27 de janeiro de 2011

CAVACO VENCE, MAS NÃO CONVENCE

 A maior anstenção registada numas eleições presidenciais ocorreu a 23 de Janeiro, com 53,37 dos portugueses a manifestarem o seu descrédito na política

Cavaco Silva foi o candidato mais votado nas eleições presidenciais de domingo passado, com 52.94 por cento. O dobro de Manuel Alegre, que alcançou, apenas, 19.75 das intenções de voto dos portugueses. Seguiram-se duas grandes surpresas, pelos apoios que conseguiram reunir: o candidato “pela mudança”, Fernando Nobre, com 14.10% J e o madeirense José Coelho, com 4.50%. Já Francisco Lopes teve 7.14%, enquanto Defensor Moura nem sequer atingiu os 2%.
No entanto, a grande notícia do dia 23 de Janeiro foi a abstenção massiva dos portugueses. Apesar do apelo ao dever cívico, por parte de Cavaco Silva, este não surtiu efeito. A percentagem de 53,37 foi a maior registada em eleições presidenciais, desde sempre. E Trás-os-Montes não foi excepção.
Os votos em branco cifram-se nos 4.26% e os nulos em 1.93%.
Na semana que antecedeu o acto eleitoral, Cavaco Silva veio ao distrito de Bragança. Depois de uma passagem por Mirandela, onde visitou algumas Unidades Agro-Alimentares de queijo, azeite e alheiras, e de uma visita relâmpago a Macedo de Cavaleiros, o agora presidente chegou à capital do nordeste. Depois de ter cancelado a visita à sede distrital de campanha, sediada no centro da cidade, alegando “algum cansaço”, seguiu para o jantar comício. O candidato a Presidente da República (PR) iniciou o seu discurso afirmando que não anda na política para insultar ninguém, porque não é o seu estilo. Seguiu-se “uma lição” sobre as qualidades pessoais que um chefe de Estado deve possuir. "Neste tempo de tão grande turbulência, é preciso que um Presidente da República olhe para os problemas de forma ponderada e com serenidade e que saiba daquilo que fala, que não diga apenas aquilo que lhe vem à cabeça, sem nunca ter estudado os problemas", declarou.
Cavaco aproveitou, ainda, para reagir à crítica do líder parlamentar do PS, Francisco Assis, que o havia designado como "provedor universal de todos os descontentamentos”. Na sua resposta, Cavaco atribuiu a força de um chefe de Estado à "força do povo", sublinhando que ele é "o provedor do povo, de todo o povo".

Em Bragança, Cavaco Silva elogiou os produtos transmontanos e afirmou-se como “o maior defensor do interior”

Num comício que lotou o Pavilhão Municipal de Bragança, Cavaco Silva defendeu que o principal atributo de um chefe de Estado deve ser a capacidade de resolver problemas, até os problemas políticos. “O Presidente da República tem que ter a experiência suficiente para lidar com situações muito complexas, muito difíceis, imprevisíveis, com que pode ser confrontado, sejam questões políticos, económicas ou sociais”, afirmou o candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP.
No seu discurso de 20 minutos, para cerca de 800 pessoas, Cavaco Silva mencionou, perto do fim, a qualidade dos produtos transmontanos, referindo-se, a ele próprio, como o maior defensor do interior.
No dia seguinte, foi a vez de Vila Real receber o presidente recandidato, onde se juntou o líder do PSD, Pedro Passos Coelho. Vila Pouca de Aguiar, Chaves e Valpaços foram os seus destinos seguintes no segundo dia dedicado a Trás-os-Montes.


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