Apesar dos recentes investimentos, Cedães mantêm-se, ainda, separada de duas anexas por 22 quilómetros
Estamos a 4 ou 5 quilómetros de Vale de Lobo e Vila Verdinho, que são anexas de Cedães e temos de andar, por baixo, cerca de 40 quilómetros. Vinte para ir e outros 20 para regressar. Falta-nos uma estrada que faça a ligação”, defende o presidente da Junta de Freguesia de Cedães, João Fernandes. Uma situação que considera de extrema importância resolver. Mas muito tem sido feito nos últimos dez anos nesta freguesia de Mirandela.
Desde que está aos comandos da freguesia, há 9 anos, o presidente afirma que os melhoramentos na aldeia têm sido substanciais. “Calcetamentos, saneamentos, uma Estação de Tratamento de Águas Residuais que fizeram recentemente, recolha de lixo, tudo da responsabilidade da Câmara Municipal”, advoga, e com a qual mantém uma relação “das melhores”.
Para além de todo esse investimento, a autarquia mirandelense disponibilizou, ainda, verbas para o restauro do telhado da igreja e patrocinou a construção do poli-desportivo, em 2007. Mas a igreja foi, também, renovada nos seus interiores. Trabalho iniciado em 2008 e que coube à Fabriqueira da Paróquia de Santo Ildefonso, por iniciativa do padre Abel Maia. “O nosso padre é um espectáculo!Foi ele quem fez mexer tudo. As obras de restauro na igreja só começaram quando o padre chegou à aldeia, a 21 de Setembro de 2008”, revela Arminda Fernandes, esposa do presidente da junta e tesoureira da Fabriqueira. “A remodelação foi por dentro e por fora. O telhado foi patrocinado pela Câmara e todo o interior foi o povo que ajudou, através da fabriqueira, num investimento total de 90 mil euros”, acrescentou.
“Agora, através do padre, iniciaram-se as oficinas de oração e pouco mais se tem feito, que o senhor padre tem mais seis paróquias”, afirma a responsável pelas contas da Fabriqueira.
Há dois anos que Cedães não conhece a famosa festa popular que, todos os Verões, costuma animar as aldeias de norte a sul de Portugal. “Fez-se uma festa, mas foi religiosa e por iniciativa do padre Abel Maia”, proclama Arminda.
Uma capela mortuária e um centro de dia são aspirações de uma aldeia com óptimas relações com a autarquia mirandelense
A proprietária do café e mercearia no centro da aldeia, Alzira Mesquita, aponta a falta de jovens como o principal problema. “Há pouca gente jovem e, depois, sabe como é? As festas dão trabalho e é preciso ter muita iniciativa. Nem toda a gente está disponível. Tudo tem que sair, a governar a vida”, diz de sua justiça. E esta comerciante sabe do que fala, pois tem 3 filhos, dois emigrados na Suíça e uma rapariga em Lisboa.
Este ano, não havendo festa, um emigrante contratou um conjunto para actuar na aldeia e proporcionou, assim, alguns momentos de convívio aos seus habitantes. “Não sei quantas pessoas estejam, mas, casas habitadas, agora, aqui, há uma média de 93. Fora os emigrantes...”, contabiliza Arminda.
Com cerca de 200 habitantes, sobretudo, uma população envelhecida, o presidente da junta gostaria de ver na aldeia um centro de dia. “Eu gostava, mas falei com presidente da Santa Casa da Misericórdia, João Araújo, e ele disse que era impossível. Dado que Cedães está muito próxima de Mirandela, oito quilómetros não justificam! Eu até concordo!”, assegura João Fernandes. Outra situação é a Capela mortuária. “Foi prometida nas últimas eleições por José Silvano, mas, actualmente, a Câmara não tem disponibilidade financeira”, afirma, na esperança de poder vê-la, ainda, em vida.
Sem comentários:
Enviar um comentário