25 de setembro de 2010

INAUGURADO LAR DO LOMBO

Segurança Social não garante a concretização dos acordos de cooperação com o Estado, sobretudo, a curto-prazo. Situação que preocupa o autarca macedense e o provedor da Santa Casa.

Foi inaugurado, no passado dia 12 de Setembro, um Lar da Terceira Idade na aldeia do Lombo no concelho de Macedo de Cavaleiros. O edifício, concretizado pela Santa Casa da Misericórdia para o acolhimento de idosos, dispõe de 31 quartos, sendo 23 duplos, 7 individuais e um de casal, 5 salas de estar, uma sala de actividades lúdicas e recreativas, consultório médico, barbearia/cabeleireiro e duas unidades de banho acompanhado.
Adjudicada no final de 2008, a obra teve um custo que ascendeu a 2.300.000 euros, tendo sido financiada em 2 milhões de euros pela Fundação Félix Chomé do Luxemburgo.
Esta nova infra-estrutura vem reforçar os equipamentos sociais de apoio à terceira idade num concelho com elevado número de idosos, muitos sem qualquer retaguarda familiar. Vem servir 95 pessoas nas valências de lar de idosos e serviço de apoio domiciliário. No entanto, o lar, já em funcionamento, não tem, ainda, acordos de cooperação com a Segurança Social. “É muito importante que haja esses acordos a curto prazo para permitir que as famílias de menos recursos possam ter aqui os seus idosos, para que possam aqui ser acolhidos aqueles que mais precisam”, afiançou o presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, Beraldino Pinto. “É o objectivo da Misericórdia e uma grande necessidade do município. Essa é, agora, a nossa ambição e o nosso desejo é que esses acordos se concretizem rapidamente”, acrescentou o autarca.


Sobre a disponibilidade da Segurança Social providenciar esses acordos a “curto prazo”, a sua directora, Teresa Barreira, respondeu: “disposta está, não podemos é garantir que venham a acontecer naquele que, provavelmente, seria o tempo expectável para a instituição. Este é um equipamento construído com verbas próprias, da Fundação, não é uma resposta prioritária em termos de celebração de novos acordos. Vamos ter que saber esperar”. Quanto a estimativas, a responsável garantiu: “seguramente, que não acontecerá este ano. A celebração de novos acordos é programada com muito tempo de antecedência, sempre no ano anterior. Portanto, para este ano, será impossível”. Teresa Barreira não promete, no entanto, que esses acordos sejam sequer concretizados. Promete, sim, avaliar as possibilidades de poderem acontecer. “Pelo menos, para alguns utentes”, referiu.

Fundação Félix Chomé do Luxemburgo doa 2 milhões de euros para construção de Lar da 3ª Idade no Lombo

Presente na inauguração, esteve o embaixador do Luxemburgo em Portugal, Alain de Muyser. Segundo o próprio, o Lombo foi a aldeia escolhida porque muita da emigração vem desta parte de Trás-os-Montes. “Existem tantas ligações entre os dois países, são tantos os portugueses daqui no Luxemburgo, que nos sentimos na obrigação de ajudar”, afirmou. Um forma de retribuir o trabalho que os portugueses têm desenvolvido no Luxemburgo. Não gostando da palavra retribuir, o embaixador prefere, antes, falar numa ligação humana.
Alain de Muyser confessou-se surpreendido quando a Fundação privada Félix Chomé lhe falou neste projecto. “Foi uma surpresa, mas é normal que assim seja, dado haver tantos residentes portugueses no Luxemburgo, fazer alguma coisa em Portugal”, revelou.


A importância da Fundação Félix Chomé na concretização do equipamento foi, também, sublinhada por Beraldino Pinto. “A Fundação foi essencial, já que, de uma forma extraordinária, apoiou financeiramente a construção desta obra. Este investimento é, assim, entendido como um pouco de retorno do contributo que os portugueses deram para o desenvolvimento do Luxemburgo”, declarou o edil macedense. Por esse motivo é que os ex-emigrantes do Luxemburgo e os seus familiares directos têm prioridade garantida de admissão no Lar.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros, Alfredo Castanheira Pinto, responsável pela instituição sem fins lucrativos, avançou que esta nova infra-estrutura traz consigo a capacidade de resolver o problema a 55 idosos. “Mesmo assim, são precisas mais vagas e mais lares”, salvaguardou.

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