18 de março de 2010

SEM BARREIRAS NEM FRONTEIRAS

Intercâmbio transfronteiriço entre Vimioso e Vitigudino (Espanha) reaproxima alunos ibéricos


Numa iniciativa do Programa Educativo do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Duero-Douro, no âmbito do projecto “Conhecendo-nos”, realizou-se um intercâmbio transfronteiriço entre alunos de nacionalidades ibéricas. Em Fevereiro, 27 crianças portuguesas, da 4ª classe, foram a Espanha. Uma semana depois, a 3 de Março, 27 crianças espanholas, do 5º ano, vieram a Portugal.
Nesse contexto, a comunidade escolar vimiosense visitou o Colégio Manuel Moreno Blanco, em Vitigudino, um município rural, na província de Salamanca, com cerca de 3 mil habitantes. “Fomos muito bem recebidos, naquilo que considero ter sido uma experiência deveras enriquecedora para o Agrupamento de Vimioso. A visita espanhola, é a nossa forma de retribuir”, considera o director do Agrupamento de Escolas do Concelho de Vimioso, Serafim João.
A subdirectora (Jefa Estudios) do colégio espanhol, Pilar Calles Garzón, em que responsável por 240 alunos dos 3 aos 12 anos, referiu que, “embora sejamos duas comunidades vizinhas, não nos conhecíamos. Este intercâmbio vem, precisamente, no sentido de mudar essa relação”. A também docente, menciona, ainda, que “esta oportunidade fundamental, a nível educativo, de trocar experiências profissionais, é uma ideia estupenda que iremos aproveitar da melhor forma possível. Não pode ser um feito pontual, há que continuar a fomentá-la. Haja, ou não, recursos.”



Serafim João, partilha da mesma opinião, “esta actividade é para continuar e reforçar, não só com Vitigudino, mas também com outras localidades de Espanha ou, mesmo, França. Pretendemos que as parcerias sejam uma realidade e estes intercâmbios, estas trocas de impressões e opiniões são sempre uma mais-valia para o nosso projecto educativo”
Carmina Pires, professora do 1º ciclo há 32 anos, foi a Espanha em Fevereiro e recebe, agora, os alunos espanhóis. “É um intercâmbio muito positivo, em todos os aspectos, a nível pessoal e cultural. Em Vimioso, temos melhores condições, pois temos um Centro Escolar, relativamente recente, já que, foi inaugurado em 2007. Mas, de resto, somos comunidades bastante parecidas, quase idênticas”, conta esta docente que espera pela aposentação, pedida em Dezembro. “Comecei a leccionar em Vimioso e espero acabar aqui”, termina.
A trabalhar no AECT Duero-Douro, como técnica de educação e juventude, está Cláudia Monteiro. Esta jovem, que começou a trabalhar com o Agrupamento em Setembro, afirma que “o intercâmbio está a ser muito interessante, pois é já um reencontro entre alunos. Eles já se conhecem e falam uns com os outros com um grande à vontade.”
A nível do Agrupamento, a parte educativa é a que está a ser mais trabalhada “porque é, a partir das crianças, que nós conseguimos quebrar os estereótipos e dar-lhes a conhecer que não há barreiras. Embora haja uma fronteira, é como se não existisse. Nós somos todos vizinhos e vivemos, muitas vezes, de costas voltadas e isso não deve acontecer. Temos de incutir nos pequeninos essas ideias e, com eles, chegamos aos pais”, declara Cláudia Monteiro.
Recorde-se que, o AECT Duero – Douro é formado por 187 municípios da Zona de Castilha e León (Espanha) e Trás-os-Montes, Douro e Beira Interior Norte (Portugal). Com sede em Trabanca, este agrupamento é financiado pela União Europeia e foi constituído em Março de 2009.

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