19 de novembro de 2010

UM ESPÍRITO DE ENTRE AJUDA

Alunos em dificuldade beneficiam de um carisma solidário enraizado no espírito académico do Politécnico

O presidente da Associação Académica do Instituto Politécnico de Bragança (AAIPB), Rui Sousa, avançou com medidas concretas no sentido de suprimir algumas das carências efectivas dos seus colegas.
“Tivemos indicações de que existiam alguns estudantes a passar por dificuldades e que, por isso, não iriam à Semana de Recepção ao Caloiro. Porque, simplesmente, não tinham dinheiro para comprar o ingresso. Eu, por exemplo, já tive o prazer de falar com um aluno que, para além do ajudarmos com a matrícula do próximo ano, demos-lhe a pulseira para a Semana de Recepção ao Caloiro”, referiu o responsável. "Este não foi um caso isolado. Temos uma aluna em que os pais trabalhavam numa fábrica e ficaram ambos desempregados. Nós não queremos que esses alunos se sintam desintegrados da Academia. Queremos sim que eles estejam connosco e daí termos oferecido entradas a esses alunos”, continuou Rui Sousa.
Quanto ao incremento no número de pedidos de auxílio à Associação Académica, o dirigente é peremptório em afirmar que tem sido substancial. Apesar de ser uma pobreza tímida. “Os pedidos de ajuda têm aumentado bastante. No entanto, sentimos que há muita gente a esconder-se. Envergonham-se porque não querem mostrar que estão a passar por dificuldades. Pensam que, depois, nós vamos a ficar a pensar que eles são uns coitadinhos e não. Nós queremos é ajudá-los naquilo que pudermos!”, defendeu o responsável.
Em última instância, será a própria AAIPB a pagar as propinas a esses alunos. “Há o caso, por exemplo, do excelente aluno dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Ele fez as cadeiras todas num dos cursos mais difíceis do IPB e viu-se impossibilitado de pagar as propinas no ano passado e de, inclusive, ter dinheiro para as refeições. Conseguimos combater essa situação colocando-o a prestar serviço comunitário na cantina, onde come depois”, informou o dirigente.
“Quanto às propinas, eu já lhe disse que sem estudar ele não vai ficar e estou a tentar encontrar uma solução juntamente com os Serviços de Acção Social. Foi uma garantia que eu lhe dei”, concluiu Rui Sousa.

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