17 de agosto de 2010

NO COMBATE ÀS CHAMAS

Em plena época de incêndios florestais, o GRIF de Bragança bate o norte do país assistindo outras forças no terreno

O incêndio lavrava desde a manhã do dia 27 de Junho, nas imediações de Arcos de Valdevez. O apoio foi pedido e o Corpo de Bombeiros de Bragança disponibilizou, então, para o Grupo de Reforço de Incêndio Florestais (GRIF) duas Equipas de Combate a Incêndios (ECIN). Estas partiram, nesse mesmo dia, em direcção a Arcos de Valdevez, onde chegaram por volta das 5h30 do dia seguinte.
Constituídas por 27 homens pertencentes às corporações de Vimioso, Bragança, Izeda, Macedo de Cavaleiros, Freixo de Espada à Cinta e Vila Flor, as equipas mobilizaram dois veículos ligeiros de combate a incêndios, dois veículos florestais de combate a incêndios, dois veículos tanques tácticos urbanos, um veículo de comando táctico e uma ambulância de socorro todo-terreno.
Depois de terminarem o primeiro incêndio a que se dirigiram, continuaram em operações de rescaldo e vigilância. Quando o local estava seguro, as ECIN seguiram, então, para combate a novos focos nascentes, tendo havido mais 5 incêndios diferentes e outros tantos reacendimentos. As equipas tiveram poucas horas de descanso, tendo pernoitado nas próprias viaturas e num pavilhão desportivo. Uma fonte dentro do GRIF revelou que, dentro do Grupo, houve quem tivesse a sensação que andava alguém a atear os fogos pela frente de incêndio, logo após estes serem extintos. O surgimento de novos focos, sempre pouco distanciados uns dos outros, suscita a possibilidade de mão criminosa.
O GRIF regressou a Bragança na tarde do dia 30 de Julho e o seu trabalho surtiu tanto efeito que não deixaram incêndios activos na área onde actuaram, apesar da perigosidade de possíveis reacendimentos numa zona tão complicada como a Serra do Gerês.

Arcos de Valdevez e Marzagão foram apenas duas das localidades a que o GRIF de Bragança prestou auxílio

Segundo o Comandante dos Bombeiros Voluntários de Bragança, José Fernandes, teceram-se “rasgados elogios à actuação do GRIF”, quer por parte do Secretário de Estado da Protecção Civil, quer por parte do comandante Operacional Nacional. “Há um esforço partilhado, uma entreajuda nacional para o bem comum, combater os incêndios é da responsabilidade de todos, independentemente do local onde deflagrem”, afirmou o comandante que, nesta ocasião, disponibilizou o maior número de elementos para o GRIF, 12 homens.
A 3 de Agosto, e a pedido expresso de Arcos de Valdevez, após ter constatado “o excelente desempenho do GRIF de Bragança”, esta força regressou em seu auxílio para 4 dias previstos de combate às chamas. As únicas alterações, ao GRIF de Bragança, foram o envio de menos uma viatura de combate a incêndios por parte dos Bombeiros Voluntários de Bragança e o reforço de meios humano através de um grupo de Sendim. A previsão foi encurtada e, em apenas dois dias, a 5 de Agosto, o GRIF de Bragança tinha já extinguido o grande incêndio que lavrava com uma vasta frente. Ao ser desmobilizado, foi, de novo, directamente redireccionados para um incêndio em Marzagão, Carrazeda de Ansiães, onde chegou eram as 23.30, tendo, de imediato, iniciado o combate às chamas. No dia 6, o grupo foi revezado por outro e o incêndio de Carrazeda foi dado como extinto no dia seguinte, sábado passado.


O INFERNO DE AGOSTO

No espaço de uma semana, a primeira de Agosto, foram já mais de 2500 os fogos que lavraram em Portugal. Só na sexta-feira passada, houve o registo de 388 focos de incêndio. De acordo com o Instituto de Meteorologia de Portugal, o calor irá continuar e as temperaturas elevadas manterão no máximo o risco de incêndio. A continuar assim, 2010 será, muito provavelmente, o ano mais quente das últimas décadas.

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