Enfermeiros avançam com processo no Tribunal de Trabalho contra a sua entidade patronal devido ao corte de 75 por cento nos suplementos
Pela manhã de sexta-feira, 21 enfermeiros, 2 técnicos de Raio-X e 1 técnico de laboratório, da Unidade de Bragança do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE), tentaram chegar a um “acordo amigável” com a sua entidade patronal. Em cima da mesa, estavam as reivindicações relativas à diminuição em 75 por cento do valor das horas de qualidade/suplementos pagas nos turnos da tarde, noite, fim-de-semana e feriados. Medida tomada pelo Centro Hospitalar para as Unidades de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela, no início de Janeiro. Mas a administração não apresentou nenhuma proposta.
“As reivindicações já estavam na mesa, era uma tentativa de acordo e tinha que haver uma proposta por parte da administração hospitalar. Não houve! Agora, vamos aguardar serenamente por uma decisão do juiz”, declarou, no final do encontro com o advogado do CHNE, a representante dos autores da petição, que pediu anonimato com receio de represálias.
“Passamos de um valor hora de, aproximadamente, seis euros, nas horas mais bem pagas, para 1.55 euros. Independentemente do dia, seja ele feriado ou não. As tardes deixaram de ser pagas e pagam-nos as noites de segunda a domingo com o mesmo valor de 1.55 euros, para além do nosso salário base”, afirmou.
“Nós fizemos uma média daquilo que estamos a perder por mês feita e os valores variavam entre os 160 euros a 250 euros mensais”, continuou a representante do grupo de queixosos.
“Queremos que esta situação seja avaliada e analisada judicialmente para nos dizer realmente se a tomada de decisão do CHNE teve fundamentação legal ou não. Nós acreditamos que tenha sido ilegal”, concluiu. Sem qualquer acordo, o caso ficará agora entregue ao Tribunal de Trabalho de Bragança. O julgamento terá início a 14 de Fevereiro.
Na edição de 2 de Março, aquando da primeira notícia no Jornal Nordeste que divulgou a luta dos enfermeiros e a respectiva greve a 25 de Fevereiro, o semanário foi mandado retirar do Centro Hospitalar do Nordeste pela administração, segundo fonte interna. Sendo que, não são só os enfermeiros, mas também os técnicos de diagnóstico e terapêutico e os auxiliares de acção médica, a serem alvo de pressões internas diversas por terem “dado a cara” e manifestado o seu desagrado perante o corte salarial a que foram sujeitos.
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