Se a casa do Pai Natal fosse em Portugal, o seu Pólo Norte seria no concelho de Macedo de Cavaleiros
A Casa do Pai Natal, onde os meninos transmitiam os seus desejos, um presépio vivo, cavalos e póneis, um concurso de pinheiros enfeitados, insufláveis, uma enorme fogueira e a gastronomia regional foram, apenas, alguns dos apelativos que levaram centenas de pessoas a Espadanedo, a Aldeia Natal do concelho de Macedo de Cavaleiros.
“Foi impressionante! Durante os últimos 15 dias toda a gente veio ajudar a montar a tenda, a decorar as barracas, a enfeitar os pinheiros. Esta não é uma iniciativa apenas da junta, é uma iniciativa da freguesia”, revelou o presidente da Junta de Freguesia de Espadanedo, Daniel Reis. A sua esposa, Eduarda Barroso, desvenda a origem do conceito: “era um sonho que ele tinha, há 3 anos, desde o primeiro dia em que fomos à Vila Natal, em Óbidos, que ele desejava fazer o mesmo com o seu povo. Este ano proporcionou-se e dou-lhe todo o meu apoio”.
Presépios enfeitados pelas pessoas da freguesia, havia dois, um na igreja da aldeia e outro ao cimo da feira com animais vivos. Com um duplo propósito, cavalos e póneis fizeram parte das atracções da festa. Além de terem servido para divertimento de crianças e adultos, ajudaram à integração, “bem sucedida”, da comunidade cigana de Espadanedo. “Tivemos a ideia de termos mais algum divertimento para os miúdos e arranjámos póneis e cavalos para eles darem uma voltinha e penso que as pessoas aderiram muito bem. Aproveitámos o facto para integrarmos a comunidade cigana da freguesia, pois são eles que, neste momento, possuem estes animais e penso, sinceramente, que valeu a pena”, referiu.
No sábado, era suposto que os Bombos de Ala comparecessem. Mas, dado o falecimento de uma senhora na sua aldeia, não o puderam fazer. Valeram os Caretos de Podence que animaram as hostes transmontanas. No domingo, houve dois concertos. O Grupo Coral de Macedo de Cavaleiros e um Grupo de Fados do Instituto Superior de Engenharia do Porto subiram ao palco. Este último veio de tão longe porque há um estudante de Espadanedo na faculdade que fez questão de trazer os seus colegas.
Outra das valências da feira, foi a representação de mais de 80 por cento dos produtos da freguesia. “Fizemos a matança do porco no dia 27 de Novembro, de forma a termos um bom fumeiro para os nossos visitantes.. Esse é um dos nossos lemas: promover os produtos de Espadanedo. Falo do fumeiro, do mel, das castanhas e dos licores”, defendeu o responsável.
Houve, ainda, um concurso que envolveu 65 árvores de Natal enfeitadas por todas as pessoas da aldeia. O pinheiro mais bonito foi galardoado com um prémio simbólico. “Esperamos para o ano ter ainda mais concursos, que mais gente participe, mais freguesias, porque vamos ter mais tempo, também, para organizar as coisas. Este ano, apesar da colaboração da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, ainda tivemos poucas actividades. Mas, nas próximas edições, iremos fazer com que este evento seja muito maior”, prometeu Daniel Reis, que lidera, há 9 anos, a freguesia.
Quanto ao balanço final da primeira edição da Aldeia Natal, comenta: “Ontem (sábado) ficámos um bocadinho desiludidos porque tivemos pouca gente, cerca de 150 pessoas, e a organização ficou algo desanimada. Mas, hoje, está a correr muito bem! Há muita juventude, muitos meninos, que era esse o objectivo. Os meninos trazerem os pais e virem também. Porque, no fundo, a magia do Natal é para os miúdos”.
TESTEMUNHOS
Daniel Reis, presidente da Junta de Freguesia de Espadanedo
"Venham em massa porque vale a pena! É essa a mensagem, vamos esquecer momentaneamente a crise na qual Portugal mergulhou e vamo-nos divertir durante dois dias e ser felizes"
Fátima Gonçalves, “Pai Natal”
“Está um bocadinho frio, mas está tudo muito bonito. Estou a fazer de Pai Natal para as crianças. Eles vêm cá a dar beijos e a dizerem o que querem de prendas. O meu irmão, o presidente da junta, pediu-me para vir de França e eu aceitei o convite”
Miguel Morais, 10 anos
“Está a ser muito fixe! Aquilo que eu gosto mais é do presépio vivo, dos balões e dos insufláveis. Vim nos dois dias… Isto é muito bom para a aldeia!”
António Meireles, 12 anos
“Estou a gostar de tudo! Já pulei nos insufláveis, já fui pelos balões, fui a visitar o Pai Natal, fui a visitar o presépio da igreja e o presépio vivo. Gostava que para o ano houvesse outra vez!"
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