29 de abril de 2012

BOSS AC


“AC para os amigos”
Semana Académica de Bragança, primeira noite

Entrevista

BMF: Depois de “Preto no Branco”, em 2009, surges, este ano, com o álbum “AC para os amigos”. Como é que definirias este teu novo trabalho?

AC: Como novo (risos)! A essência é a mesma, eu acho, quando me mantenho fiel ao caminho que eu tracei e tenho percorrido ao longo deste tempo. A grande diferença deste álbum, se calhar, para o anterior é que tem um lado acústico bem mais prudente. 

BMF: Não passará também pela colaboração de artistas que tu próprio consideras “amigos”? Como Rui Veloso e Gabriel, o pensador.

AC: Sim, também. Apesar de, no passado, já ter contado com grandes participações de convidados que, também, eram meus amigos. E essa parte pode-se dizer que se mantém, a única diferença é que são outros amigos.


BMF: O último tema do teu novo álbum, Laia, é dedicado a alguém em especial?

AC: Não. Essa música até foi feita numa onda muito descontraída e até mais no gozo do que com raiva propriamente dita. Aquilo é uma música que, para quem consome o hip hop sabe, faz parte do egotripp, mas, na verdade, é para quem servir a carapuça que eu sou da paz e do amor.


BMF: Já conquistaste o respeito na cena hip hop nacional. Que outros rappers tu aprecias?

AC: Eu oiço muita coisa e sem querer a estar a esquecer me de grandes nomes, acho que há muitos projectos com pés e cabeça e o hip hop nacional está realmente a crescer e antes de nós tocaram aqui alguns nomes da região que provam isso mesmo.
 

BMF: Com quem é que gostarias de colaborar no futuro?

AC: Não sei. A esta hora nem te consigo dizer (risos). Há tanta gente com quem eu espero poder concretizar essas parcerias. 

BMF: Para além do hip hop, o que é que tu ouves por casa?

AC: Para te dizer a verdade, cada vez oiço menos hip hop. De resto, oiço quase tudo! Desde música Reggae, a Soul, R & B, Jazz, Fado, música brasileira, cabo-verdiana, oiço tudo mesmo.

BMF: Que é que te inspira, hoje em dia?

AC: Acordar! Basta acordar e abrir os olhos e respirar.

BMF: Esperavas o sucesso estrondoso alcançado pelo single “Sexta-feira”?

AC: Esperamos sempre o melhor para nós, mas, na verdade, o single “Sexta-feira” tem-me surpreendido porque tem sido uma música completamente transversal que vai dos 8 aos 80.
 

BMF: Como é que vês o actual estado de coisas do país?

AC: Basta ouvires o álbum e vês logo o estado de sítio do país. Aliás, o “Sexta-feira” demonstra bem aquilo que eu penso.
 
BMF: Achas que esta é "só" uma crise passageira ou irá manter-se ao longo do tempo?

AC: Tudo se resolve! Passageira há-de ser, agora a questão é quanto tempo é que vai demorar. Na verdade e, apesar de eu me querer manter optimista, não me parece que esta crise vá desaparecer assim tão rápido. Acho que ainda está só no princípio.

BMF: Então não tens grande esperança no futuro?

AC: Não! Tenho esperança no futuro! Agora, tenho é de ser realista. Nós temos é de estar preparados para o pior e prepararmo-nos para dar a volta por cima. Claro que se dependesse de mim não havia crise, como é óbvio. Mas dada a conjuntura actual, não me parece que esta crise vá desaparecer tão cedo.

BMF: Achas que a solução passa pela emigração como sugeriram alguns dos nossos “ilustres” políticos?

AC: Espero bem que não. Eu achei isso um completo disparate!


"...não me parece que esta crise vá desaparecer tão cedo."

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