12 de junho de 2010

RABAL EM MOVIMENTO

Respira saúde mesmo durante os meses mais rigorosos e, no mês de Agosto, vibra com a chegada a casa dos seus

Para além de saber acolher aqueles que são de fora, sempre de braços abertos e com um sorriso rasgado no rosto, Rabal é uma aldeia com vastíssimos pontos de interesse e confluência. A destacar no Largo Eng. José Luís Gomes Pinheiro, onde, antigamente, se realizavam as Festas de S. Bartolomeu, o Solar de Rabal, construído no século XIII e reconstruído pela herdeira Margarida Rego, em 2007; a Fonte de Mergulho; e a Casa do Povo de Rabal. Na estrada que vai para a aldeia de França, podemos encontrar, à direita, a Capela de S. Sebastião e, só depois, o Moinho Novo, em tempo alimentado pelo rio Sabor. Entre estes dois locais, está o Parque da Ponte, inaugurado a 15 de Agosto de 2005. Já para não falar da Igreja, da escola e do cemitério, para além dos vários estabelecimentos comercias.
O Capa Negra é um dos dois cafés de Rabal. O seu proprietário há quase 30 anos, juntamente com a esposa, é Manuel Pinelo. “Sou empregado, a patroa é a mulher”, inicia bem-disposto a conversa.. A centralidade do seu café, permite-lhe fazer uma contabilização aproximada dos números. “Durante o dia estão na aldeia perto de 70 pessoas, à noite estão mais porque regressam do trabalho, sobretudo, da cidade, onde trabalha quase tudo que é daqui”, revela.
Quanto ao mês de Agosto, Manuel admite: “No mês de Agosto vem muito pessoal. Mas não é o melhor mês para mim porque os cafés da aldeia com as festas perdem muito. Vai tudo para a Casa do Povo”. Recorde-se que, em Rabal, as Festas de S. Bartolomeu vão desde o dia 15 ao dia 26 de Agosto. “Quando começam as festas é quando chega a maior parte dos que estão lá fora, depois, a 27 e 28 já se vai tudo embora”, sustenta o comerciante de 54 anos.

A juventude de Rabal que optou por não emigrar, encontra-se em Bragança a trabalhar

Da aldeia, é, também, Américo dos Anjos Gonçalves (na foto), que se declara, orgulhosamente, como agricultor: “então não vê, tenho aqui muita coisa a crescer, cebola, abóboras, salada, couves, tenho duas carrinhas, uma é Mercedes”.
Este homem da terra está prestes a iniciar uma viagem até França, a norte de Paris, onde irá assistir ao casamento de uma das suas 4 filhas. “Vou para lá 8 dias que se casa a minha filha com um polícia”, anuncia Américo nos seus 70 anos, enquanto faz questão de mostrar o seu quintal.
A Francisco Esteves persegue-o o mesmo desejo de lavrar a terra que tinha com, apenas, 30 anos. Apesar de a esses se acrescerem 60, este homem nascido e criado em Rabal continua a trabalhar nos seus terrenos como agricultor. Ele planta couves, batatas, feijões e “pão já quase que não”. “Isto agora aqui está mal, porque não se colhe nada”, desabafa Francisco. Apesar de afirmar que, ainda, há bastantes pessoas a residir na aldeia, reconhece, também, que há mais casas e menos pessoas do que nos tempos de outrora. “As casas não dão papo”, ironiza.

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