20 de outubro de 2010

"UMA APOSTA GANHA!", DE NOVO

Arruada, The Postcard Brass Band e Peter Bernstein (foto superior) encerraram as hostes do 7º Festival Douro Jazz em Bragança

Terminaram os 65 concertos com 80 músicos de 5 países diferentes naquela que foi a sétima edição do Douro Jazz. Só em Bragança, na última semana, houve três espectáculos. Na quinta-feira, à semelhança do ano transacto, a “Douro Jazz marching band”, a banda residente do festival, evocou os tradicionais desfiles de dixieland com uma arruada a calcorrear o centro histórico da cidade. À noite, foi a vez dos “The Postcard Brass Band” lotarem a Caixa de Palco do Teatro Municipal. Um grupo eclético e livre de preconceitos musicais, abarcando e explorando vários tipos e estilos de linguagens, do jazz tradicional das ruas de Nova Orleães ao jazz de improvisação livre e espontânea.
No sábado, enquanto que o génio da guitarra, o norte-americano Al Di Meola, encantava em Vila Real no encerramento do Douro Jazz encerrou, em Bragança, o festival concluía-se com Santos / Melo Quartet featuring Peter Bernstein. O pianista Filipe Melo e o guitarrista Bruno Santos co-lideram este grupo que foi criado com o intuito de acompanhar lendas do jazz internacional que se desloquem ao nosso país. Nos últimos anos, o quarteto tocou com nomes como Donald Harrison, Paulinho Braga, Jesse Davis, Sheila Jordan e Martin Taylor. A colaboração frequente do grupo com o Douro Jazz resultou, este ano, num concerto com Peter Bernstein, um dos mais influentes guitarristas do jazz contemporâneo.


O primeiro concerto no Teatro, também em Caixa de Palco, foi a 2 de Outubro, com as vozes femininas do Grupo Vocal Jogo de Damas (foto). “Foi um espectáculo intimista, esgotadíssimo, a abarrotar. Onde caberiam 100 pessoas, estiveram 130, mas não poderia ter acontecido em auditório”, revela a directora do Teatro Municipal, Helena Genésio.
Quanto ao balanço final, de um evento orçado em 65 mil euros, traça um cenário positivo. “Sabemos que neste tipo de eventos, cativar novos públicos é sempre difícil. Até pela particularidade do festival. De toda a maneira, mantivemos, ou seja, não tivemos menos público do que o ano passado com o mesmo número de espectáculos (4). O que quer dizer que os objectivos estão cumpridos”, assegura.
A responsável do teatro, apesar de reconhecer que Bragança não tem público de jazz, admite que tem vindo a conquistá-lo. “Eu lembro-me da primeira vez que fizemos o Douro Jazz. O primeiro espectáculo que eu apresentei aqui tinha 20 pessoas. Eu não me esqueço disso! Vinte pessoas, há quatro anos, a ver jazz em todo o festival e eu aguentei. Eu sei que Bragança não tem público de jazz. Não tem! Naturalmente, que o esforço tem sido feito. Hoje, temos um grupo de jazz que me aguenta casas cheias em Caixa de Palco e meios auditórios, portanto, em quatro anos, ganhámos público em jazz e estamos sempre a conquistar público de jazz”, desvenda.
Nas palavras de Helena Genésio, a razão de termos tão escasso número de fiéis seguidores do jazz em Bragança, prende-se com o facto da cidade ter, também ela, “pouca gente”. “A realidade de Vila Real é incomparável com a de Bragança. Basta pensar que Vila Real tem três vezes mais população e está a uma hora do Porto. Estes são dois elementos que transformam imediatamente a realidade de uma cidade e de outra. Por exemplo, eu conheço imensa gente que vem do Porto a Vila Real ao Douro Jazz. É impensável vir alguém do Porto a Bragança para ver um espectáculo”, ultima, afirmando duas realidades distintas.

The Postcard Brass Band estiveram no Teatro de Bragança a 14 de Outubro

SK Radicals, outra das bandas do 7º Festival Internacional Douro Jazz

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