tentando capturar na natureza o enquadramento ideal com apenas uma máquina simples e básica. Aos 26 anos, em 1995, e imbuído do mesmo espírito de descoberta, começa o percurso como jornalista e fotógrafo profissional, produzindo reportagens completas (texto e fotografia) para diversas revistas europeias, incluindo a edição portuguesa da National Geographic. Nessa equação, e como repórter freelancer, teve o privilégio de conhecer mundo, destinos tão longínquos como Bornéu, Alasca, Brasil, Mongólia, Namíbia, China, Islândia, Cabo-Verde e muitos outros. O privilégio reporta-se, neste contexto, à oportunidade de, através de uma lente, explorar como espectador e, pela escrita, como interveniente, destinos desconhecidos, procurar conhecer novas gentes, povos e tribos, descobrindo, simultaneamente, outras culturas e seus fascínios. “O mundo é muito grande e eu não tenho a pretensão de cobrir os 5 continentes de uma forma exaustiva, nem estar em todos os países. Geralmente, eu viajo por uma questão de interesse específico por um ou outro local e a América do Sul é uma parte do continente americano da qual eu conheço muito pouco, apesar de ter estado bastante tempo no Brasil. O que me seduz, também, é o facto de não haver uma barreira linguística. Como repórter, poderei entrar mais facilmente nas histórias latinas e conhecê-las a fundo”, elucida António Sá.
Das suas investidas além-fronteiras, explorando as suas próprias ideias ou trabalhando em assignments para clientes específicos, nasceram mais de 200 reportagens em títulos nacionais e estrangeiros, sobretudo, em revistas de viagem como, por exemplo, “Volta ao Mundo” e “Rotas e Destinos”. Tal actividade, a partir do ano 2000, passou a ser complementada com a orientação de workshops para diversas entidades, como a Fundação Serralves. A partir de 2004, iniciou-se na organização e condução de passeios fotográficos temáticos, onde ambientes selvagens e naturais são uma constante. Recentemente, em parceria com a Agência NOMAD, é o responsável por viagens fotográficas à Islândia, onde irá em Julho, e ao Sahara marroquino. De tempos a tempos, realiza exposições sobre alguns dos seus trabalhos mais relevantes. A par destas iniciativas, tem participado em palestras e seminários a convite de estabelecimentos de ensino e empresas da área da fotografia. Em 2007, assumiu também funções como professor convidado para a disciplina de Projecto Fotográfico do curso de Tecnologia da Comunicação Áudio Visual do Instituto Politécnico do Porto.
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