30 de junho de 2010

RAMPA SEM INCIDENTES

Menos 2 pilotos que o ano passado e uma grande ausência, a de Pedro Salvador, torna o Campeonato mais competitivo


Num dia solarengo de Verão, a 6ª edição da Rampa de Bragança ocorreu sem acidentes e com apenas uma ou outra avaria. Os grandes vencedores foram: na Categoria 1, António Nogueira; na Categoria 2, Paulo Ramalho; e na Categoria 3, Martine Pereira.
Nas reacções finais, o vencedor da categoria 1, que teve uma avaria na caixa de velocidades, afirmou: “O meu objectivo era intrometer-me na luta pela geral, mas devido à falha nas mudanças isso não foi possível”. O vencedor da Categoria 2, Paulo Ramalho, confessou o segredo do seu sucesso: “Cabeça fresca, concentração, parafusos no sítio e casa à tábua”. Já Martine Pereira, declarou: Foi uma boa vitória. Mas hoje em dia, já não compensa andar nas corridas, pois há pouco retorno”.
A organização esperava mais que os 17 inscritos na terceira prova do Campeonato de Portugal de Montanha, mas o número foi ligeiramente inferior ao do ano passado, menos 2 pilotos. “Na edição anterior, tivemos cerca de 19 pilotos. Este ano, esperávamos mais!Penso que a falta de pilotos não comprometerá o futuro da rampa, pois se isso acontecer comprometerá o futuro das outras. Em termos de despesa, é a mesma, quer estejam 17 ou 50 pilotos”, declarou o presidente do Nordeste Automóvel Clube (NAC), José Nogueiro.


Quanto ao balanço da prova, garantiu: “O balanço é positivo, pena é que sejam poucos participantes. Os restantes estão a cumprir bastante bem, uma avaria ou outra, mas sem despistes”.
Questionado sobre se o reduzido número de pilotos fará a organização repensar a prova, o responsável afirmou: Esta é a única prova de automobilismo que temos no extremos nordeste e não podemos deixar que ela termine. Mas, se o número de pilotos se mantiver, há que repensar a prova. No entanto, faremos tudo para que ela não acabe”.
Sobre os motivos desta falta cada vez maior, José Nogueiro, salienta: “Há muitas provas lá para baixo. Talvez seja por isso que os pilotos não vêm! As deslocações e as despesas são menores e os patrocinadores, hoje, é mais complicado”.
Se o calendário deve ou não ser reformulado, o NAC diz que esse é um assunto que compete à Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting.


No fim-de-semana de 12 e 13 de Junho houve a Rampa de Murça, no seguinte, o Circuito de Vila Real e no transacto decorreu a Rampa de Bragança. Recorde-se que na edição anterior, em entrevista ao Jornal Nordeste, José Nogueiro asseverou que este seguimento de provas poderia mesmo ser benéfico dada a proximidade dos pilotos e da sua logística de Bragança. No entanto, repensou e, agora, admite a possibilidade de poder prejudicar a Rampa. Um exemplo dessa influência foi a avaria do Datsun 1200 de Francisco Marrão, que aconteceu enquanto corria o Circuito de Vila Real, o que provocou a sua ausência da Rampa.
Este ano, também, o financiamento foi menor, assim como o orçamento. Apesar do presidente afirmar não poder divulgar de quanto foi essa redução, admite ter havido uma quebra.
A grande ausência da Rampa foi Pedro Salvador, um piloto habitual nesta competição. O “Campeão dos Campeões”, este ano, decidiu dedicar-se aos circuitos, tornando, assim, o Campeonato de Portugal de Montanha mais competitivo, segundo a opinião de diversos pilotos.
De sublinhar que o concessionário MCoutinho e o NAC conseguiram assegurar junto da Ford Lusitana a vinda de uma Ford Transit do troféu que marcou presença na Rampa como viaturas de subida. “Não houve hipótese de virem mais carrinhas, por compromissos assumidos anteriormente”, disse o presidente do NAC.


“NÃO SENTI PRESSÃO NENHUMA!”

Paulo Ramalho, ao volante de um Juno SSE, sagrou-se vencedor na Categoria 2. Tendo, mesmo, prescindido da terceira e última subida. “Correu tudo muito bem! Estou bastante satisfeito porque o objectivo, que era vencer, foi conseguido. A organização é fantástica, pois tratam-nos como verdadeiros reis, portanto, é para repetir para o ano”, afirmou o piloto que já havia vencido a Rampa em 2008.
De acordo com este piloto, a ausência de Pedro Salvador acabou por facilitar a sua vitória e tornar o Campeonato mais equilibrado. “O Pedro é um piloto fantástico e tem um carro fabuloso! Em condições normais, era inalcançável e com a saída dele as coisas estão bastante mais equilibradas. Não é digno de se dizer, mas o Campeonato ganhou equilíbrio. O que é fundamental para o público, pilotos, patrocinadores e clubes organizadores”, asseverou Paulo Ramalho.
Quanto ao Campeonato de Portugal de Montanha, o piloto aumentou a liderança. “O que é óptimo, pois não sabemos o que vai acontecer amanhã. Por isso, é melhor começar a amealhar agora e depois gerir até ao final do ano”, garantiu, quando ainda faltam as Rampas de Murça, Caramulo e 2 Espanhas.

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