Estudo sobre os imigrantes no concelho de Macedo de Cavaleiros revela que, apesar de integrados, nem tudo é “cor-de-rosa”
Foram apresentados os principais resultados e conclusões do “Estudo de Diagnóstico da População Imigrante do Concelho de Macedo de Cavaleiros”, a 25 de Junho, no Centro Cultural daquela cidade. A sua coordenadora, Maria Neves Alves, e a técnica Brigida Monteiro, dirigiram o projecto concretizado pelo Instituto Piaget, que se responsabilizou pelo tratamento de dados, em parceria com a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros (CMMC).
De acordo com a coordenadora, as conclusões deste trabalho são de uma integração “muito boa”, comparativamente à imigração do litoral e dos grandes centros. “Os imigrantes boas condições de habitabilidade, ambientais, sentem-se bem e integrados. Infelizmente, nem tudo cor-de-rosa. De facto, há alguns aspectos negativos que o estudo evidenciou, nomeadamente, a questão do racismo e da discriminação”, revelou Maria Alves.
Quando questionados directamente, 77 por cento afirmam não se sentirem discriminados. No entanto, à mesma questão, feita de uma forma mais subtil, 55 por cento dos imigrantes dizem sentir-se discriminados algumas ou muitas vezes.
Outra ilação do estudo é a falta de emprego e a vulnerabilidade que esta implica. “Na comunidade que entrevistámos existe uma taxa de desemprego que atinge os 16 por cento. Ou seja, é superior à média nacional de 10,6 por cento no primeiro semestre de 2010, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística”, divulgou a responsável.
Neste diagnóstico da população imigrante, foi inquirida uma amostra de 54 habitantes do concelho, numa população que, com os familiares, totaliza as 72 pessoas, oriundas, essencialmente, em primeiro lugar, da Ucrânia, depois, do Brasil, alguns da Rússia e uma representação muito reduzida dos PALOP.
“Este estudo foi elaborado numa região que é, tradicionalmente, de emigração e não de imigração. No entanto, nas últimas duas décadas, notámos a instalação de imigrantes no concelho e quisemos traçar um perfil de quem são, de onde vêm, que nacionalidades, como vivem, ou seja, como se integram na sociedade local, e se estão de passagem ou querem viver connosco”, afirmou Maria Alves.
A CMMC procurou incluir neste projecto parceiros como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e o Centro Distrital de Segurança Social, na tentativa de fazer um levantamento do número de imigrantes residentes em cada concelho do nosso distrito. “O objectivo principal foi o de conhecermos um pouco melhor os imigrantes que escolheram o concelho de Macedo para residir e todos os problemas que os afectam, de forma a podermos tentar melhorar as suas condições de vida”, sublinhou a vereadora da cultura Sílvia Garcia.
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