3 de dezembro de 2010

NOVAS POLÍTICAS NA ACADEMIA


Rui Sousa concluiu, recentemente, a sua Licenciatura em Desporto na Escola Superior de Educação (ESE) do Instituto Politécnico de Bragança (IPB). No entanto, não parou por aqui! Anterior tesoureiro da anterior lista, substituiu Bruno Miranda no cargo de presidente da Associação Académica do IPB (AAIPB) e assumiu o mestrado de Exercício e Saúde. No seu currículo de cinco meses como líder da Academia, destaca-se a Corrida Solidária e a Semana de Recepção ao Caloiro 2010.

ENTREVISTA
1 @ Consideraste pronto a enfrentar todos os desafios que aí se avizinham?

R: Claro que sim! Já tenho alguma experiência por parte das anteriores listas, já que nos últimos dois anos fui tesoureiro da lista do Bruno Miranda. Este ano, a minha vontade era de encabeçar a lista, visto que o Bruno não queria. Havia outras opções, mas eu decidi avançar. O meu objectivo é, também, e sobretudo, terminar o mestrado. O que prova que, afinal, os presidentes das associações académicas não são aquelas pessoas que andam aqui há 20 anos.

2 @ Poderás revelar-nos algumas novidades que tenhas em mente concretizar no presente ano lectivo?

R: Sim! Teremos algumas iniciativas novas. A nossa grande bandeira é uma Feira de Emprego, onde aproveitaremos as boas relações com as cinco associações de estudantes. Este evento poderá ter parcerias com outras instituições da cidade de Bragança e terá lugar, possivelmente, depois da Semana Académica. Muito por causa dos finalistas. Queremos abrir a Associação Académica, de uma vez por todas, à comunidade bragançana. E isto não são meras palavras... Trata-se de mostrar que o IPB é importante para esta cidade e que as pessoas não nos estão a dar o devido valor. Os alunos do Politécnico são um motor para a economia da região. As pessoas não têm ideia...

3 @ Falando em números concretos...

R: No ano passado, em que eu era o tesoureiro, nós mexemos em quase meio milhão de euros. E somos uma Associação Académica (AA) que tem um valor irrisório de apoios com cerca de 10 mil euros. Quer dizer, de onde é que vem o dinheiro? Há muito trabalho desta gente e, por isso, se calhar, as pessoas pensam que aqueles que vêm para a AA não passam de ano porque só querem festas e saídas à noite. É mentira! Há responsabilidades com as quais temos de cumprir ao longo do mandato.

4 @ Tem vindo a ser hábito, por parte da AAIPB, ao longo dos tempos, lamentar-se pela falta de apoios institucionais, nomeadamente da Câmara Municipal de Bragança (CMB). Porquê?

R: Posso dizer, por exemplo, que a Associação Académica de Vila Real (UTAD) com quem, neste momento, posso fazer uma comparação, visto que o número de alunos é quase o mesmo, só de apoio da Câmara recebe 50 mil euros. O nosso apoio da CMB é de mil euros anuais.

5 @ Consideras-te desprezado enquanto estudante, ou menosprezado enquanto dirigente associativo, por receberdes verbas tão insignificantes?

R: O apoio financeiro de mil euros da CMB é canalizado para o desporto. Mas, este ano, iremos desembolsar na ordem dos 20 a 25 mil euros só para a componente desportiva. É completamente descabido que a maior associação do interior norte de Trás-os-Montes e Alto-Douro receba somente essa verba. Temos quase 8 mil sócios, alunos, se cada um gastar mensalmente, no mínimo, 250 euros, e se multiplicarmos esses valores obtemos, por mês, qualquer coisa como 2 milhões de euros/mês. Se multiplicarmos essa verba pelos 10 meses em que eles estão na cidade, então alcançam-se os 20 milhões de euros anuais. Acho que já está mais do que na altura das pessoas olharem para a Associação Académica com outros olhos…


6 @ Para além da Feira de Emprego, que outras iniciativas pensas materializar?

R: Para já, vamos fazer uma aposta com mais pés e cabeça na Federação Académica do Desporto Universitário (FADU). Não temos a ambição de querer participar em todos os desportos. Entrámos em força, apenas, no futebol feminino e masculino, no basquetebol, porque também temos uma boa equipa, e estamos a aproveitar os dois campeões europeus que temos nas artes marciais e que estudam aqui no Politécnico para fazerem um brilharete na FADU. Nunca se sabe se, este ano, não teremos campeões aqui em Bragança

7 @ Confirma-se a reestruturação da AAIPB ao nível dos departamentos?

R: Achamos que há departamentos a mais. Deixaremos, apenas, três. O departamento de Acção Social, em que vamos fazer algo que nunca foi feito. Temos alunos do IPB que vão receber formação junto dos Serviços de Acção Social para prepararem os alunos no preenchimento das bolsas, para que estas sejam correctamente preenchidas e para que depois não vejam as suas candidaturas anuladas por mau preenchimento. Fazer todo um acompanhamento na altura das inscrições para que eles se sintam em casa e que têm aqui gente com vontade de os acolher. O Departamento Desportivo, que já falei, e o Departamento Cultural. Neste último, iremos assinar alguns protocolos como, por exemplo, com a Paróquia dos Santos Mártires, vamos continuar com os Pais Natal solidários e outras iniciativas. As boas, melhorá-las e as novas implantá-las.

8 @ Como é que justificas todas estas novas medidas num tão curto espaço de tempo?

R: São maneiras de trabalhar diferentes. Eu admiro muito o Bruno Miranda, o anterior presidente, eu era o seu braço direito e ele sabe disso. Sempre o apoiei em tudo, mas tenho, também, as minhas ideias e, por isso, me candidatei. Porque tenho ideias e quero implementá-las e quero que a minha equipa me ajude na sua implementação. Aproveitando, também, as ideias deles.

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