FACTOS
Nomeado: Bruno Silva aka Goku
Origem: Vila Nova de Gaia
Idade: 28 anos
Arte: Dança
Grupo: Spartans
Local: Discoteca Moda, Bragança
ENTREVISTA
1 @ O programa “Achas que sabes dançar”, na SIC, lançou-te para a fama. Como é que descreverias a tua participação?
R: Correu bem! Fui a Leiria fazer a primeira audição com o meu amigo João Nogueira e ambos passámos para a fase seguinte, dentro do top 100. Depois, em Lisboa, houve uma audição final durante três dias em que dançámos sem parar. Aí escolheram os 20 para passar à fase das galas. Nós dançávamos, as pessoas votavam e quem ficasse menos votado tinha que fazer um solo para o júri salvar ou não esse participante. E foi sempre assim, até ficarem os quatro finalistas: duas raparigas e dois rapazes.
2 @ Funcionava por eliminatórias, portanto. Que lugar alcançaste?
R: Fiquei no top 6. Ou seja, fui até à 8ª gala. Na última, a nona, também estivemos presentes, mas foi em coreografias de grupo.
3 @ O que é que achaste de todo o conceito do programa?
R: O conceito de todo o programa foi importado dos Estados Unidos. O nome original do formato é “So you think you can dance”, a SIC só comprou os direitos de autor. Mas foi bom para divulgar a dança em Portugal. Deu, pelo menos, para mostrar o meu estilo, o B-boying, e serviu, também, para mostrar que não são só os bailarinos da contemporânea e da clássica que sabem dançar. O pessoal do hip-hop também consegue mostrar a verdadeira dança.
4 @ O que é que entendes por B-boying?
R: O B-boying, que é o break-dance, começou no Bronx, em Nova Iorque, mais ou menos na década de 80, com as chamadas piruetas no chão. A partir daí, evoluiu muito. Actualmente, é dançado com música funk, soul-funk e hip-hop por milhões de pessoas em todo o mundo. Os países mais fortes são os Estados Unidos e a Coreia, mas depende dos tempos. Agora, os países nórdicos estão-lhe a dar e a aparecer outros como a Venezuela. O b-boying é que é o verdadeiro hip-hop, foi daí que começou tudo. B-boying, Locking, Popping. Depois, surgiu o New School. O pessoal não conseguia dançar tanto no chão e começou a fazer coreografias em pé.
5 @ A tua participação no programa abriu-te portas para outros voos?
R: A televisão abre sempre portas para quase tudo... Seja para fazeres shows ou seres mais contactado para dar aulas e ensinar às pessoas o que é o b-boying. Foi muito bom! Para mim, participar em competições no estrangeiro é, agora, mais fácil. Torna-se mais complicado porque eu tento sempre levar o pessoal do meu grupo comigo. É só uma oportunidade de conseguirmos os patrocínios certos, mas acho que vamos ser bem sucedidos. Quero levar, pelo menos, duas pessoas comigo, que é para vivermos aquilo com toda a intensidade possível. Quero partilhar a experiência e não ser só eu a vivê-la… É diferente!
6 @ O que é que fazias antes do programa?
R: Fazia e faço. Continuo a estudar Direito na Lusíada, no Porto, a dar aulas, a fazer shows, workshops e entrar em competições. Basicamente, fazia o mesmo que faço agora. Também tenho um grupo de dança, os Spartans, que formei com o João Nogueira (participante do “Achas que sabes dançar?”) em 2007. Somos 7 ou 8 e treinamos juntos. Formámos o grupo e, logo depois, a escola Spartans. Mas treinamos e competimos à parte.
7 @ Qual é que é a tua formação em dança? Onde e como é que aprendeste?
R: Eu só comecei a dançar aos 20 anos Fui aprendendo o hip-hop na rua, em vídeos, na internet, nunca tive nenhum curso intensivo de dança. Em hip-hop é assim que se inicia. Começas a ver, a tentar imitar passos e começam-te a sair movimentos. Antes, durante 15 anos, fui ginasta de alta competição. Nesse tempo, dançar era um sonho, mas não tinha vida, pois treinava muitas horas diariamente. Aos 20, decidi abandonar a ginástica e dedicar-me 100 por cento à dança. Até deixei de estudar durante cinco anos. Só, depois, é que retomei os estudos.
8 @ Como professor, achas que há muitas pessoas em Portugal a aderirem ao B-boying?
R: No norte há mais que no sul! Mas, depende da época... Muitos desistem! Não é qualquer um que se torna um verdadeiro b-boy. É difícil porque chegas a uma fase em que não consegues evoluir, só treinando muito e muito mais e, então, as pessoas desistem.
9 @ Revela-nos alguns dos teus projectos a curto – médio prazo?
R: Estamos, agora, a treinar e à procura de apoios para tentarmos ir aos Estados Unidos, eu e o meu grupo. Outubro, a Nova Iorque, e a 26 de Novembro, Los Angeles para a Freestyle Session. Na América há competições constantemente e nós, conseguindo ir, ganhamos três vezes mais experiência. Para além da minha escola Spartans, que é só de B-boying, estamos, também, com um projecto para uma outra escola de dança mais completa, com as várias vertentes: clássica, contemporânea, jazz, ballet. Não serei só eu a leccionar, haverá mais pessoas. Vamos ver como tudo corre…
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