23 de julho de 2010

MÚSICA É TRADIÇÃO

“Galandum Galundaina”, “Pé na Terra” e os espanhóis “Campo Aspero” irão dar música ao Festival “internacional” da Lombada

Está prestes a começar o Lombada - Festival de Música e Tradição, marcado para o próximo fim-de-semana em Palácios. Naquele que é, certamente, um dos mais antigos festivais de música tradicional do distrito de Bragança, promete-se cultura, música e tradição. E espera-se, por parte dos convivas, um apetite imenso para os deliciosos enchidos e refeições confeccionadas pelas senhoras da aldeia. E na Lombada, quando se promete algo é para cumprir. E assim tem sido, ao longo destes últimos 12 anos, altura do surgimento do Festival que é já uma imagem de marca de toda a região. O seu cartaz, honra, mais uma vez, a beleza e a hospitalidade de Palácios e suas gentes. O sábado amanhecerá cedo, por volta das 9:30, altura da segada manual.
“A Associação achou, por bem, reviver o ciclo do pão. Daí que haja uma segada manual. Esta será acompanhada de música e por cânticos próprios, aliás, como antigamente o eram os outros ofícios. Era uma maneira de aliviar, pois a música retira, sempre, algum do cansaço, e paravam, inclusive, para cantar”, destaca o presidente da Associação Cultural Recreativa e Ambiental de Palácios, Raul Tomé. Recorde-se que a segada e a malha foram, apenas, introduzidas nas festividades há 8 anos. “Como a agricultura era, de facto, a fonte de rendimento e subsistência das nossas aldeias, é normal que seja importante para nós fazermos renascer a segada e a malha”, acrescenta o responsável.


Seguir-se-á o almoço comunitário, a abertura da feira de artesanato e de produtos da terra e, de novo, a comida está na mesa, com mais um momento de convívio patrocinado pelo jantar. “O ano passado, no sábado, estiveram cerca de 150 pessoas ao almoço. Servimos também almoços com comida tradicional da segada. Antigamente, era a canhona, hoje, é caldeirada de cordeiro, bem mais tenrinho. No domingo, haverá, também, jantar, que o ano passado reuniu 250 pessoas”, relembra Raul Tomé.
Os grupos musicais estão reservados para a noite. O primeiro a actuar será “Galandum Galundaina”, um grupo que vive, agora, no seu apogeu, tendo feito muito pela gaita tradicional e pela padronização da gaita portuguesa. Depois, será a vez dos espanhóis “Campo Aspero”, mais um grupo de referência na arte da música tradicional.
“Desde há 8 anos para cá que temos trazido, em cada festival, um ou dois grupos musicais espanhóis, graças ao Paulo Preto do Galandum e ao Paco Dias, que colaboram gratuitamente com a Associação. Continua a ser o Lombada – Festival de Música e Tradição, mas tem sido internacional. Só não tem lá o nome!”, ironiza o, também, professor de português.
Domingo, será a vez da religiosidade ser tocada no sino da Igreja de Palácios. Às 16 horas, decorrerá o 12º Encontro de gaiteiros e tocadores do nordeste. De registar que foi devido a estes encontros que nasceu o Festival de Música e Tradição. Após mais um jantar comunitário, o Festival termina em palco com o grupo musical “Pé na Terra”.
Espera-se anseio pela tradição como, de resto, tem sido apanágio em edições anteriores, com um público maioritariamente jovem, muitos emigrantes e pessoas vindas de todo o lado, cujas preocupações sejam não só, mas também, culturais.

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